Acauan escreveu:Andre TJ escreveu:O fato de cada um ter experiencia de forma individual so é um reflexo de sermos todos diferentes.Mas um dos aspectos mais duradouros da felicidade sào os atos que tem efeito no coletivo e ultrapassam o plano individual.
1)
Se estamos discutindo a afirmação "a satisfação reside no indivíduo e não na espécie", mesmo que considerássemos sua hipótese correta, o que é discutível, a veracidade da proposição inicial não é afetada em nada, uma vez que ela fala do agente da satisfação e não das repercussões da satisfação.
Uma das maiores satisfações humanas é a paixão romântica correspondida, o que não é uma experiência coletiva, uma vez que cada um dos constituintes do casal é sujeito de suas próprias emoções. Não é o casal que é sujeito de uma emoção única.Andre TJ escreveu:Sua visão negativa das revoluçoes tem mais a ver com suas consequencias nas experiencias historicas conhecidas, do que nos sentimentos das pessoas ao realizarem.O 17 de outubro na Russia por exemplo foi um movimento de massas, para acabar com a opressão dos Czarismo, e as revoluçoes somente se operam com massiço apoio popular, geralmente canalizado por uma vontade coletiva contra um opressor comum, o golpe é que é realizado por uma minoria.Posteriormente, principalmente durante o Stalinismo é que a indivudualidade foi atacada, assim como a supressão da Democracia, e dos espaços para dialogos com o coletivo, foram os maiores erros, dessa administração, assim como muitas que tomaram o caminho autoritario.
2)
Esta é uma versão romântica, propagandística, simplificadora e falsa da dinâmica das revoluções.
Esta dinâmica se inicia quando um conjunto de rupturas sócio-históricas e filosóficas evidencia a possibilidade de mudanças na estrutura de poder das sociedades.
Esta possibilidade é percebida por intelectuais estudiosos das rupturas, que a traduzem na forma de uma ideologia que projeta a nova estrutura de poder que pode surgir delas.
Obviamente, estas ideologias prevêem que os intelectuais que a projetaram ocupem o topo de sua estrutura.
A transição da ideologia para a ação revolucionária se inicia pela propaganda, destinada a recrutar militantes e manipular a esperança latente das massas de que toda mudança seja para melhor e que qualquer nova liderança seja melhor que aquela à qual atualmente se submetem.
Daí nasce o apelo revolucionário, não de um sentimento verdadeiro e espontâneo vindo de alguma vontade popular instintiva de justiça, mas de uma estratégia cuidadosamente planejada, contra a qual massas ignorantes tem pouca ou nenhuma defesa.
Foi assim nas Revoluções Francesa, Soviética e Islâmica Iraniana, sendo que qualquer outra imagem de multidões entusiasmadas aderindo voluntariamente à causa revolucionária e derrubando o regime por conta de alguma consciência coletiva foi sempre criada posteriormente pelos propagandistas do regime.
No mais, Stalin, Lênin e Trotski eram farinha do mesmo saco. Jogar a culpa de todos os males do comunismo nas costas de um só é outra estratégia para tentar apagar as falhas intrínsecas daquela ideologia e a perversidade moral de seus líderes fundadores.Andre TJ escreveu:Considero a interiorização do valor da contribuição ao coletivo uma das coisas mais importantes tanto para felicidade individual, como de todos, enquanto um ideal.Mobilizar as pessoas para trabalhar, pensar, agir, em prol de outros é uma motivação muito mais significativa, do que a busca incessante, egoistica por dinheiro, que marca boa parte dos países capitalistas.
3)
O que você diz não faz o menor sentido. Apenas traduz um vício mental que leva a crer que o coletivo é bom e o individual é ruim
Não existe "interiorização do valor da contribuição ao coletivo".
Existe o indivíduo que livremente decide agir em prol de causas nobres que vão além de seus próprios interesses.
Se tirarmos a individualidade deste ato ele perde todo valor, uma vez que sua grandeza reside justamente no fato de vir de dentro do Homem para fora. Se vier de fora do Homem para dentro dele, negamos o valor humano e consequentemente o valor de seus atos.
Tornamo-nos apenas fantoches. Seja de Deus como querem os fundamentalistas predestinistas cristãos ou da História, como querem os Marxistas.
Quando você diz "
Mobilizar as pessoas para trabalhar, pensar, agir, em prol de outros é uma motivação muito mais significativa, do que a busca incessante, egoistica por dinheiro, que marca boa parte dos países capitalistas."
, quem é o sujeito do verbo mobilizar?
Ou este sujeito é um ser humano individual que assume o papel messiânico de decidir o que é ou não significativo para as pessoas ou é uma entidade abstrata e coletiva como o Estado.
Em qualquer caso, temos a supressão da liberdade individual, o direito de cada Homem decidir o que é melhor para si e não aceitar uma resposta pronta vinda de outros homens ou de uma entidade à qual não se pode olhar nos olhos.
4)É bastante simplista a idéia de que a única opção à subordinação das vontades individuais à uma vontade coletiva seja a busca por dinheiro da sociedade capitalista.
Nenhuma outra civilização produziu cultura, arte, filosofia, progresso material, igualdade política, direitos democráticos e outras benesses quanto a Civilização Ocidental fundamentada na liberdade e na auto-determinação do indivíduo.
Em partes.
1)Concordo acerca do amor romantico.Mas isso não invalida que uma das importante dimensão da felicidade é a sensaçào de contribuição para o coletivo.
2)Sou contrario a qualquer elitismo, logo a suposição de intelectuais no controle não condiz com o que penso.Sobre a revolução russa, sua analise é estreita, o partido so encontrou possibilidade para realizar a revoluçào pq contava com o apoio das massas, e essas viam nos Czarismo uma forma de opressão presente.As revoluçoes somente acontecem com apoio e participação das massas, canalizadas por algum interesse comum.Infelismente o terreno apos as revoluçoes é farto para apropriaçoes personalisticas que em geral desvirtuam seus propositos e criam novas formas de opressão, ou pelo menos foi assim que aconteceu na história da humanidade na maior parte das vezes.Até por isso não defendo uma revolução nos moldes marxistas e sim uma refundação da Democracia representativa, a ampliando e transformando, de forma pacifica, com reformas e participação popular.
A responsabilidade maior de Stalin tem mais a ver com o tempo que ele ficou no poder, sua visão de administração.Claro que Lenin tem sua responsabilidade afinal dirigiu o partido no incio do sexXX, e Trosky tem a sua pelos seus equivocos.Mas Stalin os supera nos equivocos, em pretensoes totalitarias, culto a personalidade, Estado autoritario, entre outros equivocos.
3)Individualismo extremo é ruim.Individualidade é fundamental para arte, desenvolvimento cientifico, tecnologico, e o respeito as liberdades políticas, direitos humanos e civis, parte da do que existe de básico para vida em sociedade.
Não nem apenas de dentro para fora nem de fora para dentro.A interiorização que falo é um dialogo, aonde existe liberdade de escolha, e apresentação de ideias coletivas, para serem absorvidas, se forem consideradas válidas, logo a escolha, a opção é parte do processo.
O que desejo é que cada individuo tenha mais poder sobre as instituiçoes.Assim o coletivo(A soma de todos os individuos) teria mais controle sobre o Estado, fazendo esse de fato agir conforme seus interesses, e não como é representando os interesses privados daqueles que tem mais poder.Ou como no momento atual atendendo assistencialmente as demandas da população(Bolsa Familia por exemplo) pobre, sem de fato ter um projeto para ajudar essa população a conquistar a superação do estado de pobreza.
4) Boa parte dessas beneces eu acho otimas, do ponto de vista dos direitos o liberalismo político é fundamental, e o defendo integralmente.Mas o separo do liberalismo economico, que corresponde a liberdade dos que tem mais de fazer o que querem, e os que não tem terem o juizo para obedecer.
A lógica egosista, individualista, está presente nas sociedades capitalistas.Apenas disse isso essa "unica opção" foi vc que escreveu e sinceramente não sei o que quis dizer com isso.Pq no capitalismo a subordinação é feita a vontade de uma minoria, que controla e influencia as decisoes, inviabilizando projetos de natureza coletiva, e de beneficio a maioria.A democracia representativa logo tem limites, e infelismente não ajuda de fato boa parte da população a superar seu estado de necessidade.Quando se atende a maioria é melhor, mas se isso é feito sem prever e ajudar essa a continuamente melhorar, como no caso dos equivocos do Bolsa Familia, um novo equivoco que favorece a inercia desses grupos.