A anunciada nacionalização da Compañia Anónima Nacional Teléfonos (CANTV), maior operadora telefónica da Venezuela, arrastou, ontem, para o vermelho não só as acções da empresa como a bolsa de Caracas.
A anunciada nacionalização da Compañia Anónima Nacional Teléfonos (CANTV), maior operadora telefónica da Venezuela, arrastou, ontem, para o vermelho não só as acções da empresa como a bolsa de Caracas.
Pela primeira vez na história o índice venezuelano caiu num só dia 19% com 14 títulos descer, num total de 16, e nenhum a subir. As acções da CANTV, um dos pesos pesados da bolsa venezuelana, caíram mais de 30% e as Electricidad de Caracas, a maior eléctrica do país, encerraram ontem a desvalorizar 20,39%. Os títulos das duas empresa vão agora ficar suspensos por dois dias.
Esta onda de choque na bolsa de Caracas foi provocada pelas declarações proferidas ontem pelo presidente da Venezuela, Hugo Chavéz, por ocasião da tomada de posse do seu novo governo. Chavéz anunciou que pretende nacionalizar todos os antigos monopólios estatais que foram entretanto privatizados, tendo feito referência específica à CANTV.
"Todos os sectores importantes e estratégicos, como a electricidade, todos os que foram privatizados, vão ser nacionalizados", disse Chavéz, que toma hoje posse na presidência venezuelana para o segundo mandato com duração até 2013.
A nacionalização de sectores estratégicos da economia faz parte da "revolução socialista" que Chavéz quer implementar no país durante o seu segundo mandato. E nem o banco central escapa a esta vaga de nacionalizações.
Hugo Chavéz já defendeu que a independência do banco central é um dos maiores erros da constituição venezuelana. "O banco central não deve ser autónomo", disse.
O presidente do banco central da Venezuela, Domingo Maza, já manifestou o seu desacordo com esta intenção de Chavéz referindo que, caso isso venha a acontecer, "as pessoas vão perder a confiança na moeda".
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