Religião é Veneno. Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico.
Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Porque mesmo que eu opte pelo meu filho não fazer a aula de religião propriamente dita, com certeza esse conteúdo e o pensamento conservador da igreja será passado nas aulas de História(principalmente) e Geografia.
Sem falar no Criacionismo que seria imposto como verdade absoluta nas aulas de biologia.
O criacionismo está mais ligado ao protestantismo do que ao catolicismo.
Porque mesmo que eu opte pelo meu filho não fazer a aula de religião propriamente dita, com certeza esse conteúdo e o pensamento conservador da igreja será passado nas aulas de História(principalmente) e Geografia.
Sem falar no Criacionismo que seria imposto como verdade absoluta nas aulas de biologia.
Eu associaria isso mais às escolas evangélicas, o catolicismo me parece bem dividido quanto a esse assunto.
Eu não sei se essa seria uma coisa presente em escolas católicas, até porque o Papa João Paulo II admitia o evolucionismo como verdadeiro.
Mas como parece que o Bento XVI não admite o evolucionismo, não sei como ficaram as escolas católicas nesse aspecto. Alguém que está com seus filhos em escola católica pode responder melhor.
Eu estudei a vida inteira no Colégio Salesiano do Salvador aqui na Bahia, dos 4 aos 17 anos, e tínhamos aula tradicional de religião até... até quando mesmo? Acho que até a 7ª série, pulando a 8ª e voltando no 1º ano do 2º grau como aula de noções de filosofia, mas ainda com o nome de religião. A gente aprendeu o mito da caverna de Platão... hum... acho que a única coisa que me lembro direito dessas aulas do 2º grau foi o mito da caverna mesmo. Lembro que achei ótimo, muito educativo. Antes, no 1º grau, nossas aulas eram bem tradicionais, aprendíamos sobre a vida de Cristo, a vida de Maria e a vida de Dom Bosco, o fundador da ordem Salesiana, acho, se é que era uma ordem mesmo. Mas eu gostava porque não tínhamos que estudar praticamente nada, eram coisas muito fáceis de decorar pra responder nas provinhas. Não sei se reprovava, acho que não, mas que eu saiba ninguém chegou a ficar de recuperação de religião, hehehe. Mas a gente encarava como uma aula de descanso, pelo que lembro, pra arejar a cabeça de tantas matérias e professores insuportáveis. Agora pensando, realmente nenhum aluno deveria ter a obrigação de frequentar essas aulas e de ter notas de religião no seu boletim, mas quantos pais têm esse tipo de consciência? A maioria mal sabe o que o filho faz dentro ou fora da escola, e fica bastante satisfeita de ter os meninos matriculados num colégio bem conceituado e de nível realmente bom.
Eu arrisco dizer que as aulas que tivemos não fizeram muita diferença na nossa formação. Estávamos acostumados a elas, mas ninguém tinha nenhuma real posição sobre se elas eram úteis ou não, porque, como eu disse, a gente pensava naquele tempo como tempo de descanso. Bem, pelo menos pra isso servia muito bem, ainda mais se era depois de uma aula de matemática. E também não me lembro de absolutamente nenhuma interferência dessas aulas com as outras matérias como ciências e posteriormente biologia. Nossos livros e módulos didáticos sempre foram os convencionais. Acho que o Salesiano oferecia bastante liberdade a seus professores.
Tínhamos a hora do Bom-Dia também, às vezes. Éramos chamados pelo sistema de som para o santuário, que na verdade é uma igreja de tamanho razoável que funciona dentro da escola mas em um prédio anexo com entrada independente. Íamos lá para ouvir algumas palavras que às vezes o padre diretor (o único padre) queria nos dizer, e rezávamos Pai Nosso, Ave Maria e o Santo Anjo ritualísticamente. Às vezes passavam folhas com letras de músicas e cantávamos juntos. Não era ruim, pelo contrário, eu até gostava e não só por não ter que estar na sala de aula.
Inclusive uma vez fui até mesmo num dos encontros de formação que aconteciam com os alunos do 2º grau no sítio do colégio, onde passávamos o dia fazendo dinâmicas, cantando e também tendo aulas de religião e filosofia. Também não foi ruim, nem mesmo a parte final em que ficávamos de olhos fechados numa sala na penumbra ouvindo o Cid Moreira narrar a historinha dos pés na areia, quando só havia um par de pegadas é porque Deus carregou a pessoa, etc.
A única vez que me lembro de ter ouvido uma crítica real à doutrina cristã foi já no 3º ano, quando um professor de história disse que o Diabo era um sustentáculo vital dela porque servia pra valorar positivamente tudo que lhe era contrário, os valores morais prezados e as atitudes na vida, e que o cristianismo precisava do Diabo. Mas no 3º ano nosso ensino era conveniado com um outro colégio particular forte pra pré-vestibular, o Integral, e os professores eram de fora. Engraçado, o nome do Integral vem do movimento integralista, e agora tem um tópico de um "integralista" na 1ª página do fórum.
Não fiz primeira comunhão, não tinha a menor chance de sair de minha casa pra ir pra escola dia de sábado de manhã, e meus pais pouco se importaram. Nenhum dos dois tem religião e meu pai é declaradamente ateu. Minha irmã fez, claro, porque sempre foi tirada a gaiata. Hoje ela é tão atéia quanto meu pai.
Bem, então acho que minha resposta é sim. Matricular os filhos numa escola religiosa pode ser considerado como casar na igreja pra algumas pessoas ou batizar o filho, pode ser encarado com um ato cultural, não tanto religioso. Dependendo da escola, claro. Na Adventista próxima ao meu colégio as meninas só podiam ir de saia, e eles não tinham bacon no lanche, e essas coisas. Já no Salesiano, saias eram proibidas.
Porque mesmo que eu opte pelo meu filho não fazer a aula de religião propriamente dita, com certeza esse conteúdo e o pensamento conservador da igreja será passado nas aulas de História(principalmente) e Geografia.
Sem falar no Criacionismo que seria imposto como verdade absoluta nas aulas de biologia.
No marista aqui de patos, isso não acontece.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
Eu tive aulas de Moral e Cívica e Religião, além do sistema de ensino ter sido extremamente ortodoxo. E tive muitos professores de Direita (principalmente em Geografia). Nem morto, hahaha.
Samael escreveu:Eu tive aulas de Moral e Cívica e Religião, além do sistema de ensino ter sido extremamente ortodoxo. E tive muitos professores de Direita (principalmente em Geografia). Nem morto, hahaha.
Onde é que tu teve aulas de sagrada doutrina comunista?
Eu não vejo problema em escolas católicas per se, ainda mais no caso específico citado, já que a menina não tem nada de submissa. O Catolicismo existe e eu não vejo por que alguém deveria fugir dele. Aliás, fiz o final do ensino básico e os dois primeiros anos do médio em um excelente colégio salesiano.
Se a decisão fosse minha, talvez eu até preferisse que houvesse as tais aulas. Mas é coisa minha, eu adoro discutir interpretações distintas, e acho que desde cedo é bom que nem pais nem filhos se iludam sobre assunto algum.
Já a Eucaristia (ou Primeira Comunhão) eu provavelmente recusaria mesmo, se necessário junto com a matéria inteira de Educação Religiosa. Acho abusiva essa tendência de apresentar o Cristianismo como "única verdadeira forma" de desenvolver valores. O exemplo de casa e dos amigos conta muito mais do que qualquer doutrina religiosa.
Nesse sentido, acho que foi positiva a sua decisão, Cristiane. Já está mais do que na hora de quebrar esse tabu besta de que todos tem de se dizer de alguma forma cristãos ou teístas ou religiosos. Se a Irmã não entende isso, então não posso considerá-la uma boa religiosa. Esse é afinal de contas um erro bastante básico de conduta.
"Faça da tua vida um reflexo da sociedade que desejas." - Mahatma Ghandi "First they ignore you, then they laugh at you, then they fight you, then you win." - describing the stages of establishment resistance to a winning strategy of nonviolent activism
Estudei em escola de freiras (o "Miserinha") e no colégio marista até ir para a universidade.
Naquela época, todo mundo era católico por definição, portanto não havia o proselitismo que há hoje.
Eu tinha aulas de religião, que eram um saco, e , uma vez por mês, missa no colégio, em uniforme de gala.
Só lembro de duas coisas:
-O dia em que o padre explicou, completamente sem jeito, por que José teria pensado em abandonar Maria quando ela engravidou. Era uma turma de preadolescentes e o assunto era meio tabu, na época.
-O dia em que falaram do argumento da primeira causa. Aquilo ficou se revirando na minha cabeça, mal digerido, até que eu virei ateu.
Sim, se não houvesse uma escola laica de qualidade, eu matricularia meus filhos numa escola católica. É melhor que as protestantes. E lhes daria motivos para pensar e comparar, ou seja, eles não viveriam num ambiente de pensamento único, como foi o meu caso.
Saberiam que há opções e nenhum motivo para se adotar uma religião e rejeitar as outras.