Três homens foram presos na madrugada de segunda-feira (23) acusados de racismo. Eles foram flagrados pela Polícia Militar no momento em que colavam cartazes com dizeres racistas e anticotas para alunos afrodescendentes em postes nas proximidades do metrô Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. O trio pertence ao chamado Movimento Skinhead.
Os cartazes diziam: ''Vestibulando branco. Hoje eles roubam a sua vaga nas universidades públicas. E chamam isso de direitos iguais. Se você não agir agora, quem nos garante que eles não roubarão vagas nos concursos públicos? Devemos assegurar a existência de nossa raça e o futuro de nossas crianças brancas''. Também havia uma referência à Fuvest (fundação que realiza o vestibular da USP) e um carimbo dizendo ''aprovado''. A Fuvest não oferece cotas para ingresso no ensino superior. Este ano haverá um bônus de 3% na pontuação geral da prova para os candidatos que estudaram o ensino médio em escolas públicas.
Nos cartazes há também o endereço de um site na internet (http://www.whitepowersp.org), com dizeres racistas contra negros, judeus, homossexuais, nordestinos e imigrantes. No site há panfletos prontos para serem impressos e distribuídos, além de dicas de como usá-los e os melhores locais e horários para afixá-los (entre 23h e 4h).
Emerson de Almeida Chieri, 34; Rogério Costa Andrade, 27; e Eduardo Brandão Jarussi, 26, foram incidiados pelo crime de racismo, que é inafiançável e prevê pena de dois a cinco anos de prisão. Com eles a polícia apreendeu 185 cartazes pequenos, 76 cartazes grandes, duas garrafas com cola, um rolo de pintar e um soco-inglês. Eles foram conduzidos ao 36º Distrito Policial, no Paraíso e depois transferidos para o Centro de Detenção Provisória Independência, na capital.
Liberdade provisória:
O Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária (Dipo) da Capital aceitou nesta quarta-feira (25) o pedido de liberdade provisória, sem pagamento de fiança, de Rogério Costa Andrade e Eduardo Brandão Jarussi, acusados de crime de racismo.
Junto com Emerson de Almeida Chieri, eles foram presos em flagrante na segunda-feira (23) enquanto colavam cartazes em paredes de prédios e muros perto de uma universidade na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Segundo a decisão do Dipo, "Eduardo e Rogério são primários, de modo que não há fundamento para a manutenção da prisão cautelar".
Já Emerson Chieri permanecerá preso no Centro de Detenção Provisória Vila Independência até que sua defesa providencie documentação complementar e reitere o pedido de liberdade
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular ... 04,00.html
