Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

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Samael
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Mensagem por Samael »

Pug escreveu:
Samael escreveu:O ponto central era se realmente poderia existir, como Avicenas, um "cristão" que praticava a filosofia.


Aparenta que o islão da idade de ouro sabia separar o profano do sagrado.
Esta distinção foi o que revolucionou séculos mais tarde o modo de vida no ocidente.
Tivessem eles sabido manter esse tipo de sociedade e ainda hoje liderariam o mundo.

Já na europa o sistema mudou no momento em que foi retirado o poder á igreja, e espero que JAMAIS regresse.


Ricardo, qualquer mínima noção de estrutura histórica revela que a liderança ocidental não é conseqüência direta do cristianismo. Fosse o islamismo a religião dominante naquela parte do mundo que, historicamente e economicamente, subjugou quase o mundo inteiro e se impôs como baluarte civilizacional de todos os povos (ou seja, a Europa), a situação poderia ser perfeitamente inversa. Teríamos radicais cristãos atacando os valores de liberdade do mundo islâmico.

O meu ponto central é que existe uma cegueira ideológica (muito conveniente, por sinal) que tenta atribuir diretamente a violência fundamentalista ao Islão, sendo que essa violência é muito mais fruto da contingência histórica do que de qualquer atributo intrínseco da tal religião.

De minha parte, preferiria que as pessoas expressassem sua religiosidade livremente, sem se apegar a dogmas institucionalizados. E ainda espero ver um mundo assim. De resto, é o "sujo" falando do "mal lavado".

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Samael
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Samael »

Alter-ego escreveu:O ponto central era se realmente poderia existir, como Avicenas, um "cristão" que praticava a filosofia. :emoticon4:

Sim. E eles foram muitos.[/quote]

Na Idade Média?!:emoticon5:

Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:No mais, a hipocrisia dele independe de mim, é um valor que ele mesmo cria a se envolver com uma religião tão criticável quanto e se aventurar a criticar a religião alheia.

E ninguém aqui está dizendo que não há violência no mundo islâmico. Como eu já referi, eles se encontravam em um mundo mais fechado, e estão, com o processo atual de globalização atual, sendo quase que obrigados a aderirem aos nossos valores e ideais. Tal tipo de reação é mais que previsível.

Qualque religioso tem o direito de criticar a religião alheia. Isso se chama liberdade de expressão, não hipocrisia.


Porra, Igor, eu posso muito bem utilizar minha liberdad de expressão e ser hipócrita. Posso olhar na cara do Rosa e dizer: "Teu time é uma merda e o meu não é." Usei minha liberdade de expressão e fui hipócrita, visto que o Vasco tem Jean e Faioli no ataque.

Troque as figuras agora, foi exatamente isto que o Ratzinger fez.

Não sei porque essas voltas todas...

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Hrrr
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Hrrr »

Alter-ego escreveu:
Alter-ego escreveu:Não se pode dizer o mesmo quanto a Maomé (não resta dúvidas de que existiu e matou) e fez isso sobre territórios sobre os quais não possuía qualquer raiz histórica ou pretensão nacional

Para um cristão, os fatos e personagens da Bíblia são tão ou mais históricos que os do Corão.
E qual o direito sobre Jerusalém tinham os cruzados, que foram até lá matando a torto e a direito e chacinaram toda sua população?

Isso é discutível (o fato de cristãos terem praticado chacinas nas cruzadas). Assim como na guerra da reconquista, cristãos apenas recuperaram seus territórios, tomados de assalto por legiões criminosas, nas cruzadas rumo a Jerusalém, cristãos queriam apenas defender seu direito a culto em jerusalém, cidade que para os maometanos sequer é tão importante.


uma vez catolico
sempre catolico

ne catholico?
JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL... :emoticon266:

i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...

plante uma arvore por dia com um clic

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Pug
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Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Pug »

Cruzados assassinaram todos os habitantes de Jerusalem ( judeus e muçulmanos) e pasme-se até cristãos que claro não eram católicos.

Os muçulmanos em Jerusalem permitiram o direito de culto a judeus e cristãos.

Atacar o Oriente naquele tempo é semelhante aos ataques aos ocidente no nosso tempo...

______________________________________________


João Paulo II foi uma grande perda neste mundo onde abundam os negacionistas e revisionistas.
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Pug
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Mensagem por Pug »

Isso é discutível (o fato de cristãos terem praticado chacinas nas cruzadas).


:emoticon266:
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Fernando Silva
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Fernando Silva »

Alter-ego escreveu:Sendo que todos esses países têm que recorrer ao calendário cristão quando partem para relações internacionais... :emoticon1:

Assim como usam o inglês que, no momento, é a língua universal, como já foram tantas outras, cada uma em sua época. Quem tem o poder, impõe seus costumes.

Além disto, o nascimento de Jesus não provocou essa divisão entre a.C. e d.C.. Ela é artificial, decretada pela Igreja de Roma quando teve poder secular para isto, séculos depois do suposto nascimento.
Alter-ego escreveu:Errado de novo!
Não há consenso quanto à existência de um jesus divino. O jesus histórico é histórico.

Não, não há. O que há é a suposição de que, para que um movimento tivesse tal força, deve ter se originado de algum líder, só que não há nada sobre esse líder. Ele pode ter sido qualquer coisa. Pode não ter nada a ver com o Jesus da Bíblia.
Alter-ego escreveu:Sim. Os seus seguidores contaram sobre sua morte e sobre como ficaram decepcionados com isso.

Masssss ... depois inventaram uma ressurreição e uma subida aos céus, para compensar.

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Pug
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Mensagem por Pug »

samael escreveu:De minha parte, preferiria que as pessoas expressassem sua religiosidade livremente, sem se apegar a dogmas institucionalizados. E ainda espero ver um mundo assim. De resto, é o "sujo" falando do "mal lavado".


Também eu.
Fico perplexo com a cegueira, preciso de grandes doses de antidoto para não ser contaminado...
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Fernando Silva
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Fernando Silva »

Alter-ego escreveu:Embora não seja "meu livro", cite-me uma passagem em que a Biblia, ou apenas o Pentateuco, permita o uso do terror como forma de disseminação da religião.

Pensando bem, talvez usar o terror para disseminar a religião seja melhor que simplesmente exterminar os povos que têm outros deuses, como fez Javé, sem lhes dar chance de escolher.
Alter-ego escreveu:Os javistas vivem exterminando os que cultuam outros deuses nos "lugares altos".
Uma Lei de um Estado teocrático, para pessoas que aceitaram viver como tal; não uma imposição ao mundo.

Teocracias impõem coisas. Não são democráticas. Sim, as pessoas podem aceitar viver sob elas porque não têm para onde ir, mas estão sempre sob risco de serem punidas e até mortas.
Isto não é "aceitar".
Alter-ego escreveu:Deus ameaça com fome, seca, guerras, grávidas com barriga rasgada, filhas prostituídas etc.
E cumpre, várias vezes.
Provas? Isto também pressupõe a crença na veracidade da Bíblia.

Não importa se é verdade. O que importa é que os cristãos acham que é verdade e se comportam de acordo. O livro de Josué lhes dá o "direito" de organizar cruzadas para expulsar os habitantes de terras distantes só porque não aceitam o cristianismo.
Alter-ego escreveu:Não se pode dizer o mesmo quanto a Maomé (não resta dúvidas de que existiu e matou) e fez isso sobre territórios sobre os quais não possuía qualquer raiz histórica ou pretensão nacional mas, apenas, por fundamentalismo religioso, o qual serviu, em toda a sua história, como fator de legitimação da violência. Ao contrário do judaísmo e do cristianismo, com outras origens e que hoje ocupam papéis bem diversos na história humana.

Os europeus tinham tantos direitos sobre a Palestina quanto Maomé sobre a Europa.

Quanto ao cristianismo, sua história está encharcada de sangue e, se não age mais com a brutalidade de antes, é porque a sociedade laica o colocou no seu devido lugar no final do século 19 (Garibaldi, por exemplo, que confinou o papa aos limites do Vaticano e lhe retirou o poder secular).

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Fernando Silva
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Fernando Silva »

Alter-ego escreveu:O fato é que Jesus não podia ser fariseu. Não faz sentido alguém criticar tão duramente os fariseus, suas doutrinas pessoais, seus costumes e até chama-los de filhos do diabo e no fim ser... fariseu! Isso é ilógico, Fernando.

Foram os evangelistas que criticaram os fariseus. Não sabemos o que o suposto Jesus teria dito. Se ele existiu, o mais provável é que tenha sido fariseu, possívelmente com influências essênias. Saduceu é que não era.

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Alter-ego
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Mensagem por Alter-ego »

E lá vamos nós de novo!
Por partes... :emoticon13:
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Alter-ego »

Lord of Dreams escreveu:Ainda que tudo fosse assim, o argumento principal, que estávamos discutindo, se manteria: Não é algo novo.

Não tão importante para o argumento aqui, mas ainda assim digno de nota, é que as datas de escrita dos Evangelhos não são consensuais.

Mas, o principal é que os celtas não viveram somente na Irlanda ou nas ilhas britânicas. Em 800 a.C. eles já eram encontrados na Gália e na Península Ibérica. O Império Romano chegou à Península Ibérica no século II a.C, e na Gália no século I a.C. Logo, mesmo que consideremos que os evangelhos foram todos escritos no século I d.C, os romanos já estavam em contato com a cultura celta há pelo menos 3 séculos quando terminada a escrita dos evangelhos.

Pode não ser novo. Já admiti isso. Mas é um elemento absolutamente estranho à cultura palestina. Não há qualquer indício de que Jesus, os seus primeiros seguidores, tenham entrado em contato com tal idéia.
Pelo contrário, Maomé antes de receber a "revelação" esteve em contato direto com cristãos e judeus e um dos seus assessores pessoais era um católico apostatado. Provavelmente sua primeira mulher era de origem judia. Logo...
Agora, se você só aceitar como semelhança uma história com detalhes exatamente iguais (um homem e doze apóstolos sentados em uma mesa para comer, etc...), então, neste nível, são diversas as novidades do islamismo também: as orações com posições diferentes e direção geográfica bem definida, o jejum com duração de um mês, a peregrinação a Meca, etc...

Errado! Nenhuma dessas coisas é invenção islâmica e, diferentemente do exemplo que você citou dos celtas e cristãos, esses costumes muçulmanos são importados de tradições religiosas anteriores, históricamente, e próximas, geograficamente, logo...

É mesmo? A pergunta é: que tradições são estas?

Explico. Por exemplo, o costume de utilizar a Qibla em orações é tão importado dos costumes mosaicos, que, no princípio, Maomé utilizava como Qibla não a "sagrada" Meca, mas Jerusalém, sabia?
O costume de não comer carne de porco também é importado dos judeus.
A oração com genuflexão completa (prostado ao chão) é comum aos povos orientais.
E o mesmo podemos fazer com as demais tradições maometanas.
E, antes que venha fazer aproximações com o cristianismo, como já disse, há uma diferença brutal em saber que determinado grupo pratica determinada tradição também praticada por um outro povo distante, geografica ou historicamente, e com o qual não teve contato e saber que um grupo passou a usar tal tradição imediatamente após entrar em contato com outro.

Agora, se você quer exemplos específicos, lá vai:

"O amor ao mundo é a raiz de todo o mal". Os muçulmanos interpetram nesta passagem que Maomé se referia ao materialismo, a dar mais valor às "coisas materiais" do que à fé.

Imitação da Bíblia. E sem importância naquilo que estamos falando.


Primeiro: Muito importante naquilo que estamos falando. Você argumentou, lá no início, que o Islã pregava a violência e o Cristianismo não. Quando demonstradas passagens que mostravam a violência também na Bíblia, você argumentou que estavam em linguagem figurada. Te mostrei, com esta passagem, que a linguagem figurada também pode ser usada para explicar os ditos de Maomé.

Segundo: Imitação da Bíblia? Prove. :emoticon13:

Primeiro. Falei que era absolutamente irrelevante porque este trecho não prega qualquer violência...
Segundo: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." 1 João II,15. Provado? :emoticon4:

"Se você encontrar alguém fazendo o que fez o povo de Lot, mate aquele que faz e aquele a quem é feito". Os muçulmanos em geral interpetram esta passagem como uma ordem para "matar o mal" existente dentro daquelas pessoas.

Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
Interpretação absurda...
No máximo alguém pode matar o mal que tem dentro de si. Mas, matar o mal que está dentro de outro? Só matando o outro junto, também.


Engraçado, então por que mesmo Jesus mandou que seus apóstolos pregassem ao povo? Ou que os padres e missionários saem em pregação pelo mundo? E para que existe o exorcismo mesmo? E a parábola do bom semeador?

Olha, de novo a interpretação incorreta...
Pregar a outrem, não significa matar o mal que há em outrem. Ninguém pode matar o mal que há no outro, se este assim não o quiser. Só mesmo se matar o outro junto.

Não, a questão é que nós por aqui acompanhamos os tratados e acordos em inglês, espanhol, francês ou português, todos países com o calendário cristão. As versões em japonês e árabe tem datação segundo o calendário daqueles países...

E?... Para a história mundial continua valendo o calendário cristão. Ou algum desses países pretende viver isolado?

Não, você está errado. Uma das principais questões levantadas pelos historiadores que consideram falsa a existência de um jesus histórico é a absoluta falta de menção dele pelos historiadores, romanos, judeus e gentios, quanto à sua existência. As únicas poucas passagens de historiadores que se referem a um jesus, apareceram apenas séculos mais tardes, e todas tem sua veracidade contestada (das duas de Flávio Josefo, por exemplo, uma entra claramente em conflito com o estilo de texto de todo o restante do livro, e só aparece em uma versão guardada por um cristão, sendo que outras duas não as tem. E a outra aparece somente em um livro guardado também por cristãos, e não se ouviu falar nela antes do século VI).

Reconheço o que me diz. No entanto, crer que um movimento do porte do cristianismo se originou do nada, ou apenas da ilusão coletiva de meia dúzia de pescadores iletrados chega a ser mais difícil que crer em milagres.

Não, eles contaram sobre a aparente morte de jesus, o como a fé dos apóstolos "falhou" naquele momento, sobre a ressureição, que "demonstrou" o aspecto divino de jesus e como esta ressureição mostrou que eles estavam errados em duvidar. Histórias de "fracassos" de jesus não há na bíblia. Não há uma história onde ele tenha tentado curar alguém e não tenha conseguido, ou onde ele tenha caído na tentação, etc... Sua prisão, condenação, crucificação e morte são apresentadas como "coisas que aconteceram porque ele permitiu que acontecessem", porque eram necessárias "para que jesus completasse sua missão".

Eles não falaram de morte aparente. Quem defendeu esta tese foi um grupo esotérico, lá dos primórdios do cristianismo, que não cria que deus pudesse morrer.

Não, não é, tanto que o Corão reconhece a validade da bíblia, apenas considera a mesma um livro "subalterno" ao Corão. Tanto é assim que o Corão não renega a alegação de "origem divina" nem do judaísmo nem do cristianismo, afirma tão somente que eles "se desviaram do caminho", e que o Islã veio para corrigir este desvio. Logo, o jesus bíblico é exatamente o jesus considerado um profeta pelos muçulmanos (e a diferença de interpretação se resume a que para a maior parte dos cristãos, jesus era deus, enquanto para os muçulmanos, ele foi um profeta, apenas diferentes interpretações de certas passagens da bíblia).

O corão reconhece, parcialmente, a legitimidade da Bíblia e dos seguidores do Livro. Mas crê que a história de Jesus foi totalmente deturpada. Tanto que não creem no jesus dos evangelhos, mas no jesus do corão. Que é bem diferente. Por isso continuo sustentando minha tese anterior.
Não importa as críticas que você fizer ao Islã, elas poderão ser rebatidas com os argumentos que você usa para rebater as críticas ao cristianismo. E poderão ser refeitas ao cristianismo utilizando também a mesma estrutura. Mais uma vez, tudo vai depender somente do ponto de vista adotado, e mais uma vez, vão resultar em nada de útil para o mundo...

Errado, como acabei de demonstrar... :emoticon1:


Só que você não demonstrou. Você fez afirmações e não demonstrou os fundamentos para tais afirmações, exatamente como fez o imperador bizântino e o papa, ao repetir as palavras do imperador... :emoticon13:

Não mesmo? :emoticon4:
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Alter-ego
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Mensagem por Alter-ego »

Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:O ponto central era se realmente poderia existir, como Avicenas, um "cristão" que praticava a filosofia. :emoticon4:

Sim. E eles foram muitos.


Na Idade Média?!:emoticon5:

Sim. Aliás, lhe recomendo uma leitura: Idade Média - o que não nos ensinaram, de Régine Pernoud. Muito bom, mesmo!

Samael escreveu:Porra, Igor, eu posso muito bem utilizar minha liberdad de expressão e ser hipócrita. Posso olhar na cara do Rosa e dizer: "Teu time é uma merda e o meu não é." Usei minha liberdade de expressão e fui hipócrita, visto que o Vasco tem Jean e Faioli no ataque.

Troque as figuras agora, foi exatamente isto que o Ratzinger fez.

Não sei porque essas voltas todas...

Usando sua analogia, você gostaria que o Rosa lhe desse uns tapas por dizer isso e lhe ameaçasse de morte por causa disso?
Pois... Parece que é o que você e outros estão querendo que eu ache normal!
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Alter-ego »

Fernando Silva escreveu:Pensando bem, talvez usar o terror para disseminar a religião seja melhor que simplesmente exterminar os povos que têm outros deuses, como fez Javé, sem lhes dar chance de escolher.[/quote
Você não pode provar que Javé existe, nem que tenha matado ninguém. Mas sabe que Maomé existiu, matou e mandou matar.

Teocracias impõem coisas. Não são democráticas. Sim, as pessoas podem aceitar viver sob elas porque não têm para onde ir, mas estão sempre sob risco de serem punidas e até mortas.
Isto não é "aceitar".

Mas, como já demonstrei, por indução, não houve imposição de uma teocracia ao povo hebreu.

Não importa se é verdade. O que importa é que os cristãos acham que é verdade e se comportam de acordo. O livro de Josué lhes dá o "direito" de organizar cruzadas para expulsar os habitantes de terras distantes só porque não aceitam o cristianismo.

Josué nao era cristão. Portanto não organizou cruzada alguma.

Os europeus tinham tantos direitos sobre a Palestina quanto Maomé sobre a Europa.

Quanto ao cristianismo, sua história está encharcada de sangue e, se não age mais com a brutalidade de antes, é porque a sociedade laica o colocou no seu devido lugar no final do século 19 (Garibaldi, por exemplo, que confinou o papa aos limites do Vaticano e lhe retirou o poder secular).

Não disse que europeus tinham direito à palestina. Disse que tinham direito de ir e, livremente, prestar seu culto na palestina.
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Flavio Costa
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Flavio Costa »

Alter-ego escreveu:O fato é que Jesus não podia ser fariseu. Não faz sentido alguém criticar tão duramente os fariseus, suas doutrinas pessoais, seus costumes e até chama-los de filhos do diabo e no fim ser... fariseu! Isso é ilógico, Fernando.

É mesmo? Então leia o que o Poindexter escreve sobre os brasileiros.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006

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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Lord of Dreams »

Alter-ego escreveu:
Lord of Dreams escreveu:Ainda que tudo fosse assim, o argumento principal, que estávamos discutindo, se manteria: Não é algo novo.

Não tão importante para o argumento aqui, mas ainda assim digno de nota, é que as datas de escrita dos Evangelhos não são consensuais.

Mas, o principal é que os celtas não viveram somente na Irlanda ou nas ilhas britânicas. Em 800 a.C. eles já eram encontrados na Gália e na Península Ibérica. O Império Romano chegou à Península Ibérica no século II a.C, e na Gália no século I a.C. Logo, mesmo que consideremos que os evangelhos foram todos escritos no século I d.C, os romanos já estavam em contato com a cultura celta há pelo menos 3 séculos quando terminada a escrita dos evangelhos.

Pode não ser novo. Já admiti isso. Mas é um elemento absolutamente estranho à cultura palestina. Não há qualquer indício de que Jesus, os seus primeiros seguidores, tenham entrado em contato com tal idéia.
Pelo contrário, Maomé antes de receber a "revelação" esteve em contato direto com cristãos e judeus e um dos seus assessores pessoais era um católico apostatado. Provavelmente sua primeira mulher era de origem judia. Logo...


Alter-Ego, os romanos tinham contato com tal cultura há séculos. Os romanos chegaram à Palestina. Os romanos entraram em contato com o povo da Palestina, e ambas as culturas, como em qualquer contato entre culturas, trocaram elementos, se influenciaram. Existiam pagãos, além de romanos, na antiga Palestina, logo não há como garantir que não havia conhecimento da cultura pagã na época (aliás, é altamente improvável que não houvesse), e que esta não tenha influenciado a simbologia e a mitologia cristã.

Alter-ego escreveu:
Agora, se você só aceitar como semelhança uma história com detalhes exatamente iguais (um homem e doze apóstolos sentados em uma mesa para comer, etc...), então, neste nível, são diversas as novidades do islamismo também: as orações com posições diferentes e direção geográfica bem definida, o jejum com duração de um mês, a peregrinação a Meca, etc...

Errado! Nenhuma dessas coisas é invenção islâmica e, diferentemente do exemplo que você citou dos celtas e cristãos, esses costumes muçulmanos são importados de tradições religiosas anteriores, históricamente, e próximas, geograficamente, logo...

É mesmo? A pergunta é: que tradições são estas?

Explico. Por exemplo, o costume de utilizar a Qibla em orações é tão importado dos costumes mosaicos, que, no princípio, Maomé utilizava como Qibla não a "sagrada" Meca, mas Jerusalém, sabia?
O costume de não comer carne de porco também é importado dos judeus.
A oração com genuflexão completa (prostado ao chão) é comum aos povos orientais.
E o mesmo podemos fazer com as demais tradições maometanas.
E, antes que venha fazer aproximações com o cristianismo, como já disse, há uma diferença brutal em saber que determinado grupo pratica determinada tradição também praticada por um outro povo distante, geografica ou historicamente, e com o qual não teve contato e saber que um grupo passou a usar tal tradição imediatamente após entrar em contato com outro.


A obrigatoriedade da Qibla não existe em qualquer religião anterior ao islamismo, Alter-Ego.
A proibição de comer carne de porco eu não aleguei ser exclusiva dos muçulmanos.
As horações com diversas posições não são encontradas em outras religiões anteriores ao islamismo, que foi meu argumento inicial.
Quanto ao cristianismo, como falei acima, a probabilidade que os primeiros cristãos tenham tido contato com tradições pagãs é alta, por terem tido contato com os romanos.

Alter-ego escreveu:
Agora, se você quer exemplos específicos, lá vai:

"O amor ao mundo é a raiz de todo o mal". Os muçulmanos interpetram nesta passagem que Maomé se referia ao materialismo, a dar mais valor às "coisas materiais" do que à fé.

Imitação da Bíblia. E sem importância naquilo que estamos falando.


Primeiro: Muito importante naquilo que estamos falando. Você argumentou, lá no início, que o Islã pregava a violência e o Cristianismo não. Quando demonstradas passagens que mostravam a violência também na Bíblia, você argumentou que estavam em linguagem figurada. Te mostrei, com esta passagem, que a linguagem figurada também pode ser usada para explicar os ditos de Maomé.

Segundo: Imitação da Bíblia? Prove. :emoticon13:

Primeiro. Falei que era absolutamente irrelevante porque este trecho não prega qualquer violência...
Segundo: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." 1 João II,15. Provado? :emoticon4:


Primeiro: Mas não estávamos falando somente de violência, falávamos do uso do argumento interpretativo, e neste ponto é altamente relevante.
Segundo: Não. Você demonstrou que, como eu afirmei várias vezes, as duas religiões tem "ensinamentos" e estruturas muito parecidas. Mas não há como afirmar que o ensinamento de Maomé tenha origem no trecho bíblico.

Alter-ego escreveu:
"Se você encontrar alguém fazendo o que fez o povo de Lot, mate aquele que faz e aquele a quem é feito". Os muçulmanos em geral interpetram esta passagem como uma ordem para "matar o mal" existente dentro daquelas pessoas.

Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...
Interpretação absurda...
No máximo alguém pode matar o mal que tem dentro de si. Mas, matar o mal que está dentro de outro? Só matando o outro junto, também.


Engraçado, então por que mesmo Jesus mandou que seus apóstolos pregassem ao povo? Ou que os padres e missionários saem em pregação pelo mundo? E para que existe o exorcismo mesmo? E a parábola do bom semeador?

Olha, de novo a interpretação incorreta...
Pregar a outrem, não significa matar o mal que há em outrem. Ninguém pode matar o mal que há no outro, se este assim não o quiser. Só mesmo se matar o outro junto.


Isso é interpretação sua, não é obrigatoriamente a única interpretação possível. Ao convencer alguém a não praticar um crime, ou deixar de praticar crimes, posso afirmar que "matei o mal que nele havia", sem que tivesse matado o indivíduo para isso. Inclusive, tal afirmação não estaria absolutamente em desacordo com diversas feitas da Bíblia.

Alter-ego escreveu:
Não, a questão é que nós por aqui acompanhamos os tratados e acordos em inglês, espanhol, francês ou português, todos países com o calendário cristão. As versões em japonês e árabe tem datação segundo o calendário daqueles países...

E?... Para a história mundial continua valendo o calendário cristão. Ou algum desses países pretende viver isolado?


Não, para a história ocidental, esmagadoramente cristã ou de influência cristã, continua valendo o calendário cristão. Vá ao Oriente Médio, ou ao Sudeste da Ásia, que você passará um bom tempo perdido nas datas. Da mesma forma que, ao vir negociar conosco, eles tem que se adaptar a alguns costumes nossos, nós, ao irmos negociar com eles, temos que nos adaptar a costumes deles. Tanto é assim que ao chegar na Arábia Saudita, nossas mulheres tem que andar com o xador, mesmo que não compartilhem do costume. Você está dando definições do que é e de como funciona o mundo unicamente a partir da sua vivência, sendo que as relações internacionais não são tão "simples" assim.

Alter-ego escreveu:
Não, você está errado. Uma das principais questões levantadas pelos historiadores que consideram falsa a existência de um jesus histórico é a absoluta falta de menção dele pelos historiadores, romanos, judeus e gentios, quanto à sua existência. As únicas poucas passagens de historiadores que se referem a um jesus, apareceram apenas séculos mais tardes, e todas tem sua veracidade contestada (das duas de Flávio Josefo, por exemplo, uma entra claramente em conflito com o estilo de texto de todo o restante do livro, e só aparece em uma versão guardada por um cristão, sendo que outras duas não as tem. E a outra aparece somente em um livro guardado também por cristãos, e não se ouviu falar nela antes do século VI).

Reconheço o que me diz. No entanto, crer que um movimento do porte do cristianismo se originou do nada, ou apenas da ilusão coletiva de meia dúzia de pescadores iletrados chega a ser mais difícil que crer em milagres.


Mas quem disse que o cristianismo se originou "do nada" ou "da ilusão coletiva" de meia dúzia de pescadores iletrados"? A antiga religião grega é complexa e rica em significados simbólicos e lendas bem estruturadas. Ela é verdadeira por causa disso? Ela surgiu "do nada"? Movimentos religiosos, em sua maioria, surgem de costumes e interpretações antigas de um povo, e dos choques que estes costumes tem com outros diferentes. São fruto da cultura e das relações interculturais, não são "frutos do nada" ou de "alucinação coletiva". Ou a existência de um Rama no hinduísmo, de um Hércules na mitologia grega e de um Cuchullain na mitologia celta implicam necessariamente na existência de um Rama, de um Hércules e de um Cuchullain históricos?

Alter-ego escreveu:
Não, eles contaram sobre a aparente morte de jesus, o como a fé dos apóstolos "falhou" naquele momento, sobre a ressureição, que "demonstrou" o aspecto divino de jesus e como esta ressureição mostrou que eles estavam errados em duvidar. Histórias de "fracassos" de jesus não há na bíblia. Não há uma história onde ele tenha tentado curar alguém e não tenha conseguido, ou onde ele tenha caído na tentação, etc... Sua prisão, condenação, crucificação e morte são apresentadas como "coisas que aconteceram porque ele permitiu que acontecessem", porque eram necessárias "para que jesus completasse sua missão".

Eles não falaram de morte aparente. Quem defendeu esta tese foi um grupo esotérico, lá dos primórdios do cristianismo, que não cria que deus pudesse morrer.


Retire a morte aparente, o argumento permanece o mesmo. Não é uma história de fracasso, mas de um deus que conseguiu vencer o pior inimigo de todos: a morte. Ele é tão poderoso que foi capaz de, após ser morto, voltar à vida. "Quando tudo parecia perdido, eis que ele apareceu" é um argumento muito usado em história de heróis, para criar um climax dramático e para demonstrar o poder e a persistência do herói, não se configurando como um fracasso deste.

Alter-ego escreveu:
Não, não é, tanto que o Corão reconhece a validade da bíblia, apenas considera a mesma um livro "subalterno" ao Corão. Tanto é assim que o Corão não renega a alegação de "origem divina" nem do judaísmo nem do cristianismo, afirma tão somente que eles "se desviaram do caminho", e que o Islã veio para corrigir este desvio. Logo, o jesus bíblico é exatamente o jesus considerado um profeta pelos muçulmanos (e a diferença de interpretação se resume a que para a maior parte dos cristãos, jesus era deus, enquanto para os muçulmanos, ele foi um profeta, apenas diferentes interpretações de certas passagens da bíblia).

O corão reconhece, parcialmente, a legitimidade da Bíblia e dos seguidores do Livro. Mas crê que a história de Jesus foi totalmente deturpada. Tanto que não creem no jesus dos evangelhos, mas no jesus do corão. Que é bem diferente. Por isso continuo sustentando minha tese anterior.


O Corão não considera que a história de jesus foi "totalmente deturpada". Ele diz que a interpretação das palavras de jesus foram deturpadas, e que alguns trechos da Bíblia, modificados posteriormente, foram deturpados. A maior parte da Bíblia é considerada válida. Por isso, mantenho meu argumento anterior. :emoticon13:


Alter-ego escreveu:
Não importa as críticas que você fizer ao Islã, elas poderão ser rebatidas com os argumentos que você usa para rebater as críticas ao cristianismo. E poderão ser refeitas ao cristianismo utilizando também a mesma estrutura. Mais uma vez, tudo vai depender somente do ponto de vista adotado, e mais uma vez, vão resultar em nada de útil para o mundo...

Errado, como acabei de demonstrar... :emoticon1:


Só que você não demonstrou. Você fez afirmações e não demonstrou os fundamentos para tais afirmações, exatamente como fez o imperador bizântino e o papa, ao repetir as palavras do imperador... :emoticon13:

Não mesmo? :emoticon4:


Não mesmo. :emoticon13:

Você desta vez explicou melhor onde baseia suas afirmações, mas ainda assim não tirou qualquer espaço que me permita alegar sobre o cristianismo, usando o mesmo método usado pelo imperador e reiterado pelo Papa, o que foi alegado sobre o Islamismo. Nem demonstrou qual é o "grande ganho" que alguém, além das organizações terroristas, teve com as declarações do Papa...

Estou fazendo o papel de "advogado do diabo" aqui, mas não defendo a reação de boa parte da comunidade muçulmana, e tão pouco defendo o Islã. A questão central que levantei lá no primeiro post, e que mantenho aqui, é que o tipo de afirmação feita pelo Papa não leva a nada, e pode muito bem ser feita em relação ao cristianismo, adotando-se o mesmo ponto de vista. Repito isso em todos os posts para que não percamos o argumento de vista, e este é o que, na minha opinião, você ainda não rebateu.
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Fernando Silva
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Fernando Silva »

Alter-ego escreveu:Pode não ser novo. Já admiti isso. Mas é um elemento absolutamente estranho à cultura palestina. Não há qualquer indício de que Jesus, os seus primeiros seguidores, tenham entrado em contato com tal idéia.

Os gálatas, para quem Paulo escreveu uma epístola, eram celtas.
De qualquer modo, não precisamos dos celtas. Os persas, que tanto influenciaram os judeus, tinham o ritual da "soma", que os zoroastristas seguem até hoje: a carne de um animal sacrificado e uma bebida preparada com uma planta chamada "soma", considerada curativa.
O conceito de comer o corpo do deus e beber seu sangue não era novidade.
Alter-ego escreveu:Reconheço o que me diz. No entanto, crer que um movimento do porte do cristianismo se originou do nada, ou apenas da ilusão coletiva de meia dúzia de pescadores iletrados chega a ser mais difícil que crer em milagres.

E o islamismo, que se originou das alucinações de um analfabeto, que conseguiu um punhado de discípulos? Cresceu bem mais depressa que o cristianismo.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Fernando Silva »

Alter-ego escreveu:Você não pode provar que Javé existe, nem que tenha matado ninguém. Mas sabe que Maomé existiu, matou e mandou matar.

E daí? Os judeus não tinham Maomé, mas tinham seus profetas, que mandavam matar do mesmo jeito.
Alter-ego escreveu:Mas, como já demonstrei, por indução, não houve imposição de uma teocracia ao povo hebreu.

Não, não demonstrou. O que significa o massacre dos seguidores dos outros deuses por Josias (II Reis 22:08-11)?
Alter-ego escreveu:Josué nao era cristão. Portanto não organizou cruzada alguma.

Você está "argumentando" igualzinho ao Pensador. Eu não disse que Josué era cristão. Eu disse que os cristãos se julgaram no direito de exterminar os árabes assim como Josué tinha exterminado os cananeus.
Acho que você está virando crente...
Alter-ego escreveu:Não disse que europeus tinham direito à palestina. Disse que tinham direito de ir e, livremente, prestar seu culto na palestina.

Não, não tinham. Se os árabes não os queriam por lá, eles tinham que aceitar, e não ir lá e massacrar todo mundo em nome de algum deus idiota.
A religião não dá a ninguém o direito de invadir a terra dos outros.

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Pug
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Mensagem por Pug »

Alter-Ego escreveu:...não lhes cabe o direito de questionar qualquer liberdade alheia.


Liberdade e democracia...

"Não haverá misericórdia! "



Evangelho: Lc 6, 31-36

Amai vossos inimigos, fazei bem àqueles que vos desejam o mal. Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso.

Mateus 5 - 39

Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;

7:1 Não julgueis, para que não sejais julgados.
7:2 Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
7:3 E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
7:4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
7:5 Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.


Muito bom conselho, melhor eu arranjar um escudo:

7:6 Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.

...

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Lord of Dreams
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Lord of Dreams »

Fernando Silva escreveu:
Alter-ego escreveu:Pode não ser novo. Já admiti isso. Mas é um elemento absolutamente estranho à cultura palestina. Não há qualquer indício de que Jesus, os seus primeiros seguidores, tenham entrado em contato com tal idéia.

Os gálatas, para quem Paulo escreveu uma epístola, eram celtas.
De qualquer modo, não precisamos dos celtas. Os persas, que tanto influenciaram os judeus, tinham o ritual da "soma", que os zoroastristas seguem até hoje: a carne de um animal sacrificado e uma bebida preparada com uma planta chamada "soma", considerada curativa.
O conceito de comer o corpo do deus e beber seu sangue não era novidade.


Fernando, vou ainda complementar com um ponto: :emoticon13:

As tropas romanas na palestina eram tropas auxiliares, que eram compostas em sua maioria não por "romanos legítimos", mas por mercenários e legionários provenientes de povos "bárbaros" da Hispânia, Lusitânia, Gália e Germânia. Mais pagãos para influenciar os princípios do cristianismo...
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Tranca
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Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Tranca »

22/09/2006 - 08h48

Bento 16 receberá embaixadores de países muçulmanos na segunda
da France Presse, em Roma / da Folha Online

O papa Bento 16 receberá na próxima segunda-feira (25) embaixadores dos países muçulmanos reconhecidos na Santa Sé, assim como os líderes da comunidade muçulmana de Roma, anunciou nesta sexta-feira a imprensa italiana.

A reunião ocorre em conseqüência da recente polêmica com o mundo muçulmano desencadeada pelas declarações do papa sobre o islã em sua viagem à Alemanha.

A reunião será na residência de verão do papa em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma.

A imprensa italiana já havia comentado sobre a possibilidade de uma "cúpula" entre o papa e os embaixadores dos países muçulmanos reconhecidos no Vaticano, em meio à ofensiva diplomática desencadeada pela Santa Sé para explicar as opiniões através dos núncios (embaixadores).

Apesar das explicações do papa para suas palavras sobre o islã e o profeta Maomé terem diminuído a tensão, muitos clérigos muçulmanos as consideraram "insuficientes".

As manifestações de repúdio às palavras de Bento 16 reuniram milhares de muçulmanas em vários países, gerando até declarações de importantes líderes islâmicos.

Nesta quarta-feira (20), o papa afirmou que nutre um "respeito profundo" pelo islã e que espera que as declarações que deu durante um discurso na Alemanha na semana passada-- que causaram indignação entre muçulmanos -- possam levar ao diálogo entre as religiões.

O sumo pontífice admitiu que seus comentários podem causar interpretações equivocadas, mas afirmou que não pretendia fazer "uma imagem negativa do islã".

"Eu espero que, em vários momentos da visita (...) meu respeito profundo pelas religiões, particularmente a muçulmana, que está engajada com a defesa e a promoção da justiça social, dos valores morais, da paz e da liberdade para todos os homens, tenha ficado claro", disse o papa durante sua audiência semanal no Vaticano.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 0281.shtml
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"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."

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Samael
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Mensagem por Samael »

Alter-ego escreveu:
Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:O ponto central era se realmente poderia existir, como Avicenas, um "cristão" que praticava a filosofia. :emoticon4:

Sim. E eles foram muitos.


Na Idade Média?!:emoticon5:

Sim. Aliás, lhe recomendo uma leitura: Idade Média - o que não nos ensinaram, de Régine Pernoud. Muito bom, mesmo!

Samael escreveu:Porra, Igor, eu posso muito bem utilizar minha liberdad de expressão e ser hipócrita. Posso olhar na cara do Rosa e dizer: "Teu time é uma merda e o meu não é." Usei minha liberdade de expressão e fui hipócrita, visto que o Vasco tem Jean e Faioli no ataque.

Troque as figuras agora, foi exatamente isto que o Ratzinger fez.

Não sei porque essas voltas todas...

Usando sua analogia, você gostaria que o Rosa lhe desse uns tapas por dizer isso e lhe ameaçasse de morte por causa disso?
Pois... Parece que é o que você e outros estão querendo que eu ache normal!


Valeu pela indicação da obra. Não sou fã de Idade Média e o meu conhecimento acerca do assunto se resume a Le Goff, Courvisier e Hilário Franco Jr. Quando eu puder, dou uma olhada e confiro. Até agora não creio poder existir dissociação entre cristianismo e filosofia até o advento nominalista.

Quanto à sua segunda parte, eu não quero que você ache nada normal, apenas quero que você encare os fatos: o Bentão fez uma burrada sem tamanho. Primeiro, porque acirrou ânimos em vão. Segundo, porque foi hipócrita. Terceiro, porque desrespeitou boa parte de um mundo que possui uma mentalidade EXTREMAMENTE diferente da nossa, um mundo onde a liberdade de expressão se limita ao ponto em que o outro se considera agredido.

Em momento algum eu concordei com a postura dos radicais islâmicos, mas também não sou eu o idiota a lançar juízo de valor a troco de nada. Prefiro tentar entender. E é esse entendimento que eu tive que estou tentando demonstrar a você.

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Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Lúcifer »

Nostradamus um dia disse que neste século em que vivemos, só restariam apenas dois papas antes de a Igreja Católica cair de vez. Segundo as suas previsões, o papamonha Chico Bento é o penúltimo, isso quer dizer que só restará um papa em toda a história do Vaticano.

Se o próximo papamonha for que nem o alemão, então pode ser que a profecia se realize de verdade.
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Alter-ego »

Flavio Costa escreveu:
Alter-ego escreveu:O fato é que Jesus não podia ser fariseu. Não faz sentido alguém criticar tão duramente os fariseus, suas doutrinas pessoais, seus costumes e até chama-los de filhos do diabo e no fim ser... fariseu! Isso é ilógico, Fernando.

É mesmo? Então leia o que o Poindexter escreve sobre os brasileiros.
A analogia não procede, Flavinho. O Poindexter, assim como todo o mundo, não teve a oportunidade de escolher aonde gostaria de nascer. Mas qualquer pode escolher o grupo religioso do qual queira fazer parte. Logo, não faz sentido alguém ser membro de um grupo religioso e tecer críticas duríssimas ao mesmo.
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Re: Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Alter-ego »

Primeiramente, gostaria de parabenizar o forista Lord pelo nível do debate e pela capacidade argumentativa. É sempre bom debater (ainda que num debate entre advogados do diabo :emoticon12:) quando o "oponente" mantém o bom nível da argumentação, referencia seu pensamento e mantém o equilíbrio.
Saudações cordiais! :emoticon1:

Agora vamos ao ponto. Creio que já chegamos ao nó górdio da questão e, deste ponto em diante, talvez tudo passe a se mover em circulos. De qualquer forma, lanço mais uma réplica:
Lord of Dreams escreveu:Alter-Ego, os romanos tinham contato com tal cultura há séculos. Os romanos chegaram à Palestina. Os romanos entraram em contato com o povo da Palestina, e ambas as culturas, como em qualquer contato entre culturas, trocaram elementos, se influenciaram. Existiam pagãos, além de romanos, na antiga Palestina, logo não há como garantir que não havia conhecimento da cultura pagã na época (aliás, é altamente improvável que não houvesse), e que esta não tenha influenciado a simbologia e a mitologia cristã.

Sim, judeus e romanos estiveram em contato com pagãos já que, para eles, todos os demais povos eram pagãos. :emoticon13:
Certamente este contato gerou influência mútuas. E, talvez, nunca seja possível determinar se o conto dos celtas influenciou ou não a Jesus. Eu continuo crendo que não, por imaginar que, caso tenha se superado as distâncias físicas e históricas, neste caso, provavelmente teríamos chegado a algo como um "telefone sem fio" e, na Palestina, já não seria possível repetir tão "nitidamente" a mesma história.
Isso, a presença desses elementos, nem chegaria a ser um problema para o cristianismo, visto que: "Porquanto o que se pode conhecer de Deus eles [os pagãos] o lêem em si mesmos, pois Deus lho revelou com evidência. Desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, o seu sempiterno poder e divindade, se tornam visíveis à inteligência, por suas obras; de modo que não se podem escusar” (Rm I,19-20).

De qualquer forma, esta não é a única novidade da doutrina de Jesus. Poderíamos levar a discussão para outros pontos.
Talvez, uma das novidades interessantes de se colocar é o absoluto caráter exotérico do Cristianismo. Todas, eu disse todas, as religiões espalhadas pela Terra, possuem, ao menos, uma vertente esotérica. Isso é um traço altamente recorrentes. A religião exotérica é ensinada aos simples mortais, e a exotérica a um circulo, restrito, de iniciado.´
É assim no judaísmo (kabalah), no Maometanismo (sufismo), e nas demais religiões.
No cristianismo tal distinção é inexistente. Embora algum tenham tido a pretensão de fazer um "esoterismo cristãos", estes nada mais eram que esotéricos que incluíram Jesus na sua lista de avatares, posto que Cristianismo e Esoterismo são duas idéias auto-escludentes: “Não há nada encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido" Mt X, 26. :emoticon13:

A obrigatoriedade da Qibla não existe em qualquer religião anterior ao islamismo, Alter-Ego.
A proibição de comer carne de porco eu não aleguei ser exclusiva dos muçulmanos.
As horações com diversas posições não são encontradas em outras religiões anteriores ao islamismo, que foi meu argumento inicial.
Quanto ao cristianismo, como falei acima, a probabilidade que os primeiros cristãos tenham tido contato com tradições pagãs é alta, por terem tido contato com os romanos.

Os judeus já usavam várias posições ao orar. E, como já disse, os cristãos estiveram em contato, sim, com pagãos já que, para eles, todo o resto do mundo era pagão. O que, a priori, não quer dizer nada.

Primeiro: Mas não estávamos falando somente de violência, falávamos do uso do argumento interpretativo, e neste ponto é altamente relevante.
Segundo: Não. Você demonstrou que, como eu afirmei várias vezes, as duas religiões tem "ensinamentos" e estruturas muito parecidas. Mas não há como afirmar que o ensinamento de Maomé tenha origem no trecho bíblico.

Não dá para afirmar, mas, neste caso é possível fazer uma indução. Ao contrário do caso dos cristãs com os celtas, neste caso podemos ter aboluta certeza que Maomé esteve em contato com judeus e cristãos.

Isso é interpretação sua, não é obrigatoriamente a única interpretação possível. Ao convencer alguém a não praticar um crime, ou deixar de praticar crimes, posso afirmar que "matei o mal que nele havia", sem que tivesse matado o indivíduo para isso. Inclusive, tal afirmação não estaria absolutamente em desacordo com diversas feitas da Bíblia.

Ao convencer alguém a não praticar um crime, não matei mal nele já que, virtualmente, ele ainda poderia cometer outros crimes... :emoticon4:
Ninguém pode fazer mais que pregar ao outro, por isso o cristianismo admitiu, sabiamente,q ue a conversão é "obra de deus", não do crente que prega.

Não, para a história ocidental, esmagadoramente cristã ou de influência cristã, continua valendo o calendário cristão. Vá ao Oriente Médio, ou ao Sudeste da Ásia, que você passará um bom tempo perdido nas datas. Da mesma forma que, ao vir negociar conosco, eles tem que se adaptar a alguns costumes nossos, nós, ao irmos negociar com eles, temos que nos adaptar a costumes deles. Tanto é assim que ao chegar na Arábia Saudita, nossas mulheres tem que andar com o xador, mesmo que não compartilhem do costume. Você está dando definições do que é e de como funciona o mundo unicamente a partir da sua vivência, sendo que as relações internacionais não são tão "simples" assim.

Embora isto não seja tão importante em nossa discussão a cultura prepoderante no mundo continua sendo a judaico-cristã. Independentemente do que vocÊ acabou de dizer.

Mas quem disse que o cristianismo se originou "do nada" ou "da ilusão coletiva" de meia dúzia de pescadores iletrados"? A antiga religião grega é complexa e rica em significados simbólicos e lendas bem estruturadas. Ela é verdadeira por causa disso? Ela surgiu "do nada"? Movimentos religiosos, em sua maioria, surgem de costumes e interpretações antigas de um povo, e dos choques que estes costumes tem com outros diferentes. São fruto da cultura e das relações interculturais, não são "frutos do nada" ou de "alucinação coletiva". Ou a existência de um Rama no hinduísmo, de um Hércules na mitologia grega e de um Cuchullain na mitologia celta implicam necessariamente na existência de um Rama, de um Hércules e de um Cuchullain históricos?

Este é um ponto interessante. O fato de haver uma lenda sobre Hercules não significa que Hércules existiu, mas significa que alguém escreveu a lenda, ela não caiu pronta. E, certamente, não foi nenhum iletrado. Isso nem chega a nos preocupar, se considerarmos que a Grécia antiga possuía algumas das mentes mais "privilegiadas" do seu tempo. Se o Maometanismo fez sucesso, não significa que Maomé seja, de fato, enviado de DEus, mas significa que este existiu, propagou sua crença por toda a Arabia pela espada e seus seguidores continuaram o trabalho. Se o cristianismo existe, não dá para dizer que Jesus seja o filho de Deus, mas dá para inferir que ele existiu e viajou pelo país levando seus ensinamentos. Não dá para crer que alguém tenha aceitado morrer (como Pedro, Tiago, estevão), por alguém que sabiam não existir.

Retire a morte aparente, o argumento permanece o mesmo. Não é uma história de fracasso, mas de um deus que conseguiu vencer o pior inimigo de todos: a morte. Ele é tão poderoso que foi capaz de, após ser morto, voltar à vida. "Quando tudo parecia perdido, eis que ele apareceu" é um argumento muito usado em história de heróis, para criar um climax dramático e para demonstrar o poder e a persistência do herói, não se configurando como um fracasso deste.

No entanto, os discípulos de jesus mostraram um Jesus humano, que chorava ao ver a morte dos seus, que se irava ao ver seus ideiais serem pisoteados, que tinha compaixão ao ver os que sofrem, que fugia da multidão quando era muito assediado. Isto não bate com alguém apenas querendo exaltar um herói.

O Corão não considera que a história de jesus foi "totalmente deturpada". Ele diz que a interpretação das palavras de jesus foram deturpadas, e que alguns trechos da Bíblia, modificados posteriormente, foram deturpados. A maior parte da Bíblia é considerada válida. Por isso, mantenho meu argumento anterior. :emoticon13:

Se a maior parte da Bíblia fosse válida, mesmo, eles não seriam maometanos.

Você desta vez explicou melhor onde baseia suas afirmações, mas ainda assim não tirou qualquer espaço que me permita alegar sobre o cristianismo, usando o mesmo método usado pelo imperador e reiterado pelo Papa, o que foi alegado sobre o Islamismo. Nem demonstrou qual é o "grande ganho" que alguém, além das organizações terroristas, teve com as declarações do Papa...

Estou fazendo o papel de "advogado do diabo" aqui, mas não defendo a reação de boa parte da comunidade muçulmana, e tão pouco defendo o Islã. A questão central que levantei lá no primeiro post, e que mantenho aqui, é que o tipo de afirmação feita pelo Papa não leva a nada, e pode muito bem ser feita em relação ao cristianismo, adotando-se o mesmo ponto de vista. Repito isso em todos os posts para que não percamos o argumento de vista, e este é o que, na minha opinião, você ainda não rebateu.

Bem, apesar de toda a nossa discussão estar sendo bastante interessante, creio que toda a questão Papa x islão, pode ser resumida da seguinte mandeira:

- o papa leu o texto de um outro pensador, de outros tempos; ele estava apenas lendo, não proferindo seu pensamento.
- os líderes radicais do Islã pegaram o trecho como se fosse fala do papa e apresentaram a suas ovelhinas.
- as ovelhinas maometanas sequer se deram ao trabalho de verificar a informação e sairam por aí, pulando e uivando, ameaçando a igreja católica, seus templos, líderes e fieis.
- o papa explicou que não tinha a pretensão de ofender os maometanos.
- os maometanos acharam pouco. Querem que o papa vá, de joelhos, dê um beijo na Kaaba e aceite a fé de Massuma. Se não, não vale...
- várias pessoas aqui estão achando a posição deles absolutamente normal e aproveitando para descer a lenha na Icar, quando não é isto que está em questão.
- e os maometanos aproveitam o "ibope", para continuar ameaçando...

Tudo o mais que se possa dizer é superfluo...
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Re.: Muçulmanos ficam irritadinhos com o Papa

Mensagem por Alter-ego »

Fernando e Sama, depois eu continuo respondendo. Dêem uma olhada no que estou debatendo com o Lord.

Abraços
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