O Caso dos R$100,00
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Re: Re.: O Caso dos R$100,00
Deise Garcia escreveu:Isto está me parecendo aquele caso dos R$ 5,00 do super mercado do VM.![]()
Bem, eu estou levantando discussões sobre economia comportamental e psicologia econômica, simplesmente os assuntos que renderam o Nobel de Economia a Daniel Kahneman (Departmento de Psichologia,Universidade Princeton) e Vernon L. Smith (Centro Interdisciplinar de Ciências Econômicas; Universidade George Mason); em virtude de seus estudos oferecerem outro paradigma econômico.
Mas não esperava mesmo que vc soubesse a diferença.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
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- Fernando Silva
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Re: Re.: O Caso dos R$100,00
Res Cogitans escreveu:Fernando Silva escreveu:Res Cogitans escreveu:Ou seja, o valor da sacrifício de ir até o outro lado da cidade "valia a pena" em uma circunstância mas não em outra, embora o valor absoluto deste sacrifício seja o mesmo.
Mas as pessoas são diferentes.
A pessoa que compra um carro de 60 mil não iria até o outro lado da cidade para economizar 100 reais num MP3, mas essa economia pode ser importante para alguém que está contando moedinhas para comprar o MP3 (e nunca comprará o carro).
Não Fernando, as pessoas não são diferentes. A pergunta é focada somente em vc. Se não gosta do exemplo do carro, que seja uma casa...e que esse dinheiro seja a soma do dinheiro que vc economizou toda sua vida mais o dinheiro dos seus pais. Isso é supérfluo a questão.
Se eu tiver dinheiro de sobra, talvez circule pelas lojas de um shopping atrás de um preço menor, mas é provável que eu ache que o esforço de viajar por 2 horas é demais para se economizar apenas 100 reais.
Se eu estiver passando fome, a coisa toda muda.
O valor absoluto dos 100 reais não muda, o que muda é a importância que eu dou à quantia.
Talvez o que você queira dizer é que eu me recusaria a dar 100 reais por um cafezinho mas daria 60100 em vez de 60000 por um carro sem pechinchar.
Re.: O Caso dos R$100,00
Eu consigo mais de R$ 100,00 de desconto na compra de um carro 0 Km... 100 pilas é muito pouco desconto, negociando dá para arrumar um desconto maior mais emplacamento, licenciamento e seguro "de brinde". 

- Res Cogitans
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Re: Re.: O Caso dos R$100,00
Fernando Silva escreveu:Se eu tiver dinheiro de sobra, talvez circule pelas lojas de um shopping atrás de um preço menor, mas é provável que eu ache que o esforço de viajar por 2 horas é demais para se economizar apenas 100 reais.
Fernando,
O comprador do MP3 e do carro/casa de milhares de reais é o mesmo! Ele não ficou rico de uma hora pra outra nem tá cagando dinheiro. Ele pode inclusive comprar numa semana o MP3 e depois descobrir, na semana seguinte, que poderia comprar um carro R$100,00 mais barato na loja ao lado. Todo dinheiro da sua conta corrente naquele mês poder o preço do carro/casa + preço do MP3.
Se eu estiver passando fome, a coisa toda muda.
O valor absoluto dos 100 reais não muda, o que muda é a importância que eu dou à quantia.
A pessoa é a mesma e tem as mesmas condições financeiras nas duas situações. Ela não pode achar que o esforço vale e não vale R$100,00. O ESFORÇO é o MESMO e a quantia é a MESMA. E a pessoa É a mesma. É tão difícil isso? Foi justamente estudando e desenvolvendo modelos para prever estes tipos de comportamento considerados 'irracionais' pela economia, que Daniel Kahneman ganhou o prêmio Nobel de Economia.
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Re: Re.: O Caso dos R$100,00
Res Cogitans escreveu:Não Fernando, as pessoas não são diferentes. A pergunta é focada somente em vc. Se não gosta do exemplo do carro, que seja uma casa...e que esse dinheiro seja a soma do dinheiro que vc economizou toda sua vida mais o dinheiro dos seus pais. Isso é supérfluo a questão.
Na prática, creio que muita gente faria a viagem de duas horas para obter R$ 100,00 de desconto na compra de um MP3, mas ignoraria os mesmos R$ 100,00 na compra de um carro. Em números absolutos, o esforço e a economia são os mesmos. Creio que no exercício proposto, somos conduzidos, quase inconscientemente, pelo fator psicológico. Se você pretende comprar algo por 300 reais e descobre que pode comprar por 200, a sensação de economia é muito grande, visto que em termos percentuais obteve-se, de fato, um grande desconto. Em relação ao 60.000 reais do carro, 100 não significam praticamente nada e ninguém se daria ao trabalho de empreender uma viagem demorada por uma diferença tão irrisória.
Mas a questão não deixa de ser interessante. Ela expõe a relatividade de nossa escala de valores.
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Re: Re.: O Caso dos R$100,00
Res Cogitans escreveu:A pessoa é a mesma e tem as mesmas condições financeiras nas duas situações. Ela não pode achar que o esforço vale e não vale R$100,00. O ESFORÇO é o MESMO e a quantia é a MESMA. E a pessoa É a mesma. É tão difícil isso?
Entendi aonde você quer chegar, mas o fato é que uma mesma pessoa pode reagir de forma diferente conforme o caso.
Res Cogitans escreveu:Foi justamente estudando e desenvolvendo modelos para prever estes tipos de comportamento considerados 'irracionais' pela economia, que Daniel Kahneman ganhou o prêmio Nobel de Economia.
Exatamente. Ela deveria dar a mesma importância aos 100 reais nos dois casos, mas não é que acontece. Por isso é que é irracional.
Por isso é que eu disse que recusaria um cafezinho por 100 reais mas aceitaria pagar mais 100 reais por um carro de 60 mil.
Não é racional, mas talvez eu o fizesse.
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Re.: O Caso dos R$100,00
Ufa...entenderam. Assim que der eu mostro exemplos mais curiosos de economia comportamental.
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Re.: O Caso dos R$100,00
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"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
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Re.: O Caso dos R$100,00
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