betossantana escreveu:ímpio escreveu:eu não vi a capa em questão, mas pela descrição me parece que é um tanto satírica em vez de pretender realmente dizer que os caras são santos!
AHÁ!!!! ESSE é o ponto!! Pra qualquer pessoa que não tenha a mente fraca, uma capa dessas parece até uma brincadeira, já que é destinada ESPECIFICAMENTE a pessoas idiotóides! Ou seja, você vê e diz "mas que capa mais idiota", já as pessoas IDIOTAS não, vão simplesmente absorver aquilo como uma interpretação visual-ideológica do que é um bom capitalista e possivelmente internalizar essas monguices! O que salta aos olhos então é que eles ultrapassaram a linha entre o leitor idiota e o leitor minimamente crítico e fizeram uma capa que nenhum leitor minimamente crítico vai deixar de considerar que É ridícula. Uma falta de noçãããããão.
Não é por nada, mas isso parece mesmo daquelas coisas que eu escrevo de vez em quando de vermelho, sério.
Lembrei de uma vez que comentei, em resposta a uma crítica da propaganda em geral, sobre como aqueles modelos em propaganda são sempre "belos arianos puros" (nas palavras do cara), que por exemplo, aquela propaganda de barbeador em que o cara se empolgava e raspava a cabeça era o ápice disso, induzindo ao movimento neonazista
skinhead
E não tem NADA de sátira, a reportagem REALMENTE se chamava Os santos do capitalismo e falava sobre como o capitalismo era belíssimo, extaziantemente lindo, porque proporcionava a maravilhosa dádiva da caridade e da filantropia. Tinha até uns pontos interessantes sobre nos EUA o dinheiro de doações por particulares ser dedutível do imposto de renda, mas no Brasil o sistema tributário não oferecer nenhum estímulo para a pessoa física que pratica caridade ou filantropia, achei positivo apontar isso.
Bem, não vejo nada de errado em se falar bem de coisas que são boas. Ainda acho que "os santos do capitalismo" é mais um sentido figurado, mil vezes melhor do que, por exemplo, políticos prometendo acabar com a fome ou com a seca e etc, para um monte de pessoas bem ignorantes.
(Como é que a Veja ia SATIRIZAR o capitalismo ou seus maiores expoentes estadunidenses??? Seria o DIA DO JUÍZO se isso acontecesse.)
Não seria bem uma sátira nesse caso, mas mais uma hipérbole ou sei lá o que.
De qualquer forma, acho bem provavel que a Veja (não sou leitor, nem sei na verdade) tenha sim denunciado males de uns capitalistas. Praticamente o mundo é capitalista, e duvido que a Veja mostre um mundo onde tudo vai às mil maravilhas, ou que consiga de alguma forma atribuir tudo que ocorre de ruim em algum lugar diretamente à posições de esquerda ou anti-capitalismo.
ímpio escreveu:E claro que
as capas pró-Lula de quando o Lula foi eleito, não foram patéticas, não é?

Do que é que você está falando??? Lula ESTAVA eleito ou NÃO ESTAVA eleito??
Teve a capa pós-eleição, que, se a Veja é supostamente tão anti-Lula poderia ser bem mais evidente nesse caso, e também teve as outras durante a eleição, pelo menos aquela especial da corrida com o Lula em destaque, na frente.
Alckmin NÃO estava eleito e tinha chances quase nulas de ser eleito.
Lula tinha perdido no primeiro mandato, não dava para saber se o Alckmin poderia ou não ganhar. Alguns analistas colocam a vitória do Lula como resultado do demônio das privatizações. De qualquer forma, o que isso tem a ver? As pessoas não podem saber mais de um candidato só porque tem chances supostamente quase nulas de ser eleito? Se estivesse mais acirrada a disputa, teria sido menos parcial a matéria?
Além disso, aquela capa com a chamada "o primeiro mandato de Lula foi pífio... e agora blá blá blá pra deixar um legado de grandeza" é patética também, se a Veja odeia Lula e quer que seu governo seja o pior desastre da civilização brasileira pra confirmar suas predições diabólicas, POR QUÊ sequer imaginar que Lula PODERIA deixar algum "legado de grandeza"??? Além de escrota, é uma revista incoerente e sacana. Argh.
Deixe ver se entendi. A revista não pode criticar o mandato anterior e dizer que "e agora ele tem mais quatro anos para deixar um legado de grandeza" porque senão está sendo incoerente?
Se dissesse algo como, "o primeiro mandato foi pífio. Se tomarmos esse mandato como base, teremos quatro anos difíceis à frente.", não seria mais criticavel por ser "incoerente", mas claro que estaria sendo parcial...
Ou seja, não pode apontar as falhas no governo, denúncias de corrupção, para não ser "parcial"; e não pode fazer isso ao mesmo tempo em que sugere a mera possibilidade de algo de bom sair do governo, porque senão é incoerente, além de usar adjetivos imparciais (bom).
Ou seja, a revista teria só que mostrar as coisas boas, nada de corrupção, ou talvez até narrar a corrupção, mas não dar a ela um tom condenatório, sem fazer juízo de valor, sendo imparcial, e também não pode especular sobre possíveis rumos do país usando adjetivos. E em vez de usar o rótulo pejorativo "corrupção", talvez o mais adequado fosse "medidas heterodoxas", ou "meios não convencionais".
E claro, não se pode cogitar sobre o presidente estar ou não ciente de meios não convencionais utilizados por seus aliados, ou emitir juízo de valor sobre qualquer das possíveis situações.
Então, em vez de dizer algo como:
"O primeiro mandato foi pífio. e agora ele tem mais quatro anos para deixar um legado de grandeza",
teria que colocar:
"
O primeiro mandato acabou. E agora tem mais quatro anos até o fim de seu segundo mandato atuando como presidente".