Não basta questionar!

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A religião pode ser fonte de conhecimento e falar sobre fatos?

Jamais! religião é veneno!
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A religião pode conter informações históricas, sendo algumas delas precisas, mas na maioria contém fantasias. (Atrapalha mais que ajuda).
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A religião pode conter alguma informação histórica e filosófica/ideológica útil, mas a maioria do que contém são enganos.
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A religião pode ser tão boa quanto à filosofia, mas não passa disso.
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A religião não só tem um bom conteúdo filosófico, como é também uma fonte de ciência valida e que fala sobre fatos.
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A religião é a palavra perfeita de Deus, não contém erros.
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A religião é a palavra de Deus, pode até conter erros e é importante, mas não como um tipo de filosofia ou ciência humana, mas sim divina.
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Tenho outras opiniões sobre o assunto.
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NadaSei
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por NadaSei »

betossantana escreveu:NadaSei, você é quem idealiza as religiões. Você é quem tomou por certo um conceito e uma interpretação do que é religião que é uma dentre inúmeras possíveis, (...)costumam pensar assim. Você, não: você acha que as pessoas que têm essa fé estão todas erradas justamente porque não sabem o que é verdadeiramente pertencer a uma religião e ser religioso. Você é arrogante e um místico que gosta de frases feitas bregas.

Não senhor, eu apenas atento para o fato de que os argumentos que tenho visto contra a religião, falam sobre distorções de conceitos como "céu e inferno", "Deus", e outros bichos mais.
Argumentos infantis, que demonstram uma falta de conhecimento enorme sobre religião. Uma crença que eu mesmo já tive.

A religião tem um objetivo e apresenta uma tecnica para se chegar nele e, isso não é interpretativo, é inegável.
Qualquer coisa que fuja desse centro é papagaiada, como a idéia de que religião e ciência são antagônicas.

O centro da religião é a mente, o objetivo é leval-a a um outro estado de consciência e a tecnica é a meditação e os ensinamentos práticos.
Essa é a parte da religião que se assemelha a psicologia.
Depois para explicar o porque deveriamos querer viver em outro estado de conciência, vem as mitologias as estórinhas e a parte filosófica da religião.

A ciência moderna quando toca em temas que a religião cita, não tem feito outra coisa que se não confirmar o que já é dito a muito tempo pela religião.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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NadaSei
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Mensagem por NadaSei »

Flush escreveu:A religião e a Ciência são antagónicas.
Experimenta ver isso pelo Evolucionismo vs Criacionismo.
Podes pegar na Biblia e fazer dela plasticina que nunca chegarás a encaixar Genesis no Evolucionismo. E quem diz o contrário ou está a tentar ser politicamente correcto, ou hipócrita, ou então perverte o Genesis para encaixar às marretadas no Evolucionismo, ou perverte a Ciência para encaixar às marretadas no Genesis.

O Criacionismo é uma distorção de teístas leigos e curiosos.
Como eu já citei antes, a mitologia do Gênisis é uma estórinha ficticia que ilustra algumas morais, como a origem do chamado pecado.
E sim, sugere que somos criações de Deus, mas não é uma teoria ciêntifica de como isso ocorreu.
O Budismo nada fala sobre Deus ter nos criado.
Temos que lembrar que "Deus" é um conceito obscuro e complicado na religião, o Deus impessoal é o próprio universo.
Não somos parte do universo e criados por ele?

Depois essa tal teoria da evolução não é um fato, com isso nem ao menos desmente os criacionistas.
Claro que a teoria da evolução é muito mais racional e provável que a teoria criacionista, mas não é nem mais nem menos provavél que a idéia de que fomos criados de forma consciente, por algo que chamamos Deus.

Pensar na estória do casal original Adão e Eva, de forma literal, torna o criacionismo altamente improvável.
Isso é bem diferente de pensar simplesmente que Deus nos criou.
Eu particularmente não acredito na teoria da evolução, bem como não sei se somos criações de Deus. Sou "agnostico" quanto a questão.

A ciência também apoia outras idéias da religião.
Algumas religiões e linhas misticas por muito tempo sugerem que tudo é "energia", o que sempre contrariou a visão materialista na qual a mente cientifica está muito viciada, entretanto, a ciência nos ensina que eles estão certos, pois matéria é energia.

Depois essa idéia de "a ciência" é um tanto vaga, existem varias ciências.
A psicologia é a ciência que mais fala sobre o mesmo tema que a religião, pois o centro de conhecimento das duas é a mente humana.
Elas não são nem um pouco antagônicas, muito pelo contrario, se completam.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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betossantana
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por betossantana »

NadaSei escreveu:O centro da religião é a mente, o objetivo é leval-a a um outro estado de consciência e a tecnica é a meditação e os ensinamentos práticos.


Mahariiiishiiiiiiiiiiiiiiii, Mahaaaaariiiiishiiiiiiiiiiii, MAHARISHIIIII, me possua, me POSSUUUAAAAAAAAA!

Você deve AMAR aquele filme Quem Somos Nós?, né.
É um problema espiritual, chupe pau!

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betossantana
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Mensagem por betossantana »

NadaSei escreveu:Eu particularmente não acredito na teoria da evolução, bem como não sei se somos criações de Deus. Sou "agnostico" quanto a questão.


Você não "ACREDITA" na teoria da evolução. Seeeeeeei. Aliás, NadaSei.
É um problema espiritual, chupe pau!

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NadaSei
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por NadaSei »

betossantana escreveu:Mahariiiishiiiiiiiiiiiiiiii, Mahaaaaariiiiishiiiiiiiiiiii, MAHARISHIIIII, me possua, me POSSUUUAAAAAAAAA!

Você deve AMAR aquele filme Quem Somos Nós?, né.

Não amo, mas acho que ele resume bem muito do que é dito na religião.

Olhe as quatro nobres verdades do Budismo e verá que o centro de tudo é a mente.
As Quatro Nobres Verdades são o cerne filosófico e prático do Budismo, ou seja, quatro noções básicas que contextualizam os demais os ensinamentos e práticas.

Quais são as Quatro Nobres Verdades?

1 - Dukkha ariya sacca

A primeira verdade nobre é a verdade nobre do sofrimento, insatisfação, mais precisamente, dukkha, que é uma das três marcas da existência. Ela quer dizer que a mente, tomada pela ignorância, não é capaz de dissociar a insatisfação da experiência sensorial.

2 - Dukkha samudaya ariya sacca

O desejo (pelo prazer sensual, desejo pelo devir, desejo por não-devir) é a origem de dukkha, a segunda nobre verdade. Aqui é apresentado o motivo pelo qual a mente ignorante nunca está plenamente satisfeita: através dos sentidos, entra em contato com sons, aromas, sabores, sensações táteis e idéias, e adquire apego às sensações agradáveis e aversão às desagradáveis. Entretanto, como o mundo está em constante mutação, esse desejo nunca se satisfaz.

3 - Dukkha nirodho ariya sacca

É através da compreensão do processo que causa a insatisfação que o desejo pode ser abandonado e assim alcançar a cessação de dukkha, a terceira nobre verdade. Se a insatisfação surge porque a mente está constantemente projetando sua felicidade e sua tristeza na experiência sensorial, se esse condicionamento for eliminado é possível alcançar uma satisfação incondicionada.

4 - Dukkha nirodha gamini patipada ariya sacca

A quarta verdade nobre é o caminho que conduz à cessação da insatisfação, ou seja, um conjunto de práticas que permitem reconhecer a verdadeira natureza da mente e sua relação com os sentidos, de forma que a experiência sensorial deixe de ser um aspecto condicionante da felicidade e tristeza, portanto eliminando a insatisfação em sua origem. Esse conjunto de práticas é conhecido como o Nobre Caminho Óctuplo.

Ou seja, Tudo começa na mente.
Essa religião diz em quatro passos que:
1 - Temos um problema mental.
2 - Aponta a causa do problema mental
3 - Diz que temos como corrigir esse problema mental
4 - Ensina uma tecnica para corrigir esse problema mental.

Ela o faz de forma extremamente racional.
Agora vejamos que diabos é ensinado nesse tal "caminho octuplo" que promete curar o problema mental.
O Nobre Caminho Óctuplo é um conjunto de oito práticas que correspondem à quarta Verdade Nobre do Budismo. Essas oito práticas são:

1 * Compreensão Correta: Conhecer as Quatro Nobres Verdades de maneira a entender as coisas como elas realmente são, e com isso gerar uma motivação de querer se liberar de dukkha e ajudar os outros seres a fazerem o mesmo.
2 * Pensamento Correto. Desenvolver as nobres qualidades da bondade amorosa, não tendo má vontade em relação aos outros, não querendo causar o mal (nem em pensamento), não ser avarento, e em suma, não ser egoísta.
3 * Fala Correta. Abster-se de mentir, falar em vão, usar palavras ásperas ou caluniosas, e ao invés disso, falar a verdade, ter uma fala construtiva, harmoniosa, conciliadora.
4 * Ação Correta. Abster-se de matar, roubar, tomar entorpecentes e ter conduta sexual indevida, e ao invés disso, promover a vida, praticar a generosidade e não causar o sofrimento através de práticas sexuais.
5 * Meio de Vida Correto. Evitar qualquer ocupação que prejudique os demais, tais como tráfico de drogas ou matança de animais, e ao invés disso, olhar os outros com amor, compaixão, alegria e equanimidade, que são as quatro qualidades incomensuráveis, e na prática do dia-a-dia, praticar os seis paramitas da generosidade, ética, paz, esforço, concentração e sabedoria.
6 * Atenção Correta. Praticar autodisciplina para obter a quietude e atenção da mente, de maneira a evitar estados de mente maléficos e desenvolver estados de mente sãos.
7 * Sabedoria Correta. Desenvolver completa consciência de todas as ações do corpo, fala e mente para evitar atos insanos, através da contemplação da natureza verdadeira de todas as coisas.
8 * Visão Correta. Com todos os outros passos realmente realizados internamente, ter uma visão correta em relação ao mundo e à vida, e agindo de acordo com essa visão.


Repare agora que as oito instruções, são ensinamentos que encontramos em comum na grande maioria das religiões, com poucas diferenças entre uma e outra.
Todas elas ensinam a mesma coisa, só usam palavras diferentes para faze-lo.

Acabo de provar minha afirmação que te levou a dizer:"Mahariiiishiiiiiiiiiiiiiiii, Mahaaaaariiiiishiiiiiiiiiiii, MAHARISHIIIII, me possua, me POSSUUUAAAAAAAAA!"
Pode você agora refuta-la?

O conhecimento deles sobre a mente é tão grande, que eles identificam um problema, depois identificam a causa do problema e desenvolvem uma pratica que permite modificar o funcionamento da mente de modo a sanar o problema.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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betossantana
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por betossantana »

NadaSei escreveu:
betossantana escreveu:Você deve AMAR aquele filme Quem Somos Nós?, né.

Não amo, mas acho que ele resume bem muito do que é dito na religião.


Very good, amiguinho, very good. Acho que já podemos traçar seu perfil satisfatoriamente.

NadaSei escreveu:Acabo de provar minha afirmação que te levou a dizer:"Mahariiiishiiiiiiiiiiiiiiii, Mahaaaaariiiiishiiiiiiiiiiii, MAHARISHIIIII, me possua, me POSSUUUAAAAAAAAA!"
Pode você agora refuta-la?


Ai, meu Deus!!!!!! Você é Maharisheiro também?? Oh, GOD!

Pelo que entendi, o budismo diz que não devemos procurar ter prazer na vida, porque o prazer é a ilusão que vive a mente eternamente insatisfeita ao procurar terminar a sua insatisfação.

Que religião mais IDIOTA, não? É esta MERDA que você pretende que seja universal e um "ensinamento"?
É um problema espiritual, chupe pau!

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DaviDeMogi
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por DaviDeMogi »

NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:O crente e o descrente comentem o mesmo erro, interpretam literalmente a estórinha.

não quererias dizer alguns crentes e alguns descrentes?
ou até talvez, interpretam literalmente algumas estorinhas?

Não.
Eu usei o termo crente e descrente da seguinte forma:
João acredita literalmente na estórinha...
Pedro não acredita na estórinha...
Para poupar ter que explicar que Pedro é o descrente e João é o crente, escrevi o crente e o descrente.

Veja que eu não disse "os" crentes e "os" descrentes, com isso não fiz uma generalização.


Fez sim.
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.

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DaviDeMogi
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por DaviDeMogi »

NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:O crente e o descrente comentem o mesmo erro, interpretam literalmente a estórinha.

não quererias dizer alguns crentes e alguns descrentes?
ou até talvez, interpretam literalmente algumas estorinhas?

Não.
Eu usei o termo crente e descrente da seguinte forma:
João acredita literalmente na estórinha...
Pedro não acredita na estórinha...
Para poupar ter que explicar que Pedro é o descrente e João é o crente, escrevi o crente e o descrente.

Veja que eu não disse "os" crentes e "os" descrentes, com isso não fiz uma generalização.


À meu ver também, fez sim.
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.

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Flush
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Mensagem por Flush »

NadaSei escreveu:O Criacionismo é uma distorção de teístas leigos e curiosos.


O criacionismo é a literalidade da verdade bíblica. É a religião demonstrada na sua pureza. Sendo a Bíblia a palavra do deus Cristão é impossível distorceristo por exemplo:
Gênesis 1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
Que distorção é feita? Nenhuma. Ou seja, serão os teistas não hipócritas.

NadaSei escreveu:Como eu já citei antes, a mitologia do Gênisis é uma estórinha ficticia que ilustra algumas morais, como a origem do chamado pecado.

Ou seja, Biblia e A branca de neve e os sete anões seguem os mesmos principios segundo a tua observação.


NadaSei escreveu:E sim, sugere que somos criações de Deus, mas não é uma teoria ciêntifica de como isso ocorreu.


Erro de parâmetros. É absoluto e não relativo.
Gênesis 1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra.

NadaSei escreveu:O Budismo nada fala sobre Deus ter nos criado.

O Budismo insere-se mais no espiritismo que na religiosidade. Afirma-se como religião ateista. Isto não tem muita lógica pois não?

NadaSei escreveu:Temos que lembrar que "Deus" é um conceito obscuro e complicado na religião, o Deus impessoal é o próprio universo.
Não somos parte do universo e criados por ele?

Lês um livro de Evolucionismo e o conceito complexo da Evolução torna-se claro e factual. Argumentado, provado e comprovado. Podes ler os livros religiosos que quiseres e nunca chegas a conclusão alguma, pois não existem quaisquer tipo de suportes factuais ou argumentativos. Duendes e Fadas em orgias em Saturno deve ser algo obscuro e complexo para ti. E assim o ficará para a eternidade pois não disponho de factos que o comprovem, nem argumentos.

NadaSei escreveu:Depois essa tal teoria da evolução não é um fato, com isso nem ao menos desmente os criacionistas. Claro que a teoria da evolução é muito mais racional e provável que a teoria criacionista, mas não é nem mais nem menos provavél que a idéia de que fomos criados de forma consciente, por algo que chamamos Deus.

A própria Natureza desmente o Criacionismo.
Fósseis de dinossauros com pelo menos 65 milhões de anos num Mundo com 6000 anos? 99% das espécies que habitavam a Terra já se extinguiram. Criação de um deus benevolente e perfeito?
Não vou alongar muito este assunto, vou apenas apresentar uma refutação ridicula do Criacionismo.

Prova do Evolucionismo: Coluna Geológica, revela pela própria Natureza a ordem cronológica da evolução.

Imagem

Refutação Criacionista: Durante o dilúvio todas as espécies morreram (excepto as que estavam na arca de Noé) e ficaram assim distribuidas por ordem de morte.

Dedução: Os peixes morreram afogados.

Existem milhares de situações análogas, mas quem saiba faça um artigo sobre isso, tanto para ridicularizar ao máximo o Criacionismo como para poder proporcionar humor do melhor!

NadaSei escreveu:A ciência também apoia outras idéias da religião.
Algumas religiões e linhas misticas por muito tempo sugerem que tudo é "energia", o que sempre contrariou a visão materialista na qual a mente cientifica está muito viciada, entretanto, a ciência nos ensina que eles estão certos, pois matéria é energia.


Retirar situações 100% plausiveis das religiões é como retirar matáforas de uma lista telefónica. Fazer da religião plasticina não faz com que se enquadre na ciência, muito pelo contrário.

NadaSei escreveu:Depois essa idéia de "a ciência" é um tanto vaga, existem varias ciências.
A psicologia é a ciência que mais fala sobre o mesmo tema que a religião, pois o centro de conhecimento das duas é a mente humana.
Elas não são nem um pouco antagônicas, muito pelo contrario, se completam.

Lê Piaget, Freud e Jung e depois diz-me se não é o antagónico da religião.

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Cavaleiro do Ébano
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por Cavaleiro do Ébano »

NadaSei escreveu:
Cavaleiro do Ébano escreveu:
Posso eu????
Bem, vejamos... só três não.

Primeiro deus era o fogo, o trovão, a chuva ou qualquer coisa do gênero (inclusive o arco-íris).

Depois, passou a ser a grande mãe (a Terra, e às vezes a Lua)

Não se contentando se tornou vários: um pro amor, um pra guerra, um para o veneno, um para o mal, um para a inteligência, etc...

No momento seguinte, ele foi o criador dos céus e da Terra.

Hoje ele acendeu o pavio do Big Bang.

Amanhã ele vai ter criado todas as dimensões quânticas.

E depois de amanhã ele vai passar a preencher outras lacunas que o conhecimento científico tiver aberto em nossas mentes.
Sempre mudando, de acordo com a conveniência humana,
Este é deus.

E que lacuna no conhecimento é essa que está sendo "tapada" com a religião e que a ciência tornou desnecessaria?

Nem ao menos existem muitos "Deuses", mas sim um mesmo Deus que recebe muitos nomes e atributos.
O Hinduismo, por exemplo, é classificado erronêamente como "politeísta", pois supostamente tem "muitos" Deuses.

O hinduísmo na realidade é panenteísta e ensina que Deus é tudo e todos, bem como está além de tudo e todos.
Os três principais "Deuses" são Brahma, Shiva, e Vishnu.
Aparentemente são três, mas o hinduismo ensina que os três são na realidade o mesmo Deus, mas dividido em três para simbolizar a criação, destruição e manutenção.
Juntos os três formam o "trimurt", conceito semelhante ao da "trindade", o hinduismo ainda vai além e diz que todo o universo é parte do "trimurt", onde Deus se fragmenta no próprio univero e seus muitos seres, surgem então Deuses simbolicos e Devas, todos simbolizando algo, como o amor, a guerra, etc...

Ainda assim continua sendo um único Deus.
Esse Deus que está em tudo, é também descrito por Lao Tsé, Krishna e Cristo.
Todos falam sobre a mesma "coisa", usando diferentes "analogias", palavras e "simbolos".

Dessa forma não há uma "evolução" de Deus, mas sim, diferentes pessoas falando sobre a mesma coisa, mas apontando diferentes caracteristicas.

Vamos a uma analogia...
Primeiro o homem apontou as estrelas, depois alguns planetas, outros falaram sobre luas em planetas, outros sobre galaxias, outros sobre buracos negros e nuvens gasosas.
Seria o universo irreal?
Sendo descrito de forma diferente por cada "astronômo"?

Não... são apenas diferentes pessoas, apontando diferentes caracteristica do mesmo universo.


Discorrer sobre o Bramanismo não disfarça que a ciência tapou as lacuna que deus ocupava. :emoticon12:

E " que lacuna no conhecimento é essa que está sendo "tapada" com a religião e que a ciência tornou desnecessaria?"
A questão não era essa.. a afirmação que você havia feito era a que deus não era um preenchedor de lacunas.

Agora respondo:

Antes, quando deus era tido como divindade, desconhecia-se a natureza deste elemento. O que aconteceu???
O conhecimento humano evoluiu ao ponto de desconhecer a divindade do fogo.

A Terra era adorada como um grande deus, que mandava a chuva e as estações, proporcionava fartura, etc. Muits rituais para agradar a Grande Mãe ainda hoje são realizados pelos neo-pagãos.
O que aconteceu??? O conhecimento humano evoluiu e tapou a lacuna do desconhecimento ao ponto de se desacreditar na divindade da terra.
Pouco me importa se os hindus acreditam que deus é tudo em tudo. Isso não passa de falácia.

Igualmente é somente por fé que você afirma que deus é somente um. Quem me prova que não são 47.894 deuses????

A lacuna do início do universo foi igualmente tapada pela ciênca, com uma explicação para lá de satisfatória com o Big Bang.

Cada vez mais a ciência cobre as lacunas do conhecimento humano, e cada vez mais deus perde seu espaço.
Isso é fato.

Deus vai precisar mudar mais uma vez de lugar. :emoticon10:

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DaviDeMogi
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Re.: Não basta questionar!

Mensagem por DaviDeMogi »

NadaSei escreveu:Orá, apartir do momento em que aprendemos em que a religião diz que Deus é tudo, inclusive nós, fica claro que pelo fato de "nós" existirmos, esse "deus" que a religião fala, existe.
Quer ver um Deus, olhe-se no espelho.
Quer prova maior que essa???
Vejamos o que Cristo Diz: "Vós sois deuses".


Só por isso já decido que não comento mais em um tópico do Apenas-que-sou-uma-besta ... :emoticon2:
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.

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NadaSei
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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por NadaSei »

betossantana escreveu:Pelo que entendi, o budismo diz que não devemos procurar ter prazer na vida, porque o prazer é a ilusão que vive a mente eternamente insatisfeita ao procurar terminar a sua insatisfação.

Que religião mais IDIOTA, não? É esta MERDA que você pretende que seja universal e um "ensinamento"?

Pois entendeu errado e, mesmo assim, se apressa de forma preconceituosa a formar uma opinião.
Isso é o que eu chamo de crença não questionada.
Você acaba de se apressar em "crer" que é mais uma religião idiota, sem nem ao menos ter entendido o que está sendo dito.

O que o Budismo diz, é que em uma mente IGNORANTE, o sofrimento é inevitável, e a causa disso é o "desejo" dessa mente "ignorante" pelo prazer, e a aversão pelas sensações ruins.
Então eles ensinam uma tecnica que leva essa mente ignorante, a adquirir conhecimento sobre os processos da mente, e com isso, eliminar o "desejo", "ignorância" e "insatisfação".
Jamais foi dito que o "prazer" é ilusão, o objetivo final é a satisfação incondicional (O êxtase), bem como o fim da ignorância.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por NadaSei »

Flush escreveu:O criacionismo é a literalidade da verdade bíblica. É a religião demonstrada na sua pureza. Sendo a Bíblia a palavra do deus Cristão é impossível distorceristo por exemplo:
Gênesis 1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
Que distorção é feita? Nenhuma. Ou seja, serão os teistas não hipócritas.

A primeira distorção está em interpretar como literal, o que é na verdade uma parábola.
A segunda distorção está no fato de que a estórinha encontrada na biblia não está completa.
A estórinha completa pode ser encontrada nos textos judaicos, e inicia muito antes do "No princípio criou Deus os céus e a terra."
Primeiro eles contam como Lucifer era o anjo preferido de Deus, como passou a discordar dele e passou a querer governar em seu lugar, só depois disso Deus cria a Terra e o homem... é no meio da estórinha que Deus diz:"No princípio criou Deus os céus e a terra."
Flush escreveu:Ou seja, Biblia e A branca de neve e os sete anões seguem os mesmos principios segundo a tua observação.

Exatamente.
Flush escreveu:
NadaSei escreveu:E sim, sugere que somos criações de Deus, mas não é uma teoria ciêntifica de como isso ocorreu.


Erro de parâmetros. É absoluto e não relativo.
Gênesis 1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra.

Como eu já expliquei, a estórinha começa antes disso.
Sim, esse ponto sugere que somos criações de Deus.
Flush escreveu:
NadaSei escreveu:O Budismo nada fala sobre Deus ter nos criado.

O Budismo insere-se mais no espiritismo que na religiosidade. Afirma-se como religião ateista. Isto não tem muita lógica pois não?

Isso depende de que vertente do Budismo estamos falando.
O Budismo original nem ao menos era uma religião, mas sim uma seita Hinduista.
O Hinduismo fala abertamente sobre Deus e Deuses (como Shiva, Vishnu e muitos outros), bem como todos os principios do Hinduismo se encontram no Budismo. (salvo raras exceções).
Flush escreveu:Lês um livro de Evolucionismo e o conceito complexo da Evolução torna-se claro e factual. Argumentado, provado e comprovado.

Opinião sua.
Pra mim têoria não é prova.
Flush escreveu: Podes ler os livros religiosos que quiseres e nunca chegas a conclusão alguma, pois não existem quaisquer tipo de suportes factuais ou argumentativos. Duendes e Fadas em orgias em Saturno deve ser algo obscuro e complexo para ti. E assim o ficará para a eternidade pois não disponho de factos que o comprovem, nem argumentos.

Muito pelo contrario, já comprovei pessoalmente dezenas de fatos relatados pela religião.
E fiz isso pessoalmente, o que é bem diferente de acreditar em supostas "provas" que eu nunca vi.
Flush escreveu:A própria Natureza desmente o Criacionismo.
Dedução: Os peixes morreram afogados.

Ok, concordo contigo.
A própria natureza desmente o Criacionismo.
Flush escreveu:
NadaSei escreveu:Depois essa idéia de "a ciência" é um tanto vaga, existem varias ciências.
A psicologia é a ciência que mais fala sobre o mesmo tema que a religião, pois o centro de conhecimento das duas é a mente humana.
Elas não são nem um pouco antagônicas, muito pelo contrario, se completam.

Lê Piaget, Freud e Jung e depois diz-me se não é o antagónico da religião.

Não sou especialista, mas entendo um pouco de psicologia.
Vejamos onde Freud se inspira:
Na psicanálise de Freud se pode encontrar um espelho da própria doutrina da Vontade de Schopenhauer. Sua teoria dos apetites inspirou a Freud sua teoria dos instintos e de que o sexo é essa vontade soberana. Alguns críticos de Freud chegam a dizer que este não fez muito mais que desenvolver na Psicanálise as idéias de Schopenhauer, a começar pela sua teoria dos instintos os quais correspondem perfeitamente à vontade opressora que dirige as ações do homem, e de modo total, não apenas no instinto sexual (eros) como também no instinto de morte (tanatus).

O conceito de "Vontade" de Schopenhauer contem também os fundamentos do que viriam a ser os conceitos de "inconsciente" e "Id" da doutrina freudiana. A vontade como coisa absoluta e auto-suficiente, tem ela própria "desejos". Quando se manifesta na forma de uma criatura ela busca se perpetuar por via dos meios de reprodução dessa criatura. Por isso o sexo é básico para a vontade perpetuar a si própria, diz Schopenhauer no volume II do Die Welt. Resulta que "o impulso sexual é o mais veemente de todos os apetites, o desejo dos desejos, a concentração de toda nossa vontade".
Fonte:http://www.cobra.pages.nom.br/fcp-schopenhauer.html

Bom caso não saiba, Arthur Schopenhauer era fã e estudioso do Budismo, Hinduismo e filosofias indianas, ele encontrou no Budismo concordância entre o pensamento Budista e sua têoria da vontade, a mesma têoria que inspirou Freud.
Ele chama os Vedas de "fruto do mais alto conhecimento e sabedoria humanos".

Para ele o mundo e a vida são representações da vontade de viver, esta corresponderia ao númeno kantiano, à "coisa em si" kantiana, trata-se do ponto de partida para toda a construção schopenhauariana. Sua filosofia é considerada pessimista. Mas em que termos pode-se falar em uma filosofia pessimista? Ele entende que a vontade é inesgotável, que o mundo das aspirações é intenso e exige satisfação. A cada aspiração realizada a satisfação é efêmera e sempre surge uma nova, cobrando também a sua efetivação. Neste sentido, a impossibilidade de realizar a todas causa dor, sofrimento. Assim sendo, a saída por ele encontrada emergiu a partir do seu contato com o Budismo.

Este possibilitou a negação da vontade de viver, pois constitui-se em um ideal ascético. Para Schopenhauer o Budismo enquanto um ideal ascético significou um meio de suprimir o sofrimento da existência, pois esta se caracteriza como um mal, como uma pena, como um fardo pesado. Ele aponta que o mundo e a existência não têm uma finalidade e que esta existência deseja e aspira a todo momento, todavia nem sempre a satisfação é possível. Neste sentido, a existência causa dor, sofrimento, se constitui em um mal, por isso diz ele "Viver é sofrer".

Recomendo que lei:
O CONCEITO DE VONTADE EM ARTHUR SCHOPENHAUER E OS
SEUS «EQUIVALENTES» NA FILOSOFIA INDIANA
http://www.ipv.pt/millenium/colab_6.htm

Vei perceber as semelhanças entre o Budismo e a filosofia de Schopenhauer, bem como seu conceito sobre a "vontade" que influênciou Freud.
O mais interessante é que é no Budismo que Schopenhauer encontra a solução para o problema criado pela "vontade".
Como você pode ver... não são nada antâgonicas.

Claro que dentro da própria psicologia, quando passamos de uma escola para outra, temos discordância irreconciliáveis e que tornam uma escola da psicologia, antagônica a outra...

Quer mais?
Filosofia e psicologia, estão bastante proximas da religião.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por clara campos »

NadaSei escreveu:A primeira distorção está em interpretar como literal, o que é na verdade uma parábola.

Opinião tua.
Há muita gente que discorda.


NadaSei escreveu:Opinião sua.
Pra mim têoria não é prova.

o que seria então uma prova?
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:A primeira distorção está em interpretar como literal, o que é na verdade uma parábola.

Opinião tua.
Há muita gente que discorda.

Assim como muita gente discorda que a terra gire em torno do Sol...
"Muita gente" não significa nada.

A estórinha é CLARAMENTE ficticia, ou você não concorda?
Se concorda, então pronto, Game Over.
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:Opinião sua.
Pra mim têoria não é prova.

o que seria então uma prova?

Mostrar em primeira mão um organismo unicelular se transformar em um organismo multicelular complexo e com orgãos distintos.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por clara campos »

NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:A primeira distorção está em interpretar como literal, o que é na verdade uma parábola.

Opinião tua.
Há muita gente que discorda.

Assim como muita gente discorda que a terra gire em torno do Sol...
"Muita gente" não significa nada.

Discordar de um facto não está ao mesmo nível de discordar de uma opinião.
Como sabes tu que quem quer que tenha escrito o génesis não o escreveu em sentido literal?

Não percebes que, por muito que as tuas opiniões façam sentido, por muito que as tuas reflexões sejam lógicas lúcidas, não deixam de ser opiniões, contrárias a outras igualmente válidas?


NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:o que seria então uma prova?

Mostrar em primeira mão um organismo unicelular se transformar em um organismo multicelular complexo e com orgãos distintos.

Sério?
Exigir o impossível não é propriamente construtivo.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Mensagem por NadaSei »

clara campos escreveu:Discordar de um facto não está ao mesmo nível de discordar de uma opinião.
Como sabes tu que quem quer que tenha escrito o génesis não o escreveu em sentido literal?

Pelo conteúdo da estória contada.
Discutir isso, é tão inútil quanto discutir se o autor de "O menino que gritava lobo", estava relatando um fato de forma literal, ou criando uma ficção com intenção de ensinar algo.
O conteúdo da estória deixa isso CLARO.
clara campos escreveu:Não percebes que, por muito que as tuas opiniões façam sentido, por muito que as tuas reflexões sejam lógicas lúcidas, não deixam de ser opiniões, contrárias a outras igualmente válidas?

Eu não acredito que a opinião de um sujeito que acredita que a terra é plana, baseado em um "sonho" onde Deus aparece e diz que a terra é plana, seja tão valida quanto a opinião de um astronômo que estudou o assunto.

Depois, se as duas opiniões são igualmente validas, porque então "acreditar" que religião é pura bobagem, com base em apenas uma das opiniões?
Vocês estão deixando pessoas que acreditam que a terra é plana, e pessoas como Edir Macedos e Bispas Sonias da vida, dizer a vocês o que é a religião e, com base no que eles dizem, passam a "acreditar" que então religião é bobagem.

O que eu estou argumentando, é justamente que isso não deve ser feito, devemos "esquecer" o que eles dizem, e procurar por nós mesmo saber o que é religião.
Vocês estão deixando a "opinião" de Edirs Macedos e Bispas Sonias, afastar vocês de uma inestimável fonte de conhecimento.
Muitos até mesmo pregam a extinção desse conhecimento.
Arthur Schopenhauer chamou os vedas Hindus de "fruto do mais alto conhecimento e sabedoria humanos".

Porque pessoas como Schopenhauer, Jung, Santo Agostinho e outros, perderiam o seu tempo com algo que não passa de "pura fantasia"?
Não usando o argumento da autoridade, mesmo porque outras pessoas inteligentes, como Nietzsche, não compartilham da mesma opinião, mas apenas lembrando que não devemos formar opiniões precipitadas, principalmente quando trazem uma carga de preconceito advinda das "opiniões" de Edirs Macedos...
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:o que seria então uma prova?

Mostrar em primeira mão um organismo unicelular se transformar em um organismo multicelular complexo e com orgãos distintos.

Sério?
Exigir o impossível não é propriamente construtivo.

Isso é um exercício básico de ceticismo, visto que a têoria da evolução exige uma gande dose de fé.
Ela é muito racional e, até mesmo muito provável, mas definitivamente não é um fato.

Quando eu me pergunto como pode um ser que se reproduz apenas se dividindo, mudar e criar não um, mas dois seres diferentes (um macho e uma femêa), e esses dois então se reproduzirem... fico com a pulga atrás da orelha.
Agora, me pedir para acreditar sem ver, de que basta esperar "milhões" de anos que tudo é possivel... me desculpe por duvidar.

Considero a têoria plausível e provável, mas também tem alguns "problemas" que causam boas dúvidas, com isso, considera-la como sendo fato, é sem dúvida um ato de fé.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por clara campos »

NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:Discordar de um facto não está ao mesmo nível de discordar de uma opinião.
Como sabes tu que quem quer que tenha escrito o génesis não o escreveu em sentido literal?

Pelo conteúdo da estória contada.
Discutir isso, é tão inútil quanto discutir se o autor de "O menino que gritava lobo", estava relatando um fato de forma literal, ou criando uma ficção com intenção de ensinar algo.
O conteúdo da estória deixa isso CLARO.


Não é nada claro.
A maneira como olhas para a Religião é obviamente concentrada nos seus aspectos "filosóficos", pareces contudo ignorar algumas das suas outrsa facetas.
Não seria o cristianismo a primeira religião a oferecer uma explicação para a origem do mundo e da vida.
Na verdade, praticamente todas as religiões de que me recordo o fizeram.
Hoje, com os conhecimentos actuais, é fácil estudar esses textos, extrair o seu conteúdo "moral" (qual fábula de La Fontaine, conto budista ou qualquer outro conto), e parabolizar o seu conteúdo prático.
Contudo, nos tempos em que surgiram a maioria das religiões, elas efectivamente pretendiam fornecer uma explicação para a origem e funcionamento das coisas.

Disseste num post algures que a religião não pretendia "encher" lacunas científicas, o que não corresponde à verdade por lado, mas talvez corresponda por outro.
Na verdade, tudo depende da prespectiva. Em tempos antigos não existia uma fronteira delineada entre religião e ciência.
Em tempos em que a "ciência" não permitia explicar a origem dos astros, a geneologia humana, as estações, os sismos, as trovoadas, as deficiências, as explicações religiosas culmatavam sim essas "lacunas".

As religiões celtas e anglo-saxónicas antigas explicavam os fenómenos naturais por intervenções divinas, e não eram parábolas. Rituais, sacrifícios eram efectuados por forma a aplacarem essas forças.
Religiosos e teólogos antigos interpretaram a bíblia de forma bem mais literal do que tipicamente se faz hoje em dia.

É aliás uma das grandes confusões para alguns crentes que partes da bíblia são, ou não, parábolas, e quais devem ou não ser interpretadas de forma literal.

A intenção de quem escreve é obviamente relevante, mas neste caso, insondável, por isso é que discussões deste género existem.


NadaSei escreveu:O que eu estou argumentando, é justamente que isso não deve ser feito, devemos "esquecer" o que eles dizem, e procurar por nós mesmo saber o que é religião.
Vocês estão deixando a "opinião" de Edirs Macedos e Bispas Sonias, afastar vocês de uma inestimável fonte de conhecimento.
Muitos até mesmo pregam a extinção desse conhecimento.
Arthur Schopenhauer chamou os vedas Hindus de "fruto do mais alto conhecimento e sabedoria humanos".

Porque pessoas como Schopenhauer, Jung, Santo Agostinho e outros, perderiam o seu tempo com algo que não passa de "pura fantasia"?
Não usando o argumento da autoridade, mesmo porque outras pessoas inteligentes, como Nietzsche, não compartilham da mesma opinião, mas apenas lembrando que não devemos formar opiniões precipitadas, principalmente quando trazem uma carga de preconceito advinda das "opiniões" de Edirs Macedos...

Desculpa a sinceridade, mas quem chegou cheio de preconceitos foste tu.
Tu assumiste à partida que os foristas de plantão possuem uma posição irreflectida e dogmática sobre religião.
Não paraste sequer para pensar que muitos de nós já reflectiram bem sobre o assunto, e que dessa reflexão surgiu uma posição - diferente da tua.

Muitos dos tons agressivos que te foram dirigidos foram despoletados muito graças À tua atitude de "senhor da verdade", de "aquele que chegou para nos mostrar a luz". Debates semelhantes aos inicados por ti já cá foram desenvolvidos sem tanta agressividade, precisamente devido a uma postura mais comedida.

De qualquer forma (concentrando-me no conteúdo mas não na forma do teu atgumento) fazes, como própio assumes, o apelo à autoridade, grandes pensadores defenderam a existência de deus e procuram desenhar a sua natureza, outros igualmente grandes recusaram a sua existência.
Não vamos por aí.
É tudo uma questão de fé.
Tu tens.
Eu não.
Não vamos sair daqui.

Quanto ao conceito de deus que apresentas, existem milhares, e o teu não é comprovadamente mais verdadeiro do que o de Santo Agostinho, o de Osama Bin Laden ou o da minha vizinha.
Para ti ele é o verdadeiro, porque é teu.
Para mim é falso como todos os outros.


NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:o que seria então uma prova?

Mostrar em primeira mão um organismo unicelular se transformar em um organismo multicelular complexo e com orgãos distintos.
clara campos escreveu:Sério?
Exigir o impossível não é propriamente construtivo.

Isso é um exercício básico de ceticismo, visto que a têoria da evolução exige uma gande dose de fé.
Ela é muito racional e, até mesmo muito provável, mas definitivamente não é um fato.

:emoticon1:
claro que não!
uma teoria não é realmente um facto, é um conjunto de factos e permissas que os interrelaccionam.


NadaSei escreveu:
Quando eu me pergunto como pode um ser que se reproduz apenas se dividindo, mudar e criar não um, mas dois seres diferentes (um macho e uma femêa), e esses dois então se reproduzirem... fico com a pulga atrás da orelha.

Este parágrafo denota que não conheces a famigerada teoria.
Estou um pouco saturada deste tema, pelo que não o vou desenvolver sem antes indagar o teu interesse real.

Estarias interessado numa discussão séria sobre o assunto?


NadaSei escreveu:Considero a têoria plausível e provável, mas também tem alguns "problemas" que causam boas dúvidas, com isso, considera-la como sendo fato, é sem dúvida um ato de fé.

Não mais do que a teoria da tectónica de placas, mas suponho que não acredites em nada que demore milhões de anos a ocorrer...
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francioalmeida
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Re.: Não basta questionar!

Mensagem por francioalmeida »

NadaSei escreveu:Quando eu me pergunto como pode um ser que se reproduz apenas se dividindo, mudar e criar não um, mas dois seres diferentes (um macho e uma femêa), e esses dois então se reproduzirem... fico com a pulga atrás da orelha.


Por isso tu te chamas "NadaSei"?

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Mensagem por NadaSei »

clara campos escreveu:Não é nada claro.
A maneira como olhas para a Religião é obviamente concentrada nos seus aspectos "filosóficos", pareces contudo ignorar algumas das suas outrsa facetas.
Não seria o cristianismo a primeira religião a oferecer uma explicação para a origem do mundo e da vida.
Na verdade, praticamente todas as religiões de que me recordo o fizeram.
Hoje, com os conhecimentos actuais, é fácil estudar esses textos, extrair o seu conteúdo "moral" (qual fábula de La Fontaine, conto budista ou qualquer outro conto), e parabolizar o seu conteúdo prático.
Contudo, nos tempos em que surgiram a maioria das religiões, elas efectivamente pretendiam fornecer uma explicação para a origem e funcionamento das coisas.

Não concordo.
Se você for analizar outras mitologias e lendas, vai notar que são estórias que passam lições inteligentes.
Vamos pegar o folclore brasileiro, por exemplo.
O Curupira é a entidade protetora das matas, um anão que cria ilusões, tem os pés virados para trás e solta assovios para assutar e confundir lenhadores e caçadores que não respeitam as leis da natureza.
Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que quando tentam segui-lo, vão para direção errada e acabam se perdendo.

O Curupira, muito sabiamente, tolera os caçadores que entram na mata em busca de alimento, mas não tem pena dos caçadores maldosos, principalmente dos que matam filhotes. Quando vê um caçador que mata por prazer, judia tanto dele, mas tanto, que o coitado, se não morre, fica louco para sempre.

Essa entidade certamente foi criada por alguém e, esse alguém, era sábio o bastante para compreender que não se deve tirar mais do que se necessita da floresta, bem como sabia que não deveria matar os filhotes, ou caçar por esporte.
Quem criou esse personagem bem como a primeira estórinha sobre ele, ou teve uma alucinação fantastica (pois a descrição da criatura é bizarra), ou criou uma estórinha, usando uma linguagem acessível, de forma que qualquer um pudesse entender a moral, inclusive crianças.

Acho muito mais facil, dado o conteúdo da estória e, o fato de transmitir uma certa sabedoria, que o criador de tal personagem, soubesse bem o que estava fazendo, bem como sabia usar uma linguagem acessível para se comunicar com seus companheiros.
clara campos escreveu:Disseste num post algures que a religião não pretendia "encher" lacunas científicas, o que não corresponde à verdade por lado, mas talvez corresponda por outro.
Na verdade, tudo depende da prespectiva. Em tempos antigos não existia uma fronteira delineada entre religião e ciência.
Em tempos em que a "ciência" não permitia explicar a origem dos astros, a geneologia humana, as estações, os sismos, as trovoadas, as deficiências, as explicações religiosas culmatavam sim essas "lacunas".

As religiões celtas e anglo-saxónicas antigas explicavam os fenómenos naturais por intervenções divinas, e não eram parábolas. Rituais, sacrifícios eram efectuados por forma a aplacarem essas forças.
Religiosos e teólogos antigos interpretaram a bíblia de forma bem mais literal do que tipicamente se faz hoje em dia.

Ok, isso pode até ser uma "possibilidade", mas uma que nunca encontrei nas religiões que estudo. (Budismo, Hinduismo, Taoísmo e Cristianismo).
A religião de um modo geral, se divide em alguns tipos de textos distintos, alguns contendo a doutrina, outros a filosofia, outros contendo estórias com fundo moral, etc...
Os poucos textos que se propõe a "explicar" algo sobre o universo, tratam apenas do assunto "criação" e "o que é o universo", ou seja, como o universo teve inicio e de que ele é feito.
São esses textos que passam a idéia de que o universo é "energia", falam sobre a metafisica e como o homem se insere nesse universo.

Apesar disso, não encontrei texto algum que se servisse para explicar o "trovão", ou "a chuva", ou qualquer coisa do gênero.
Sempre que se tem estórias com Deuses que simbolizem o "trovão" ou a "lua", são estória que falam de assuntos morais e, não explicações sobre "o trovão" ou "a lua" em si.

Se você puder me apresentar algo...
clara campos escreveu:É aliás uma das grandes confusões para alguns crentes que partes da bíblia são, ou não, parábolas, e quais devem ou não ser interpretadas de forma literal.

Claro, o povo faz simpatia, reza para santos, bem como cultua suas imagens, reza na igreja... mesmo que tudo isso contrarie o que é ensinado na biblia.
As instituições religiosas criam rituais, dogmas próprios, interpretações de coisas como a "tindade", facilmente refutada usando as palavras de Cristo.
O Cristianismo e Judaismo, ainda trazem misturado a religião, a politica.
A biblia é constituida por varios livros (não é um livro só), o que inclui livros com algumas leis da época.

clara campos escreveu:Desculpa a sinceridade, mas quem chegou cheio de preconceitos foste tu.

Não senhora, olhe o primeiro post e veja que eu apenas dei o meu relato, divulguei minha opinião e levantei a questão.
clara campos escreveu:Tu assumiste à partida que os foristas de plantão possuem uma posição irreflectida e dogmática sobre religião.

Não paraste sequer para pensar que muitos de nós já reflectiram bem sobre o assunto, e que dessa reflexão surgiu uma posição - diferente da tua.

Sim, logo após não receber refutação e sim gozação, bem como ler alguns velhos argumentos, que confundem "fantasia" com religião.
O primeiro a argumentar foi o "Flush", que foi respondido por mim com respeito, enquanto outros apenas postaram "Smiles" e ironias.
A discução está ai, basta ler os post.

Eu não "assumi de partida" que os foristas de plantão possuem uma posição irrefletida e dogmática, mas alguns deles mostraram isso através de seus posts.
Claro, não todos, teve quem quis argumentar e teve até um que postou um elogio.

Agora, inegavelmente, classificar uma fonte milenar de conhecimento como a religião, como sendo veneno, só pode faze-lo seguindo um ponto de vista dogmático.
Aqueles que votaram nas opções 1 e 2, demonstram pontos de vista dogmáticos.
A posição 3, já demonstra certa cautela, podendo uma pessoa com algum conhecimento sobre religião, chegar a essa opnião.
clara campos escreveu:Muitos dos tons agressivos que te foram dirigidos foram despoletados muito graças À tua atitude de "senhor da verdade", de "aquele que chegou para nos mostrar a luz". Debates semelhantes aos inicados por ti já cá foram desenvolvidos sem tanta agressividade, precisamente devido a uma postura mais comedida.

Eu não tenho atitude de "senhor da verdade", mas confio em meus argumentos e adoro "provocar" quem me cutuca.
Acho que a sua "agressividade" comigo, não se deve a ter tomado as dores daqueles que me agrediram primeiro, nem ao meu "ar" provocativo contra eles, acho que essa irritação deve ser algo inconsciênte, talvez medo de viver sem suas crenças.

clara campos escreveu:De qualquer forma (concentrando-me no conteúdo mas não na forma do teu atgumento) fazes, como própio assumes, o apelo à autoridade, grandes pensadores defenderam a existência de deus e procuram desenhar a sua natureza, outros igualmente grandes recusaram a sua existência.
Não vamos por aí.
É tudo uma questão de fé.
Tu tens.
Eu não.
Não vamos sair daqui.

Primeiro que eu não cometi apelo a autoridade, como eu mesmo procurei deixar claro, mas acho que você não entendeu.
Citei como exemplo de que "opinião" de pessoas, existem pros dois lados, e justamente por isso, não devemos nos basear por elas, mas sim estudar por nós mesmos sem preconceito, para chegarmos as nossas próprias opiniões.
Segundo que eu não falei sobre "acreditar" em Deus, mas sim sobre considerar a religião como fonte de conhecimento valida.
clara campos escreveu:Quanto ao conceito de deus que apresentas, existem milhares, e o teu não é comprovadamente mais verdadeiro do que o de Santo Agostinho, o de Osama Bin Laden ou o da minha vizinha.
Para ti ele é o verdadeiro, porque é teu.
Para mim é falso como todos os outros.

O engraçado é que eu nem cheguei a explica o "meu" conceito de "Deus", visto que eu não o tenho definido de forma satisfatória.
Eu apenas apresentei "algumas" das "muitas" coisas que se fala sobre o tema, na religião.
clara campos escreveu:
NadaSei escreveu:Quando eu me pergunto como pode um ser que se reproduz apenas se dividindo, mudar e criar não um, mas dois seres diferentes (um macho e uma femêa), e esses dois então se reproduzirem... fico com a pulga atrás da orelha.

Este parágrafo denota que não conheces a famigerada teoria.
Estou um pouco saturada deste tema, pelo que não o vou desenvolver sem antes indagar o teu interesse real.
Estarias interessado numa discussão séria sobre o assunto?

Sim, mas seria interessante vê-la em outro tópico.
Só não pode virar uma discussão Evolucionismo X Criacionismo.
NadaSei escreveu:Considero a têoria plausível e provável, mas também tem alguns "problemas" que causam boas dúvidas, com isso, considera-la como sendo fato, é sem dúvida um ato de fé.

Não mais do que a teoria da tectónica de placas, mas suponho que não acredites em nada que demore milhões de anos a ocorrer...[/quote]
Não acho que essas duas têorias estejam assim tão próximas, mas enfim...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Re: Re.: Não basta questionar!

Mensagem por NadaSei »

francioalmeida escreveu:Por isso tu te chamas "NadaSei"?

Sim... Por isso e também porque sempre que eu pensava saber alguma coisa, descobria depois, que estava enganado.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".

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Mensagem por salgueiro »

NadaSei escreveu:O engraçado é que eu nem cheguei a explica o "meu" conceito de "Deus", visto que eu não o tenho definido de forma satisfatória.


Era exatamente o que eu estava esperando vc explicar ou melhor, definir

Bjs


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scarface
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Re.: Não basta questionar!

Mensagem por scarface »

Kra... :emoticon13:

tu devias é ser agnóstico. Eu já fui mais ou menos como tu... mas criei um Deus não antropómórfico que criou um mundo não como engenheiro mas como artesão. Ou seja Deus que não entrava em contradição com a manta de retalhos que é a vida. Depois deixei-me dessa coisa de criar um Deus ao meu gosto é tornei-me perfeito... ou seja agnóstico. :emoticon16:

Quem deve se rir muito com essa história de inventar Deuses ao gosto de cada é Deus. Deve-se rir como uma hiena...
Editado pela última vez por scarface em 13 Jan 2007, 18:14, em um total de 1 vez.

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Re.: Não basta questionar!

Mensagem por clara campos »

ola mike
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Mensagem por clara campos »

NadaSei escreveu:Não concordo.
Se você for analizar outras mitologias e lendas, vai notar que são estórias que passam lições inteligentes.
Vamos pegar o folclore brasileiro, por exemplo.
O Curupira é a entidade protetora das matas, um anão que cria ilusões, tem os pés virados para trás e solta assovios para assutar e confundir lenhadores e caçadores que não respeitam as leis da natureza.
Seus pés virados para trás servem para despistar os caçadores, que quando tentam segui-lo, vão para direção errada e acabam se perdendo.

O Curupira, muito sabiamente, tolera os caçadores que entram na mata em busca de alimento, mas não tem pena dos caçadores maldosos, principalmente dos que matam filhotes. Quando vê um caçador que mata por prazer, judia tanto dele, mas tanto, que o coitado, se não morre, fica louco para sempre.

Essa entidade certamente foi criada por alguém e, esse alguém, era sábio o bastante para compreender que não se deve tirar mais do que se necessita da floresta, bem como sabia que não deveria matar os filhotes, ou caçar por esporte.
Quem criou esse personagem bem como a primeira estórinha sobre ele, ou teve uma alucinação fantastica (pois a descrição da criatura é bizarra), ou criou uma estórinha, usando uma linguagem acessível, de forma que qualquer um pudesse entender a moral, inclusive crianças.

Acho muito mais facil, dado o conteúdo da estória e, o fato de transmitir uma certa sabedoria, que o criador de tal personagem, soubesse bem o que estava fazendo, bem como sabia usar uma linguagem acessível para se comunicar com seus companheiros.


Pegando primeiro no teu exemplo concreto:
- Tu estás a assumir que o "criador de tal personagem" criou a personagem com o objectivo específico de, de alguma forma, "educar" os seus companheiros.
- O que eu afirmo é que tu não tens como saber se isso é verdade ou se o "xamã" teve uma "alucinação fantástica" .


Do ponto de vista geral:
- Tu desvalorizas a hipótese da "alucinação fantástica", concentrando-te na lição de moral (que tu extraiste, mas outra pessoa poderia extrair outra como: se não se respeitar a vontade do anão enlouqueceremos)

O que te estou a tentar dizer é que de quase tudo da vida: histórias ou experiências de vida, se podem extrair lições de moral. Contudo, nem todas as pessoas extraíem as mesmas lições de moral da mesma história. E isto é válido para História, Filosofia e Religião.

O grande senão da religião, é que abre a possiblidade de se acreditar em "alucinações", e que temos que nos submeter à vontade dessas alucinações.

Muitos teístas desenvolvem um conceito de deus difuso, não nos esqueçamos por exemplo de Espinosa. O problema, é que muitos escritos religiosos são suficientemente ambíguos em realação às verdadeiras intenções do autor, pelo que permitem diversas interpretações e diversas lições de moral.

O que se defende neste fórum, é que as "boas lições de moral" fornecidas pela religão (que não são de desprezar) podem ser extraídas de outras fontes (como filosofia, etc) que não possuem o poder alucinogénico da religão.

E muito embora filosofias arreligiosas (como o marxismo p.e.) tenham servido de base a acções e reflexões profundamente díspares, estas não conferem aos seus seguidores a sensação de impunidade que é tão sobejamente fornecida (ainda que fruto duma "má" interpretação) pela "vontade divina".


NadaSei escreveu:Ok, isso pode até ser uma "possibilidade", mas uma que nunca encontrei nas religiões que estudo. (Budismo, Hinduismo, Taoísmo e Cristianismo).
A religião de um modo geral, se divide em alguns tipos de textos distintos, alguns contendo a doutrina, outros a filosofia, outros contendo estórias com fundo moral, etc...
Os poucos textos que se propõe a "explicar" algo sobre o universo, tratam apenas do assunto "criação" e "o que é o universo", ou seja, como o universo teve inicio e de que ele é feito.
São esses textos que passam a idéia de que o universo é "energia", falam sobre a metafisica e como o homem se insere nesse universo.

Apesar disso, não encontrei texto algum que se servisse para explicar o "trovão", ou "a chuva", ou qualquer coisa do gênero.
Sempre que se tem estórias com Deuses que simbolizem o "trovão" ou a "lua", são estória que falam de assuntos morais e, não explicações sobre "o trovão" ou "a lua" em si.

Se você puder me apresentar algo...

Os nossos "estudos teológicos" são bastante divergentes, pelo que procurarei por um lado basear-me mais no ponto comum (cristianismo - as outras desconheço cabalmente).

Eu não descarto a natureza parabólica de muitas histórias e escritos religiosos mas, além de considerar que muitos dos conteúdos morais são insatisfatórios, penso que outros possuíam, pelo menos na origem, sentido literal.

Em relação ao conteúdo parabólico e não literal da história judaico-cristã da origem do Homem talvez a intenção do autor não fosse dizer que deus literalmente tirou uma costela do homem e a transformou em mulher. Mas é incontornável a mensagem de que o homem surgiu primeiro.

Esta história falha nos dois aspectos (segundo a minha interpretação que poderá obviamente ser diferente da tua, mas essa divergência não deixa de relativizar a sua importância):
-na eventual tentativa de explicação científica
-na eventual tentativa de oferecer um "regra moral geral" - pois ou será errada (na minha perspectiva) ou ambígua

O mesmo se aplicaria, continuando no genesis, à origem das dores do parto - castigo por ter desobedecido a deus.

Mas talvez eu esteja a concretizar demais.
Ainda que seja verdade que da bílbia se possam extrair lições muito interessantes, e que valeria a pena generalizar e defender, ela tão é prolífera em maus exemplos, más lições e trágicas "morais".
Refiro-me por exemplo à legitimização do machismo ou à sublimação da intolerância, ainda que perpetuada de forma pacífica.

Em relação a religiões pagãs pré-europeias, os seus panteões divinos eram arquétipos naturais, representativos, sim, mas também activos.
O sol era adorado como sendo um verdadeiro deus (não somente a sua representação), ou seja eles realmente acreditavam que o sol era um ser consciente, com vontade própria.
O mesmo para a lua, que seria uma divindade feminina.
As estações deviam-se aos ciclos de vida-reencarnação destes deuses: o inverno começa porque o sol morre, o dia cresce porque a criança-sol cresce.
Estes elementos básicos encontram-se presentes em muitas religiões antigas, cujo objectivo principal talvez fosse explicar os fenómenos naturais. A partir do momento em que se criam estes deuses, e se assume que eles são mais poderosos que nós, então há que criar um sistema moral que lhes agrade, sob pena de castigo.

Esse "código moral" foi certamente fruto de interpretações de sacerdotes, que com certeza aproveitaram a deixa para, como dizias, apresentar lições de moral de forma acessível ao povo, através de parábolas, p.e..

Se esses sacerdotes eram ou não inspirados por deus (ou acreditavam - ou não - ser) não é verdadeiramente relevante, pois os mesmos códigos podem ser inspirados por outra fonte, que não a divina, e que não estejam protegidas pela impunidade do "foi deus que disse".

NadaSei escreveu:Claro, o povo faz simpatia, reza para santos, bem como cultura suas imagens, reza na igreja... mesmo que tudo isso contrarie o que é ensinado na biblia.
As instituições religiosas criam rituais, dogmas próprios, interpretações de coisas como a "trindade", facilmente refutada usando as palavras de Cristo.
O Cristianismo e Judaismo, ainda trazem misturado a religião, a politica.
A biblia é constituida por varios livros (não é um livro só), o que inclui livros com algumas leis da época.

O problema é que, na prática, a distinção que fazes entre religião e política é uma interpretação pessoal tua, partilhada por muitos, mas não por todos.

Além do mais, ainda que assumindo que esse limite existe, a bíblia continua a possuir "lições boas" e "lições más" (já para não falar que a bíblia é uma colectânea motivada por diversos interesses políticos) e a dar azo a insterpretações terrivelmente divergentes.

O que estou a dizer é: um código de valores que enalteça o amor, mas que permita também enaltecer a vingança não é um código válido.


NadaSei escreveu:Agora, inegavelmente, classificar uma fonte milenar de conhecimento como a religião, como sendo veneno, só pode faze-lo seguindo um ponto de vista dogmático.
Aqueles que votaram nas opções 1 e 2, demonstram pontos de vista dogmáticos.
A posição 3, já demonstra certa cautela, podendo uma pessoa com algum conhecimento sobre religião, chegar a essa opnião.


Não concordo.
Como tenho vindo a referir, a maioria dos foristas não ignora as mensagens proveitosas da religião. Considera somente que a Religião tem demasiados aspectos negativos e fantasiosos e que como os positivos podem ser extraídos de outras fontes, ela é um veneno.
Ou seja, o saldo é negativo.

Além disso, ao colocares a opção "religião é veneno", que é o nome do fórum... não sei se estás ver a indução óbvia...

(além disso um veneno é-o em determinadas doses...) :emoticon4:

NadaSei escreveu:Primeiro que eu não cometi apelo a autoridade, como eu mesmo procurei deixar claro, mas acho que você não entendeu.
Citei como exemplo de que "opinião" de pessoas, existem pros dois lados, e justamente por isso, não devemos nos basear por elas, mas sim estudar por nós mesmos sem preconceito, para chegarmos as nossas próprias opiniões.
Segundo que eu não falei sobre "acreditar" em Deus, mas sim sobre considerar a religião como fonte de conhecimento valida.

Primeiro - de acordo afinal
Segundo - como referi, o conhecimento fornecido pelas religiões pode ser obtido de outras fontes, que não incorporem um "divino".
O conto budista do céu/inferno poderia ser igualmente eficaz sem referências religiosas.

Se o teu ponto é que lições de moral podem ser embelezadas com passagens mitológicas, estamos de acordo. Monges fazem-no, padres fazem-no, Homero e Tolkien fizeram-no.

Mas a essência da religião é o divino, e esse por estas bandas não é reconhecido.

Homens escreveram coisas belíssimas mas "deus manda que" é um mandamento humano e não divino.

E o céu e inferno interiores ou exteriores não deixam de ser figuras de estilo das realidades que representam ( e existem tantas representações... que cada uma em si é muito pouco fiável!).


NadaSei escreveu:O engraçado é que eu nem cheguei a explica o "meu" conceito de "Deus", visto que eu não o tenho definido de forma satisfatória.
Eu apenas apresentei "algumas" das "muitas" coisas que se fala sobre o tema, na religião.


Podia jurar que já tinha visto qualquer do género "deus é o teu reflexo" ou "se olhares para o espelho verás deus" em vez de "fulano disse que x..."

Normalmente quando afirmamos que algo é, é porque estamos a dar a nossa própria visão.

De qualquer forma percebi que não seria essa a tua intenção, por isso adiante...



NadaSei escreveu:Sim, mas seria interessante vê-la em outro tópico.
Só não pode virar uma discussão Evolucionismo X Criacionismo.

Perfeito.
Condição aceite e bem vinda.
Apenas não prometo que seja breve, pois demorarei algum tempo a reunir material didáctico e conciso.


NadaSei escreveu:
clara campos escreveu:Não mais do que a teoria da tectónica de placas, mas suponho que não acredites em nada que demore milhões de anos a ocorrer...

Não acho que essas duas têorias estejam assim tão próximas, mas enfim...


São próximas no método e de certa forma na escala.
Por vezes interligam-se, já que ambas estudam fenómenos naturais.
Mas tratam de assuntos bem diferentes.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

Trancado