Razões da ira da Veja
ALCEU NADER
Reproduzido do blog Contrapauta
A definição acima, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua principal ponta-de-lança, a revista Veja, contra o PT e o governo Lula. A artilharia da revista para a dinamitação de um então hipotético segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio do ano passado, com a capa do rato trajando terno, gravata vermelha e uma cigarrilha entre os dedos.
Nesse período, aponta reportagem do Valor Econômico de hoje, na reportagem "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no Ministério da Educação a Portaria 2.963, que viria a ser publicada dois meses depois no Diário Oficial. Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a Portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro", proibe a distribuição de brindes e vantagens, veta a publicidade e a produção de eventos promocionais nas escolas, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir os professores à escolha dos livros que iriam usar nas salas de aula.
"As regras para a divugação de livros ditáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Valor. O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas.
A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril, pois colocou na ilegalidade suas práticas de marketing e divugação junto aos professores. Ao Valor, o diretor-geral da Abril-Educação, João Arinos dos Santos, diz: "Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação, mas acreditamos que a forma de coibir isso não é proibir a divulgação".
O descontentamento de Santos mora na queda do faturamento da Abril entre o último orçamento do PNLD de FHC e o do ano que vem. Em 2004, as duas editoras de livros didáticos da Abril - Ática e Scipione - ocupavam o primeiro e o quarto lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 128,7 milhões. Com o fim dos "excessos na divulgação", perderam 30% do mercado - ambas vão faturar R$ 88,4 milhões - ou R$ 40 milhões a menos do que em 2004. Pior ainda, perderam espaço em um mercado que cresceu: em 2004, o PNLD gastou R$ 412,4 milhões; no ano que vem, vai desembolsar R$ 456,7 milhões.
Editoras menores vendem mais ao governo federal
Tainã Bispo para o Valor Econômico
As regras para a divulgação de livros didáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte. A portaria número 2.963, publicada em agosto de 2005, proibiu "realizar a divulgação dos materiais diretamente nas escolas", assim como eventos ou palestras dentro desses locais públicos e o oferecimento de brindes durante o processo de escolha do livro didático - feito de forma descentralizada pelo professor ou diretor da escola. Essas barreiras minaram o poder de fogo de alguns grupos editoriais (ver quadro), que até então destinavam grande parte da verba publicitária ao relacionamento entre seus representantes e esses funcionários públicos.
Em setembro deste ano, o governo federal - maior comprador de livros do Brasil - fez a compra para os livros de 1ª a 4ª série do ensino fundamental para os próximos três anos (além da compra de reposição entre 5ª e 8ª séries). Nesse novo cenário, muitas das grandes editoras do setor não obtiveram o mesmo desempenho que o realizado na venda de 2004.
Agora, todas as companhias divulgam seus títulos da mesma forma: por "remessa postal". "As editoras pequenas têm títulos com a mesma qualidade, mas na hora da comercialização são prejudicadas", afirma Renato Guimarães Adur, diretor da Base Editora, sediada em Curitiba.
A empresa, há onze anos no mercado, teve 13 títulos aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2004, uma quantia equivalente a R$ 1,4 milhão. Para o programa de 2007, foram 28 obras aprovadas, vendidas por R$ 7,7 milhões. Mesmo o governo tendo selecionado um maior número de títulos no último PNLD, Adur explica que a portaria influenciou de forma decisiva o crescimento da Base.
Francisco Azevedo de Arruda Sampaio, sócio-diretor da Editora Sarandi, diz que o processo ficou mais justo. "Mudou-se o comportamento na hora da compra", afirma. "Com isso, abriu-se espaço para editoras pequenas". Este foi o primeiro ano em que a editora participou do PNLD e, com dez títulos aprovados, vendeu R$ 4,8 milhões.
Mas a portaria não foi criada com o único objetivo de proteger as editoras menores. A regulamentação de uma das etapas do processo - período de 40 dias em que os professores e diretores escolhem os títulos - ocorreu devido ao número de reclamações. "Havia situações de denúncias, principalmente da interferência das editoras nessa fase", diz Silvério Moraes da Cruz, presidente da Comissão de Julgamento dos Programas do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Segundo Cruz, a idéia foi isentar o professor da pressão que as editoras fazem e criar uma "situação de regularidade em que todos pudessem participar de igual para igual".
Nem todos concordam. João Arinos Ribeiro dos Santos, diretor-presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) e diretor-geral da Abril Educação, que possui os selos Ática e Scipione, diz que "o professor deve ter direito a maior quantidade de informação sobre o livro".
"Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação, mas acreditamos que a forma de coibir isso não é proibir a divulgação", diz Santos. Ele explica que antes da publicação da portaria, a Abrelivros já havia lançado, em março de 2005, um código de ética próprio aos 30 associados.
Neste ano, diz Santos, algumas editoras mudaram a estratégia de marketing, fazendo a divulgação do livro fora da escola - até na casa dos professores. Mas ele reconhece que a Ática e a Scipione não tiveram tanto êxito. Mesmo com um maior número de títulos aprovados este ano, os selos da Abril Educação tiveram queda nas vendas. A Ática, por exemplo, vendeu R$ 59,3 milhões, uma queda de 31% em relação a 2004.
As regras podem ficar ainda mais duras. O FNDE estuda reescrever partes da portaria que "não ficaram muito claras", explica Cruz. A nova versão será publicada até fevereiro, detalhando algumas normas e punições. A Abrelivros tenta reverter essa decisão.
Abraços,
Porque a ira da Veja?
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Porque a ira da Veja?
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Ben Parker
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Re.: Porque a ira da Veja?
Provas? Fontes? Evidencia anetota... 

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re.: Porque a ira da Veja?
com a palavra, os direitinhas vejófilos 

JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL...
i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...
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