Considerações sobre a nudez
- clara campos
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Considerações sobre a nudez
Há alguns meses, num tópico sobre prostituição, embrenhei-me num longo debate com o Flávio Costa e o Encosto.
(ver em http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4466&p ... sc&start=0 )
Algumas incongruências do meu discurso de então voltaram-me à memória quando ontem assistia à filmagem de uma sessão fotográfica de nus na ftv.
Passo a explicar.
Quando calha eu assistir a essas filmagens, as manequins suscitam-me invariavelmente um certo sentimento de pena, não pena do tipo “coitadinha”, mas do tipo “as coisas a que as pessoas se submetem por dinheiro, fama e reconhecimento”. Este tipo de sentimento não me ocorre quando vejo fotos de nus (muitas verdadeiros hinos ao corpo humano), mas apenas quando assisto às filmagens da sessão fotográfica.
Ontem contudo a manequim que pousava nua não me suscitou tais sentimentos depreciativos.
Apercebi-me então que aquele sentimento de pena não era me despertado pela venda ou exibição do nu em si (tanto que as fotos não me inspiram essa sensação), mas pela atitude das manequins, que usualmente apresentavam um comportamento que me indicava que elas não se sentiam confortáveis quando nuas.
A “novidade” na manequim que ontem pousava, era o seu óbvio à vontade com a nudez.
Ou seja, penso que o que me incomodava na história da nudez comercial, seria o facto de as pessoas o fazerem com um certo sentimento de “eu não gosto disto mas pagam bem...”, ou seja incomodava-me que as pessoas fizessem algo que não consideravam correcto, nem com que se sentiam confortáveis, apenas por dinheiro. Por outro lado, pareceu-me perfeitamente natural que uma mulher, com uma visão estritamente naturalista do seu corpo, o expusesse por dinheiro (mas não só...).
Em relação ao tópico que acima citei, penso que eu estava a fazer a mesma “confusão” com o sexo comercial que fiz com a nudez comercial.
Assim, creio que tenha caído na tentação da generalização, pondo todos os comportamentos (que podem ter diferentes motivações, e portanto diferentes significados) no mesmo saco, quando na verdade, eles são muito mais diversificados do que eu estava disposta a admitir.
(ver em http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4466&p ... sc&start=0 )
Algumas incongruências do meu discurso de então voltaram-me à memória quando ontem assistia à filmagem de uma sessão fotográfica de nus na ftv.
Passo a explicar.
Quando calha eu assistir a essas filmagens, as manequins suscitam-me invariavelmente um certo sentimento de pena, não pena do tipo “coitadinha”, mas do tipo “as coisas a que as pessoas se submetem por dinheiro, fama e reconhecimento”. Este tipo de sentimento não me ocorre quando vejo fotos de nus (muitas verdadeiros hinos ao corpo humano), mas apenas quando assisto às filmagens da sessão fotográfica.
Ontem contudo a manequim que pousava nua não me suscitou tais sentimentos depreciativos.
Apercebi-me então que aquele sentimento de pena não era me despertado pela venda ou exibição do nu em si (tanto que as fotos não me inspiram essa sensação), mas pela atitude das manequins, que usualmente apresentavam um comportamento que me indicava que elas não se sentiam confortáveis quando nuas.
A “novidade” na manequim que ontem pousava, era o seu óbvio à vontade com a nudez.
Ou seja, penso que o que me incomodava na história da nudez comercial, seria o facto de as pessoas o fazerem com um certo sentimento de “eu não gosto disto mas pagam bem...”, ou seja incomodava-me que as pessoas fizessem algo que não consideravam correcto, nem com que se sentiam confortáveis, apenas por dinheiro. Por outro lado, pareceu-me perfeitamente natural que uma mulher, com uma visão estritamente naturalista do seu corpo, o expusesse por dinheiro (mas não só...).
Em relação ao tópico que acima citei, penso que eu estava a fazer a mesma “confusão” com o sexo comercial que fiz com a nudez comercial.
Assim, creio que tenha caído na tentação da generalização, pondo todos os comportamentos (que podem ter diferentes motivações, e portanto diferentes significados) no mesmo saco, quando na verdade, eles são muito mais diversificados do que eu estava disposta a admitir.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)
- O ENCOSTO
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Re.: Considerações sobre a nudez
Como disse certa vez o poeta "Cumpadri Washington": Tudo que é bonito é pra se mostrar.
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re.: Considerações sobre a nudez
Em português de Portugal pousar é o mesmo que posar, ou a Clara escorregou, ou ainda, em Portugal também/ainda usam o termo "avião" para designar mulheres bonitas e esta era a opinião dela sobre a modelo?
Tem gente que parece gostar mesmo de ficar pelado o tempo todo, como aqueles naturistas e os que tiram a roupa para protestar por qualquer coisa. Tem alguma coisa até sobre corrida ou passeio de ciclistas nudistas em uns países
Sou muito mais a favor do nu comercial de qualquer forma, qualquer que seja a satisfação das pessoas posando (não é problema meu), do que esses ávidos em saírem pelados por aí exibindo gratuitamente (e imprevisivelmente) sua peladez, que nem necessariamente é... comercialmente viável.

Tem gente que parece gostar mesmo de ficar pelado o tempo todo, como aqueles naturistas e os que tiram a roupa para protestar por qualquer coisa. Tem alguma coisa até sobre corrida ou passeio de ciclistas nudistas em uns países

Sou muito mais a favor do nu comercial de qualquer forma, qualquer que seja a satisfação das pessoas posando (não é problema meu), do que esses ávidos em saírem pelados por aí exibindo gratuitamente (e imprevisivelmente) sua peladez, que nem necessariamente é... comercialmente viável.

Sem tempo nem paciência para isso.
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.
Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution
Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
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- Flavio Costa
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Clara, primeiro faço coro ao Abmael, isso é o que eu chamo de "ter compromisso com a verdade e não com as próprias idéias", uma rara qualidade.
Um dia desses estava conversando com uma colega de trabalho, ela me dizia que não gosta de computador e informática, apesar de estar lá. O que ela gosta mesmo de fazer é cantar, ela ama a Música, é uma de muitas pessoas que não tiveram a felicidade de trabalhar com aquilo que amam. Mesmo assim, eu não cheguei a ter nem um pouco de pena dela, ela escolheu trabalhar com aquilo e aquele trabalho lhe proporciona confortos que possivelmente ela não teria em outras opções profissionais.
O assunto original era um tanto mais polêmico que o nu artístico, era a prostituição. Não vou recorrer a essa linha de pensamento para louvar a prostituição, ou para dizer que é uma profissão como qualquer outra, pois não é. A prostituição é uma profissão imunda, assim como estivador de mina ou lixeiro (eu poderia explicar essa comparação para ser politicamente correto, mas uma pessoa inteligente vai entender o que eu estou dizendo).
Creio que apenas mentes patológicas escolheriam a prostituição como profissão de houvesse outras opções tão acessíveis e rentáveis quanto esta. Não há.
É muito triste que meninas sejam abandonadas e caiam na prostituição na Suazilândia ou no interior da Paraíba, não se pode dizer que tiveram muita escolha. Porém, o que não falta são prostitutas que poderiam conseguir um emprego de faxineira ou servente, acordando cedo de manhã e pagando ônibus cheio para chegar no trabalho para ganhar no máximo um décimo do que conseguem utilizando os órgãos genitais como instrumento de trabalho.
Feliz a prostituta que tem o mesmo que minha colega de trabalho teve: escolha. Escolha de fazer o que não gosta, porque é mais rentável, ou de fazer o que gosta, mesmo que a remuneração seja menor. O mundo é muito melhor com a liberdade das prostitutas que seria se o governo escolhesse por nós qual profissão teríamos que exercer. Claro que o ideal seria que cada um pudesse fazer o que gosta e ter tudo que quiser, mas o mundo real não funciona assim e o direito de escolha é a melhor garantia que podemos ter. A existência das prostitutas é um saudável sinal de que temos esse direito.
O raciocínio para o nu artístico é o mesmo. Talvez muitas não gostem de exposição tão íntima, mas elas escolheram estar lá e eu tenho pena é de quem não teve escolha na vida.
Um dia desses estava conversando com uma colega de trabalho, ela me dizia que não gosta de computador e informática, apesar de estar lá. O que ela gosta mesmo de fazer é cantar, ela ama a Música, é uma de muitas pessoas que não tiveram a felicidade de trabalhar com aquilo que amam. Mesmo assim, eu não cheguei a ter nem um pouco de pena dela, ela escolheu trabalhar com aquilo e aquele trabalho lhe proporciona confortos que possivelmente ela não teria em outras opções profissionais.
O assunto original era um tanto mais polêmico que o nu artístico, era a prostituição. Não vou recorrer a essa linha de pensamento para louvar a prostituição, ou para dizer que é uma profissão como qualquer outra, pois não é. A prostituição é uma profissão imunda, assim como estivador de mina ou lixeiro (eu poderia explicar essa comparação para ser politicamente correto, mas uma pessoa inteligente vai entender o que eu estou dizendo).
Creio que apenas mentes patológicas escolheriam a prostituição como profissão de houvesse outras opções tão acessíveis e rentáveis quanto esta. Não há.
É muito triste que meninas sejam abandonadas e caiam na prostituição na Suazilândia ou no interior da Paraíba, não se pode dizer que tiveram muita escolha. Porém, o que não falta são prostitutas que poderiam conseguir um emprego de faxineira ou servente, acordando cedo de manhã e pagando ônibus cheio para chegar no trabalho para ganhar no máximo um décimo do que conseguem utilizando os órgãos genitais como instrumento de trabalho.
Feliz a prostituta que tem o mesmo que minha colega de trabalho teve: escolha. Escolha de fazer o que não gosta, porque é mais rentável, ou de fazer o que gosta, mesmo que a remuneração seja menor. O mundo é muito melhor com a liberdade das prostitutas que seria se o governo escolhesse por nós qual profissão teríamos que exercer. Claro que o ideal seria que cada um pudesse fazer o que gosta e ter tudo que quiser, mas o mundo real não funciona assim e o direito de escolha é a melhor garantia que podemos ter. A existência das prostitutas é um saudável sinal de que temos esse direito.
O raciocínio para o nu artístico é o mesmo. Talvez muitas não gostem de exposição tão íntima, mas elas escolheram estar lá e eu tenho pena é de quem não teve escolha na vida.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
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Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
- Luis Inácio, 20/10/2006
Re.: Considerações sobre a nudez
Gostava de saber a vossa opiniao sobre os futebolistas brasileiros
que posam nús para revistas de gays?

- clara campos
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Re: Re.: Considerações sobre a nudez
ímpio escreveu:Em português de Portugal pousar é o mesmo que posar, ou a Clara escorregou, ou ainda, em Portugal também/ainda usam o termo "avião" para designar mulheres bonitas e esta era a opinião dela sobre a modelo?![]()
foi uma escorregadela minha, embora tb usemos "avião" para mulheres bonitas

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- clara campos
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clara campos escreveu:http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=4466&postdays=0&postorder=asc&start=0
A primeira página desse tópico é impagável!

"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
- King In Crimson
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Re.: Considerações sobre a nudez
Pelo que eu entendi lendo os dois tópicos, você apenas aceitou que algumas pessoas realmente gostam de fazer isso.
Pra mim, isso continua sendo isso continua sendo uma visão de tabu do sexo. Muitas pessoas fazem o que não gostam(a maioria aliás) por retorno financeiro. Não vejo por que as profissionais do sexo em especial são "desprezíveis" ou algo que o valha.
Pra mim, isso continua sendo isso continua sendo uma visão de tabu do sexo. Muitas pessoas fazem o que não gostam(a maioria aliás) por retorno financeiro. Não vejo por que as profissionais do sexo em especial são "desprezíveis" ou algo que o valha.
- Apáte
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Re.: Considerações sobre a nudez
King In Crimson escreveu:Não vejo por que as profissionais do sexo em especial são "desprezíveis" ou algo que o valha.
clara campos escreveu:Eu não me lembro de dizer que essas pessoas são desprezíveis, mas que o acto é desprezível.
http://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?p=94011#94011
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- King In Crimson
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Re.: Considerações sobre a nudez
Dá na mesma.
- Apáte
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Re.: Considerações sobre a nudez
Só quotei porque tinha acabado de ler o post. As páginas seguintes elucidam um pouco o problema, mas ainda me parece confuso. Também prostituição não é algo fácil de discutir.
"Da sempre conduco una attività ininterrotta di lavoro, se qualche volta mi succede di guardare in faccia qualche bella ragazza... meglio essere appassionati di belle ragazze che gay" by: Silvio Berlusconi
- clara campos
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Re: Re.: Considerações sobre a nudez
King In Crimson escreveu:Pelo que eu entendi lendo os dois tópicos, você apenas aceitou que algumas pessoas realmente gostam de fazer isso.
Pra mim, isso continua sendo isso continua sendo uma visão de tabu do sexo. Muitas pessoas fazem o que não gostam(a maioria aliás) por retorno financeiro. Não vejo por que as profissionais do sexo em especial são "desprezíveis" ou algo que o valha.
Gostam ou não se importam.
Eu estava a "julgar" a sexualidade alheia tendo como base o que eu sinto, ou a forma como vivo/sinto a minha própria sexualidade.
Só que essas pessoas não pensam/sentem como eu, logo não as posso julgar sob a minha prespectiva pessoal (tendo em conta que ninguém esteja a ser magoado/enganado/ forçado/prejudicado).
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