E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Alter-ego »

Samael escreveu:Igor, depois de ser pai você ficou mais afeminado ou foi só impressão minha? :emoticon5:

E eu te perguntaria, então, o que difere punição de vingança e qual seria o efeito prático de uma punição.

Quando um filho erra, o pai o pune. Isso não é uma vingança.
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Apocaliptica

Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:Igor, depois de ser pai você ficou mais afeminado ou foi só impressão minha? :emoticon5:

E eu te perguntaria, então, o que difere punição de vingança e qual seria o efeito prático de uma punição.

Quando um filho erra, o pai o pune. Isso não é uma vingança.


É verdade. Mas o Estado não é pai de ninguém.
Editado pela última vez por Apocaliptica em 27 Jan 2007, 15:15, em um total de 1 vez.

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emmmcri
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por emmmcri »

Samael escreveu:
Igor, depois de ser pai você ficou mais afeminado ou foi só impressão minha? :emoticon5:



:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
Editado pela última vez por emmmcri em 27 Jan 2007, 15:25, em um total de 1 vez.
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
VOLTAIRE

Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
A Guerra faz de heróis corajosos assassinos covardes e de assassinos covardes heróis corajosos .
No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Samael »

Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:Igor, depois de ser pai você ficou mais afeminado ou foi só impressão minha? :emoticon5:

E eu te perguntaria, então, o que difere punição de vingança e qual seria o efeito prático de uma punição.

Quando um filho erra, o pai o pune. Isso não é uma vingança.


Muitas vezes é. Crianças não são vítimas de espancamentos por pais violentos à toa. E a punição aplicada tem caráter corretivo.

A sua punição, no caso da pena de morte, tem APENAS o caráter de vingança. E, pelo que eu vi, foi você mesmo que disse que a justiça não tem caráter de correção, mas apenas de punição. Nisso eu supus que a sua noção de justiça se baseia apenas em vingança, correto?

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Alter-ego »

Observe, Sama

a complementação viria com o que Apoc disse lá em cima: o Estado não é pai de ninguém.
Assim, um pai (de verdade) embora possa punir seu filho, sua intenção é sempre corrigí-lo.
O Estado não tem função de cumprir aquilo que deixou de ser feito ou apreendido em casa.

Quando usei a analogia do pai, foi apenas para demonstrar que punição e vingança não são sinônimos, como se pudesse fazer parecer.
Fui claro?
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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Samael »

Ah, sim, claro, partindo então da definição Weberiana do que seria um Estado, ou seja, uma força de coerção imposta e não democrática, mas, ao contrário, de onde parte da democracia surge, ele nunca poderia ser uma pai.

Mas, não tendo a função de corrigir o indivíduo, lhe dão a função de eliminar indivíduos? E se o Estado quisesse te eliminar amanhã, Igor? Ele teria esse aval...

Se a função do Estado não é, na sua opinião, a de correção social (então ele é uma força vazia de objetivo, visto que não teria preocupação social alguma), o que o legitimaria enquanto instrumento de eliminação?

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

E se fosse feito um plebiscito popular para saber se o crime merece a pena capital?

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Samael »

Eu teria de aceitar, visto que a coisa estaria endossada por respaldo legal, embora, na prática, continuaria achando a ação imoral e anti-ética.

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Alter-ego »

O Estado não é um ente objetivo, para ter preocupaçaõ social. Preocupação social é ocupação de pessoas.
O interessante é que quando nós, com uma visão mais à direita, defendemos a prevalência do individual sobre o coletivo somos atacados pelos que tem uma posição mais À esquerda, como você. E agora você inverte a lógica, para dizer que o estado não pode dar cabo de alguém especialmente perigoso à coletividade...
Observe que não estou defendendo a pena de morte por motivos ideológicos, nem a pena de morte para ladrões de galinha.
Para mim, ela seria um instrumento válido para punir os, inequivocamente, culpados por delitos graves, os reincidentes, aqueles que são sobremaneira perigosos para a sociedade.
O papel de educar pertence, sobretudo às família, escolas, até às igrejas (porque não?). À justiça cabe Vigiar e Punir.
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

Alter-ego escreveu:O Estado não é um ente objetivo, para ter preocupaçaõ social. Preocupação social é ocupação de pessoas.
O interessante é que quando nós, com uma visão mais à direita, defendemos a prevalência do individual sobre o coletivo somos atacados pelos que tem uma posição mais À esquerda, como você. E agora você inverte a lógica, para dizer que o estado não pode dar cabo de alguém especialmente perigoso à coletividade...
Observe que não estou defendendo a pena de morte por motivos ideológicos, nem a pena de morte para ladrões de galinha.
Para mim, ela seria um instrumento válido para punir os, inequivocamente, culpados por delitos graves, os reincidentes, aqueles que são sobremaneira perigosos para a sociedade.
O papel de educar pertence, sobretudo às família, escolas, até às igrejas (porque não?). À justiça cabe Vigiar e Punir.



E dar o exemplo.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:A justiça existe para reinserir o indivíduo em sociedade.


Esse foi o maior disparate que já li nesse forum. Então o poder jurídico é mais um engenheiro social?
Logical, responsible, practical.
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Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Samael »

Se o Estado não é um ente objetivo com preocupação social, ele não tem legitimação para eliminar um indivíduo em prol do coletivo. Não entendi qual é a fundamentação da sua argumentação.

E não, a diferença de pessoas "à esquerda" como eu é que não realizamos dicotomias entre "indivíduos" e "coletividades". Coletivos são agrupamentos de indivíduos e, muitas vezes, a prevalência de um atributo individualista na sociedade pode prejudicar OUTROS indivíduos, fazendo com que a argumentação individualista caia por terra.

E, Igor, por favor, todos somos ideológicos sempre...

Além disso, eu não inverti lógica alguma. O meu ponto foi bem claro: se o Estado tem o aval de executar um indivíduo, ele tem o aval, a partir do momento que isso seja colocado como lei, de executar quem estiver fora desta mesma lei. E eu NÃO dou ao Estado, enquanto cidadão, essa legitimidade.

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

emmmcri,

Mas dentro das considerações acerca do caráter totalitário do Estado que definisse ou não pela pena de morte ( se bem que define as outras também erra igual...) , o único jeito seria recorrer ao julgamento popular.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Samael »

RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:A justiça existe para reinserir o indivíduo em sociedade.


Esse foi o maior disparate que já li nesse forum. Então o poder jurídico é mais um engenheiro social?


Sim, sob qualquer aspecto, inclusive o seu, que pretende "higienizar" a sociedade.

A existência de um Estado é justo a engenharia social. Se discorda disso, seja um libertário anarquista então.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por emmmcri »

Apocaliptica escreveu:emmmcri,

Mas dentro das considerações acerca do caráter totalitário do Estado que definisse ou não pela pena de morte ( se bem que define as outras também erra igual...) , o único jeito seria recorrer ao julgamento popular.


Nessas horas sou contra as democracias rsrsrs.
Editado pela última vez por emmmcri em 27 Jan 2007, 15:53, em um total de 1 vez.
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Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
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No fim ela mostra o que somos , apenas medíocres humanos.



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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

emmmcri escreveu:
Apocaliptica escreveu:emmmcri,

Mas dentro das considerações acerca do caráter totalitário do Estado que definisse ou não pela pena de morte ( se bem que define as outras também erra igual...) , o único jeito seria recorrer ao julgamento popular.


Nessas oras sou contra as democracias rsrsrs.


Tá.

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Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por emmmcri »

Bem quando eu vejo o povo votando no Clodovil tenho a mesma sensação rsrsrs
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Alter-ego »

Apocaliptica escreveu:
Alter-ego escreveu:O Estado não é um ente objetivo, para ter preocupaçaõ social. Preocupação social é ocupação de pessoas.
O interessante é que quando nós, com uma visão mais à direita, defendemos a prevalência do individual sobre o coletivo somos atacados pelos que tem uma posição mais À esquerda, como você. E agora você inverte a lógica, para dizer que o estado não pode dar cabo de alguém especialmente perigoso à coletividade...
Observe que não estou defendendo a pena de morte por motivos ideológicos, nem a pena de morte para ladrões de galinha.
Para mim, ela seria um instrumento válido para punir os, inequivocamente, culpados por delitos graves, os reincidentes, aqueles que são sobremaneira perigosos para a sociedade.
O papel de educar pertence, sobretudo às família, escolas, até às igrejas (porque não?). À justiça cabe Vigiar e Punir.



E dar o exemplo.

Claro.
Enquanto mantivermos esta estrutura podre que vem sendo construída desde os anos 30 e que ganhou fôlego com a legislação frouxa de 88, com políticos roubando, salários exorbitantes, juízes que matam, policiais que mantém acordos com traficantes, presidente que pratica o nepotismo, congresso podre e corporativista, funcionários públicos lesando o erário e oposição sem legitimidade para questionar, por também ter as mãos sujas, a coisa fica muito difícil.
Não dá pra punir um megatraficante com rigor, sabendo que ele se manteve por anos com apoio de gente do alto comando da PM, políticos e juízes comprados com o dinheiro o com o medo...
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por RicardoVitor »

Samael escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:A justiça existe para reinserir o indivíduo em sociedade.


Esse foi o maior disparate que já li nesse forum. Então o poder jurídico é mais um engenheiro social?


Sim, sob qualquer aspecto, inclusive o seu, que pretende "higienizar" a sociedade.


Aspecto meu que pretende "higienizar" a sociedade? Poderia citar? Quem quer "higienizar" a sociedade são os esquerdinhas da sua laia, que pretendem determinar cada aspecto de cada indivíduo da mesma. "Higienização", aliás, serve como eufemismo, pois vocês socialistas efetuam uma completa limpeza mesmo, democídios dos mais rigorosos, no final das contas vão as "classes burguesas" e as "classes trabalhadoras" todas juntas para a vala, sem discriminação.

Samael escreveu:A existência de um Estado é justo a engenharia social. Se discorda disso, seja um libertário anarquista então.


Poderia trabalhar mais essa sua idéia? O que, na instituição do Estado, justifica a engenharia social? O que lhe faz acreditar que os indivíduos na sociedade podem ser "construídos"? Qual o fator faria um assassino ou estuprador definitivamente serem "reintegrados"? E por que deveriam ser?
Editado pela última vez por RicardoVitor em 27 Jan 2007, 16:45, em um total de 1 vez.
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por emmmcri »

RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:A justiça existe para reinserir o indivíduo em sociedade.


Esse foi o maior disparate que já li nesse forum. Então o poder jurídico é mais um engenheiro social?


E seria diferente com a Pena de morte ?
Acho q não...Estaria "limpando" a sociedade.
"Assombra-me o universo e eu crer procuro em vão, que haja um tal relógio e um relojoeiro não.
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Porque tanto se orgulhar de nossos conhecimentos se os instrumentos para alcançá-los e objetivá-los são limitados e parciais ?
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

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Alter-ego escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Alter-ego escreveu:O Estado não é um ente objetivo, para ter preocupaçaõ social. Preocupação social é ocupação de pessoas.
O interessante é que quando nós, com uma visão mais à direita, defendemos a prevalência do individual sobre o coletivo somos atacados pelos que tem uma posição mais À esquerda, como você. E agora você inverte a lógica, para dizer que o estado não pode dar cabo de alguém especialmente perigoso à coletividade...
Observe que não estou defendendo a pena de morte por motivos ideológicos, nem a pena de morte para ladrões de galinha.
Para mim, ela seria um instrumento válido para punir os, inequivocamente, culpados por delitos graves, os reincidentes, aqueles que são sobremaneira perigosos para a sociedade.
O papel de educar pertence, sobretudo às família, escolas, até às igrejas (porque não?). À justiça cabe Vigiar e Punir.



E dar o exemplo.

Claro.
Enquanto mantivermos esta estrutura podre que vem sendo construída desde os anos 30 e que ganhou fôlego com a legislação frouxa de 88, com políticos roubando, salários exorbitantes, juízes que matam, policiais que mantém acordos com traficantes, presidente que pratica o nepotismo, congresso podre e corporativista, funcionários públicos lesando o erário e oposição sem legitimidade para questionar, por também ter as mãos sujas, a coisa fica muito difícil.
Não dá pra punir um megatraficante com rigor, sabendo que ele se manteve por anos com apoio de gente do alto comando da PM, políticos e juízes comprados com o dinheiro o com o medo...



Isso são dados de realidade. Mas aposto que se algum caso grotesco fosse levado à injeçao letal, alguns engraçadinhos lesados iam pensar duas vezes, por exemplo em colocar fogo em mendigo dormindo na rua.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Apocaliptica »

emmmcri escreveu:
RicardoVitor escreveu:
Samael escreveu:A justiça existe para reinserir o indivíduo em sociedade.


Esse foi o maior disparate que já li nesse forum. Então o poder jurídico é mais um engenheiro social?


E seria diferente com a Pena de morte ?
Acho q não...Estaria "limpando" a sociedade.


Se limpar a sociedade é poupá-la de gente doente à espreita de uma criancinha ou de um mendigo dormindo na rua, eu sou a favor de limpar.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

Mensagem por Alter-ego »

Samael escreveu:Se o Estado não é um ente objetivo com preocupação social, ele não tem legitimação para eliminar um indivíduo em prol do coletivo. Não entendi qual é a fundamentação da sua argumentação.

E não, a diferença de pessoas "à esquerda" como eu é que não realizamos dicotomias entre "indivíduos" e "coletividades". Coletivos são agrupamentos de indivíduos e, muitas vezes, a prevalência de um atributo individualista na sociedade pode prejudicar OUTROS indivíduos, fazendo com que a argumentação individualista caia por terra.

E, Igor, por favor, todos somos ideológicos sempre...

Além disso, eu não inverti lógica alguma. O meu ponto foi bem claro: se o Estado tem o aval de executar um indivíduo, ele tem o aval, a partir do momento que isso seja colocado como lei, de executar quem estiver fora desta mesma lei. E eu NÃO dou ao Estado, enquanto cidadão, essa legitimidade.

Na verdade, ao punir um alto criminoso com a pena capital, o Estado não estará agindo em prol de uma nula coletividade.
Ele estará pensando, em absoluto, nos indivíduos: naqueles que tiveram a sua vida ceifada, e naqueles que a terão, se assim for permitido com o afrouxamento da pena para os vermes.

Agora imaginemos a seguinte situação.
Um criminoso irreparável. Assasinou vários do lado de fora, com requintes de crueldade e sem demonstração de arrependimento.
Dentro da cadeia, não só continuou a exercer sua liderança no mundo do crime, como, em rebeliões veio a matar outros detentos rivais e agentes penitenciários.
Tentou-se educá-lo.
Ele quebrou as máquinas da pequena indústria que resolveu investir na socialização de presidiários.
Não obedece regras.
Nem mesmo se existisse colônia de trabalhos forçados ele poderia ir, pois não há como submetê-lo às ordens.
O que você faria com ele?
Colocaria numa solitária, toda acolchoada (anti-suicídio), sem contato com ninguém, recebendo apenas comida e água por uma janelinha, ao custo de quase dois mil reais do contribuinte, pela vida inteira?
Mandaria soltá-lo na sociedade?

Me diz, sama...
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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

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Alter-ego escreveu:
Samael escreveu:Se o Estado não é um ente objetivo com preocupação social, ele não tem legitimação para eliminar um indivíduo em prol do coletivo. Não entendi qual é a fundamentação da sua argumentação.

E não, a diferença de pessoas "à esquerda" como eu é que não realizamos dicotomias entre "indivíduos" e "coletividades". Coletivos são agrupamentos de indivíduos e, muitas vezes, a prevalência de um atributo individualista na sociedade pode prejudicar OUTROS indivíduos, fazendo com que a argumentação individualista caia por terra.

E, Igor, por favor, todos somos ideológicos sempre...

Além disso, eu não inverti lógica alguma. O meu ponto foi bem claro: se o Estado tem o aval de executar um indivíduo, ele tem o aval, a partir do momento que isso seja colocado como lei, de executar quem estiver fora desta mesma lei. E eu NÃO dou ao Estado, enquanto cidadão, essa legitimidade.

Na verdade, ao punir um alto criminoso com a pena capital, o Estado não estará agindo em prol de uma nula coletividade.
Ele estará pensando, em absoluto, nos indivíduos: naqueles que tiveram a sua vida ceifada, e naqueles que a terão, se assim for permitido com o afrouxamento da pena para os vermes.

Agora imaginemos a seguinte situação.
Um criminoso irreparável. Assasinou vários do lado de fora, com requintes de crueldade e sem demonstração de arrependimento.
Dentro da cadeia, não só continuou a exercer sua liderança no mundo do crime, como, em rebeliões veio a matar outros detentos rivais e agentes penitenciários.
Tentou-se educá-lo.
Ele quebrou as máquinas da pequena indústria que resolveu investir na socialização de presidiários.
Não obedece regras.
Nem mesmo se existisse colônia de trabalhos forçados ele poderia ir, pois não há como submetê-lo às ordens.
O que você faria com ele?
Colocaria numa solitária, toda acolchoada (anti-suicídio), sem contato com ninguém, recebendo apenas comida e água por uma janelinha, ao custo de quase dois mil reais do contribuinte, pela vida inteira?
Mandaria soltá-lo na sociedade?

Me diz, sama...


Realmente esse para mim é o quadro do cara que merece o fim. Ele perturbará até a morte, inclusive o Estado.

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Re: Re.: E agora, quem consegue ser contra a pena de morte?

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Apocaliptica escreveu:
Alter-ego escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Alter-ego escreveu:O Estado não é um ente objetivo, para ter preocupaçaõ social. Preocupação social é ocupação de pessoas.
O interessante é que quando nós, com uma visão mais à direita, defendemos a prevalência do individual sobre o coletivo somos atacados pelos que tem uma posição mais À esquerda, como você. E agora você inverte a lógica, para dizer que o estado não pode dar cabo de alguém especialmente perigoso à coletividade...
Observe que não estou defendendo a pena de morte por motivos ideológicos, nem a pena de morte para ladrões de galinha.
Para mim, ela seria um instrumento válido para punir os, inequivocamente, culpados por delitos graves, os reincidentes, aqueles que são sobremaneira perigosos para a sociedade.
O papel de educar pertence, sobretudo às família, escolas, até às igrejas (porque não?). À justiça cabe Vigiar e Punir.



E dar o exemplo.

Claro.
Enquanto mantivermos esta estrutura podre que vem sendo construída desde os anos 30 e que ganhou fôlego com a legislação frouxa de 88, com políticos roubando, salários exorbitantes, juízes que matam, policiais que mantém acordos com traficantes, presidente que pratica o nepotismo, congresso podre e corporativista, funcionários públicos lesando o erário e oposição sem legitimidade para questionar, por também ter as mãos sujas, a coisa fica muito difícil.
Não dá pra punir um megatraficante com rigor, sabendo que ele se manteve por anos com apoio de gente do alto comando da PM, políticos e juízes comprados com o dinheiro o com o medo...



Isso são dados de realidade. Mas aposto que se algum caso grotesco fosse levado à injeçao letal, alguns engraçadinhos lesados iam pensar duas vezes, por exemplo em colocar fogo em mendigo dormindo na rua.

Perfeito.
"Noite escura agora é manhã..."

Trancado