Vivam as privatizações!

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:Primeiro eu escrevi: "as empreiteiras roubam inclusive destas que você citou, onde é que a Petrobrás e o Banco do Brasil roubam o contribuinte? – Dão até lucro!!! "

Se a Petrobras poderia dar mais lucro e não dá, está roubando o contribuinte.
Exemplo: qualquer estagiário da Petrobras é enviado a treinamentos e fica hospedado em hotéis de luxo onde a diária é de 800 reais. E fica cada um num quarto.
Este dinheiro é meu! Estão me roubando!
O fato de ainda assim conseguiram dar lucro não faz diferença. Como alguém já disse, o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo e o segundo melhor é uma empresa de petróleo mal administrada.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:
Fernando Silva escreveu:As privatizações renderam em torno de 200 bilhões de reais. Atualmente, o governo gasta 100 bilhões por ano só em salários e benefícios a funcionários públicos.
E ainda tem gente que pergunta o que foi feito do dinheiro.
Sumiu, ora! Foi para o ralo. Foi devorado por despesas que ninguém tem coragem de eliminar. "Demitir" é palavrão. Ninguém se elege prometendo demitir.

As privatizações foram um ótimo meio de se livrar de um monte de parasitas. Quem ficou nas empresas é porque era útil.

Para compensar, o Lula criou um monte de cargos públicos e ministérios que ele encheu com uns 30 mil petistas, o que lhe permite aumentar seu poder e controlar mais verbas.
E quem paga o salário desses desgraçados?


Relacione então as empresas que consomem estes 100 BILHÕES citados (supondo claro que tenha sido apenas isso...)

Não é uma ou outra empresa, é o governo como um todo. Toda a máquina estatal. É isto que o FHC tentou enxugar e que o Lula inchou de novo.

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Fernando Silva
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:As privatizações renderam em torno de 200 bilhões de reais. Atualmente, o governo gasta 100 bilhões por ano só em salários e benefícios a funcionários públicos.
E ainda tem gente que pergunta o que foi feito do dinheiro.
Sumiu, ora! Foi para o ralo. Foi devorado por despesas que ninguém tem coragem de eliminar. "Demitir" é palavrão. Ninguém se elege prometendo demitir.



- Se fizeram isso fizeram merda, a promessa era usar o dinheiro para pagar a dívida interna, aí o governo se livraria de uma de suas despesas mais monstruosas, que são o serviço desta dívida e de quebra poderia baixar os juros.

- Na épóca do FHC essa dívida estava em 89 bilhões, ao invés de diminuí-la (pelo menos) ele a multiplicou por 10.

- Essa grana foi roubada por um bando de desgraçados PSDBistas e PFListas, isso sim.

Abraços,

A dívida externa vem sendo paga, a dívida interna só faz aumentar (aqui e no EUA, por exemplo). O governo se financia vendendo títulos.
E os credores somos nós, que aplicamos nosso suado dinheirinho em fundos DI ou de renda fixa.

89 bilhões não são tanto assim quando comparados com a despesa anual com salários e benefícios. Talvez seja por isto que não sobre nada para saúde, educação, saneamento, rodovias, segurança.

Por que acusar o FHC de ter "roubado"? E se ele tivesse decidido não pagar o funcionalismo para usar o dinheiro em coisas mais úteis? Queimavam ele em praça pública.

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Spitfire
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Spitfire »

Eu penso que é certo privatizar tudo que não é essencial ao estado... talves uma ou outra questão estratégica não deva ser mexida. O monopólio do petroleo já foi quebrado a muito tempo (FHC) e se somente a Petrobras se dispõe a explorar petroleo isto é culpa da iniciativa privada que não possui competência de competir com ela... mesmo assim a Petrobras é uma empresa de capital misto, onde 60% de suas ações estão nas mãos da iniciativa privada (embora o governo ainda conserve o poder decisório por possuir o maior numero de ações).
O fato de alegar privatização sob o argumento de "cabide de empregos" é a mesma teoria de amputar o dedo por causa de uma unha encravada... não existe vontade política nenhuma em querer tratar o problema... querem combater o sintoma e não a causa. Que se privatize, mas que se use argumentos sérios e não um argumento tão fraquinho quanto este, que acaba inclusive depondo contra quem o faz pois acaba assumindo a incompetência de "botar ordem no chiqueiro". :emoticon4:

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Johnny
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Mensagem por Johnny »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:Primeiro eu escrevi: "as empreiteiras roubam inclusive destas que você citou, onde é que a Petrobrás e o Banco do Brasil roubam o contribuinte? – Dão até lucro!!! "

Se a Petrobras poderia dar mais lucro e não dá, está roubando o contribuinte.
Exemplo: qualquer estagiário da Petrobras é enviado a treinamentos e fica hospedado em hotéis de luxo onde a diária é de 800 reais. E fica cada um num quarto.
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Provas?
Você não tem mas eu tenho!
Eu tenho notas aqui em que as diárias não são de 800 reais. Os hotéis são de 5 a 3 estrelas mas as empresas negociam com os hotéis pois é mais vantajoso para eles manterem o mesmo fora da temporada e por isso fecham um preço anual da diária.
Mando por email se quiser. E a diária é de 12 reais para almoço e janta (já recebi vale refeição de 15v reais em empresas privadas). E mando também de empresas privadas em que trabalhei que trabalham da mesma forma (as que trabalhei por exemplo e que usam o mesmo sistema). Agora, não aproveitar isso seria...sei lá, nem vou comentar. E não são só empresas estatais que investem em seu profissional. Empresas inteligentes fazem isso, empresas exploradoras não.
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O ENCOSTO
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por O ENCOSTO »

Spitfire escreveu:Eu penso que é certo privatizar tudo que não é essencial ao estado... talves uma ou outra questão estratégica não deva ser mexida. O monopólio do petroleo já foi quebrado a muito tempo (FHC) e se somente a Petrobras se dispõe a explorar petroleo isto é culpa da iniciativa privada que não possui competência de competir com ela...



A Ipiranga fechou uma refinaria ha alguns meses e passou a dedicar-se novamente a distribuir combustivel da petrobras. Manguinhos idem.

Isso porque a petrobras nem sempre pratica preços de mercado. É praticamente impossível competir com ela. A pratica de dumping é comum pela estatal.

Isso, obviamente, acaba inviabilizando a abertura de outras refinarias privadas, já que elas pagam pelo petroleo o preço de mercado.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Spitfire
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Spitfire »

Se corrija isto então, Encosto... eu, pessolmente, acredito que é melhor corrijir uma distorção do que amputar um dedo. É necessário apenas vontade e competência para faze-lo. :emoticon4:

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Johnny
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Johnny »

O Encosto escreveu:A Ipiranga fechou uma refinaria ha alguns meses e passou a dedicar-se novamente a distribuir combustivel da petrobras. Manguinhos idem.
Isso porque a petrobras nem sempre pratica preços de mercado. É praticamente impossível competir com ela. A pratica de dumping é comum pela estatal.
Isso, obviamente, acaba inviabilizando a abertura de outras refinarias privadas, já que elas pagam pelo petroleo o preço de mercado.


Uma ora é dumping, ora é livre concorrência. Temos que escolher, Porra! O petróleo é nosso, está aqui. Não temos que acompanhar o mercado interno para beneficiar empresas de fora. Ou vai dizer que os outros países respeitam os nossos produtos em igualdade de preços? Ou vai pedir provas disso também?
E, repassando sobre a Ipiranga:

RS Virtual escreveu:A Refinaria de Petróleo Ipiranga S. A. interrompeu sua produção pela segunda vez neste ano, devido aos elevados preços do petróleo e à sua não correspondência aos preços dos produtos derivados. No dia 20 de agosto foram desligadas as unidades de processamento de petróleo e as demais unidades estão obedecendo ao plano de desligamento pelo esgotamento de suas alimentações através dos produtos intermediários obtidos do petróleo.

O cenário do petróleo no mês de agosto está operando com preços de petróleo em patamares superiores a US$ 65 por barril, enquanto os produtos (gasolina, óleo diesel e gás de cozinha) produzidos pelas refinarias brasileiras mantém os preços atualizados em 2004, quando o petróleo encontrava-se em patamar de US$ 40 por barril. Enquanto persistirem essas condições e também não houver definição do governo, a Refinaria Ipiranga não poderá retornar a operação.

A não ser que você seja como eu e não tenha carro e tanto faz se a gasolina vá aos 4 reais o litro, não tem porque reclamar disso!
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Spitfire
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Spitfire »

Só lembrando... a maior parte do preço da gasolina corresponde a tributação. Seu custo de produção (já estimando lucro) é bem abaixo do preço de posto. :emoticon4:

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O ENCOSTO
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por O ENCOSTO »

Johnny escreveu:
Uma ora é dumping, ora é livre concorrência.



Assim fica dificil continuar...

Dumping não faz parte das praticas de livre concorrencia. A própria OMC condena tal pratica.


Temos que escolher, Porra! O petróleo é nosso, está aqui.



Só se for seu e estiver na sua casa.

Eu preciso comprar seus derivados todos os dias.

Você é um cara de sorte.
Pra você ter uma idéia, eu pago mais de R$0,7 ao governo do estado e R$0,45 ao governo federal só de imposto. O resto é o preço do litro do combustivel (fora o frete, evidentemente - e que também tem imposto embutido).

Meus parabéns.



Não temos que acompanhar o mercado interno para beneficiar empresas de fora. Ou vai dizer que os outros países respeitam os nossos produtos em igualdade de preços? Ou vai pedir provas disso também?



Provas eu não irei pedir porque sei que estarei perdendo tempo dado o histórico do tópico.

Só vou pedir para você prestar mais atenção: Eu disse que as refinarias privadas compram o petroleo a preço de mercado. E isso inclui petroleo da propria petrobras.

Por isso é inviável manter uma refinaria privada nesse pais.


E, repassando sobre a Ipiranga:

RS Virtual escreveu:A Refinaria de Petróleo Ipiranga S. A. interrompeu sua produção pela segunda vez neste ano, devido aos elevados preços do petróleo e à sua não correspondência aos preços dos produtos derivados. No dia 20 de agosto foram desligadas as unidades de processamento de petróleo e as demais unidades estão obedecendo ao plano de desligamento pelo esgotamento de suas alimentações através dos produtos intermediários obtidos do petróleo.

O cenário do petróleo no mês de agosto está operando com preços de petróleo em patamares superiores a US$ 65 por barril, enquanto os produtos (gasolina, óleo diesel e gás de cozinha) produzidos pelas refinarias brasileiras mantém os preços atualizados em 2004, quando o petróleo encontrava-se em patamar de US$ 40 por barril. Enquanto persistirem essas condições e também não houver definição do governo, a Refinaria Ipiranga não poderá retornar a operação.

A não ser que você seja como eu e não tenha carro e tanto faz se a gasolina vá aos 4 reais o litro, não tem porque reclamar disso!


Eu seria um pouco mais inteligente e questionaria o motivo pelo qual pagamos mais da metade do preço do litro de combustivel em impostos.
O ENCOSTO


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Johnny
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Johnny »

Encosto, não vou citar tudo acima, vou tentar argumentar o que você colocou na sequencia pois está leve o texto:

Os impostos sobre o petróleo são caros sim, mas ninguém quer baixar porque o custo mesmo revendendo ainda compensa pois ainda sai mais barato do que construir uma refinaria aqui (ainda) ou importar gasolina e derivados. Quem dita os preços é o mercado internacional e parte dos acionistas que não o estado. Imposto caro está em tudo (eu não conheço imposto barato aliás, imposto de renda é a coisa mais cômica que existe pois salário não é renda e sim meio de subsistir). Quanto a manter uma refinaria privada, não creio que seja inviável, pelo menos se ela for a ou de porte da Petrobras. Supondo uma privatização, entendeu?
Abraços
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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:Primeiro eu escrevi: "as empreiteiras roubam inclusive destas que você citou, onde é que a Petrobrás e o Banco do Brasil roubam o contribuinte? – Dão até lucro!!! "

Se a Petrobras poderia dar mais lucro e não dá, está roubando o contribuinte.
Exemplo: qualquer estagiário da Petrobras é enviado a treinamentos e fica hospedado em hotéis de luxo onde a diária é de 800 reais. E fica cada um num quarto.
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1. A Petrobrás não recebe um centavo de nossos impostos, pelo contrário, ela investe bilhões e bilhões de dólares no Brasil.

2. A Petrobrás é uma empresa de capital aberto, quem está sendo prejudicado são os acionistas, que não são só o governo.

3. Acha que empregados da Petrobrás, só porque são empregados da Petrobrás, fazem isto mais que os outros? - Que não fariam isso se ela fosse privada? - RACISMO!!!!

Abraços,
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Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:1. A Petrobrás não recebe um centavo de nossos impostos, pelo contrário, ela investe bilhões e bilhões de dólares no Brasil.

Claro que recebe. Não creio que ela gere o suficiente para ser auto-sustentável. Mesmo que fosse, seria algo eventual, que poderia mudar conforme os acontecimentos.
Abmael escreveu:2. A Petrobrás é uma empresa de capital aberto, quem está sendo prejudicado são os acionistas, que não são só o governo.

A Petrobras pertence a todos os brasileiros. Enquanto for uma estatal, será um patrimônio de todos. Seus problemas serão de todos.

Sim, ela vendeu ações mas ainda é uma estatal, controlada pelo governo. Não é à toa que o Severino Cavalcanti se achou no direito de exigir a diretoria daquela firma que "fura poço e acha petróleo".

E antes era assim também com a Vale, Telebrás, a CSN etc.
Estatais são cartas na manga do governo para exercer influência e comprar apoio.

Agora, sem elas, tem que ser em dinheiro na cueca.
Abmael escreveu:3. Acha que empregados da Petrobrás, só porque são empregados da Petrobrás, fazem isto mais que os outros? - Que não fariam isso se ela fosse privada? - RACISMO!!!!

Empresas privadas demitem funcionários incompetentes ou desnecessários. Se não demitirem, problema delas. No caso das estatais, o problema é de todos.

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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Fernando Silva »

Pena que ela não quis se candidatar à presidência (não é besta nem nada...)

--------------------

"O Globo" 25.10.2006

Privatização: a verdade dos números

Maria Silvia Bastos Marques

O debate eleitoral trouxe novamente à tona a
questão da privatização. Um debate de frases emocionais e vazio de conteúdo.


O processo de privatização, ocorrido nos anos 90, foi um dos mais importantes
impulsionadores do crescimento e da modernização do país, bem como da inclusão
social. Para não mencionar outros aspectos, como respeito ao meio ambiente,
inovação tecnológica e aumento da concorrência e da qualidade de produtos e
serviços — fortalecendo o papel do consumidor e a redução de preços.

A privatização, sempre em leilão público, abrangeu de siderurgia e mineração a
bancos estaduais, telecomunicações, energia e aviação.

Uma história de sucesso.

E, ao contrário do que se diz, inteiramente alinhada aos interesses dos brasileiros.

Em diversos casos, como nos da CSN e Embraer, o Estado, através do Tesouro
Nacional, deixou de custear empresas deficitárias e até pré-falimentares,
liberando recursos para funções realmente públicas, como segurança, saúde e
educação. Ademais, as empresas, então inadimplentes com os fiscos, fornecedores
e empregados, passaram a gerar lucros expressivos e a recolherem regularmente
impostos e contribuições, reforçando os recursos para o setor público.

Para ilustrar, o prejuízo consolidado das empresas siderúrgicas em 1992 foi de
US$ 260 milhões enquanto seu lucro consolidado em 2005 foi de US$ 4 bilhões.

Os investimentos, fundamentais para o crescimento do país, aumentaram
significativamente, livres das amarras do Estado. Na siderurgia foram investidos
US$ 16 bilhões após a privatização, em proteção ambiental, qualidade e
modernização, preparando o setor para um novo ciclo de expansão da capacidade. A
Vale do Rio Doce investirá US$ 4,6 bilhões em 2006, mais de dez vezes o valor
investido em 1997.

Sem mencionar a aquisição da mineradora canadense de níquel, Inco, por US$ 18
bilhões.

O setor de telecomunicações investiu R$ 165 bilhões no período 1996-2005.

A Vale do Rio Doce, que possuía 11 mil funcionários em 1997, em 2006 tem 44 mil
empregados diretos e 93 mil indiretos. Além disso, seus investimentos poderão
criar 33 mil novos empregos diretos entre 2005/10, além do mesmo montante em
empregos indiretos, ou seja, trata-se de 66 mil novos empregos. Os postos de
trabalho no setor de telecomunicações, inferiores a 200 mil antes de 2000, hoje
ultrapassam os 300 mil.

Do ponto de vista da responsabilidade ambiental, a mudança é paradigmática. As
empresas estatais eram grandes poluidores do meio ambiente, negligenciando as
proteções mínimas necessárias às suas atividades.

A CSN, conhecida como "monstro do Paraíba", por despejar resíduos tóxicos no rio
que abastece o Estado do Rio, tornou-se exemplo de respeito ao meio ambiente
após investir centenas de milhões de dólares em equipamentos preventivos e em
recuperação de áreas degradadas.

A Cosipa fez igualmente investimentos significativos, tornando uma história do
passado os graves problemas decorrentes do descaso ambiental da então empresa
estatal.

Do ponto de vista da inclusão social, o caso das telecomunicações é único no
mundo.

Em menos de uma década reverteu-se um quadro pré-histórico, em que para ter um
telefone era preciso pagar uma assinatura cerca de cinco anos, sem a garantia de
ter a tão sonhada linha. A linha era um ativo tão caro que era declarada no
Imposto de Renda! Claro que somente as classes A/B tinham acesso a este serviço.

Hoje os serviços de telecomunicações (fixo, móvel, TV por assinatura e banda
larga) são prestados a 141 milhões de brasileiros. A base de clientes de
telefones celulares cresceu mais de 1300%, de 7 milhões em 1998 para cerca de
100 milhões atualmente.

Ainda mais importante: desse total, 60 milhões são das classes C/D/E. Como essa
população não tinha acesso a esses serviços, tem-se o maior instrumento de
inclusão social já visto neste país. Em relação ao acesso fixo ou celular nas
residências, em 1998 apenas 32% tinham acesso aos serviços.

Em 2005, 72% dos domicílios já desfrutavam desses serviços — um espetacular
aumento de 124%.

A maior competição e concorrência, com a vinda de novas empresas para investir e
operar no país, e a competição entre empresas privatizadas, como na siderurgia e
telecomunicações, antes sob o guarda-chuva de cartéis estatais (Siderbrás e
Telebrás), fortaleceram o papel do consumidor e reduziram preços de produtos e
serviços. Tudo isto aliado a um inequívoco aumento na qualidade dos mesmos.

O processo de privatização também teve forte impacto na profissionalização da
gestão das empresas, movimento que se espalhou por toda a economia, com reflexos
positivos na governança, no respeito à comunidade, ao meio ambiente, empregados,
fornecedores, clientes e acionistas. Estas mudanças também se refletiram no
fortalecimento do mercado de capitais, com a forte elevação do valor de mercado
das empresas agora privadas.

Muito mais pode ser dito sobre os aspectos positivos das privatizações. Como em
relação aos bancos estaduais, antigos fomentadores de déficit público e
inflação, e a contribuição das empresas privatizadas às exportações. Mas o que
cabe perguntar é por que, no debate eleitoral, oportunidade ímpar para a
discussão dos problemas nacionais, não se discute a fundo a — esta sim —
indesejada privatização dos serviços essenciais à população, como saúde,
segurança e educação.

Debate inadiável em um país em que apenas a população de alta renda tem acesso a
serviços de qualidade, ficando as classes menos favorecidas desguarnecidas e sem
esperança.

* MARIA SILVIA BASTOS MARQUES foi diretora financeira do BNDES, secretária de
Fazenda da cidade do Rio de Janeiro e presidente da Companhia Siderúrgica
Nacional

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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:1. A Petrobrás não recebe um centavo de nossos impostos, pelo contrário, ela investe bilhões e bilhões de dólares no Brasil.

Claro que recebe. Não creio que ela gere o suficiente para ser auto-sustentável. Mesmo que fosse, seria algo eventual, que poderia mudar conforme os acontecimentos.


- Petrobrás, BB e Caixa são auto-suficientes, não dependem do governo para nada, pode conferir nos balanços do BB e da Petrobrás, a CAIXA recebe grana do governo apenas para repassar ou do povo para administrar (FGTS, PIS), a folha de pagamento e todas as despesas administrativas e imobiliárias são bancadas pela lucratividade da parte comercial (Vendas Cheque Azul, Aplicações, Seguros, Empréstimos, etc.).

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:2. A Petrobrás é uma empresa de capital aberto, quem está sendo prejudicado são os acionistas, que não são só o governo.

A Petrobras pertence a todos os brasileiros. Enquanto for uma estatal, será um patrimônio de todos. Seus problemas serão de todos.


- Ela é uma estatal por um mero detalhe, basta vender uma parte de suas ações para a iniciativa privada e PUF! - Ela vira empresa privada.

- Quequiéisso Fernando!!! - Nem eu recito esse discurso nacionalista... :emoticon12: :emoticon12:

Fernando Silva escreveu:Sim, ela vendeu ações mas ainda é uma estatal, controlada pelo governo. Não é à toa que o Severino Cavalcanti se achou no direito de exigir a diretoria daquela firma que "fura poço e acha petróleo".

E antes era assim também com a Vale, Telebrás, a CSN etc.
Estatais são cartas na manga do governo para exercer influência e comprar apoio.

Agora, sem elas, tem que ser em dinheiro na cueca.


- Agora você tocou no verdadeiro problema, o uso político da empresa, é lógico que isso pode acontecer, tudo bem, acontece, e é a maior fragilidade de uma estatal, os bancos estaduais quebraram por causa disso, essas outras empresas sobrevivem graças a um corpo técnico eficiente e comprometido que as mantém, veja que os empregados destas são altamente politizados e organizados, as tentativas de uso político sempre esbarraram em severa resistência, as tentativas de privatização com certeza enfrentarão resistência ainda mais ferrenha, creio que o BB e a Petrobrás acabarão indo pro leilão, a CAIXA ainda pode resistir devido a sua função social, mas não aposto nisso.

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:3. Acha que empregados da Petrobrás, só porque são empregados da Petrobrás, fazem isto mais que os outros? - Que não fariam isso se ela fosse privada? - RACISMO!!!!

Empresas privadas demitem funcionários incompetentes ou desnecessários. Se não demitirem, problema delas. No caso das estatais, o problema é de todos.


- Você não está sendo condizente com a realidade, veja como a Volkswagen não consegue demitir seus empregados desnecessários nem na Alemanha, nem no Brasil, ela apela para planos de demissão voluntária, coisa já feita na Petrobrás, na CAIXA e no BB bem antes.

- No Japão e nos EUA o problema se repete, a estabilidade dos empregados é um problema sério por lá, empresas grandes de longa tradição sempre terão este problema.

Abraços,
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Apáte
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Mensagem por Apáte »

O ENCOSTO escreveu:
Abmael escreveu:
carlos escreveu:Falo por mim: sou a favor de privatizações. Não de tudo, obviamente, mas de quase tudo. Todas essas que fizeram, por exemplo, considero importantes. Apenas não faria da mesma forma.




- Exatamente o que eu penso!!!!

Abraços,


Fariam de qual forma?

Leilões dizem os PREÇO REAL (que as pessoas estão dispostas a pagar) das coisas, mas... Dizem que brasileiros não são ufanistas, mas todo pangó que eu conheço diz que as coisas daqui tem um valor "inestimável".
A amazônia é inestimável. A vale do rio doce tem um valor inestimável. O resto da mata atlântica. A bunda brasileira dele. Não espantaria um sujeito daqui de MG dizer que uma dessas igrejas caindo aos pedaços construídas por escravos valesse mais que o Vaticano.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi

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Johnny
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Johnny »

Tombamento de prédios podres é pior que empresa estatal. Veja o caso de Parati - RJ. Vc passa numa rua cheia de frentes antigas e bonitas. Daí você olha nas frestas das portas e vê lá "drento" um vazio com mato , lixo e muita merda humana com jornais jogados e ratazanas gigantes.Volto a perguntar: Preservar o que e para quem? Qual a utilidade (seja ela histórica ou não) de se manter "ISSO"
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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:A Petrobras pertence a todos os brasileiros. Enquanto for uma estatal, será um patrimônio de todos. Seus problemas serão de todos.

- Ela é uma estatal por um mero detalhe, basta vender uma parte de suas ações para a iniciativa privada e PUF! - Ela vira empresa privada.

- Quequiéisso Fernando!!! - Nem eu recito esse discurso nacionalista... :emoticon12: :emoticon12:

A Petrobras pode virar empresa privada um dia, mas ainda não é. O dinheiro que ela ganha não é só dela, é de todos.

A obrigação da Petrobras, como estatal, não é apenas dar "algum" lucro, é dar o máximo de lucro possível. Não basta ser auto-suficiente. Ela faz parte da máquina do Estado brasileiro. É uma de suas fontes de renda.

Enquanto a Petrobras for estatal, eu sou um dos donos. Cada centavo que ela desperdiça, por mais lucro que dê, é um centavo que me foi roubado.

Não se trata de patriotismo obtuso. Dizem que falta dinheiro para isto e para aquilo.
O dinheiro que a Petrobras deixa de ganhar só faz aumentar o problema.

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Johnny
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Johnny »

Aff...

Ainda bem que ninguém pode reclamar de empresas privadas que jogam o desperdício nos preços (vide construção civil, linhas de produção, etc...) Pensou se isso pega?
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Fernando Silva
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Re: Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:Aff...

Ainda bem que ninguém pode reclamar de empresas privadas que jogam o desperdício nos preços (vide construção civil, linhas de produção, etc...) Pensou se isso pega?

As empresas privadas podem fazer isto, mas o único jeito de dar certo é fazendo um cartel entre elas, caso contrário os concorrentes, mais eficientes e com preços menores, tomam o mercado.

E é função do governo evitar cartéis.
Que sobreviva o melhor.

Já a Petrobras pode decidir quanto cobra pelos combustíveis. Aumenta quando aumenta lá fora e não diminui quando diminui lá fora. É um monopólio.

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Johnny
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Johnny »

Não é a Petrobrás que determina o preço e você sabe muito bem disso!

O governo nunca evitou cartel de seja lá o que pois o cartel beneficia o mesmo. Cabe a nós fiscalizarmos. O problema é reclamar para quem? Acho que nós deveríamos participar mais da sociedade (arregaçar as mangas e sair de nosso Bureau residencial) mas isso implica sair de nossa área de conforto...
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Aranha
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Mensagem por Aranha »

Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:
Fernando Silva escreveu:A Petrobras pertence a todos os brasileiros. Enquanto for uma estatal, será um patrimônio de todos. Seus problemas serão de todos.

- Ela é uma estatal por um mero detalhe, basta vender uma parte de suas ações para a iniciativa privada e PUF! - Ela vira empresa privada.

- Quequiéisso Fernando!!! - Nem eu recito esse discurso nacionalista... :emoticon12: :emoticon12:

A Petrobras pode virar empresa privada um dia, mas ainda não é. O dinheiro que ela ganha não é só dela, é de todos.

A obrigação da Petrobras, como estatal, não é apenas dar "algum" lucro, é dar o máximo de lucro possível. Não basta ser auto-suficiente. Ela faz parte da máquina do Estado brasileiro. É uma de suas fontes de renda.

Enquanto a Petrobras for estatal, eu sou um dos donos. Cada centavo que ela desperdiça, por mais lucro que dê, é um centavo que me foi roubado.

Não se trata de patriotismo obtuso. Dizem que falta dinheiro para isto e para aquilo.
O dinheiro que a Petrobras deixa de ganhar só faz aumentar o problema.


- Não se preocupe com isso, a Petrobrás dá um lucro enoooorrrme, é a maior empresa do Brasil e uma das maiores do mundo.

A Petrobras subiu 19 posições no ranking das 500 maiores empresas do mundo divulgada todos os anos pela revista americana Fortune. Em 2005, a maior empresa do Brasil superou até mesmo gigantes como a Microsoft e a Coca-Cola.

Segundo o ranking, a Petrobras foi a 125ª maior empresa do mundo. Em 2004, a empresa aparecia como a 144ª colocada na classificação geral.


FONTE:http://www.vermelho.org.br/diario/2005/0714/0714_petrobras.asp

Abraços,
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Aranha
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Aranha »

Já subiu mais....

Ranking do FT com as 500 maiores empresas do mundo classifica 5 brasileiras; Petrobras lidera

SÃO PAULO - A Petrobras obteve a 113ª colocação no ranking das 500 maiores empresas do mundo feito pelo jornal inglês "Financial Times". Foi a melhor posição entre as cinco empresas brasileiras listadas no ranking conhecido como FT Global. As empresas foram selecionadas por valor de mercado, e a publicação considerou, no caso da Petrobras, o valor de US$ 74 bilhões - calculado no dia 21 de dezembro último.

A Companhia Vale do Rio Doce veio um pouco abaixo e ocupou a 155ª posição no ranking. A Ambev também aparece no levantamento, em 313º lugar, seguida do Banco Itaú, na 324ª posição, e pelo banco Bradesco, que se colocou em 465ª lugar. Somados, os valores das cinco companhias chegam a US$ 130 bilhões.

A General Eletric (GE) aparece como líder do ranking, seguida da Exxon Mobil.


FONTE:http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/valor/2006/01/04/ult1913u43912.jhtm

Empresas brasileiras sobem no ranking de maiores do mundo


A Petrobras, que na última edição da lista de maiores empresas do mundo feita pela revista Fortune ocupava a 125ª posição, escalou no ranking e subiu para o 86º lugar.


A empresa, Bradesco, Banco do Brasil e Itaúsa Investimentos são as únicas brasileiras que figuram na lista. A Argentina, por exemplo, não tem nenhuma empresa listada.

O Bradesco ocupa a 269º posição na lista geral, sendo que estava em 376º lugar em 2005. O Banco do Brasil melhorou sua classificação de 419º lugar para 323º lugar.

Este ano, o grupo Itaúsa estreou na lista, na 415ª posição.

O setor de petróleo foi o que mais se destacou. Entre as dez primeiras classificadas estão Exxon (1º lugar), Royal Dutch Shell (3º lugar), BP (4º lugar), Chevron (6º lugar) e ConocoPhillips (10º lugar).

As empresas de outros setores que também figuraram na lista são: Wal-Mart Stores (2º), General Motors (5º), DaimlerChrysler (7º), Toyota Motor (8º) e Ford Motor (9º).

Entre os países da América Latina, apenas Brasil, México e Venezuela aparecem na lista.

Globo Online


FONTE: http://canais.ondarpc.com.br/noticias/economia/conteudo.phtml?id=581840

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Abmael escreveu:A Petrobras subiu 19 posições no ranking das 500 maiores empresas do mundo divulgada todos os anos pela revista americana Fortune. Em 2005, a maior empresa do Brasil superou até mesmo gigantes como a Microsoft e a Coca-Cola.

Acho que foi o Rockfeller que disse:
"O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo e o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada".

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Fernando Silva
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Re.: Vivam as privatizações!

Mensagem por Fernando Silva »

O primeiro parágrafo se refere ao fato de a Vale ter nascido uma empresa inglesa O governo não se interessava em explorar as jazidas de Itabira e deu a concessão a eles. Quando começou a dar lucro, estatizou a empresa
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"O Globo" 26.10.2006

MIRIAM LEITÃO

Onda de 'Brazil'

www.oglobo.com.br/miriamleitao
e-mail: miriamleitao@oglobo.com.br


- Ela nasceu com sotaque inglês: Itabira Iron Ore.

Na Segunda Grande Guerra, virou parte do esforço de guerra dos aliados e,
através dos “Acordos de Washington”, foi incumbida de produzir matéria-prima
para as armas com as quais se enfrentou o eixo. Na paz, a Vale deu um salto
vendendo para o mercado dos ex-inimigos, os japoneses. Na moderna fase da
economia mundial, virou a maior fornecedora dos chineses.

Agora comprou a centenária Inco, do Canadá.

Desde ontem, a empresa que na primeira metade do século passado começou a
explorar minério de ferro no Pico do Cauê — deixando escavado para sempre o
coração do poeta Carlos Drummond de Andrade — é a segunda maior mineradora do
mundo, dona de uma empresa ainda mais velha e tão famosa: a canadense Inco, de
104 anos.

É um salto que vai endividála e potencializar seus riscos, mas a tornará,
definitivamente, uma empresa global. A operação foi bemsucedida, depois de três
meses de negociação com autoridades regulatórias canadenses e antitruste nos
Estados Unidos e Europa. Os quatro bancos que deram garantia para a oferta do
dinheiro há três meses fizeram uma oferta internacional, e houve proposta de
financiamento de até US$ 30 bilhões.

A Vale já é investment grade, até subiu dois níveis acima.

Logo que a proposta foi anunciada, as ações caíram, e as agências de rating
soltaram notas de alerta. Estudada a operação, a Standard & Poor’s diminuiu
ontem a nota de crédito da Vale e alertou para um novo rebaixamento.

Ontem as ações da companhia subiram. A Vale ficará muito mais dependente que
antes do ritmo de crescimento mundial, em geral, e da demanda chinesa, em
particular. O minério de ferro está com preço garantido até o próximo mês de
março, porque o comércio é regulado por contrato anual.

Nos últimos dois anos, ela conseguiu aumentos de 70% e 19% nos preços dos
produtos.

Os chineses já avisaram que, no ano que vem, os preços terão que baixar. A
conferir. O mercado de commodities, em geral, tem caído um pouco. O níquel teve
altas expressivas nos últimos anos; seu preço é hoje quase quatro vezes o do
início de 2003. Poderá continuar subindo. Se cair, como a Vale enfrentará seu
novo grau de endividamento com queda de receita? Não é uma operação sem riscos,
mas é um passo importante num momento em que outras operações semelhantes estão
sendo feitas no mundo, tanto que a Inco teve três propostas, e a Vale foi a
melhor de três.

Para a companhia brasileira, não havia outra alternativa senão sair de casa.

Apesar de ser uma empresa que tem a maior parte de sua receita vinda do
exterior, ela tinha quase todos os seus ativos num país só.

Durante a última fase como estatal, ela fez diversas compras no processo de
privatização. Era uma contradição: a Vale estatal comprava participação das
siderúrgicas estatais privatizadas.

Depois que ela mesma foi vendida, fez aquisições apenas dentro do Brasil:
Samitri, Samarco, Caemi. O resultado é que só 3% dos seus ativos estavam fora do
país.

O mundo está assistindo a um processo de empresas de países emergentes comprando
empresas globais. As chinesas já compraram ícones importantes. Fiquemos apenas
em uma: a IBM, que virou Lenovo. As indianas estão dando seus saltos, e o caso
mais famoso foi o da Mittal, que alega não ser indiana legítima, mas européia,
para reduzir a reação dos franceses dos quais comprou a Arcelor. A também
indiana Tata está fazendo sinais para a siderúrgica inglesa Corus, na qual a CSN
está de olho. A CSN, aliás, está em vias de fechar um negócio com a americana
Wheeling Pittsburgh, no qual ficará com 49,5% da empresa. O grupo Gerdau, fora
do Brasil, já tem hoje 12 unidades nos Estados Unidos, três no Canadá, seis em
países da América do Sul e agora mira na China. A Votorantim tem sete fábricas
de cimento e 39 usinas de concreto nos Estados Unidos e Canadá. A Weg, que
nasceu em Santa Catarina, é uma das três maiores fabricantes do mundo de motores
elétricos e está em Portugal, México, China e Argentina. A gaúcha Marcopolo, que
faz carrocerias de ônibus, tem fábricas em Portugal, México, Colômbia e África
do Sul. Até o fim do ano, abrirá uma unidade na Rússia em parceria com a
Ruspromauto e, no segundo semestre de 2007, na Índia, com a Tata Motors. A
Embraco foi a primeira a ir para a China. A Coteminas também se prepara para ter
uma fábrica na China. A Petrobras se espalha por vários países, com direito até
a ser considerada, injustamente, multinacional exploradora na Bolívia.

A compra feita pela Vale é a mais importante operação já feita pela América do
Sul.

Mas, há muito mais tempo do que se imagina, o Brasil tem ido para o exterior
para a compra de ativos lá fora. O Banco Central divulgou em setembro que o
volume de Investimento Direto no Exterior, ou seja, o dinheiro investido no
exterior em ativos produtivos chega a US$ 71 bilhões.

Pela análise dos especialistas, o Brasil é o país que está fazendo o movimento
mais atrasado de ir para o exterior. Mesmo assim, existem 12 empresas
brasileiras na lista das 100 maiores desafiantes globais dos países emergentes
elaborada pelo Boston Consulting Group.

A Vale, no Brasil, tem o talento de ser natural de todos os lugares onde atua.

Em Minas, dirão que, claro, é mineira porque, como o nome diz, é do Vale do Rio
Doce. No Espírito Santo, dirão que ela é tão capixaba quanto Tubarão. No Pará,
tão paraense quanto Carajás.

No Maranhão, ela é da terra do Porto de Itaqui.

Terá agora que aprender a ser canadense, sem deixar de ser brasileira, afinal,
como dizia Drummond: “Cada um de nós tem um pedaço do Pico do Cauê.”

Trancado