OFF - História do Disco
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Discos para todo o mundo directamente de Porto Aleeeeegre
Hardy Vedana lança amanhã livro sobre a Casa A Eléctrica, uma das primeiras fábricas de discos da América Latina
RENATO MENDONÇA
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A voz sai esganiçada e fraquinha, anunciando: "Rosa, com Os Fanáticos, para a Casa Eléctrica de Porto Aleeegre". O que vem depois é uma valsa gravada por um grupo de São Leopoldo, em 1914 - um dos mais de 4,5 mil fonogramas que a Casa A Eléctrica registrou entre 1914 e 1924, em sua fábrica no bairro Teresópolis.
Acredite: no início dos anos 10, só havia quatro indústrias de discos planos no mundo - uma em Berlim, outra em Nova York, mais uma no Rio e outra em Porto Alegre. Para deslindar o mistério de como a provinciana capital gaúcha, então com 70 mil habitantes, conseguiu estar na dianteira da indústria fonográfica, o livro A Eléctrica e os Discos Gaúcho (no singular porque é o nome da principal marca da fábrica) terá lançamento para convidados amanhã, no Restaurante Moeda, do Santander Cultural. O lançamento aberto ao público será no próximo domingo, dia 29, às 15h30min, na Praça de Autógrafos da Feira do Livro, ao preço de R$ 70.
Quem conta essa história é Hardy Vedana, 78 anos, que com justiça se descreve como músico, compositor, pesquisador e um pouco detetive. A investigação sobre A Eléctrica começou há uns 20 anos, quando o pai do genro de Vedana o presenteou com 70 discos fabricados pela A Eléctrica. Depois de tirar a sujeira dos sulcos usando sabão e escova de dentes, Vedana descobriu que os pesados discos planos, à base de cera de carnaúba, ardósia e goma laca, a maioria gravada só de um lado, cantavam e contavam uma história.
Ao longo de 252 páginas, acompanhadas por três CDs que reúnem 52 faixas gravadas pela A Eléctrica, Vedana conta a saga do calabrês Savério Leonetti e de seu irmão Emilio, que, no início do século 20, trocaram a Itália pelos Estados Unidos, depois pela Argentina, finalmente se radicando em Porto Alegre, onde inauguraram um bazar para vender lâmpadas elétricas Osram, cartões- postais, discos, acordeões, bandolins italianos e gramofones. Ao perceber que teria apenas a concorrência da Casa Édison do Rio, os irmãos decidiram criar aqui uma fábrica de discos planos, de olho e ouvido também no mercado argentino.
O livro mistura uma listagem quase completa de tudo que A Eléctrica lançou, pequenos textos sobre os artistas que gravaram (inclusive um dos maiores nomes do tango argentino, o violinista Francisco Canaro, que aqui registrou o clássico El Chamuyo, e ilustres quase desconhecidos como o gabrielense Geraldo Magalhães, que se consagrou na Europa), entremeados com fotos de época e episódios rocambolescos. Uma amostra: Savério tinha o costume duvidoso de trazer gravações da Europa e lançá-las aqui, creditadas a um tal de Conjunto da Casa. Era um pioneiro também na pirataria musical.
A Eléctrica e os Discos Gaúcho, patrocinado pela Petrobras, ensina também que, no início da era do disco, a música instrumental tinha prioridade sobre a música cantada, já que não era qualquer um com voz potente o suficiente para ser registrada nos discos de carnaúba. Se o começo é épico, o final é melancólico: em 1924, falido, Savério fez as malas, fugiu para Buenos Aires e não mais retornou ao Rio Grande do Sul. Mas já tinha gravado seu nome na história de Porto Alegre.
Hardy Vedana lança amanhã livro sobre a Casa A Eléctrica, uma das primeiras fábricas de discos da América Latina
RENATO MENDONÇA
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A voz sai esganiçada e fraquinha, anunciando: "Rosa, com Os Fanáticos, para a Casa Eléctrica de Porto Aleeegre". O que vem depois é uma valsa gravada por um grupo de São Leopoldo, em 1914 - um dos mais de 4,5 mil fonogramas que a Casa A Eléctrica registrou entre 1914 e 1924, em sua fábrica no bairro Teresópolis.
Acredite: no início dos anos 10, só havia quatro indústrias de discos planos no mundo - uma em Berlim, outra em Nova York, mais uma no Rio e outra em Porto Alegre. Para deslindar o mistério de como a provinciana capital gaúcha, então com 70 mil habitantes, conseguiu estar na dianteira da indústria fonográfica, o livro A Eléctrica e os Discos Gaúcho (no singular porque é o nome da principal marca da fábrica) terá lançamento para convidados amanhã, no Restaurante Moeda, do Santander Cultural. O lançamento aberto ao público será no próximo domingo, dia 29, às 15h30min, na Praça de Autógrafos da Feira do Livro, ao preço de R$ 70.
Quem conta essa história é Hardy Vedana, 78 anos, que com justiça se descreve como músico, compositor, pesquisador e um pouco detetive. A investigação sobre A Eléctrica começou há uns 20 anos, quando o pai do genro de Vedana o presenteou com 70 discos fabricados pela A Eléctrica. Depois de tirar a sujeira dos sulcos usando sabão e escova de dentes, Vedana descobriu que os pesados discos planos, à base de cera de carnaúba, ardósia e goma laca, a maioria gravada só de um lado, cantavam e contavam uma história.
Ao longo de 252 páginas, acompanhadas por três CDs que reúnem 52 faixas gravadas pela A Eléctrica, Vedana conta a saga do calabrês Savério Leonetti e de seu irmão Emilio, que, no início do século 20, trocaram a Itália pelos Estados Unidos, depois pela Argentina, finalmente se radicando em Porto Alegre, onde inauguraram um bazar para vender lâmpadas elétricas Osram, cartões- postais, discos, acordeões, bandolins italianos e gramofones. Ao perceber que teria apenas a concorrência da Casa Édison do Rio, os irmãos decidiram criar aqui uma fábrica de discos planos, de olho e ouvido também no mercado argentino.
O livro mistura uma listagem quase completa de tudo que A Eléctrica lançou, pequenos textos sobre os artistas que gravaram (inclusive um dos maiores nomes do tango argentino, o violinista Francisco Canaro, que aqui registrou o clássico El Chamuyo, e ilustres quase desconhecidos como o gabrielense Geraldo Magalhães, que se consagrou na Europa), entremeados com fotos de época e episódios rocambolescos. Uma amostra: Savério tinha o costume duvidoso de trazer gravações da Europa e lançá-las aqui, creditadas a um tal de Conjunto da Casa. Era um pioneiro também na pirataria musical.
A Eléctrica e os Discos Gaúcho, patrocinado pela Petrobras, ensina também que, no início da era do disco, a música instrumental tinha prioridade sobre a música cantada, já que não era qualquer um com voz potente o suficiente para ser registrada nos discos de carnaúba. Se o começo é épico, o final é melancólico: em 1924, falido, Savério fez as malas, fugiu para Buenos Aires e não mais retornou ao Rio Grande do Sul. Mas já tinha gravado seu nome na história de Porto Alegre.
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re.: OFF - História do Disco
O primeiro tango argentino foi gravado em Porto Alegre por um uruguaio. 

- O ENCOSTO
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Pois é.
Estou muito curioso para ler este livro e escutar os CDs.
Vou tentar comprar um exemplar na feira do livr. Pretendo ir no sabado.
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- betossantana
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Re.: OFF - História do Disco
Encosto João Lennon fazendo o dever de casa. 

É um problema espiritual, chupe pau!
- O ENCOSTO
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Re: Re.: OFF - História do Disco
betossantana escreveu:Encosto João Lennon fazendo o dever de casa.
Você era o cara que escrevia a coluna da Yoko Ono?
Porquê o JC te bloqueou?
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- betossantana
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Re: Re.: OFF - História do Disco
O ENCOSTO escreveu:Você era o cara que escrevia a coluna da Yoko Ono?
Porquê o JC te bloqueou?
Era eu a Leandra Alfreda. Pra saber porque fui banido, basta ler aqui:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm= ... 97&start=1
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