user f.k.a. Cabeção escreveu:
Leia o que eu venho dizendo e pela primeira vez tente compreender.
A economia de mercado não tem qualquer responsabilidade pela miséria de algumas pessoas. O sistema capitalista não funciona de acordo com a exploração de uma classe em favor da outra, mas com o consumo de massas, e para as massas consumirem, é preciso que elas tenham condições para tanto.
HAHAHAHAHA, não, existe o crédito. Pobre não paga a vista. E o que lhes é empurrado pelo marketing são produtos, normalmente, não de primeira necessidade, mas bens de consumo teoricamente inúteis. Favelado tem celular por aqui, meu filho. E, sinceramente, é muito mais prático manter uma população recebendo pouco e lucrando em cima da mesma a partir desse sistema de juros. Muito prático para quem explora, aliás. Até porque, um sistema capitalista não é uma teia uniforme: alguns setores podem enriquecer em prol de outros. Vale lembrar que economias já se susteram à base de bens de luxo!
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Mas podemos compreender que a economia de mercado também não faz nada diretamente para tirar as pessoas da miséria. Já que não serão dadas esmolas, a população precisará trabalhar para ganhar dinheiro. Talvez a situação geral seja a de desemprego, o que limitará as possibilidades de cada um de ganhar seu pão.
Só que nesse caso, o problema é o desemprego, que está gerando a fome, e não a economia de mercado. Alguns, que pensam segundo preceitos keynesianos, largamente refutados, imaginam que o desemprego seja uma característica inerente das economias de mercado, e que o governo precisa interceder para que essas distorções não ocorram ou para minimizar seus efeitos.
E são características inerentes. Sem reserva de mercado, os salários tendem a subir e formam-se frágeis economias de consumo, como era a Argentina em Perón, por exemplo.
O desemprego é essencial à potencialização do lucro da classe dominante.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]O fato é que, resumidamente, pode-se dizer que, assim como em relação ao ouro e à inflação, Maynard Keynes estava errado. O desemprego na economia de mercado é resultado puro e simples da obstrução que o governo impõe aos empresários de ajustarem os níveis salariais de acordo com as flutuações de mercado. Numa economia desobstruída, como Mises demonstrou, os períodos de transição onde ocorre desemprego seriam minimizados.
O governo não é o único que impõe a manutenção dos níveis salariais artificialmente altos, com leis de salário mínimo e que impossibilitam redução salarial na maioria dos casos. Também existem os sindicatos, que com sua "liberdade" para paralisar a produção e coagir os "fura-greves", além de seus direitos trabalhistas que os blindam contra qualquer tipo de retaliação, acabam fazendo de refém os donos do capital, e sujeitando a produção aos caprichos dos líderes sindicais. Eis aí a maior razão dos conflitos entre proletários no final do século XIX, o poder que alguns exerciam acabava por impedir que outros proletários desempregados competissem por posições com salários mais baixos. Como os donos de capital não podem fabricar dinheiro, e o mercado não necessariamente está comprando mais os seus produtos para que ocorra aumentos de salário, sua única saída é diminuir o contingente de trabalhadores.
Como eu já disse: quando alguém tenta reaver seus direitos, são tachados de injustos e desonestos. Estude História: já disse e repito, se não fôssem as dignas batalhas sindicais que atravessaram este dois últimos séculos, viveríamos até hoje situações análogas à da Inglaterra pré-industrial, com regimes de trabalhos insalubres, crianças pequenas se destruindo em fábricas e uma modo de vida nojento, que embrutecia os seres, tirando dos mesmos qualquer valor moral que pudesse ser adquirido com as benesses da civilização.
Mas, naturalmente, você iria se crer o empregador e não o empregado, né Vitor? Com a sua amada "liberdade de morrer de fome". Ideologiazinha nojenta que mascara com eufemismos a retirada dos poucos privilégios das quais desfrutam os assalariados, que estão em desvantagem no jogo de poder ep or isso mesmo procuram o Estado para se defenderem.
De resto, afirmações vazias. Ou o de sempre: quando o índice de desemprego for baixo, apontamos ali o tal "liberalismo". Grande estratégia....
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]A noção de que é necessária uma "reserva de contingente" é completamente desprovida de significado, pois um capitalista nada pode fazer para estimular o desemprego, e numa economia desobstruída ele também pouco pode com relação a entrada de outros investimentos paralelos ao seu.
A própria noção de competição por vagas já desmonta tudo isso: os empregados competem por vagas no mercado, vendendo sua força de trabalho. Os melhores serão contratados, e, nessa hierarquia, ganharão os melhores salários, os mais incapacitados ficarão de fora. Se o mercado crescer a um ponto de absorver toda essa mão deo bra, os salários tenderão a subir e os produtos a encarecer, facilitando uma crise a médio prazo.
Pra variar, pensas um modo de produção totalmente desproblematizado, como se um passe de mágica no meio do turbilhão de interesses diferentes que vem a ser uma economia de mercado regulasse tudo isso. Utopia, já disse.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[color=#0080ff][b]Quanto a questão do aumento dos salários na cidade, basicamente porque a retenção do governo do fluxo migratório impede que os trabalhadores presos no campo venham para a cidade trabalhar, gerando uma assimetria cada vez maior. Por sua vez, para corrigir a assimetria e evitar tensões, o governo pode depreender de mais intervencionismo, seja aumentando os salários do campo, seja estabelecendo um limite máximo para as práticas salariais na cidade, mas ambas as ações tem efeitos contrários aos desejados, como é comum as práticas intervencionistas.
No caso da China, o imenso potencial humano, tanto no campo quanto na cidade, faz com que o processo leve bem mais tempo do que levaria num país com pequena população.
A partir do momento que se estabelece inclusive o nível salarial e a cota de trabalho de cada indivíduo, esse problema é minimizado. Totalitarismo estão aí pra isso, hehehe.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Sim e não.
Os subsídios agrícolas e as tarifas de importação são empecilhos para a entrada de produtos estrangeiros, mas a entrada destes nada tem a ver com prejuízos "à dinâmica capitalista local". Na verdade, sua obstrução é que é um prejuízo, uma vez que obriga os consumidores a limitarem suas margens de escolha e a financiarem empresas agrícolas que deveriam em teoria não ter qualquer tipo de privilégio.
Esses subsídios são conseguidos porque os fazendeiros e proprietários de terras conseguem através de lobby se unir a outras minorias reivindicantes de privilégios e então conseguir uma razoável quantidade de representantes ocupados em satisfazer essa demanda por tratamento diferenciado.
Nada disso tem a ver com liberalismo, muito menos faz um país se desenvolver. O problema é que mexer nesses privilégios é mexer com gente poderosa e que controla uma boa quantidade de votos, o que pode significar estar politicamente liquidado em alguns estados.
Oh, que não tem nada a ver com o liberalismo eu sei muito bem.
O que coloquei em questão é se isso é necessariamente maléfico à economia, e, até onde eu argumentei, não acho que seja. Você protege um desenvolvimento capitalista local, o grosso do capital retorna ao Estado e gera-se riqueza a nível nacional ao invés de se permitir uma fuga à matriz estrangeira. Acima disso, não se geram problemas referentes a desemprego e nem se mexe com as suas citadas forças locais, das quais eu não duvido influência.
user f.k.a. Cabeção escreveu:[b]Outra concepção errada. O capital poupado escolhendo produtos melhores é que fatalmente seria reinvestido na economia, além do fato dos prejuízos causados ao setor agrícola levarem a um deslocamento de capital deste para outros onde o mercado é mais interessante, uma vez que o patrocínio estatal cessou.
E porque a poupança é necessariamente reinvestida na dinâmica capitalista? Ela pode muito bem simplesmente concentrar renda nas mãos de uns poucos no mercado financeiro e não se prestar ao capital industrial. Eu ainda não entedi porque é que, para você, necessariamente, esse capital têm de retornar ao mercado. E se as poupanças começarem a retirar, sistematicamente, de circulação, boa parte do capital que deveria estar circulando no mercado, por exemplo?
Já disse que você tenta retirar os "problemas" de algo que é necessariamente problemático, como um modo de produção.
user f.k.a.Cabeção escreveu:[b][color=#0080ff]Dizer de nada adianta, é preciso provar. Eu já dei claras mostras de que o socialismo e o intervencionismo são inadequados.
Claro, estamos aqui até agora só de sacanagem! E o mundo não é formado apenas por liberais só de sacanagem também! Genial...
user f.k.a.Cabeção escreveu:A concorrência estrangeira é totalmente necessária ao liberalismo, por ser a única força capaz de estrangular o poder dos cartéis. Uma vez que se critique a existência de cartéis, se está é atacando a noção intervencionista de protecionismo alfandegário. Você não tem idéia do que fala.
E por que cargas d'agua empresas estrangeiras não podem formar cartéis?! Vou ter que citar a AMBEV de novo?! Você é ideológico demais!
user f.k.a.Cabeção escreveu:Singer está errado. A única coisa que mudaria é que a renovação tecnológica seria mais intensa em setores onde o mercado tem maior demanda.
Um exemplo mais do que óbvio é a área de informática, que desenvolve-se sem qualquer patrocínio expressivo de organismos estatais, sendo empresas privadas as grades geradoras inovadoras.
Eu não gostaria de entrar nessa discussão porque não domino totalmente a teoria de Singer acerca do fator, mas ele te responderia agora mesmo que a renovação tecnológica na área é lenta, ela simplesmente reutiliza tecnologias já existentes e produz marketing em cima das mesmas.
E ele certamente citaria fontes de patrocínio estatal sobre as tais.
user f.k.a.Cabeção escreveu:
Se você não tem argumentos melhores, azar o seu, eu não preciso responder a um clichê tão fraco e cansativo...
E plenamente verdadeiro, até hoje...
user f.k.a.Cabeção escreveu:Ou seja, tudo é ideologia.
user f.k.a.Cabeção escreveu:A existência do debate em nada contribui para a inexistência da verdade.
No mais, conceitos são abandonados quando se mostram inúteis, ou seja, não acrescentam informação alguma a teoria, equivocados, quando a informação que introduzem está em desacordo com os fatos, incompletos, quando abordam apenas parcialmente um problema quando comparados a outros conceitos, ou imprecisos ou ambíguos, quando diferentes conclusões contraditórias podem ser deduzidas do seu emprego.
O conceito de mais-valia se mostra equivocado, no que diz respeito as previsões que Marx fez com relação à dinâmica salarial e ao lucro empresarial, e incompleto naquilo que tinha algum significado, sendo plenamente superado por noções como a de produtividade marginal, por exemplo.
Isso é bem relativo. E algumas das averiguações de Schumpeter acerca do reinvestimento do capital para proteger a própria dinâmica do capital (a contratação de uma classe média gerencial que apenas organiza e lida com os trabalhadores é um dos exemplos usados com mais afinco) são bem atuais até. Não sou maluco de defender as idéias econômicas de Marx até porque não sou economista. Falo do que eu sei pro cima e do que aprendi por esforço próprio.
user f.k.a.Cabeção escreveu:A AMBEV é uma fusão de várias empresas cervejeiras.
Agora me diga o que é a Femsa? O que é a Schinchariol?
O fato da AMBEV ter se unido a um grupo cervejeiro internacional simplesmente mostra que a estratégia de mercado de uma dessas empresas foi adquirir controle majoritário das outras, mas o mercado ficou todo controlado por causa disso? Existe escassez de cerveja, ou o preço praticado está irreal?
Acredito que não. E olha que estamos falando de Brasil, que não é exemplo nenhum de economia de livre-mercado, ou pelo menos, é um exemplo pior do que as 80 nações à nossa frente no índice Heritage/Wall Street Journal.
Longe disso, mas o cartel existiu e anulou a concorrência entre as duas grande do país (Skol e Antartica) e só não tomou o mercado porque o dito cujo é extenso e diversificado. O que não fez com que marcas mais fracas se enfraquecessem, como foi o caso da Kaiser. No segundo exemplo que citei o cartel foi mais explícito e prejudicou os compradores descaradamente. E, creio eu, não tenha sido culpa direta de qualquer intervencionismo estatal.
user f.k.a.Cabeção escreveu:Só que você não me mostrou como a cartelização é possível numa dinâmica de livre-mercado.
Eu dei um exemplo. Se um commodity, como petróleo ou algum metal raro, existir em quantidades economicamente viáveis apenas em uma pequena parte da superfície terrestre, em teoria seus controladores poderiam montar um cartel a nível global.
Mas esse cartel estaria ainda vulnerável à descoberta de novas reservas ou ao uso de tecnologias substitutivas, ou ainda a quebra de pacto ou corrupção de um dos seus membros.
Ah, a expectativa...creio que não precisemos ir tão longe. Empresas de grande porte fazem isso o tempo todo. E nada me garante que o arrombamento das menores seja necessariamente benéfico aos consumidores. Pode-se gerar desemprego, pode-se forçar um aumento geral nos preços por meio da escassez de concorrência. Temos vários exemplos de setores onde existe, no máximo, uma concorrência monopólica entre poucas empresas. Isso é necessariamente melhor que centenas de empresas competindo e gerando emprego, além de forçando uma baixa nos preços? Eu não tenho tanta certeza.
user f.k.a.Cabeção escreveu:Meu Deus, Samael, onde eu disse que social democratas declaram-se a favor da ditadura?
Eu disse que o socialismo depende de uma ditadura, mas isso não impede as pessoas de agirem de forma hipócrita e dissimulada.
Quanto a linha "social democrata", ela foi proeminente na Alemanha da república de Weimar. Era o partido hegemônico. Nem preciso lembrar o sucesso de suas políticas.
A Escandinávia das décadas de 50, 60 e 70 eram economias liberais ortodoxas, fase onde empresas como a Volvo ou a Ericsson cresceram, e mesmo com a presença atual, e tão alardeada, da social democracia de alguns de seus governos, não tem tido muito sucesso em saquear a liberdade econômica desses países. A Finlândia, de longe a que mais prospera dessas nações nos últimos anos, é um exemplo a ser seguido de economia totalmente liberal, e sempre está entre os primeiros no ranking Heritage.
Claro, a Noruega, o maior IDH do mundo, foi quase que majoritariamente governada por sociais democratas descendentes dos antigos socialistas democráticos e, claro, a Noruega "se desenvolveu graças ao capitalismo"...
Vitor, Bernstein e Luxemburgo eram comunistas, mas rejeitavam a dominação totalitária.
user f.k.a.Cabeção escreveu:Ai, que absurdo sem sentido.
A Europa é rica porque a revolução industrial ocorreu lá e é lá que há mais tempo se acumula capital.
Dizer que as relações imperialistas tornam um país rico é ignorar o fato de que para colonizar outras nações eles já eram mais ricos e poderosos antes, além do fato de um sem número desses países citados como ricos não terem tido qualquer participação na prática do imperialismo, ou uma participação bastante limitada, como a Alemanha, Itália e os países escandinavos.
Só não digo que é burrice porque você é meu amigo e eu respeito a sua inteligência, mas que você vacilou, vacilou. Comprometimento intelectual eu até admito, mas dessa vez foi pura cegueira ideológica. Parece até membro do diretório do PCO falando...
Vitor, entenda uma coisa, boa parte dessa acumulação capitalista deriva da prática metalista (que envolviam relações imperialistas) anterior ao próprio advento liberal. A revolução industrial mesmo necessitou desse acumulo de capital a priori.
O enriquecimento de outras nações é mais recente, o da Itália, principalmente, e se deve a uma série de fatores. E esses fatores eu pretendo estudar ainda com bastante calma.
Ah, e PCO é o cacete, maldito!
user f.k.a.Cabeção escreveu:É muito fácil porque é verdade. A verdade é fácil de defender, exige menos contorcionismo intelectual.
Mas tu ficaste bitolado com essa estória de direita, hein, porra?!
