Em Cuba, é proibido a estrangeiros hospedarem-se em casas que não possuam autorização do governo.
Latinautas*
Em Cuba, é proibido a estrangeiros hospedarem-se em casas que não possuam autorização do governo e, para obtê-la, paga-se aproximadamente 150 dólares por quarto disponíveis para alugar.
Não sabíamos e, por isso, acreditávamos que poderíamos nos hospedar na casa do Fidel e da Maritza, nossos amigos. No entanto, a imigração estava, às 8 horas da manhã, batendo na nossa porta, pois tinham recebido uma denúncia de que 4 brasileiros estariam cometendo um crime em território cubano: hospedar-se sem autorização. Recebemos uma intimação para nos apresentarmos na Imigração Cubana às 14h do mesmo dia para nos interrogarem.
Fomos à Embaixada brasileira pedir ajuda. O Vice-Cônsul, José Leite de Assis Fonseca, atendeu-nos muito bem. Conversamos, contamos nossa situação. Ele não mediu esforços para tentar resolver o mais rápido possível o impasse. Redigiu uma carta, explicando à imigração a respeito de nosso desconhecimento da questão de hospedagem, que não pagávamos para estarmos lá, que a família é nossa amiga, e que, para qualquer questão relacionada aos 4 brasileiros, deveria ser chamado o Consulado Brasileiro para serem tomadas as medidas necessárias.
Agradecemos e fomos à Imigração. Logo foram pedindo nossos passaportes, vistos e explicações do porquê de estarmos em Cuba. Apresentamos a carta do Consulado e a conversa amenizou-se. O soldado que fazia as perguntas iniciais ligou para seu chefe, pois, com a intervenção do Consulado brasileiro, qualquer atitude tomada contra nós poderia gerar um problema internacional. Em 5 minutos, o comandante da imigração, Julio Cesar, apareceu e assumiu o papel de inquisidor. Desqualificou-nos de todas as maneiras possíveis, e tratou-nos como criminosos e delinqüentes. Falou que deveríamos dormir numa casa autorizada e levar, no dia seguinte, o comprovante de pagamento. Discutimos muito, falávamos que não tínhamos dinheiro para hospedagem. Respondeu que se não tínhamos dinheiro era para voltarmos de onde tínhamos saído, chamando-nos de loucos por estarmos viajando sem dinheiro. Argumentamos que Che e Fidel também foram dois loucos sem dinheiro. Julio César somente riu.
Não acreditávamos que isto poderia estar acontecendo em Cuba.
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