O máximo que se poderia imaginar como "criador" para o universo é uma mente criativa situada além dos limites do-que-quer-que-seja-tudo-isso, que contasse com todos os percalços de um projeto a ser desenvolvido com todas as dificuldades intrínsecas e contando apenas com a matéria prima e a forma como tal matéria prima iria se "comportar" a partir da aplicação de leis que limitassem os resultados àqueles que presenciamos hoje em dia.
Por exemplo, o "projeto humanidade" não dá idéia de ter existido desde o começo, ou já teria sido implementado muito antes em nossa história universal e teríamos notícias disso... Mas não, até onde podemos alcançar, a história deste universo dá a entender que houve sim uma sequência ininterrupta de tentativas e erros e é por causa dessas evidências que não se pode afirmar que o universo conspira a nosso favor. Muito pelo contrário... somos talvez apenas um acaso fortuito entre colisões de corpos maciços contra a face enrugada deste planetinha perdido na periferia de um braço espiral de uma galáxia imersa na grandiosidade de números de objetos astronômicos da ordem de potências de 10 elevadas à potências de 10... Isso não nos faz especiais de forma alguma. Apenas nos coloca diante da nossa insignificância diante do que quer que seja tudo isso...
Pensar pequeno demais gera monstros, como a necessidade da existência de deuses arrogantes em sua efemeridade... Assim, coloque um pouco mais de cultura nessa cabecinha (quase) oca, emmmmmmmcri-cri... e amplie seus horizontes até restar tão pouco para se gabar que só lhe reste sentir-se grato pela possibilidade de estar presente aqui e agora, neste momento efêmero entre o segundo anterior e o seguinte...
Falando nisso, ateus saem-se muito bem em exercícios de humildade diante da totalidade de nossas incertezas.


