Vitor Moura escreveu:
Lógico que sim!Veja o que afirma James McClenon em "The Deviant Science":
"A população dos cientistas de elite pesquisada neste estudo demonstrou um grau de ceticismo em relação à ESP mais alto do que qualquer outro importante grupo pesquisado nos últimos vinte anos. Essa dúvida sobre a probabilidade da ESP está positivamente relacionada à rejeição da legitimidade da Parapsicologia. Na população de cientistas que constituia uma elite ‘administrativa’, esses resultados lançam luz sobre a razão pela qual a Parapsicologia falhou em ganhar total legitimidade na comunidade científica, mesmo que seus proponentes tentassem adequá-la a todas as normas e cânones da ciência. Nesse grupo de cientistas de elite, a crença na ESP está mais proximamente relacionada à experiência pessoal do que à familiaridade com a literatura sobre psi. Há uma tendência daqueles que duvidam da existência da ESP em citar uma razão apriorística para sua opinião. A freqüência de experiências anômalas relatadas pelos membros dessa população é alta e positivamente relacionada à sua crença na ESP. Comparada com a população americana em geral, essa elite de cientistas relata baixa porcentagem de experiências anômalas...
Isto sugere que tais experiências violam aspectos da visão de mundo científica e que aspectos da educação científica e do processo de socialização reduzem o valor dado a essas experiências. Estes resultados são semelhantes àqueles apresentados pelo Gallup (1982). Ele encontra em um levantamento nacional líderes científicos e autoridades médicas tendem a rejeitar, desacreditar ou explicar os casos de ‘experiências próximas da morte’. Enquanto 67% da amostra nacional endossou a crença na vida depois da morte, apenas 32% dos médicos e 16% dos cientistas assumiram tal posição na amostra do Gallup.
Pode-se esperar que os cientistas de elite defendam a visão de mundo científico mais vigorosamente que os cientistas que não são de elite porque parte de seu papel como elite é definir a natureza da ciência. Isto os leva à tendência de estigmatizar os cientistas que investigam experiências anômalas (ou que tentam induzir tais experiências sob condições de laboratório) como tolos, incompetentes ou fraudulentos". (McClenon, 1984)
"Apesar da maioria dos cientistas modernos enxergarem a pesquisa parapsicológica como legítima, os cientistas de elite se constituem em problema especial aos parapsicólogos. Diferentemente da maioria dos cientistas de faculdades, que aceitam a possibilidade da existência de ESP (Wagner & Monet, 1979), os cientistas de elite tendem a rejeitar alegações parapsicológicas." (McClenon, 1990)
Haveriam dados indicando que essa rejeição à ESP seria "excessiva", maior do que a qualquer outra taxa de rejeição de algo com as mesma qualidade de evidências apresentadas?
Porque os cientistas não aceitam qualquer coisa, por exemplo, que alguém proponha que os humanos sejam parentes mais próximos dos orangotangos do que de chimpanzés e gorilas, ou ainda, que os humanos sejam uma das espécies mais antigas na Terra, tendo todos os quadrúpedes terrestres descendido de um ancestral humano, mais próximo de Homo sapiens morfológicamente do que de um chimpanzé, por exemplo.
Há de fato os cientistas que propoem tais coisas, mas eles obviamente tem também muita rejeição em suas pesquisas e conclusões nesses sentidos, restando a eles publicar as coisas mais contra o "preconceito" do mainstream em círculos menores.