Direito e Espiritismo

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
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Benetton
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Benetton »

Tranca-Ruas escreveu:
Benetton escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Benetton escreveu:Inicialmente quero deixar bem claro que sou contra a aceitação incondicional de cartas psicografadas no meio jurídico. Mesmo porque, isoladamente, não constituem provas cabais. Nos casos em que foram usadas, serviram apenas como subsídios aos autos.

Porém nem ao papel de subsídios tais cartas se prestam. Documentos dessa procedência deveriam ter o mesmo valor de um romance num tribunal. Ou será que vamos começar a ensinar O Código da Vinci em aulas de Teologia e História?


Exato.
Para reconhecer uma carta como "psicografada" é necessário ...
na existência de espíritos desencarnados, na existência de pessoas com poderes de se comunicar com tais espíritos, na possibilidade de escrita psicográfica, em que aquilo que é escrito realmente vem dos tais espíritos e, ainda por cima, em que os espíritos digam a verdade, pis não podem ser responsabilizados por falso testemunho.
É impossível ao menos levar em conta algo assim num processo judicial, sob pena de risco extremo de manipulação, entre outros riscos...


Não é caso esclusivo de em tudo.

O perito em grafoscopia, Carlos Augusto Perandreia, atesta, como foi mostrado no meu post anterior e através de meios científicos aceitos na justiça forense, a autenticidade da gênese gráfica.



O peso dado pelos simpatizantes das teorias levantadas acerca da análise da gênese gráfica dizem muito mais respeito ao cunho subjetivo - a vontade de acreditar do pesquisador, enquadrando o resultado de seu trabalho conforme os panoramas delimitados por uma crença específica - do que empírico, ou seja, a certeza do fato com base nas evidências disponíveis; pois o perito somente pode concluir que há evidências e que a caligrafia da carta psicografada guarda verosimilhança com a da pessoa defunta, sem poder afirmar com todas as letras que se trata de "incorporação mediúnica comprovada" - eis que diante desta hipótese, confrontam-se alguns questionamentos que não podem ser suplantados, como por exemplo se espírito não poderia mentir ou se não se trata a suposta entidade de "demônio enganador copiando perfeitamente a caligrafia do(a) falecido(a)", por exemplo.



Os laudos de Perandreia não comprovam todos os casos de psicografia, pelo contrário. Somente um caso foi reconhecido por esse perito, oficialmente e que consta de seu Livro : "A Psicografia à Luz da Grafoscopia". Se somente um caso foi aceito, logo, muitos foram rejeitados. Portanto não se trata de simples cunho subjetivo com inclinações de admitir a psicografia, e sim de análises técnicas imparciais e isentas, independentes se agradarão a interesses de "A", "B" ou "C".

E neste caso, o Perito em grafoscopia nunca emitirá em seu laudo que houve "incorporação mediúnica comprovada", pois está fora do seu escopo. Ele deverá, tão somente, limitar-se a emitir parecer técnico da autenticidade da gênese gráfica. Como já disse : O juízo que se fará após o aditamento do citado parecer aos autos, vai depender da comprovação de outras peças, inerentes e necessárias ao processo.

Editado pela última vez por Benetton em 11 Set 2006, 17:49, em um total de 9 vezes.

" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

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Tranca
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

Eu tenho esse trabalho do Perandréa - ainda não o li por inteiro - e conforme salientei no debate passado, realmente, foge ao escopo da pesquisa a comprovação da mediunidade (incorporação do médium pelo espírito desencarnado que da pessoa que tinha a caligrafia apreciada na carta psicografada).

O que digo é que se algum pesquisador chegar à alguma conclusão como a aludida por mim a partir de trabalhos de pesquisa como este, estará ultrapassando o que permitem os resultados da pesquisa realizada.

Portanto, mesmo que as conclusões científicas acerca da gênese gráfica possam atestar verosimilhança, não se pode afirmar que a análise da gênese gráfica atesta que de fato foi "a pessoa desencarnada que escreveu", por simples falta de demais evidências necessárias.

Conclusões que afirmam a existência de espíritos tiradas a partir de trabalhos como os citados, são de simpatizantes das teorias espíritas que têm muita vontade de crer, como nossos amigos que atendem pelas iniciais de VM e VM. :emoticon12:
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Benetton
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Mensagem por Benetton »



Se alguém, algum dia, quiser se aventurar a obter provas técnicas de incorporação mediúnica, já estará fora da seara da grafoscopia, a qual, esta sim, está sendo tratada aqui, e como meio de prova forense.

A grafoscopia exclui, e com larga margem, as falsificações. O que restar, vai se revestir de consideráveis possibilidades de terem sua origem relacionadas ao seu autor. Tanto que, nos casos comuns, muitos processos tiveram seus veredictos respaldados por um conjunto de evidências, e dentre essas, o laudo emitido pelo grafotécnico. Logo, tal documento serviu de subsídio aos autos e aceitos pelo Juiz.

Repito : Não é uma ou outra evidência ( nem digo prova ) que convencerá os juristas, e sim um conjunto de perícias e relatórios técnicos e que colimem na absolvição ou condenação do acusado.



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Flavio Costa
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Flavio Costa »

Tranca-Ruas escreveu:Ah, antes que venham com aquela história de aplicar a navalha de Occam para escolher a hipótese dos espíritos em detrimento dos demônios, peço para que ele não se utilizem de tal falácia, pois o Acauan já explicou ao Vitor Moura a impossibilidade de se apelar a tal expediente com base no argumento moral utilizado indevidamente, como se vê neste tópico.:emoticon16:

Isso é importante, pois nos lembra que, ainda que exista comunicação com "o além" e que a caligrafia seja compatível com a do morto, outras hipóteses como demônio e satanás têm essencialmente credibilidade igual à tese de espírito desercarnado.

Um juiz evangélico pode muito bem alegar que a carta é forjada por forças malignas para propagação do mal neste mundo, sem que os espíritas nada possam alegar para contestar essa interpretação do documento apresentado.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
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Johnny
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Johnny »

Perfeito Flavio! Não poderia ter colocado melhor. E poderia também serem espíritos malignos e coisa e tal tentando inocentar um serial killer...
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videomaker
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por videomaker »

Ateu Tímido escreveu:
Benetton escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Benetton escreveu:Inicialmente quero deixar bem claro que sou contra a aceitação incondicional de cartas psicografadas no meio jurídico. Mesmo porque, isoladamente, não constituem provas cabais. Nos casos em que foram usadas, serviram apenas como subsídios aos autos.

Porém nem ao papel de subsídios tais cartas se prestam. Documentos dessa procedência deveriam ter o mesmo valor de um romance num tribunal. Ou será que vamos começar a ensinar O Código da Vinci em aulas de Teologia e História?


Exato.
Para reconhecer uma carta como "psicografada" é necessário ...
na existência de espíritos desencarnados, na existência de pessoas com poderes de se comunicar com tais espíritos, na possibilidade de escrita psicográfica, em que aquilo que é escrito realmente vem dos tais espíritos e, ainda por cima, em que os espíritos digam a verdade, pis não podem ser responsabilizados por falso testemunho.
É impossível ao menos levar em conta algo assim num processo judicial, sob pena de risco extremo de manipulação, entre outros riscos...


Não é caso esclusivo de em tudo.

O perito em grafoscopia, Carlos Augusto Perandreia, atesta, como foi mostrado no meu post anterior e através de meios científicos aceitos na justiça forense, a autenticidade da gênese gráfica.



Perícia alguma é capaz de superar a necessidade de fé em todos os casos que eu enumerei. O máximo que a perícia grafotécnica pode atestar é que a caligrafia não segue os padrões do médiun, ou que é próxima dos padrões do suposto espírito. Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia.
O resto é fé.


Quanta fé nisso Bruno : " Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia. "
Ou teria algum fundamento demonstravel de tal atitude ?
E os fatos devem ser despresados ?
é verdade tudo depende de muita fé !
:emoticon1:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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videomaker
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por videomaker »

Flavio Costa escreveu:
Tranca-Ruas escreveu:Ah, antes que venham com aquela história de aplicar a navalha de Occam para escolher a hipótese dos espíritos em detrimento dos demônios, peço para que ele não se utilizem de tal falácia, pois o Acauan já explicou ao Vitor Moura a impossibilidade de se apelar a tal expediente com base no argumento moral utilizado indevidamente, como se vê neste tópico.:emoticon16:

Isso é importante, pois nos lembra que, ainda que exista comunicação com "o além" e que a caligrafia seja compatível com a do morto, outras hipóteses como demônio e satanás têm essencialmente credibilidade igual à tese de espírito desercarnado.

Um juiz evangélico pode muito bem alegar que a carta é forjada por forças malignas para propagação do mal neste mundo, sem que os espíritas nada possam alegar para contestar essa interpretação do documento apresentado.


Satanás e Demonios , sucumbem a minima analise feita !
Tu só pode estar de sacanagem seu Flavio ... :emoticon2:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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Tranca
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

videomaker escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Tranca-Ruas escreveu:Ah, antes que venham com aquela história de aplicar a navalha de Occam para escolher a hipótese dos espíritos em detrimento dos demônios, peço para que ele não se utilizem de tal falácia, pois o Acauan já explicou ao Vitor Moura a impossibilidade de se apelar a tal expediente com base no argumento moral utilizado indevidamente, como se vê neste tópico.:emoticon16:

Isso é importante, pois nos lembra que, ainda que exista comunicação com "o além" e que a caligrafia seja compatível com a do morto, outras hipóteses como demônio e satanás têm essencialmente credibilidade igual à tese de espírito desercarnado.

Um juiz evangélico pode muito bem alegar que a carta é forjada por forças malignas para propagação do mal neste mundo, sem que os espíritas nada possam alegar para contestar essa interpretação do documento apresentado.


Satanás e Demonios , sucumbem a minima analise feita !
Tu só pode estar de sacanagem seu Flavio ... :emoticon2:


Errado.

Tanto espíritos desencarnados quanto demônios seriam seres sobrenaturais, ou seja, que escapam à verificação científica com base em dados físico-químicos aferíveis.

Na hipótese da análise gráfica de cartas psicografadas, o máximo que se pode fazer a respeito da gênese gráfica é dizer que há compatibilidade e verosimilhança entre as escritas pesquisadas, mas nunca concluir a partir daí que se a escrita é igual, é o espírito, pois poder-se-ia levantar inúmeras hipóteses sobre este fato, todas sem meios de comprovação material.

Por enquanto, a certeza acerca de manifestações como estas, se de espíritos ou demônios, somente interessam àqueles que defendem uma ou outra doutrina ou crença religiosa, que a possuem por fé e não por qualquer comprovação empírica.
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videomaker
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por videomaker »

Tranca-Ruas escreveu:
videomaker escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Tranca-Ruas escreveu:Ah, antes que venham com aquela história de aplicar a navalha de Occam para escolher a hipótese dos espíritos em detrimento dos demônios, peço para que ele não se utilizem de tal falácia, pois o Acauan já explicou ao Vitor Moura a impossibilidade de se apelar a tal expediente com base no argumento moral utilizado indevidamente, como se vê neste tópico.:emoticon16:

Isso é importante, pois nos lembra que, ainda que exista comunicação com "o além" e que a caligrafia seja compatível com a do morto, outras hipóteses como demônio e satanás têm essencialmente credibilidade igual à tese de espírito desercarnado.

Um juiz evangélico pode muito bem alegar que a carta é forjada por forças malignas para propagação do mal neste mundo, sem que os espíritas nada possam alegar para contestar essa interpretação do documento apresentado.


Satanás e Demonios , sucumbem a minima analise feita !
Tu só pode estar de sacanagem seu Flavio ... :emoticon2:


Errado.

Tanto espíritos desencarnados quanto demônios seriam seres sobrenaturais, ou seja, que escapam à verificação científica com base em dados físico-químicos aferíveis.

Na hipótese da análise gráfica de cartas psicografadas, o máximo que se pode fazer a respeito da gênese gráfica é dizer que há compatibilidade e verosimilhança entre as escritas pesquisadas, mas nunca concluir a partir daí que se a escrita é igual, é o espírito, pois poder-se-ia levantar inúmeras hipóteses sobre este fato, todas sem meios de comprovação material.

Por enquanto, a certeza acerca de manifestações como estas, se de espíritos ou demônios, somente interessam àqueles que defendem uma ou outra doutrina ou crença religiosa, que a possuem por fé e não por qualquer comprovação empírica.



Tranca , PESSOAS existem , espiritos são pessoas sem o corpo !
Satanas e demonios , nunca foram vistos ! e a minima logica faz desaparecer qualquer possibilidade de tal entidades !
Por equanto , aqueles que se comunicam se dizem espiritos e nunca demonios , ou coisa que se valha , apenas os ingenuos é que dão a eles essa possibilidade fantasiosa !
Leia o Ceu e o inferno ! vai ficar mais facil de vc entender .
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Ateu Tímido
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Ateu Tímido »

videomaker escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Benetton escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Benetton escreveu:Inicialmente quero deixar bem claro que sou contra a aceitação incondicional de cartas psicografadas no meio jurídico. Mesmo porque, isoladamente, não constituem provas cabais. Nos casos em que foram usadas, serviram apenas como subsídios aos autos.

Porém nem ao papel de subsídios tais cartas se prestam. Documentos dessa procedência deveriam ter o mesmo valor de um romance num tribunal. Ou será que vamos começar a ensinar O Código da Vinci em aulas de Teologia e História?


Exato.
Para reconhecer uma carta como "psicografada" é necessário ...
na existência de espíritos desencarnados, na existência de pessoas com poderes de se comunicar com tais espíritos, na possibilidade de escrita psicográfica, em que aquilo que é escrito realmente vem dos tais espíritos e, ainda por cima, em que os espíritos digam a verdade, pis não podem ser responsabilizados por falso testemunho.
É impossível ao menos levar em conta algo assim num processo judicial, sob pena de risco extremo de manipulação, entre outros riscos...


Não é caso esclusivo de em tudo.

O perito em grafoscopia, Carlos Augusto Perandreia, atesta, como foi mostrado no meu post anterior e através de meios científicos aceitos na justiça forense, a autenticidade da gênese gráfica.



Perícia alguma é capaz de superar a necessidade de fé em todos os casos que eu enumerei. O máximo que a perícia grafotécnica pode atestar é que a caligrafia não segue os padrões do médiun, ou que é próxima dos padrões do suposto espírito. Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia.
O resto é fé.


Quanta fé nisso Bruno : " Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia. "
Ou teria algum fundamento demonstravel de tal atitude ?
E os fatos devem ser despresados ?
é verdade tudo depende de muita fé !
:emoticon1:


Eis a maior demonstração de que é necessário ter fé para aceitar esse tipo de prova. Considerando que eu não creio em demônios nem em espíritos desencarnados, uma carta comprovadamente escrita por um indivíduo, digamos "Xavier", mas que foge completamente aos padrões reconhecidos da escrita do próprio "Xavier", só pode signinificar, para mim, ou outro que não acredita em psicografia ou espíritos, uma grande capacidade de disfarçar. Já quem tem nos espíritos, nos orixás, em Buba ou em Satanás, poderá atribuir a diferença de padrões à influência de tais entidades.

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videomaker
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por videomaker »

Ateu Tímido escreveu:
videomaker escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Benetton escreveu:
Ateu Tímido escreveu:
Flavio Costa escreveu:
Benetton escreveu:Inicialmente quero deixar bem claro que sou contra a aceitação incondicional de cartas psicografadas no meio jurídico. Mesmo porque, isoladamente, não constituem provas cabais. Nos casos em que foram usadas, serviram apenas como subsídios aos autos.

Porém nem ao papel de subsídios tais cartas se prestam. Documentos dessa procedência deveriam ter o mesmo valor de um romance num tribunal. Ou será que vamos começar a ensinar O Código da Vinci em aulas de Teologia e História?


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Para reconhecer uma carta como "psicografada" é necessário ...
na existência de espíritos desencarnados, na existência de pessoas com poderes de se comunicar com tais espíritos, na possibilidade de escrita psicográfica, em que aquilo que é escrito realmente vem dos tais espíritos e, ainda por cima, em que os espíritos digam a verdade, pis não podem ser responsabilizados por falso testemunho.
É impossível ao menos levar em conta algo assim num processo judicial, sob pena de risco extremo de manipulação, entre outros riscos...


Não é caso esclusivo de em tudo.

O perito em grafoscopia, Carlos Augusto Perandreia, atesta, como foi mostrado no meu post anterior e através de meios científicos aceitos na justiça forense, a autenticidade da gênese gráfica.



Perícia alguma é capaz de superar a necessidade de fé em todos os casos que eu enumerei. O máximo que a perícia grafotécnica pode atestar é que a caligrafia não segue os padrões do médiun, ou que é próxima dos padrões do suposto espírito. Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia.
O resto é fé.


Quanta fé nisso Bruno : " Isso, no máximo, indicaria alguém com grande capacidade de disfarçar a própria caligrafia. "
Ou teria algum fundamento demonstravel de tal atitude ?
E os fatos devem ser despresados ?
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:emoticon1:


Eis a maior demonstração de que é necessário ter fé para aceitar esse tipo de prova. Considerando que eu não creio em demônios nem em espíritos desencarnados, uma carta comprovadamente escrita por um indivíduo, digamos "Xavier", mas que foge completamente aos padrões reconhecidos da escrita do próprio "Xavier", só pode signinificar, para mim, ou outro que não acredita em psicografia ou espíritos, uma grande capacidade de disfarçar. Já quem tem nos espíritos, nos orixás, em Buba ou em Satanás, poderá atribuir a diferença de padrões à influência de tais entidades.



É verdade Buno , pode-se tudo , ate mesmo não querer ver , quando o que se esta na frente é iquestionavel ...
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Ateu Tímido
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Ateu Tímido »

Espíritos são tão inquestionáveis quanto boitatá, chupa-cabras, anjos, demônios ou papai noel.

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Flavio Costa
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Flavio Costa »

videomaker escreveu:Tranca , PESSOAS existem , espiritos são pessoas sem o corpo !

Isso é um reles dogma, não é ciência e muito menos óbvio. Nada permite concluir que existem pessoas sem o corpo.

Dizer "espíritos são pessoas sem corpo e pessoas existem" é tão simples quanto dizer "demônios são a personificação de forças do mal e o mal existe".

Porém, parece que até hoje você não entendeu que o fato de algo ser agradável ou conveniente não o torna mais real que algo desagradável ou inconveniente, então não espero que você entenda o dogma na sua afirmação.
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Tranca
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

VM escreveu:Tranca , PESSOAS existem , espiritos são pessoas sem o corpo !


O Flavio respondeu muito bem, acima.


Satanas e demonios , nunca foram vistos !


Se pesquisar um pouco, verá que existem ao longo da história tantos relatos de manifestações demoníacas (com direito à apariçao do tinhoso ou seus asseclas ao vivo e à cores) quanto de espíritos desencarnados, variando seus aspectos de cultura para cultura.

Você só está puxando a brasa para a sua sardinha.

Ou seja, quando alguém disse que viu um anjo ou um demônio, estava mentindo; quando alguém disse que viu um espírito, só poderia estar falando a verdade, pois além dessa hipótese te confortar mais e te deixar contente, ela ainda combina com a fé religiosa que você escolheu seguir. Mas que maravilha de lógica esta!

Caso fosse para se considerar verdadeiro tudo o que dizem apenas porquê muitos disseram que viram, deveríamos então considerar ambos.

Essa é a lógica a qual utilizas:

"Eu acredito em espíritos com muita fé porquê isso é agradável e me conforta e muitas pessoas afirmam que espíritos existem e como muitas pessoas afirmaram que já 'viram', 'sentiram' ou 'presenciaram fenômenos espíritas', eu acredito mais ainda."

"Eu não acredito em demônios porquê contraria a minha fé, é desagradável e não conforta e mesmo que muitas pessoas afirmem que 'viram', 'sentiram' ou 'presenciaram manifestações demoníacas', eu não acredito nelas."

Relatos acerca de espíritos (fantasmas, assombrações, etc), assim como anjos (demais entidades benéficas) e demônios (demais entidades maléficas) são registrados desde que o homem passou a tentar compreender os mecanismos da natureza. Possivelmente, ao se tentar compreender o significado da morte e ante a manifestação de fenômenos ainda enexplicáveis naqueles tempos longínqüos, cogitou-se a existência de um "plano além", para onde iriam os mortos e onde residiriam outras entidades, de modo que a crença em espíritos, anjos, demônios ou entidades elementais foi se modificando conforme a distribuição espacial, devido à variações culturias e interações diversas com outras culturas, como ainda se vê hoje.



e a minima logica faz desaparecer qualquer possibilidade de tal entidades !


A mínima lógica também faz desaparecer qualquer possibilidade da existência de espíritos e do mundo espiritual.

VM, por favor, não conspurque toda a filosofia aplicada desenvolvida com amor e carinho nos últimos 2.500 anos somente para agradar a si mesmo. Lógica não é um argumento comprado no varejo para ser utilizada como vedante quando as paredes de sua fé começam a romper e vazar.



Por equanto , aqueles que se comunicam se dizem espiritos e nunca demonios , ou coisa que se valha , apenas os ingenuos é que dão a eles essa possibilidade fantasiosa !


Que argumento fantástico!

"Nos centros espíritas, eles se manifestam e dizem que são espíritos e como tenho fé e acho lógico, acredito."

Ok, acredite, mas isso depende de fé, não é fato comprovado.

Igualmente, na IURD manifestam-se "entidades" que dizem ser demônios e estes próprios afirmam que enganam os espíritas ingênuos que crêem serem eles seus parentes desencarnados.

Também depende de fé. E os iurdianos vêem lógica nisso também, conforme explicam alguns textos da bíblia, seu "manual".

O que você faz é questionar o objeto de fé alheia ao passo que não questiona um pingo da sua própria fé no espiritismo.



Leia o Ceu e o inferno ! vai ficar mais facil de vc entender .


É o livro de onde você tirou as suas lições de lógica?

Sei não...
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Res Cogitans
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Res Cogitans »

Eu tenho uma revista que fala desta psicografia. A psicografia continha vários erros de portugues (o falecido era professor!) e ele consegiu errar até a grafia do próprio nome.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

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Benetton
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Mensagem por Benetton »



Retirado de :

https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4399


Vitor Moura escreveu:
Aurelio Moraes escreveu:Apareceu no "Jornal hoje" que na suposta carta psicografada o nome da mulher foi escrito com grafia errada. É com "Y" e escreveram com "E".


Resta saber se o marido sabia disso. Se não soubesse, pode até ser um sinal de autenticidade. Minha mãe me enganou por anos dizendo que tinha dez anos a menos do que realmente possuía, e um dia vi na carteira de identidade dela a verdadeira data de nascimento, mostrando que ela tinha dez anos a mais do que eu pensava. Se eu não soubesse disso, morresse e fosse me comunicar e dissesse a idade dela, pareceria um "erro" quando na verdade era um acerto! É até uma forma de diferenciar psi de espíritos....

Um abraço,
Vitor




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Mensagem por Res Cogitans »

Benetton escreveu:
Retirado de :

https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4399


Vitor Moura escreveu:
Aurelio Moraes escreveu:Apareceu no "Jornal hoje" que na suposta carta psicografada o nome da mulher foi escrito com grafia errada. É com "Y" e escreveram com "E".


Resta saber se o marido sabia disso. Se não soubesse, pode até ser um sinal de autenticidade. Minha mãe me enganou por anos dizendo que tinha dez anos a menos do que realmente possuía, e um dia vi na carteira de identidade dela a verdadeira data de nascimento, mostrando que ela tinha dez anos a mais do que eu pensava. Se eu não soubesse disso, morresse e fosse me comunicar e dissesse a idade dela, pareceria um "erro" quando na verdade era um acerto! É até uma forma de diferenciar psi de espíritos....

Um abraço,
Vitor





Bem provável que o cara (professor) não saiba como se escreve o nome da mulher...ele inclusive não deve ter lido a certidão de casamento. Desculpinha esfarrapada.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.

*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.

Jackinthebox
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Jackinthebox »

Olá a todos!

Gostaria de saber se tem alguém no fórum que me pudesse repassar material sobre a Reforma Psiquiátrica.Pode ser "pró" e "contra". Vlw!

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Benetton
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Mensagem por Benetton »



Argumentos do Vitor Moura obtidos do Debate com o Tranca-Ruas




Vitor Moura escreveu:
Aos olhos de um expert, o grafismo é analisado com base na gênese do escritor, e diversas características subjetivas coincidentes é que vão formar a opinião e consequente convicção do perito em afirmar uma autoria de um lançamento gráfico. Normalmente as pessoas acham que o mais importante é a forma do lançamento, quando na verdade isso NÃO é analisado e não é levado em conta nos exames grafotécnicos, pois trata-se de características objetivas, que pelo fato de serem formais, podem ser falsificadas. Porém, cada escrita é individual, pois é regida por uma mente, que também é única. Então a intenção que o escritor tem de escrever é que é própria dele, e o resultado desse processo é que são os lançamentos gráficos. Os falsários imitam a forma. Ninguém consegue imitar a gênese.


(...)


Existem características da gênese gráfica do espírito (no caso, da senhora Ilda) na psicografia. Só por aí poderia se afirmar que o lançamento seria autêntico, mas como se trata de psicografia, a conclusão que se chega é que a "mente" da Ilda é que estava escrevendo naqueles momentos, pois o caso em questão era um hibridismo (havia momentos de gênese de um e outros do outro), e como havia elementos da gênese gráfico da Chico Xavier, então pode-se afirmar que o texto foi "lançado" pelos dois indivíduos.


(...)


Dei um exemplo para o Aurélio de como se poderia identificar uma "mente" separando-a das demais explicações parapsicológicas (psi, no caso). Quanto a "isolar" a mente, no caso a "Gênese gráfica" seria a "impressão digital mental" do escritor:

"GÊNESE GRÁFICA praticamente indefinível, eminentemente abstrata e subjetiva, reflete a criativi­dade que individualiza o grafismo, pela originalidade e peculiaridade do escritor".


Um abraço,

Vitor



" Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cômodas : Ambas nos dispensam do trabalho de pensar. "

Jules Henri Poincare - Físico e Matemático Francês.

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"Sempre que possivel, converse com um saco de cimento. Nessa vida só devemos acreditar no que é concreto."

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Tranca
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

Ei, MacLaren, você está postando estes argumetnos na tentativa de validar a hipótese de ser possível a aceitação de uma carta psicografada como prova judicial ou é só esporte ou para manter os argumentos do VM na ordem do dia?
Palavras de um visionário:

"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

Roberto Campos

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Benetton
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Benetton »

Tranca-Ruas escreveu:Ei, MacLaren, você está postando estes argumetnos na tentativa de validar a hipótese de ser possível a aceitação de uma carta psicografada como prova judicial ou é só esporte ou para manter os argumentos do VM na ordem do dia?


Obrigado pela promoção, Tranca. Sair da Benetton para a McLaren aumenta as perspectivas de sucesso, embora a incorporação ( ôpa, nada de Espiritismo ) da Benetton pela Renault, já esteja de bom tamanho. :emoticon16:

Na verdade, sei que esse assunto divide as opiniões entre os Juristas. Penso mesmo que a maioria seja desvaforável à hipótese levantada. E isso é até bom, para evitar a ação de elementos inescrupulosos, os quais existem em qualquer meio, e desde que favoreçam aos seus interesses, usariam de qualquer expediente.

Mas como existem Magistrados que admitem essa possibilidade com restrições e acompanhadas do parecer grafotécnico de um perito, então acho razoável a troca de idéias sobre o assunto.


Ei, o VM é um cara legal, Você não acha ?



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Jules Henri Poincare - Físico e Matemático Francês.

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Tranca
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

Na verdade, sei que esse assunto divide as opiniões entre os Juristas. Penso mesmo que a maioria seja desvaforável à hipótese levantada. E isso é até bom, para evitar a ação de elementos inescrupulosos, os quais existem em qualquer meio, e desde que favoreçam aos seus interesses, usariam de qualquer expediente.


Não é só isso, Benetton.

Para mim, um documento como este - carta psicografada - jamais poderia ter validade como prova jurídica, a não ser que a ciência avançasse a ponto de comprovar a hipótese de existência da mente fora do corpo e a possibilidade desta mente assumir o controle das funções motoras em substituiçcão à mente de um ser humano, o que, convenhamos, é algo muito difícil.

"Viajando" na hipótese espírita, a cópia do post do V. Moura serve de ponto de partida para meu esclarecimento:

Vitor Moura escreveu:Aos olhos de um expert, o grafismo é analisado com base na gênese do escritor, e diversas características subjetivas coincidentes é que vão formar a opinião e consequente convicção do perito em afirmar uma autoria de um lançamento gráfico. Normalmente as pessoas acham que o mais importante é a forma do lançamento, quando na verdade isso NÃO é analisado e não é levado em conta nos exames grafotécnicos, pois trata-se de características objetivas, que pelo fato de serem formais, podem ser falsificadas. Porém, cada escrita é individual, pois é regida por uma mente, que também é única. Então a intenção que o escritor tem de escrever é que é própria dele, e o resultado desse processo é que são os lançamentos gráficos. Os falsários imitam a forma. Ninguém consegue imitar a gênese.


Quando se fala em mente como coordenadora do corpo que produz a determinada grafia, comumente pensamos na mente de pessoas vivas que, produzindo determinada grafia através de sua ferramenta corporal, consignará no papel caracteres que em seu conjunto (objetivo e subjetivo, ou forma e fundo) delinearão a tal gênese gráfica, objeto de análise do perito grafotécnico.

Não possuímos evidências concretas de que a mente sobreviva além do corpo. Não há qualquer sustentação dentro do meio científico de que esta hipótese seja possível. As especulações acerca disso nunca foram comprovadas, de forma que não se poderia afirmar com ênfase a possibilidade de ocorrência de tal fato, estando tal hipótese ainda em aberto aos seus pesquisadores.

De uma carta psicografada pelo médium, mesmo que periciada e constatada a similaridade através da análise da gênese gráfica, não se poderia fazer mais do que atestar a similaridade entre a gênese gráfica do(a) falecido(a) e a produzida pelo médium alegadamente incorporado pelo espírito do(a) falecido(a). A similaridade da grafia poderia ser atestada, mas não o meio através do qual foi produzida (incorporação da mente do defunto no corpo do médium).

Isto porquê a afirmação referente à incorporação do médium pelo espírito/mente do(a) falecido(a) carece de sustentáculo empírico.

Se, e somente se, se comprovasse a possibilidade de sobrevivência da mente fora do corpo e também a possibilidade de que uma mente jazente no espaço pudesse incorporar um humano e ocupar o espaço de sua mente para assumir controle total ou parcial de suas funções motoras (fenômeno da incorporação mediúnica), poder-se-ia averiguar a possibilidade de que um documento produzido na vigência deste aludido fenômeno viesse a ser considerado como prova válida no meio jurídico para quaisquer fins.



Mas como existem Magistrados que admitem essa possibilidade com restrições e acompanhadas do parecer grafotécnico de um perito, então acho razoável a troca de idéias sobre o assunto.


Isso fica por conta e risco do magistrado.

O que ocorre é que não há impeditivo legal para tal espécie de prova. Ou seja, admite-se como prova tudo o que a Lei não veda, por presunção jurídica, não por racionalidade ou plausibilidade da prova em si.



Ei, o VM é um cara legal, Você não acha ?


Um pouco (muito, muito, de dar os nervos de vez em quando :emoticon16: ) teimoso, mas é legal sim... :emoticon16:
Palavras de um visionário:

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Tranca
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Tranca »

Na verdade, sei que esse assunto divide as opiniões entre os Juristas. Penso mesmo que a maioria seja desvaforável à hipótese levantada. E isso é até bom, para evitar a ação de elementos inescrupulosos, os quais existem em qualquer meio, e desde que favoreçam aos seus interesses, usariam de qualquer expediente.


Não é só isso, Benetton.

Para mim, um documento como este - carta psicografada - jamais poderia ter validade como prova jurídica, a não ser que a ciência avançasse a ponto de comprovar a hipótese de existência da mente fora do corpo e a possibilidade desta mente assumir o controle das funções motoras em substituiçcão à mente de um ser humano, o que, convenhamos, é algo muito difícil.

"Viajando" na hipótese espírita, a cópia do post do V. Moura serve de ponto de partida para meu esclarecimento:

Vitor Moura escreveu:Aos olhos de um expert, o grafismo é analisado com base na gênese do escritor, e diversas características subjetivas coincidentes é que vão formar a opinião e consequente convicção do perito em afirmar uma autoria de um lançamento gráfico. Normalmente as pessoas acham que o mais importante é a forma do lançamento, quando na verdade isso NÃO é analisado e não é levado em conta nos exames grafotécnicos, pois trata-se de características objetivas, que pelo fato de serem formais, podem ser falsificadas. Porém, cada escrita é individual, pois é regida por uma mente, que também é única. Então a intenção que o escritor tem de escrever é que é própria dele, e o resultado desse processo é que são os lançamentos gráficos. Os falsários imitam a forma. Ninguém consegue imitar a gênese.


Quando se fala em mente como coordenadora do corpo que produz a determinada grafia, comumente pensamos na mente de pessoas vivas que, produzindo determinada grafia através de sua ferramenta corporal, consignará no papel caracteres que em seu conjunto (objetivo e subjetivo, ou forma e fundo) delinearão a tal gênese gráfica, objeto de análise do perito grafotécnico.

Não possuímos evidências concretas de que a mente sobreviva além do corpo. Não há qualquer sustentação dentro do meio científico de que esta hipótese seja possível. As especulações acerca disso nunca foram comprovadas, de forma que não se poderia afirmar com ênfase a possibilidade de ocorrência de tal fato, estando tal hipótese ainda em aberto aos seus pesquisadores.

De uma carta psicografada pelo médium, mesmo que periciada e constatada a similaridade através da análise da gênese gráfica, não se poderia fazer mais do que atestar a similaridade entre a gênese gráfica do(a) falecido(a) e a produzida pelo médium alegadamente incorporado pelo espírito do(a) falecido(a). A similaridade da grafia poderia ser atestada, mas não o meio através do qual foi produzida (incorporação da mente do defunto no corpo do médium).

Isto porquê a afirmação referente à incorporação do médium pelo espírito/mente do(a) falecido(a) carece de sustentáculo empírico.

Se, e somente se, se comprovasse a possibilidade de sobrevivência da mente fora do corpo e também a possibilidade de que uma mente jazente no espaço pudesse incorporar um humano e ocupar o espaço de sua mente para assumir controle total ou parcial de suas funções motoras (fenômeno da incorporação mediúnica), poder-se-ia averiguar a possibilidade de que um documento produzido na vigência deste aludido fenômeno viesse a ser considerado como prova válida no meio jurídico para quaisquer fins.



Mas como existem Magistrados que admitem essa possibilidade com restrições e acompanhadas do parecer grafotécnico de um perito, então acho razoável a troca de idéias sobre o assunto.


Isso fica por conta e risco do magistrado.

O que ocorre é que não há impeditivo legal para tal espécie de prova. Ou seja, admite-se como prova tudo o que a Lei não veda, por presunção jurídica, não por racionalidade ou plausibilidade da prova em si.



Ei, o VM é um cara legal, Você não acha ?


Um pouco (muito, muito, de dar os nervos de vez em quando :emoticon16: ) teimoso, mas é legal sim... :emoticon16:
Palavras de um visionário:

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videomaker
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Re: Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por videomaker »

Um pouco (muito, muito, de dar os nervos de vez em quando :emoticon16: ) teimoso, mas é legal sim... :emoticon16:[/quote]


Agora sim tranca , tô me sentindo em casa !
Teimoso mais legal , é exatamente isso que meus amigos falam de mim !!!!
:emoticon16:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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Lord of Dreams
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Re.: Direito e Espiritismo

Mensagem por Lord of Dreams »

Olha, em discussões como essa que é possível perceber como a fé, em grande parte das vezes, cega as pessoas.

Ao aceitar uma carta psicografada, o juiz aceitou uma série de dogmas não comprovados: a existência de uma "essência" humana separada ao corpo, a possibilidade desta "essência" sobreviver à morte do corpo, a possibilidade desta "essência" reter (ou ser) a consciência humana, a capacidade desta essência se comunicar com os seres humanos ainda vivos, a existência de seres humanos com capacidade de "receber" a mensagem (ou incorporar) esta "essência" e a capacidade deste seres humanos de, ao "receberem" esta essência, não influenciarem em nada na suposta "mensagem". Todas estas presuposições são dogmas, não comprovados, e assim, baseados tão somente na fé.

Provas são, por definição, comprováveis. E por várias fontes. Um exame grafológico, por si só, não comprova a autenticidade de um testamento em litígio, por exemplo (tanto porque, ao contrário do que foi dito por alguém aqui, os peritos não afirmam "esta letra/carta/texto é de tal pessoa" e sim "esta letra/carta/texto tem x% de probabilidade de ser de tal pessoa"). Além do exame, é necessário, para apoiá-lo, testemunhos de pessoas que tenham visto o benfeitor, em vida, afirmar o que lá estaria escrito, outros documentos que comprovem a inclinação do mesmo para fazer isso, etc... A grafologia não é uma ciência completamente a prova de erros.

Assim, o juiz, ao aceitar esta carta como prova, simplesmente aceitou algo não passível de averiguação, o que prejudica o princípio de neutralidade do juiz. Por suas crenças pessoais, ele favoreceu uma das decisões. Ele não foi neutro, ele permitiu que fatores pessoais o influenciassem. Isso abre um precedente terrível no direito. Com que bases jurídicas você argumentaria, com esta jurisprudência, a negação de uma petição de absolvição do Maníaco do Parque, por exemplo, se ele a fizesse baseado no argumento de que estava, na época, sob poder do demônio e, consequentemente, não poderia ser responsável por seus atos? Qualquer coisa que você argumente em favor da existência de espíritos, como demonstrado por vários colegas acima, pode ser argumentado em favor da existência de demônios (aliás, pela lógica dos "avistamentos", os vampiros seriam as criaturas mais reais do mundo, porque nenhum ser "sobrenatural" tem mais relatos de aparições por todo o mundo do que vampiros). Se eu fosse um assassino, e soubesse desta história, eu me preocuparia, a partir de agora, em sempre deixar dois furos nos pescoços das pessoas que eu matasse. Se espíritos podem existir ("são pessoas sem corpos"), por que vampiros não poderiam ("são corpos sem "espíritos")?

Se os "espíritos" estão tentando ajudar na resolução de crimes, por que, ao invés de escrever cartas dizendo que "tal pessoa é inocente", eles não escrevem cartas à polícia, durante a investigações de crimes (fase onde investigar qualquer linha, mesma que proveniente de boatos e denúncias anônimas, é aceito), indicando onde esta poderia encontrar as provas da inocência ou culpabilidade de alguém? Evitaria muita controvérsia, seria muito mais impactante e ajudaria de forma muito melhor o suposto "injustiçado", ao não obrigá-lo a passar por um julgamento, não é verdade?
Believe on the power of the dreams, but never on the contents of it.

Trancado