
Corinthians massacra Fortaleza e vence a terceira seguida
A greve de silêncio instituída há pouco mais de duas semanas parece ter feito bem aos jogadores do Corinthians. Nesta quarta-feira, os comandados de Emerson Leão massacraram o Fortaleza por 4 a 0 e conquistaram a terceira vitória seguida no Campeonato Brasileiro.
O resultado afasta ainda mais o Timão do risco de rebaixamento. Agora, a equipe do Parque São Jorge abriu oito pontos em relação à Ponte Preta, primeiro da zona da degola – os campineiros, porém, ainda têm um jogo a cumprir, nesta quinta, contra o São Paulo.
Essa é a maior goleada alvinegra no Brasileirão. Com Leão no comando, a equipe não havia ganho nenhuma vez por mais de um gol de diferença e vinha colecionando vitórias pelo placar mínimo, situação que fez o próprio treinador dizer que, diante da condição dramática em que o Timão se encontrava, 1 a 0 era goleada.
O Fortaleza, que tinha ganho fôlego com o triunfo sobre o Santa Cruz na rodada anterior, se reencontrou com a derrota e está ainda mais próximo do retorno à Série B – os cearenses têm 31 pontos na tabela.
Sem poder contar com o lateral Coelho e os atacantes Ramón e Amoroso contundidos, além dos suspensos Rosinei e Paulo Almeida, o técnico Emerson Leão optou por escalar o Corinthians no mesmo 3-6-1 utilizado em sua estréia, quando o Timão venceu o Fluminense por 2 a 1. A novidade foi a escalação do lateral Fagner, de 17 anos.
O Fortaleza começou a partida partindo para cima do visitante e, com dois minutos, já tinha marcado um gol anulado e ganho um escanteio. Mas o time do Parque São Jorge não demorou muito para acertar a marcação e equilibrar as ações do jogo. Nenhum dos dois, no entanto, conseguia finalizar ao gol
O primeiro chute foi apenas aos 12 minutos, em cobrança de falta de longe de Jorge Mutt que Marcelo defendeu sem problemas. Quatro minutos depois foi a vez de o Corinthians assustar pela primeira vez, quando Rafael Moura fez o pivô e rolou para Roger, que bateu fraco à esquerda do gol.
As duas equipes abusavam dos erros de passes e não conseguiam chegar com precisão nas proximidades da área adversária. Além disso, o grande número de faltas amarrava a partida, que passou longos minutos sem um lance de emoção.
Só aos 27 minutos o Timão apareceu com perigo novamente, em cobrança de falta de longe de Marcelo Mattos. Edson Bastos se esticou todo no canto esquerdo e fez a defesa. Um minuto depois, a equipe achou o gol. Após cobrança de escanteio, Renato conseguiu tocar com a perna direita na bola e abriu o placar.
O gol aumentou ainda mais a ansiedade dos cearenses, que tentavam imprimir velocidade e erravam demais. A tática única do time da casa era cruzar bolas na área. Com isso, facilitava o trabalho da zaga rival e não conseguia finalizar à meta de Marcelo. Ao Corinthians, bastou administrar o resultado e ir para o intervalo em vantagem.
Para a segunda etapa, o técnico Leão sacou Rafael Moura e colocou Wilson, enquanto Roberval Davino substituiu Bruno Barros por Mazinho Lima. E foi o Timão que voltou mais ligado e, já nos dois primeiros minutos, levou perigo em jogadas de Fagner e Renato pela direita.
Aos nove minutos, Fagner apareceu bem novamente e cruzou na medida para Wilson, que cabeceou à esquerda de Edson Bastos. O Fortaleza tinha mais posse de bola e ocupava por mais tempo o campo de ataque, mas, assim como no primeiro tempo, não conseguia finalizar a gol.
Assim, o time de Emerson Leão aproveitou e matou o jogo em dois minutos. Aos 17, Roger recebeu passe na área, girou em cima da marcação e mandou para o fundo das redes. Aos 19, Wilson avançou em velocidade e cruzou para o chute de Marcelo Mattos. Na sobra, a bola bate no peito de César e entra.
Cinco minutos depois, veio o golpe final. Wilson dominou a bola na entrada da área pelo lado esquerdo, cortou para dentro e bateu no cantinho, sem chances de defesa para o goleiro Edson Bastos: 4 a 0 para o Timão.
A partir daí, o Fortaleza praticamente desistiu do jogo. Ainda mais que perdeu o volante Ramalho, expulso por reclamação. Ao Corinthians, coube apenas administrar o resultado. Leão ainda promoveu as entradas dos outros dois jovens que foram à capital cearense: o meia William e o atacante Daniel.

'São' Marcos volta, mas não evita vexame verde: 3 a 1 Goiás
Paulo Amaral
São Paulo (SP) - O técnico Marcelo Vilar costuma dizer a todo instante que o problema do Palmeiras não está no gol. Nesta quarta-feira, diante do Goiás, isso ficou provado. Mesmo com “São” Marcos de volta, a equipe palmeirense apresentou velhos defeitos e deixou o campo amargando mais uma derrota: 3 a 1.
O gol marcado por Danilo Portugal aos sete minutos de jogo abriu caminho para decretar a terceira derrota consecutiva do Palestra e manter viva a ameaça do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. Vitor, aos 12 da etapa final, fez o segundo e Souza, o artilheiro do Brasileirão, o terceiro, enquanto Dininho descontou para o Verdão.
Diante do Goiás, a promessa de um futebol ofensivo começou a ir por água abaixo antes mesmo de a bola começar a rolar, com a escalação do volante Marcelo Costa na vaga do criativo Valdívia, testado durante toda a semana ao lado de Juninho Paulista na armação das jogadas.
Com a bola em jogo, o que se viu foi um Palmeiras desorganizado e com falhas na saída de bola. Em uma delas, aos sete minutos, Danilo Portugal aproveitou passe de Muñoz e bateu forte, de longe, para dar as boas vindas a Marcos.
Chiquinho, o melhor do Verdão em campo, testou Rodrigo Calaça duas vezes, mas levou a pior diante do goleiro rival. A falta de criatividade palmeirense tirou a (curta) paciência da torcida, que pediu o chileno Valdívia aos 16 minutos e começou a homenagear Marcelo Vilar com gritos de “burro”, “burro”.
Dez minutos depois, Vilar colocou o “El Mago” no aquecimento e o mandou a campo no lugar da “surpresa” Marcelo Costa, que não acertou um único passe nos 30 minutos que ficou no gramado. Com um minuto em campo, Valdívia foi agraciado com um cartão amarelo, o terceiro, que o tira da partida contra o Paraná.
Cartões à parte, a entrada do chileno melhorou um pouco o Palmeiras, mas quem chegou perto do gol antes do intervalo foi o Goiás, com Souza, girando livre na área e parando nas mãos de Marcos, que operou o primeiro “milagre” em sua volta. O Verdão chegou depois que Edmundo achou Enílton livre e Rodrigo Calaça fez o pênalti, mas o assistente assinalou impedimento, impugnando a jogada.
Na etapa final, o Palmeiras começou melhor e teve a chance de abrir o placar com Dininho, de cabeça, depois de passe açucarado de Chiquinho. Mais uma vez, no entanto, o goleiro Rodrigo Calaça, substituto do suspenso Harlei, levou a melhor.
Tocando a bola com cautela, o Goiás soube esperar o momento certo para dar o bote e ampliou o marcador aos 12 minutos, em jogada bastante trabalhada, que terminou com a conclusão certeira do ala-direito Vítor.
Com 2 a 0 contra, Vilar sacou Chiquinho, o melhor do Palmeiras, para a entrada de William. Pela segunda vez na partida, foi agraciado com o coro mais ouvido pelos treinadores brasileiros: “burro”, “burro”.
Quando o torcedor já estava perdendo a esperança, uma dupla que fez sucesso no São Caetano entrou em ação. Depois de cruzamento para a área, Daniel cabeceou no travessão e, na sobra, Dininho cutucou para o gol: 2 a 1.
Nos 19 minutos finais, o que se viu foi uma verdadeira blitz palmeirense, com a bola rondando a área goiana a todo instante, de um lado para o outro, à procura de um pé para empurrá-la para as redes.
O pé não veio e os chutes de Valdívia e Francis passaram raspando. Diante de tantas chances perdidas, o castigo veio aos 43 minutos. Em rápido contra-ataque, Souza, o artilheiro do Brasileirão, agora com 16 gols, recebeu, livrou-se de Dininho, passou como quis por Marcos e jogou uma pá de cal nas esperanças da torcida palmeirense, que vai dormir um pouco mais assustada pelo fantasma do rebaixamento.
O Palmeiras volta a campo no próximo domingo, às 18h10, em Curitiba, para enfrentar o perigoso Paraná Clube. Já o Goiás, também no domingo, só que um pouco mais cedo, as 16 horas, encara o Fortaleza, na capital cearense.
http://www.gazetaesportiva.net


