Alter-ego escreveu:Parte 2: Quase todos consideraram que, embora não pudessem responder com absoluta certeza (devido às contigências da situação), que imaginam que repetiriam o ato da mãe, arriscando a vida para salvar a vida do filho.
Agora, imaginemos uma segunda situação, análoga, e, relativamente, mais comum.
Imagine que você, ou sua parceira, será mãe. Durante a gravidez, costumam ser estabelecidos os laços com a criança. Imagine que já se está num grau avançado, onde você já deslumbra a "personalidade" da criança: já se sabe o sexo, ela já tem nome, já tem até um quarto com roupinhas e brinquedos.
Nesta situação, o médico identifica que se trata de uma gravidez de risco, onde salvar a criança poderia custar a vida da mãe. A solução, para salvar a mãe, seria um aborto, por vias legais lógico.
Qual seria sua atitude nesta segunda situação? Não há certeza de que tentando salvar a criança esta resista e mãe morra... Pode até ser que sobrevivam os dois. Ou que morram os dois... Praticando o aborto a "chance" de que a mãe (você/sua parceira) sobreviva é de 100%.
Qual a sua decisão?
Curiosamente, enquanto a resposta à parte I não depende necessariamente do sexo do progenitor (porque questiona se daríamos a vida por um filho) a parte II já pode depender do género do progenitor.
Então: se eu fosse homem (logo não seria a minha vida, mas sim a da minha companheira em risco), eu tentaria por todos os meios convencê-la a abortar. Obviamente no fim acataria a decisão dela, mas tentaria concencê-la a abortar até ao último minuto.
Sendo mulher (e tendo a minha própria vida em risco) não sei realmente o que faria (nunca estive grávida) mas, sem grande orgulho, penso que provavelmente optaria pelo aborto, por uma questão de autopreservação.
Contudo o problema não deixa claro se essa gravidez seria de risco per si, ou se no futuro ou teria hipóteses de engravidar com melhores resultados. Talvez se eu soubesse que todas as possíveis gravidezes futuras implicassem o mesmo tipo de risco, quem sabe eu me sentiria impelida a arriscar.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)