ímpio escreveu:Não, se fossem aquelas mini-materializações, que parecem fotos em papel amassado.
Mas essas mini-materializações considero ser animismo. Ideoplastia. Não penso serem fenômenos espirituais. Ao menos, acho mais fácil explicar estes casos por animismo.
ímpio escreveu:Interessante isso do médium perder peso. Poderiam fazer uma sessão com várias balanças no local, e registrar em tempo real a perda (e recuperação) de peso, e ao mesmo tempo registrar o peso do fantasma.
Isso já foi feito várias vezes.
ímpio escreveu:betossantana escreveu:Interessante é que o conduto físico do reto pode já conter material próprio, as fezes já em ponto de expulsão, será que um espírito poderia usar a matéria fecal para se manifestar, dispensando o ectoplasma? Um fantasma de cocô?
Não tem cocô suficiente para materializar um espírito

Mas se por exemplo, se pegasse um monte de estrume, ou qualquer outra coisa? Por que o substrato da materialização tem que ser citoplasma?
O nome é ectoplasma. Na boa, vc acha que alguém ia ficar numa sessão de materialização cheirando a cocô?
ímpio escreveu:E sendo, não se poderia pegar um animal qualquer, talvez morto, e o fantasma se utilizaria desse citoplasma? Ou precisa ter DNA ou outras características do citoplasma iguais às de humanos?
Penso que se o espírito quer reproduzir suas características numa materialização, fica mais fácil pegar o ectoplasma de alguém da mesma espécie...
ímpio escreveu:Poltergeists, não seriam de certa forma, "materializações" menos controladas com outros substratos, não-citoplasmáticos? Se podem por exemplo, sem auxílio de citplasma de um médium, fazer um objeto qualquer se mover, não poderiam ficar sob lençóis que se jogassem sobre eles, ou vestirem alguma roupa, ou serem cobertos com algum pó?
Ou os poltergeists usam pequenas quantidades de citoplasma de algum médium local?
Complicadas essas perguntas. Há teorias e teorias, mas ninguém sabe ainda que energia ou força é essa utilizada para mover os objetos. Vou colocar um texto abaixo sobre isso:
Definição de Poltergeist
"Poltergeist" (pronuncia-se poltergáisti) é uma palavra alemã, formada pela união de dois vocábulos: poltern = perturbar, fazer barulho, brincar; geist = espírito, fantasma. Assim, poltergeist seria literalmente "espírito barulhento, brincalhão", etc. E uma palavra antiga, já citada por Martinho Lutero, e foi criada pelas pessoas porque os fenômenos "pareciam" ser causados por fantasmas ou espíritos com a intenção de assustar ou mesmo agredir pessoas.
Muitos pesquisadores atuais, contudo, não aceitam a tese "espiritualista" para explicar o fenômeno e tentam não usar o termo já clássico "poltergeist", substituindo-o geralmente pelo termo técnico Psicocinesia Recorrente Espontânea (em inglês, Recurent Spontaneous Psychokinesis, ou RSPK), por acharem que todos os fenômenos poltergeist podem ser explicados pela ação mental sobre o meio físico (psicocinesia), em que, geralmente, um sujeito presente aos locais seria, inconscientemente, o causador, ou, tecnicamente, o "epicentro", do fenômeno. Outros pesquisadores, porém, dizem que, ao lado do agente inconsciente fornecedor da energia cinética, em muitos casos (mas não todos) existiria, sim, alguma entidade não-física que se utilizaria dessa energia, de forma intencional, para provocar os fenômenos, ampliando imensamente a intensidade dos mesmos e apresentando uma intencionalidade bastante nítida.
Cabe salientar que mesmo quando o sujeito aparentemente causador, "epicentro" inconsciente, é encontrado (geralmente devido ao fato de que sua "ausência" dos locais nos quais ocorrem os fenômenos normalmente se correlaciona com a interrupção destes), este muitas vezes, durante os fenômenos, não apresenta qualquer alteração dos estados psicofisiológicos normais, nem fadiga física ou mental diferente do de outras testemunhas vivenciais dos acontecimentos (ANDRADE, 1989) e, estranhamente, "epicentros testados em laboratório apenas conseguem provocar fenômenos de PK dentro dos níveis esperados por puro acaso, ou seja, não se descobriu neles, até o momento, nenhuma relação entre suas faculdades de RSPK e as de PK, sendo estas últimas devidamente provocadas e controladas em laboratório. Neste caso, os supostos agentes RSPK não são dotados de faculdades PK, pelo menos deforma consciente" (TINOCO, 1989, p. 36).
Parece que pessoas mais sensíveis, em especial adolescentes, quando submetidas a tensão emocional, próximas a ambientes com carga eletromagnética acima do normal (perto de fiações de alta tensão ou de falhas geológicas), tendem a provocar mais facilmente fenômenos poltergeist, embora isso não explique como pessoas diferentes frequentemente consigam ver os mesmos fenômenos.
Teorias acerca das causas de um poltergeist
Quem nos fala é o Professor Hernani Guimarães Andrade, fundador do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísias, IBPP, em seu livro Poltergeist, Algumas de Suas Ocorrências no Brasil:
"Os especialistas com formação científica materialista questionam acerca da causa do fenômeno. Eles acham inadequado o termo poltergeist, o qual insinua a intervenção de entidades desencarnadas, ou melhor, espíritos de pessoas falecidas, de duendes, etc. A maioria dos investigadores admite que o poltergeist seja provocado à custa de certo tipo ainda desconhecido de energia produzida por determinada pessoa viva presente no local dos fenômenos. O presumível agente humano fornecedor da referida energia é tecnicamente chamado epicentro. Segundo esta hipótese de trabalho, o epicentro não só fornece a energia, como também pode comandá-la inconscientemente. (...) Usualmente atribui-se tal poder a uma pessoa jovem, portadora de problemas de repressão. O poltergeist funcionaria como um meio de exteriorização ou escape da energia represada, energia esta relacionada com o desabrochar da atividade sexual. Decorreria daí uma estimulação da função psi-kappa (psicocinesia). O epicentro aplicaria inconscientemente suas energias para extravasar seus recalques'' (ANDRADE, 1989, pp. 5-6).
Esta é a teoria mais discutida, atualmente, mas não é aceita em sua totalidade por todos os pesquisadores. Em especial, ainda resta esclarecer que tipo de energia é esta que seria manipulada pelo epicentro e até onde ela está realmente ligada a uma ação aparentemente inteligente do inconsciente ou se a "energia" seria de fato doada pelo epicentro, mas ate que ponto manipulada realmente por ele. O mesmo autor acrescenta:
"Neste ponto, surge o problema da causa do poltergeist. Não há, por enquanto, uma opinião unânime. Alguns parapsicólogos negam-se a aceitar as teses espiritualistas, que atribuem os fenômenos de poltergeist à ação de agentes desencarnados usando a "energia" do epicentro para atuarem sobre os objetos materiais. Outros pensam justamente o contrário e acham que o poltergeist é provocado exclusivamente por espíritos de defuntos, por certas categorias de agentes incorpóreos não humanos e, em casos extremados, até mesmo pelo demónio. Finalmente, há aqueles que optam pelo meio-termo e acham que podem dar-se ambos os casos: ação exclusiva psico cinética do epicentro ou a ação combinada compreendendo a iniciativa de um agente desencarnado que aproveita e dirige a 'energia' psicocinética do epicentro, provocando os fenômenos físicos" (ANDRADE, 1989, p. 7).
Em uma parte considerável dos casos de poltergeist (mas não em todos), no momento em que se pode, com algum grau de certeza, apontar-se o epicentro do fenômeno, com frequência é associada a este uma série de características psicossociais geralmente encontradas juntas:
A. E comum o epicentro ser um adolescente, na maior parte das vezes do sexo feminino (havendo, porém, em menor número, casos de adultos e rapazes) em atrito com parte dos familiares;
B. O epicentro geralmente passa por uma fase de dolorosa instabilidade emocional, ligada às crises normais da adolescência durante a puberdade;
C. O epicentro é reprimido em sua agressividade e/ou sexualidade.
Como este conjunto de características é o normal do comportamento adolescente em quase todas as famílias, é de se estranhar que o fenômeno poltergeist legítimo apareça tão raramente. Será que a ação se reduz apenas ao epicentro e sua relação conflituosa com os seus?
Nesses casos, o tratamento psicoterapêutico clássico, psicanalítico ou não, ajuda a reduzir ou eliminar o fenômeno, mas não em todos os casos. De qualquer modo, problemas emocionais exigem um tempo mais ou menos longo de terapia para que possa dar resultados. Em alguns, devido à influência religiosa, a psicoterapia às vezes é substituída por cultos religiosos, exorcismos, etc. Estes também, algumas vezes, funcionam como um tipo de psicoterapia, exercendo alguma emotiva influência catártica sobre o epicentro, mas novamente nem sempre funcionam a contento em todos os casos. Existem mesmo casos em que o sacerdote ou pastor chegou a ser agredido pelo poltergeist. Algumas vezes se utiliza complementarmente tanto um como outro tratamento, o que pode ajudar no controle ou extinção do fenômeno, mas novamente existem casos em que a perturbação continua apesar disso.
Convém também lembrar que o poltergeist, via de regra, é uma ocorrência de duração limitada, e só em raríssimos casos pode durar por anos, ainda assim de forma intermitente. O porquê dessas variações ainda é questão em aberto. Outra coisa: em certos casos de poltergeist é praticamente impossível achar-se um epicentro definido, ou mesmo mais de um. Com a palavra, novamente o Professor Hernani Andrade:
"Entre 13 e 16 de agosto de 1980, Karlis Osis e Donna McCormick apresentaram um trabalho da Vigésima Terceira Convenção Anual da Parapsychological Association, em Reykjavick, Islândia: A Poltergeist Case Without an Identifiable Living Agent ("Um caso de Poltergeist sem um agente vivo identificável").
Trata-se de um caso de poltergeist ocorrido em um velho casarão ao sul de Nova Jersey, o qual fora convertido em uma loja de artigos para presente, em 1970. Durante um período de aproximadamente dez anos, a referida casa manteve-se infestada, observando-se ali vários fenômenos recorrentes: desarranjos e mau funcionamento inexplicável das instalações elétricas, movimento de objetos, ruídos audíveis e aparições ocasionais. Pelo menos vinte e quatro pessoas, de vários graus de conhecimento e de idade, puderam testemunhar os eventos mais importantes, sendo que inúmeras ocorrências foram presenciadas coletivamente. Entretanto, não houve meios de selecionar-se alguém que pudesse inambiguamente ser apontado como epicentro. Em muitas ocasiões não havia ninguém na casa e, mesmo assim, o sistema de alarme contra assaltos era acionado.
Descorçoados de encontrar o 'agente vivo', os investigadores resolveram procurar o 'agente theta' (espírito de pessoa morta) que eventualmente pudesse ser o responsável por aqueles distúrbios sem explicação. Após cuidadosa seleção entre os antigos habitantes da casa já falecidos, concluíram tratar-se de uma das duas irmãs, Hester e Lucille, que foram proprietárias do casarão. Após elas, havia um sobrinho, Arthur Maxwell (falecido em 1970).
Apesar de o falecimento de Arthur Maxwell estar muito mais próximo do início das perturbações do que o de Hester (1949) e o de Lucille (1954), verificou-se que Maxwell, quando em vida, mostrara menor apego ao casarão do que suas tias. Examinadas as informações acerca do caráter das duas irmãs, Lucille foi excluída devido ao comportamento tranquilo e afável; restou Hester, cuja personalidade dinâmica e auto-afirmativa apontava-a como a mais provável. Finalmente, os investigadores valeram-se de uma sensitiva — Ingrid Beckan — que registrou somente a presença de Hester e não dos demais. É interessante transcrever um trecho do bem elaborado trabalho de Karlis Osis e Donna McCormick (OSIS, K. & McCORMICK, D. (1982). A Poltergeist Case Without an Identifiable Living Agent. Journal of American Society for Psychical Research, ASPR, Vol. 76, nº 1):
'(...) Subsequentes investigações revelaram circunstâncias durante a existência de Hester (rumores infundados de malefícios na casa, dificuldades financeiras humilhantes, boatos de que ela tinha um caráter tipo 'solteirona ', suas complicações financeiras com a Granja) as quais eram desconhecidas de qualquer um dos que havíamos entrevistado até então. Hester parecia ser a única candidata ao papel de agente'" (ANDRADE, 1989, pp. 113-114).
Também o extraordinário Dr. Ian Stevenson, Diretor do Departamento de Estudos da Personalidade da Universidade de Virgínia e famoso pelos seus estudos acerca de casos que sugerem reencarnação, examinando com cuidado o problema dos poltergeists, sugere que é necessário adotar os dois modelos explicativos, e não se deixar reduzir apenas à teoria do epicentro vivo, para uma consideração abrangente do fenômeno. Stevenson, em um artigo publicado no jornal da American Society for Psychical Research intitulado Are Poltergeists Living or Are They Death? chegou a apresentar uma tabela na qual enumera características bem diferentes entre poltergeists provocados por um "agente vivo" e um "agente desencarnado" (TINÔCO, 1989, p. 34). Entre essas diferenças, algumas são marcantes. Por exemplo:
A. Os danos causados aos objetos movidos são qualitativamente diversos, pois em um poltergeist provocado por um "agente vivo" a trajetória dos objetos segue as leis do lançamento e tração da física, descrevendo uma curva parabólica em pequenas distâncias, e frequentemente são quebrados na queda ou deslocamento. Já os provocados por "agentes desencarnados" ou "agentes theta" geralmente percorrem uma distância bastante razoável, em trajetórias não naturais, complicadas, com curvas e mudanças agudas e raramente os objetos se quebram, mas são transportados com certo cuidado, visando atingir um objetivo, por exemplo, ferir ou assustar alguém.
B. Em um poltergeist com um epicentro conhecido dentro daquelas características psicossociais já descritas, o agente sente um certo alívio diante do caos provocado por estar inconscientemente expressando seus impulsos agressivos em direção a outras pessoas, geralmente parentes. No caso dos supostos "agentes theta", o epicentro é que se torna o alvo de impulsos destrutivos procedentes de algo externo, que pode até mesmo mudar de alvo, atingindo ou seguindo outras pessoas, até mesmo de fora da família, mas que tenham tido algum contato com ela durante os eventos.
C. No caso de um "agente vivo", os ruídos produzidos são caóticos, sem significação em termos de comunicação; já nos casos dos produzidos pelos "agentes theta", os ruídos podem assumir uma forma telegráfica, como no caso clássico dos "raps" e "mesas girantes”.
Diferenças entre poltergeist e assombração
Apesar de, normalmente, serem os fenômenos de poltergeist associados com os de assombração, existem características distintas para ambos. Vejamos no resumo algumas das citadas pelo Professor Hernani Guimarães Andrade em seu livro Poltergeist, Algumas de Suas Ocorrências no Brasil:
O poltergeist com frequência ocorre com a presença de uma pessoa, ou algumas poucas pessoas, geralmente de uma mesma família, e costuma acompanhar estas nos locais onde se estabelecerem. A assombração, ao contrário, tende a se ligar a locais como casas, prédios, fazendas, etc.
O poltergeist quase sempre aparenta ter um objetivo, qual seja o de perturbar ou molestar certas pessoas, quebrar objetos, assustar. A assombração geralmente parece indiferente a pessoas ou visitantes dos locais em que atua. Apenas em alguns casos se mostra agressiva. Normalmente, o "fantasma" de uma assombração repete atos de forma aparentemente automática, mas também pode demonstrar querer algum contato ou interação social.
A duração de um poltergeist geralmente varia de poucos minutos a alguns poucos anos, de modo flutuante. A assombração, contudo, pode permanecer por séculos. A assombração, em alguns casos, tenta comunicar-se com alguém, mas não demonstra intenção de machucar ou causar dano. Nestes casos, ela cessa após conseguir seu intento. Ademais, enquanto no poltergeist existem nitidamente fenômenos físicos objetivos, nas assombrações os fenômenos são geralmente subjetivos, reduzindo-se quase sempre a aparições e audições de vozes ou ruídos. Entretanto, em alguns casos, existem ocorrências mistas de todos esses fenômenos, tanto em poltergeists quanto em assombrações.
Algumas estatísticas
Em um levantamento obtido por Alan Gauld e A. D. Cornell, sobre um total de 500 casos de poltergeist comprovados, apenas em 197 (34,9%) destes casos foram identificados os epicentros. Destes, 54 sujeitos (27%) eram do sexo masculino, e os outros 143 (73%), do sexo feminino.
Da totalidade dos 500 casos, 152 deles ocorreram envolvendo pessoas com menos de 20 anos, portanto, em 30% dos casos totais. Agentes prováveis com mais de 20 anos totalizaram 19% dos casos (42 casos). Desta forma, dos 197 casos com epicentros conhecidos, 78% das pessoas tinham menos de 20 anos de idade. Mas o número de pessoas-foco com mais de 20 anos também é significativo (GAULD & CORNELL, 1979).
Evidências da Sobrevivência. São Paulo: Madras, 2004, pp. 143-152.