Sr. Incógnito escreveu:Andre TJ escreveu:Sr. Incógnito escreveu:Andre TJ escreveu:Sr. Incógnito escreveu:Andre TJ escreveu:
Repare a religião em sua realidade assume a forma de Igrejas, por exemplo.Podem ter varias funções.Na Alemanha assim como em outros lugares uma das funções foi a de justificar a pobreza, levar a uma aceitação das condições sociais adversas.Marx questionava essas condições, então é absolutamente lógico que as Igrejas conservadoras fossem objeto de oposição, pois enquanto ele queria mudar, transformar, elas queriam conservar.Eram logo opostos, antagônicos, adversários.Sua conclusão não é arbitraria mas lógica especialmente no contexto em que viveu.A religião em sua dimensão pratica, como Engels mostrou depois poderia ser em momentos aliada da revolução, mas muitas vezes não era.Logo Marx traz todas as religiões para Terra, mas critica como alienação que aprisiona os trabalhadores apenas como parte do que a religião pode fazer e de fato algumas fazem.
No Brasil em uma democracia as coisas são diferentes.Existem varias pessoas que são cristãos por motivos culturais, e Marxistas por motivos políticos.Alias já na década de 70 mesmo durante o regime militar já existiam setores progressistas cristãos com a chamada "opção pelos pobres" que se identificaram com marxismo.Lógico que esses escolheram ignorar as críticas de Marx a religião, e a sua visão que uma exigência para a nova emancipação seria a superação da religião.As teorias de Marx são amplas, muitos para ser Marxistas não consideram que tem que seguir tudo, como se fosse um credo, e sim se inspirar em suas idéias seria o suficiente para serem marxistas.
"Na Alemanha assim como em outros lugares uma das funções foi a de justificar a pobreza, levar a uma aceitação das condições sociais adversas". Essa frase continua sendo uma parte da argumentação para provar que de fato ela aliena. Ou seja, está-se supondo aquilo que se deve provar! Ok?
Não entendi.Vc nega que a religião e seu braço institucional como Igreja tenha atraves da história servido para manutenção de regimes?
Vc estaria negando a história da humanidade.Isso é real, aconteceu, não é suposição.Não significa que a expressão real das instituiçoes religiosas tenha sido apenas isso, mas quando foi isso cabe a crítica.
Baseado nisso, por não concordar com isso, Marx diz que a religião não tem autoridade divina de justificar e levar as pessoas a aceitarem sua condição.
Veja bem: Não estou fazendo nenhum julgamento sobre isso (embora tenha uma posição bem determinada para o assunto). O que importa aqui, não é o que a religião foi, o que quis ser, etc... O importante é o que ela é! Não podemos esquecer que estamos dentro de um processo, onde o espírito vai se formando através da história (Não esqueçamos que trata-se da crítica a filosofia do diretio, de Hegel). Assim sendo, o que importa é como encaixar a religião dentro desse processo todo. Mais uma vez digo: Marx não consegui fazer tal coisa, falhou aí. Se apenas dissermos: "É que ele escreveu para sua época, escreveu o que constatava, etc..," estaremos falhando na tarefa, além de trair o próprio sistema montado, seja de Hegel, seja de Marx. Por isso, disse que tais conclusões eram arbitrárias, pois não se seguem dos seus postulados.
Mas para Marx religião não é uma coisa estática, ela é histórica logo muda, através dos tempos.Logo religião não é uma única coisa, mas possui diversas dimensões, doutrinaria, institucional.
Marx não trabalha com noção de espírito é materialista sua perspectiva é outra.Não é ausencia de onde colocar, me parece que vc não concorda, ou não gosta, de um papel que ele descreveu a religião historicamente teve e tem.
Ele não escreveu apenas para sua história pq religião através de seu braço institucional serviu de alienação em outros momentos.O momento em que ele vivia era propicio ou favorecia essa crítica, mas não foi o único.
O que escrevi foi uma resenha.O ideal é vc ler o texto original.(achei esse link na net)Não sei se é identico ao que resenhei, mas já lí e vale a pena ler.
http://www.culturabrasil.org/criticadaf ... ireito.htm
Mas é claro que MArx não abandona a idéia de espírito (entendido como visto em Hegel, embora com alguamas diferenças). O objetivo, então, é o mesmo: Mostrar os caminhos, através dos diferentes momentos , da formação do Estado (e, por consequência, da efetivação do espírito na história).
Eu já li e reli essa obra! (embora sempre seja bom reler novamente)
Eu não vejo a questão do espírito em Marx.Como Materialista, diferentemente de Hegel, ele me parece não trabalhar com a idéia de fio condutor da História.Que é trabalhada por Hegel e pode ser traduzida como espírito condutor da História.
Não sabia que vc tinha lido, em todo caso está ai para quem tiver curiosidade.