trasncrição, responsta e algumas considerações:
Segundo carta enviada a Jucelino Nóbrega da Luz em 23 de agosto de 2003 pelo diretor do Gabinete Pessoal da Presidência da República da época, Cláudio Soares Rocha. Na carta, registrada em cartório por Jucelino, o Gabinete diz que "sobre as premonições do Mensalão, disso o presidente já tem ciência, mas chamamos de preposição partidária e se faz necessária para obter o apoio político".
Em seguida ameaça: "aconselho a não levar ao conhecimento público porque não há possibilidade de credibilidade de suas premonições".
Ou seja, em agosto de 2003 o presidente Lula não só teria sabido do Mensalão como aprovava, achava necessário e o comandava. A Presidência alega que a correspondência oficial "é uma fraude", mas nunca tomou qualquer medida na polícia ou na Justiça contra Jucelino. Se a carta é falsa, há que se perguntar por que o governo não mandou prendê-lo.
A carta
Prezado Senhor,
Agradecemos sua carta (números não claros) dirigida ao Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva sobre as premonições do "MENSALÃO", disso o Presidente já tem ciência mas chamamos de preposição partidária e se faz necessária para obter o apoio Político. Entretanto, aconselhamos a não levar ao conhecimento público porque não há possibilidade de credibilidade em suas premonições.
Sobre o conteúdo da carta sob nº 001/15,95/199(?), ondë(?) cita José Geníno e José Dirceu, o Presidente não poderá relacionar o nome deles em escândalos ??? São nossos paredões(?). Recomendamos-lhe os nossos votos de ????? e consideração.
Atenciosamente
Cláudio Soares Rocha
Diretor
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Jucelino desafia a Presidência a provar que os documentos são fraudados, reafirmando que todos foram registrados em cartório.
Para entender esta história é preciso voltar no tempo e saber quem é Jucelino. Professor paranaense de 45 anos, desde os nove anos de idade Jucelino tem sonhos premonitórios. "Videntes" existem aos montes no Brasil, muitos fajutos, mas este tem uma diferença.
Desde que começou a ter sonhos premonitórios sobre pessoas conhecidas ou fatos graves, Juscelino passou a registrar em cartório todas as cartas que envia para avisar as pessoas sobre as premonições que teve.
Mensalão
Foi assim em 16 de agosto de 1995, quando enviou correspondência a Luis Inácio Lula da Silva falando sobre o ano de 2002. "Vai ganhar as eleições, mas encontrará grandes problemas por omissão e participação de pessoas de vosso partido".
Já em 1995, Jucelino alertava Lula para os escândalos de seu futuro governo, citando a gravação do pagamento de propina nos Correios, a denúncia de Roberto Jefferson, o envolvimento do presidente do PT ("que será nomeado Ministro da Casa Civil").
A carta fala ainda do tesoureiro do PT (Delúbio), uma secretária que trabalha para Marcos Valério, "articulador de licitações suspeitas", um corrupto que "será Ministro das Comunicações, articulador de atos corruptivos em vosso governo".
Só para lembrar, a carta é de 1995 e foi registrada em cartório em 16 de agosto de 1995. Jucelino poderia até ser acusado de fraude, não fosse a carta da Presidência da República respondendo seus questionamentos, registrada em cartório.
Em 6 de junho de 2003 nova carta do professor afirma que depois de exposto o escândalo do Mensalão, Lula "irá fingir que não sabia de nada".
Eleição 2006
O professor Jucelino afirma que vem tendo sua correspondência violada desde esta época, sofrendo pressões, mas resolveu colocar todas as cartas enviadas a Lula, escaneadas, em seu site, http://www.jucelinodaluz.com.br, onde podem ser consultadas.
Além de provar que Lula sabia do Mensalão desde 2003 (ou até desde 1995), em carta de 22 de março de 2003 Jucelino afirma que, apesar dos escândalos, Lula "falará muito bem dos ministros Palocci e José Dirceu, e no final falará que foi você quem os despediu, o que não será verdade".
Nesta mesma carta Jucelino diz que Lula perderá a eleição para Alckmin, que terá 64% dos votos, e lista alguns vencedores nos estados: São Paulo, José Serra; Minas Gerais, Aécio Neves; Rio Grande do Sul, Germano Rigotto; Bahia, Paulo Souto. Em 2003 nenhum deles era candidato.
Esta matéria foi feita seguindo dica da coluna do jornalista Cláudio Humberto.
