Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

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Spitfire
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Spitfire »

EU MORRO DE TANTO RIR!

Tu tens carro, Alter-Ego?
Por acaso, quantos porcento diminuiu seu IPVA?
Estas pagando duas vezes... esperto. 1 vez para o governo e mais 1 vez para a iniciativa privada.

Tens telefone, Alter Ego?
Quantos porcento diminuiu a carga tributária sobre o serviço?
Estas pagando duas vezes... esperto.


Estes "liberais" latinos me racham o bico... não gostam de dinheiro. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

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Alter-ego
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Alter-ego »

Acho que não entendeu minha postagem. Mas tudo bem... :emoticon1:
"Noite escura agora é manhã..."

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Spitfire
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Spitfire »

Não... Você que se faz que não entendeu a minha. :emoticon12:

Normal. :emoticon12:

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o anátema
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Re: Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por o anátema »

Spitfire escreveu:É preciso sim senhor!

O processo seletivo seria terceirizado? A exemplo da CNH (Carteira nacional de habiltação, usada como exemplo) quanto custaria??? Quantas aulas/hora teóricas e aulas/hora práticas seriam ministradas??? A cargo de quem ficaria o processo fiscalizatório??? Haveriam exames médicos como acontecem na CNH???? A renovação da CNV (Carteira nacional de votante) teria validade de quanto tempo??? Haveriam descontos de "pontos na carteira" para quem "votasse errado" a exemplo do que acontece com quem comete uma infração de transito??? Quais seriam os "equipamentos de porte obrigatório"?????

Muito boa piada... contem agora aquela do papagaio. :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Eu não tenho tudo pensado, não é um projeto de lei.

Só não acho que seja mais piada do que uma pessoa maior de 16 anos poder votar, e uma de 15 anos e 364 dias não. Poderia dizer o que acontece para que a partir do 1º dia do 16º ano da vida de uma pessoa, e não no 364º dia do 15º ano da mesma, ela seja apta a votar?

Não digo legalmente, mas o que a torna mais apta para tal, por que essa virada de dia é um fator seletivo significativo. Legalmente é bem possível que haja uma restrição qualquer, certamente há; mas se for defender por "fundamentalismo legislativo", poderia-se igualmente defender que mulheres ou negros não pudessem votar porque as leis não permitem e ponto.

Se você não concorda que as pessoas são divinamente presenteadas com a aptidão para o voto consciente no dia do 16º aniversário, nem que deva-se seguir um fundamentalismo legislativo, a lei pela lei tal como é, então ou você aceitaria que as pessoas pudessem votar em qualquer idade, desde que capazes de pressionar botões; ou que é possível de alguma forma estabelecer um critério para pessoas capazes de votar conscientemente e as não preparadas.

É mais provavelmente o último caso, apenas achando que de modo geral, por volta dos 16 anos e daí em diante, uma boa parte das pessoas acaba sendo capaz de um voto consciente, e que as que votam mais despreparadamente não são uma parcela significativa, não podem ter um efeito prejudicial - e logo que Clodovil, Frank Aguiar, e algumas outras figuras meio circenses daquelas que até tiveram destaque no "Fantástico" foram eleitas/votadas de forma responsabilíssima.

Eu já acho que não, que simplesmente a idade não é um critério bom o bastante para garantir um voto consciente, e que poderiam haver critérios melhores. O que imaginei era uma espécie de prova por votação, que além de efeito de plebiscito, talvez, validasse ou não o voto no candidato. Por exemplo, bem geral: uma pessoa que votasse num candidato de esquerda teria que responder "corretamente" num questionário do tipo daquele do "political compass" (mas com questões mais relevantes e atuais, em vez de apenas para ver a posição política e ideológica), de acordo com ideais de esquerda/de acordo com as propostas do candidato, em mais de 50% das questões. Se a pessoa "vota" em coisas diferetnes daquelas que o candidato propõe, o voto é anulado, ela não sabe em quem está votando e porque.

Essa é só uma idéia, não sei, mas já acho melhor do que simplesmente um aniversário como critério, ou critério nenhum.
Sem tempo nem paciência para isso.

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Apáte
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Apáte »

Só não acho que seja mais piada do que uma pessoa maior de 16 anos poder votar, e uma de 15 anos e 364 dias não. Poderia dizer o que acontece para que a partir do 1º dia do 16º ano da vida de uma pessoa, e não no 364º dia do 15º ano da mesma, ela seja apta a votar?

Essa questão é meio complicada. Eu sou a favor sim de uma idade mínima, não só para votar, mas é porque a lei não pode ser tão subjetiva. Você está certo, porém imagine só, por exemplo, caso de menores poderem freqüentar boates. Com certeza existem jovens de 17 anos muito mais conscientes do quo é certo e do que é errado do que jovens de 18, mas seria muito complicado fazer um teste pra ver "quem pode ir pra balada".
O pior que vejo na restrição de voto, além da tendeciosidade esquerdista que os testes seriam, é que se pode medir a erudição minimamente necessária para um voto consciente, mas não pode medir a honestidade da pessoa. Talvez os motivos do voto de uma pessoa não sejam simplesmente concordar com as propostas do candidato, mas sim ser beneficiado por ele (como no caso dos parentes, por exemplo). Imagine uma pessoa com ideologia de direita, mas que só tem emprego na prefeitura por causa de seu irmão prefeito... ele escolheria pelo prato na mesa.
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Ben Carson
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Mensagem por Ben Carson »

Olha, neste tópico se discutiu, ainda que de forma superficial, quais seriam os papéis da elite e do povo na condução de um país.

Vejam, a idéia de que é bom sermos governados pelos melhores dentre nós é a base do governo representativo. Não governamos o país diretamente, mas elegemos representantes, supostamente a elite dos eleitores, os mais capacitados, os mais representativos.

Sendo assim, o papel natural da elite já está posto. Esse papel é governar. É assim em qualquer lugar do mundo, em qualquer atividade que seja. É a forma natural dos fatos acontecerem.

Bom, se para a elite já está, de certa forma, "reservado" o governo do país, e se também elitizarmos o direito de votar, o que sobrará para o povo?

Em princípio, quanto mais universal o direito de votar, melhor. Mesmo que isso cause alguns problemas na prática. Confesso que tenho pouquíssima simpatia pelo votos dos analfabetos, mas há defesa para esse direito deles. Contudo, em relação à idade, é óbvio que tem que haver restrições. Pessoalmente eu defendo que o direito do voto deveria existir a partir dos 21 anos, que é a idade em que se completa o desenvolvimento do córtex pré-frontal no cérebro humano. Antes disso o cérebro não está pronto. É por isso que se recomenda não se casar antes dos 20 anos.

Ok, digamos que devemos manter a restrição ao direito de votar unicamente pela idade. Haveria ainda espaço para melhorias na forma de votar? Sem dúvida. A forma mundialmente adotada é pobre, bastante deficiente mesmo. Informa muito pouco sobre as preferências do eleitor. Há um sistema MUITO MUITO MELHOR, que já foi tema de um artigo na revista Scientific American. É um sistema onde o eleitor informa a ordem de suas preferências.

Assim: digamos que há cinco candidatos numa disputa: A, B, C, D e E. Então, numa cédula com cinco espaços numerados, o eleitor informaria suas preferências.

Exemplo:
1. C
2. A
3. E
4. D
5. B

Esse sistema impede matematicamente que ocorram distorções, e que o candidato que NÃO É o preferido da maioria possa ser eleito. No sistema tradicional isso PODE acontecer.
Todo mundo ri...

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Spitfire
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Spitfire »

Mas que catzo... Eu nem estava me referindo a questão da idade legal para poder se votar ou não. Sinceramente? Nem isto faria diferença nenhuma.
Eu comparo (e uma comparação bem porca a minha, eu sei.) a sociedade como uma árvore torta. Se a base desta árvore esta torta, toda a árvore, como um todo, estará tambem.
O Apáte tocou em um ponto importantíssimo... erudição não mede "honestidade"... nunca mediu em um país como o nosso, onde o "jeitinho" não é privilégio exclusivo das classes mais baixas da sociedade... e o que é pior, a situação chegou a um absurdo tão grande que independe de ideologia política tambem.
Vejo muitos aqui satanizando a esquerda ou a direita no Brasil... como se um fosse a semente do mal e outro fosse a árvore do bem (e vice-versa, para contentar a gregos e troianos).... gente, isto é pensamento binário (000100010010010). Existem algumas iniciativas boas na direita mundial e existem algumas reivindicações justas nas esquerdas, mas ambas, principalmente aqui, estão anos-luz de serem o modelo perfeito.

Se estamos da forma que estamos, não é culpa exclusiva da tendência esquerdista... a direita deixou margem para isto, falhou... e por incompetência.

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Apáte
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Apáte »

Spitfire escreveu:erudição não mede "honestidade"...

O maior problema com a aristocracia proposta por Platão em "A república" é que, para ele, só os filósofos eram sábios o suficiente para governar. Segundo ele também, se o filósofo é sábio, é óbvio que optará pelo caminho da honestidade.
O pior que parece que para ele, sofistas eram "sábios desonestos"...
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Ateu Tímido
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Ateu Tímido »

O maior problema, quando propõem lindos sistemas que diminuem os direitos de cidadania é que eles só são lindos enquanto atacam direitos dos outros.
Quem vai dizer que alguém é "sábio" o bastante para poder votar?
Quem vai garantir que as provas que assombrosamente propõem, não sejam tendenciosas para favorecer eleitores que tendam para uma determinada posição?
Quem garante que um analfabeto total, que nem sabe assinar, seja menos preparado que um analfabeto funcional, que assina mas não é capaz de interpretar um texto básico?
Quem garante que qualquer dos dois não tenha outra fonte de esclarecimento, não escrita?
E, enfim, por hora, quem tem legitimidade para restringir um direito de qualquer um deles, mais que um meu ou seu?

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Cabula
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Cabula »

Nesse espírito que está presente no RV em que cada um quer beneficiar o seu lado sem pensar no bem comum mostra-se a disposição que uns têm para a guerra ou para a intolerâncoa social ou racial.

O Claudio Loredo está correto...

Deus é um só...
...mas com várias caras: uma para cada religião
O homem é um animal inteligente o bastante para criar o seu próprio criador
Ei, porque acreditar em alguem que pune todos os descendentes e também todos os animais por causa da desobediência de dois indivíduos?

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Huxley
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Huxley »

Na minha opinião, o barbudo já está reeleito (infelizmente).
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”

Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)

"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."

John Maynard Keynes

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Apáte
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Re: Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Apáte »

Ateu Tímido escreveu:O maior problema, quando propõem lindos sistemas que diminuem os direitos de cidadania é que eles só são lindos enquanto atacam direitos dos outros.

Se o voto por manipulação estiver afogando os votos conscientes, um ataque fortíssimo está acontecendo.
Ateu Tímido escreveu:Quem vai dizer que alguém é "sábio" o bastante para poder votar?

Isso realmente é difícil... mas dizer que qualquer um acima de 16 anos já é também é foda.
Ateu Tímido escreveu:Quem vai garantir que as provas que assombrosamente propõem, não sejam tendenciosas para favorecer eleitores que tendam para uma determinada posição?

Esse é meu medo.
Ateu Tímido escreveu:Quem garante que um analfabeto total, que nem sabe assinar, seja menos preparado que um analfabeto funcional, que assina mas não é capaz de interpretar um texto básico?

Os dois estão no mesmo patamar de capacidade para votar (assim como uma criança de 5 anos ou um retardado). Saber desenhar o nome não quer dizer nada.
Ateu Tímido escreveu:Quem garante que qualquer dos dois não tenha outra fonte de esclarecimento, não escrita?

:emoticon266: Claro, ele aprendeu tudo que sabe através do Rádio e da TV e tem uma cultura mega-vasta.
Ateu Tímido escreveu:E, enfim, por hora, quem tem legitimidade para restringir um direito de qualquer um deles, mais que um meu ou seu?

O """DIREITO""" de votar deles tem que ficar bastante entre aspas, uma vez que não votam conscientes do que estão fazendo, e sim são manipulados a fazer. Logo, o direito deles já foi vetado, querendo ou não. Além de tudo, por representarem uma boa parcela da população, podem estar enforcando o direito dos outros.
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Spitfire
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Spitfire »

É sempre mais fácil tirar um direito do que corrigir uma distorção...

É mais fácil proibir as armas do que corrigir a segurança....

Remendo daqui, um esparadrapo ali e viva a gambiarra.

Este é o país onde empurra-se com a barriga... e muitos ainda acham nossas elites lindas. :emoticon8:

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Ateu Tímido
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Ateu Tímido »

Pelo jeito, é você quem quer definir qual voto é ou não "consciente".
:emoticon12:

Quem vota porque acha que vai ganhar uma dentadura tem tanto DIREITO (sem aspas) de fazê-lo quanto você. O problema é quem prometeu a dentadura.

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Apáte
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Re: Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Apáte »

Ateu Tímido escreveu:Quem vota porque acha que vai ganhar uma dentadura tem tanto DIREITO (sem aspas) de fazê-lo quanto você. O problema é quem prometeu a dentadura.

:emoticon12:
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Ben Carson
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Ben Carson »

É como eu disse, a elite já fica com os postos no Governo. E ainda querem elitizar o direito de voto? Não dá.

O jeito é deixar as coisas como sempre foram: o povo vota e a elite governa.
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o anátema
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por o anátema »

o governo não se restringe a elite, que eu saiba, vide o Lula. Quais são os critérios elitistas restringindo quem pode se candidatar ou exercer um cargo?

Em algum ponto tem que se traçar algum critério. Hoje o critério não considero ser o melhor possível, é a "elite etária" que pode votar, enquanto os menores de 16 anos são excluídos, oprimidos e vivem, à mercê do voto alheio, tal como mulheres e negros em décadas que felizmente hoje estão no passado. "Por que eles não tem direito de votar? Não são seres humanos? Daqui a pouco os abortistas vão tentar estender o período permitido para aborto para 15 anos, 9 meses e 364 dias depois da fecundação".
Sem tempo nem paciência para isso.

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www.talkorigins.org
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o anátema
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Re: Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por o anátema »

Spitfire escreveu:Mas que catzo... Eu nem estava me referindo a questão da idade legal para poder se votar ou não.

Mas catzo, obviamente que isso tem tudo a ver. Você protestava contra restrições elitistas ao direito ao voto, e essa é justamente é uma restrição elitista a quem pode votar ou não, que está aí em vigor.

Apenas uma elite etária, a nata escolhida da sociedade, pode votar, enquanto as crianças e adolescentes, apesar dos seus pretensos estatutos de proteção hipócritas, estão em condições exatamente iguais às que mulheres e negros estiveram quando afligidos por maior racismo e sexismo institucionalizados.

Sinceramente? Nem isto faria diferença nenhuma.

Bebezinhos dando socos a esmo no teclado da urna eletrônica? Eu hein...


Eu comparo (e uma comparação bem porca a minha, eu sei.) a sociedade como uma árvore torta. Se a base desta árvore esta torta, toda a árvore, como um todo, estará tambem.
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eu concordo com tudo, exceto um pouco com a analogia, não sou tão fatalista, não acho que está tudo perdido só porque começou ruim. Não sei como arrumar tudo, duvido que ocorrerá no tempo da minha vida, mas isso nem é a questão... a questão era se não poderiam haver critérios melhores para quem pode votar ou não além de simplesmente um aniversário, uma virada de um dia para o outro totalizando 16 anos desde o dia em que a pessoa nasce...

por essa linha de que isso só não adianta, etc, etc, a seqüência do discurso bem poderia ser "ah, que se dane, está tudo fud*do mesmo, não adianta tentar formar um eieitor mais consciente porque não tem como garantir a honestidade deles nem dos políticos, então bem que poderiam instaurar uma ditadura que no fim dá no mesmo, eleições são só um placebo milionário e politicamente correto".
Sem tempo nem paciência para isso.

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Alter-ego
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Alter-ego »

Além do que, o voto facultativo já ajudaria bastante...
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Pug
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Pug »

Não adianta Alckmin vai vencer de qualquer jeito.

Em cima uso uma velha forma mágica e com provas dadas...
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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Spitfire
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Spitfire »

Isto, isto, isto... o voto facultativo é a solução para resolver o país.

O Brasil não é um país sério - Carlos Alves de Souza, embaixador. (Não! não foi Charles de Gaulle.)

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Alter-ego
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Re: Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Alter-ego »

RETIRADO escreveu:Não adianta Alckmin vai vencer de qualquer jeito.

Em cima uso uma velha forma mágica e com provas dadas...

Não diga isso!!!

PELAMORDEDEUS!!!!!!!!
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spink
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Mensagem por spink »

Fonte


Poder da internet no Brasil foi desconhecido por analistas políticos




O documentário A Revolução não será Televisionada, sobre o golpe contra Hugo Chávez por líderes da oposição, com o apoio explícito de emissoras de televisão e apoio tácito dos Estados Unidos é imperdível.

Deixa clara a manipulação de imagens e informação com objetivos políticos de uma forma nunca antes registrada na História.

Só vendo para acreditar.

No Brasil, às vésperas da eleição, o juiz supremo delas, Marco Aurélio de Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, compara o escândalo do dossiê ao de Watergate, aquele que derrubou Richard Nixon.

Fica implícito, pela declaração, que a crise brasileira pode tomar o mesmo rumo.

Quando isso sai da boca do encarregado de arbitrar as eleições é de arrepiar.

No campo da mídia, comentaristas idiotas dizem não entender porque, apesar de tantos escândalos, Lula pode ser reeleito ainda no primeiro turno.

São idiotas no sentido literal da palavra, que era usada na Grécia antiga para se referir àqueles que se preocupavam essencialmente consigo mesmos e ignoravam os interesses da comunidade.

Os que ficavam de fora da polis eram chamados de idiotas.

Isolados, faltava a eles capacidade de analisar e debater questões públicas e políticas.

Pensei nos idiotas gregos quando notei a surpresa de nossos analistas com a resistência de Lula ao bombardeio dos escândalos.

Ainda não foi desta vez, escreveu um blogueiro.

Ele anunciava o resultado de um levantamento indicando vitória do presidente-candidato em primeiro turno - mesmo depois de novas denúncias, que essencialmente transformaram os tucanos em vítimas de um complô petista.

Será que essa gente não sabe votar? - deve se perguntar o blogueiro.

Escribas de aluguel e jornalistas que sentem no ar para que lado sopram os ventos patronais dizem que se Lula vencer será com os votos dos grotões.

Usam a palavra de forma pejorativa, como se o voto dos eleitores da periferia e do interior do Brasil valesse menos que os da classe média supostamente bem informada.

Eu me sinto à vontade para escrever sobre o atual governo: investiguei e denunciei integrantes dele e tive uma discussão com o presidente, ao lado de outros jornalistas, durante a visita de Lula à República Dominicana.

Mas o trabalho de um jornalista deve ser guiado pela imparcialidade.

A pior coisa que um repórter pode fazer é trombar com os fatos.

Nossos analistas ainda não se deram conta de que aplicam um modelito anos 60 para analisar um país que, para o bem e para o mal, é outro.

Em vez de trocar de povo, devemos trocar de analistas.

Eles parecem escrever uns para os outros, como se pudessem pautar, da marginal do Tietê, a conversa no bar de uma esquina de Rondonópolis, Agudos ou Barreirinha.

Franklin Martins chegou perto de entender o novo Brasil em recente entrevista à revista Caros Amigos, ao dizer que os tradicionais formadores de opinião não formam mais opinião no Brasil.

Ele usou o exemplo da pedra no lago para explicar como o processo se dava no País: a partir da classe média, a opinião se difundia em ondas concêntricas, até atingir o povão.

Segundo Franklin, as ondas agora batem num dique e voltam: a classe C tem seus próprios interesses a defender - e já percebeu que eles nem sempre coincidem com os dos moradores do andar de cima, na definição de Elio Gaspari.

Houve um tempo em que o Rio de Janeiro, nossa gloriosa ex-Capital, era considerado a caixa de ressonância do Brasil.

Nada de importante acontecia no País sem antes passar por Ipanema ou Leblon. Mais recentemente, pelo Jardim Botânico.

A supremacia econômica paulista pôs fim à hegemonia carioca e o território que nos deu a Bossa Nova foi loteado entre o Comando Vermelho e políticos provincianos.

O que se desfaz agora é a hegemonia midiática do eixo Rio-São Paulo - no linguajar dos acadêmicos da USP.

Não precisei consultar um deles para descobrir.

Consultei meu guru político, o Cebolinha, editor de imagens da TV Globo de São Paulo.

Ele teve paciência de Jó para acessar, na internet, os sites dos jornais mais importantes das cidades médias brasileiras.

Fez uma descoberta simples: eles não tem dado tanto espaço e destaque à crise do dossiê quanto a mídia dos pretensos centros de irradiação da opinião brasileira, situados no eixo Rio-São Paulo.

É uma faceta bastante simplória de um fenômeno que deveria aparecer no radar de nossos analistas, se eles se dessem ao trabalho de desviar o olhar, um pouco que fosse, para além do próprio umbigo.

Lembram do sonho de Juscelino, de interiorizar o Brasil com a construção de Brasília?

Pois é, ainda que nem todos tenham notado, aconteceu.

Pedro Bial, em reportagem para o Jornal Nacional, esteve lá, na cidade que surgiu do nada por conta do agronegócio.

Aconteceu, amigos: dá para atravessar o Brasil de Santa Maria a Imperatriz, sem passar pela costa.

E existe vida neste Brasil interiorano, ainda que haja mais correspondentes da mídia brasileira em Nova York do que em Manaus.

Se eu tivesse tempo, dinheiro e menos o que fazer, gostaria de submeter nossos comentaristas políticos a um breve questionário:

1. Qual foi a ocasião mais recente em que o senhor ou senhora usou transporte público? (Não vale o metrô de Paris);
2. Quando foi a sua mais recente visita a Dourados, em Mato Grosso do Sul?
3. Já esteve em Campo Grande ou Goiânia?
4. Foi recentemente a Parelheiros?
5. O senhor ou senhora já entrou numa lan house? Sabe o que é isso?

Com exceção da primeira pergunta, que é pura provocação, as demais fornecem pistas para desvendar o que não é necessariamente um crime: o Brasil costeiro morreu.

E já vai tarde.

Sejam benvindos a um país mais complexo, em que o poder dos coronéis locais, montados em suas concessões de emissoras de rádio e tevê, se esgarça nas franjas.

Se você não sabe o que é uma lan house, nem foi a Parelheiros, não se sinta um idiota - no sentido grego da palavra.

Lan house é internet de pobre.

Um real por hora.

Está lá, em todo bairro pobre de toda cidade brasileira.

É na lan house que a periferia orkuta; que joga aqueles videogames em que o sangue jorra; que imprime currículos em busca de empregos inexistentes; que baixa o vídeo da Cicarelli.

Em resumo, é na lan house que a periferia faz ligação direta no ônibus que nossos comentaristas supõem dirigir.

E, porque estive lá, descobri em Parelheiros o que talvez seja a classe C a que se referiu Franklin Martins.

A classe média sem água e esgoto.

A mais completa tradução da Belíndia, das Bélgicas e Índias que se fundem no Brasil: carro usado na garagem, máquina de lavar, videogame, dvd, internet discada, ligação clandestina de água, bacias para recolher água de chuva, fossa e água de chuveiro desembocando direto na rua.

Lá o eleitor conversa enquanto o telejornal está no ar, comenta os diálogos da novela, vai na lan house procurar emprego e conversar pelo messenger. Os estudantes dão copy e paste para fazer trabalhos de escola.

Estejam certos de que os eleitores de lá não obedecem ao andar de cima.

Então o Lula pode ser reeleito com os votos de revolucionários da periferia?

Pelo contrário, ele terá os votos dos conservadores, no sentido literal da palavra.

E o que estes eleitores querem conservar?

A tênue ascensão social que tiveram nos últimos quatro anos está expressa no grande crescimento das vendas da linha branca de eletrodomésticos e no espetacular crescimento do número de aparelhos de telefonia celular no Brasil.

Ou alguém acha que as Casas Bahia se tornaram um fenômeno por causa da freguesia dos Jardins paulistanos ou da Barra da Tijuca?

Na periferia das grandes metrópoles existe um movimento silencioso e não organizado que responde pela sigla de MCL, o Movimento Conservador de Lula.

Eleitores para os quais a perda de um emprego ou uma doença na família significa mergulhar de novo abaixo da linha da pobreza.

Quando os eleitores de Paralheiros se juntam para fazer política, é para pedir água, creche, escola. Não dá para trazer asfalto? Faz pelo menos o meio-fio.

No Brasil, só as ambulâncias são mais superfaturadas do que os marqueteiros.

Duda Mendonça, vendedor de enciclopédias, fez fortuna às custas da ignorância dos políticos.

Eles se merecem.

Tanto quanto nossos veneráveis comentaristas, os gênios do marketing eleitoral brasileiro aplicam idéias belgas em nossa Índia.

Eles ainda se imaginam no Brasil costeiro, lançando idéias continentais para um país que agora é local.

Toda política é local, diz o ditado.

Nunca foi tão verdadeiro.

Agora, o que é bom para Campo Grande pode não servir para Goiânia.

Existem mercados e interesses econômicos locais.

Sabem o que me contou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo?

Que as montadoras fugiram do ABC em busca de isenção fiscal e mão-de-obra mais barata.

E o que aconteceu?

Os metalúrgicos do Paraná, de Minas Gerais e da Bahia estão cada vez mais próximos de obter salários equivalentes aos do ABC.

Qual o impacto econômico e político regional deste fenômeno?

A maior rede de material de construção de Mato Grosso é de um empresário tosco e simpático que conheci em Nova York, que sentia saudade de arroz-feijão depois de três dias em Manhattan.

O homem vai se tornar um fenômeno estudado pela Harvard Business School antes de ser descoberto pela mídia brasileira.

No cartão pessoal dele, além de nome e telefone, está escrita a meta de vendas que pretende atingir no ano.

Fez fortuna na rebarba do agronegócio.

O mesmo agronegócio que exibe sua cara perversa ao avançar sobre o sul da Amazônia, devastando o cerrado e a floresta tropical para plantar gado e soja.

Em todo o Centro-Oeste, milhões de brasileiros foram beneficiados direta ou indiretamente pelo sucesso do agronegócio e uma boa parte deles vai votar em Lula.

Em Dourados, Mato Grosso do Sul, índios pedem esmola nas ruas mas os fazendeiros andam de carro importado, a classe média compra aparelhos de tevê de tela plana e os remediados compram rádio, bicicleta e dvd.

O Wal Mart está chegando a esse novo Brasil.

Vai ser interessante - talvez trágico - assistir ao confronto dele com as bodegas de esquina.

O Blockbuster vem em seguida. Vai detonar o videoclube que faz fiado?

Emprestando a imagem de Franklin Martins, eu faria um reparo.

Não é que as ondas causadas pela pedra no lago atinjam o dique da classe C e refluam.

É que não somos mais apenas um grande lago, onde ALGUNS POUCOS atiram pedras.

Somos milhares de lagos, onde MILHARES atiram pedras - usando o You Tube, a rádio local, o jornal de bairro, a tradição oral do interior - expressa nas conversas de bar e no bate-papo das calçadas.

A falta de compreensão deste fenômeno deixa os gestores da grande mídia no escuro.

Já aconteceu de algum integrante do MST aparecer na TV sem ser chamado de bandido, arruaceiro ou baderneiro?

Qual foi a última longa entrevista de um líder do MST em uma emissora de tevê, de rádio, em um jornal?

Será que eles vão seqüestrar repórter para sair no jornal?

Claro que não - vão fazer seu próprio jornal.

Milhões de integrantes de movimentos sociais organizados vão votar em Lula porque se enxergam nele ou, pelo menos, por considerá-lo o candidato menos ruim.

Essa gente não é representada adeqüadamente na mídia do eixo Rio-São Paulo.

Jornalistas, profissionais de classe média, em geral procuram suas fontes onde é mais fácil encontrá-las: na academia, em representantes de entidades que defendem interesses corporativos e nas assessorias de imprensa.

Elas ganham para plantar entrevistados no rádio, nos jornais e na tevê.

É só ter o cuidado de fazer uma pesquisa: quantos centímetros de jornal e minutos de televisão são ocupados por analistas do mercado financeiro, profissionais liberais e especialistas de todo gênero?

Por que essas pessoas, em geral de classe média, expressariam na mídia os interesses da periferia, dos pequenos agricultores ou dos operários de chão de fábrica?

Por que a CUT decidiu criar seu próprio programa de rádio e de televisão?

Por que a Força Sindical segue o mesmo caminho?

O Brasil de Parelheiros vai aparecer na tevê a não ser em casos de chacina?

O Jornalismo, que um dia foi tratado como serviço público, agora vende notícia como produto.

De um lado, a independência financeira dá às empresas maior liberdade de manobra diante das forças políticas.

De outro, Parelheiros é sub-representada no conteúdo porque não vivem lá os consumidores tradicionais de notícia.

Os sem-terra não valem um tostão como notícia, a não ser quando mostram o que a elite quer ver neles: arruaça
e banditismo.

Durante sua primeira campanha eleitoral, nos Estados Unidos, Bill Clinton mandou pendurar no comitê de campanha uma placa com os dizeres: "It's the economy, stupid". É a economia, estúpido.

Uma forma de lembrá-lo de que americano vota com o bolso.

Não deveria ser novidade para ninguém: brasileiro também vota com o bolso.

Nossos comentaristas se entregaram, nos últimos meses, a desqüalificar os programas de transferência de renda.

Os programas foram atacados como assistencialistas, fruto do populismo de um presidente pai dos pobres.

É um jogo de palavras para desqüalificar os votos dos nordestinos, uma maneira indireta de expressar o preconceito - essencialmente paulista e carioca - contra os retirantes, os cabeça-chata, os pau-de-arara, os paraíbas.

Pode se discutir o mérito dos programas sociais e, como demonstrou o jornalista Ali Kamel no livro Não Somos Racistas, pode se argüir que seria mais inteligente investir em educação básica de qualidade para todos.

Mas não se deve esquecer que aqui também se manifestam interesses de classe: a elite paulistana não quer que o dinheiro de seus impostos seja investido com aquela baianada preguiçosa - até hoje proibida de usar os elevadores sociais nos edifícios chiques de Higienópolis, Moema e Itaim.

Descabida ou não, a transferência de renda turbinou o comércio das pequenas cidades nordestinas.

Serão milhões de votos para conservar Lula.

Portanto, quando algum comentarista disser que não entende como o presidente pode ser reeleito - apesar de todos os escândalos - ou é incompetente ou está a serviço de alguma campanha.

É ardiloso desqüalificar os eleitores de Lula, como se eles não soubessem votar, como se fossem mal informados ou ignorantes.

Enquanto escrevo, três militares da reserva divulgaram uma nota dizendo que a "sensação é de iminente perigo à Democracia".

["Nota dos Clubes Militares

Em meados de 2005, explodiu o escândalo do chamado "mensalão", a partir do flagrante preparado contra um funcionário desonesto e das denúncias abertas de um Deputado ameaçado pela armação que se preparava para fazê-lo o "bode expiatório".

A Nação a tudo assistiu, aturdida pela desfaçatez de homens públicos e membros do governo.

A partir de então, todos os dias são tornados públicos novos escândalos, sempre envolvendo pessoas próximas ao Governo, ao Presidente ou ao seu Partido.

As demissões, forçadas pelas circunstâncias e pelo constrangimento político, nunca foram acompanhadas de completa apuração e das punições necessárias.

A sucessão de casos escabrosos e de atos de corrupção já não surpreende o brasileiro honesto. Nesta semana, surge outro escândalo.

Uma tentativa de comprometimento de dois candidatos a cargos executivos com o "caso da compra das ambulâncias", mediante a negociação fraudulenta de suposto "dossiê".

Chantagem ou denúncia, mas com a evidente intenção de desqualificar concorrentes eleitorais.

Novamente, envolvendo assessor do Presidente, pessoas importantes na hierarquia do seu Partido e dinheiro de procedência duvidosa.

Já se torna evidente que a corrupção não é somente um ilícito do qual se beneficiam pessoas e grupos, mas sim algo que se transformou em meio de conquista e manutenção do poder.

A sensação é de perigo iminente à Democracia.

Por isso os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutica, por seus Presidentes, sentem-se no dever de manifestar, publicamente, sua indignação com esse estado de coisas e de ressaltar a importância das próximas eleições como instrumento à disposição do povo brasileiro para o saneamento da vida política nacional.

Almirante Esq José Julio Pedrosa - Presidente do Clube Naval

Gen Ex Gilberto Barbosa de Figueiredo - Presidente do Clube Militar

Ten Brig Ivan Moacyr da Frota - Presidente do Clube de Aeronáutica"]

Esse ardil é, sim, golpista.

É a tentativa antecipada de tirar a legitimidade da escolha popular, abrindo espaço, no futuro, para manobras não republicanas de gente que não é exatamente modelo de democrata.

Por fim, há outros conservadores que tem razões de sobra para votar em Lula: os banqueiros, que nunca lucraram tanto quanto nos últimos quatro anos.

Quem diria: o Bradesco e o MST enfim unidos no mesmo lado da trincheira.

[Enquanto escrevo, pisca na tela do G1, o portal de notícias da Globo: "O nível de pobreza da população brasileira teve forte queda nos anos de 2004 e 2005, de 19%, comparável apenas à redução ocorrida no início de Plano Real, dez anos antes. Os dados fazem parte da pesquisa “Miséria, Desigualdade e Estabilidade: O Segundo Real”, divulgada nesta sexta-feira (22) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e que analisa a pobreza desde 1992. No Plano Real, entre 1993 e 1995, a queda havia sido de 18,4%.]

Aqui não vai qualquer juízo de valor.

Lula chegou antes a esse Brasil que vai além dos consumidores de jornal, tevê a cabo e internet banda larga, seja por intuição ou por ter enxergado o que outros só olhavam.

Assistimos hoje a um espetáculo de hidrofobia que, lamentavelmente, não se fez quando a Vale do Rio Doce foi privatizada ou quando surgiram denúncias de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso comprou votos no Congresso para garantir seu direito à reeleição.

Embora isso não justifique o banditismo de integrantes do governo Lula, está claro que sanguessugas, vampiros e mensaleiros começaram a agir no governo FHC.

O que fez a Polícia Federal, então?

E Geraldo Brindeiro, o engavetador-geral da República?

Houve mudanças no Brasil, sim, nem sempre para pior.

O controle inflacionário e os programas de transferência de renda implantados nos últimos doze anos produziram o fortalecimento de um mercado de consumo que vai além da Zona Sul belga das metrópoles brasileiras, dos tradicionais formadores de opinião.

O que sei, porque estive lá, é que o que Lula diz - e da forma que diz - pode parecer outro idioma para os brasileiros belgas, mas é perfeitamente entendido em Parelheiros, Goiânia e Dourados.

Ainda mais quando comparado com o que dizia o belga que o antecedeu.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Mensagem por Ben Carson »

Excelente coluna, carlos! Uma grande contribuição para o fórum.


carlos escreveu:Não deveria ser novidade para ninguém: brasileiro também vota com o bolso.

É o que eu tenho repetido aqui, ad nauseam.
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Re.: Pesquisas internas indicam vitória de Alckmin

Mensagem por Ben Carson »

Que a gestão Lula melhorou a vida em parcelas do território brasileiro é inegável. Assim como é inegável que ele foi grandementemente beneficiado por ter tido a sorte de encontrar um ambiente econômico mundial favorável. Pode-se discutir se a melhora não poderia ter sido mais expressiva, se a administração tivesse sido mais competente. Mas o fato é que, com bom aproveitamento ou não, melhora houve. E para grande parte da população brasileira isso é o que importa.

O que preocupa é o fato de Lula ter se desviado de seu caminho neste último ano. Passou três anos poupando e economizando. Acumulando superávit primário. E afrouxou perigosamente esses controles neste último ano. Muito pior do que isso é o comprometimento das contas futuras, a ser pago no próximo governo, por conta das bondades eleitorais de última hora. Se há um consolo para os (alguns) alckmistas é que se Lula ganhar ele próprio terá que pagar o preço de seus pecados (econômicos).

A história se repete. Fernando Henrique Cardoso fez um primeiro governo muito bom. E um segundo governo muito ruim, nas palavras de Delfim Netto. Se tivesse governado apenas por um período, seria no futuro mais endeusado do que Juscelino. E desde já.

Mas ele achou que a reeleição era necessária. Por causa disso ele teve praticamente dois anos de governo (para a nossa sorte, muito produtivos). Interrompeu sua agenda de reformas na metade de seu primeiro mandato para se dedicar a aprovar a reeleição. E depois que se prostituiu com o Congresso nunca mais conseguiu aprovar nada. Perdeu a moral.

Lembro-me muito bem que um analista da época observou que, se a reeleição fosse aprovada e Fernando Henrique reeleito, teríamos 4 anos em 8, em vez dos desejados 50 anos em 5. E foi o que aconteceu. E ameaça acontecer de novo, dessa vez com Lula.
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