betossantana escreveu:o anátema escreveu:Gritam por pena de morte para ela, para o Pimenta Neves, para o Champinha, sem favoritismos de classe.
Onde isso?? Eu nunca vi isso!! Nunca vi ninguém dizer que deveria ser instituída a pena de morte no Brasil para casos COMO o da Suzanne e o do Pimenta Neves, já para casos como o do Champinha e dos arrastadores de João Hélio, sim.
Dê uma procurada no google. Do Pimenta Neves, encontrei uma notícia dizendo que enquanto era levado para lá e para cá, mesmo sob escolta policial, haviam quase duzentas pessoas enfurecidas gritando "pena de morte!", "assassino!", até quebrando o vidro do carro em que estava, apesar da polícia.
Da Suzene Richtofen você acha logo num dos primeiros resultados uma coisa do "yahoo perguntas", que é algo como "qual pena de morte Suzane merece?", em que discorrem se ela deveria ser eletrocutada, esfolada, estuprada por centenas de presidiários e depois morta, etc, etc. Havendo também aqueles papos de que "a pena de morte é sempre errada, nos igualamos aos assassinos, blablabla", mas isso tem em TODO caso.
Acho que a Felinto está bastante correta em dizer que quando as VÍTIMAS são de uma classe sócio-econômica privilegiada, a comoção pública é muito mais intensa, PRINCIPALMENTE se os autores do crime pertencem a classes sócio-econômicas DESprivilegiadas.
Eu acho que se confunde muito a cobertura da mídia com opinião pública. Ainda que essa tenha algum efeito sobre a outra, não são a mesma coisa.
Acredito que a mídia se parece mais com opinião pública real em programas como o do RAtinho, ainda que ele seja um só e não represente todo mundo. Ele não é de ficar sendo politicamente correto, e lembro uma vez de ter falado qualquer coisa sobre como a mídia de modo geral ameniza os crimes de colarinho branco usando termos como "desfalque" em vez de roubo, aí ele se enfeza de vez e começa a gritar que são todos ladrões mesmo, etc, etc. E ainda que o palavreado possa ser diferente em diversas classes, não acho que parte significativa das pessoas realmente tenha considerações sócio-econômicas no julgamento da gravidade dos crimes.
Mas como eu disse, não é inesperado que hajam alguns graus de diferença, mais ou menos como, apesar de serem terríveis as provavelmente dezenas de guerras que estão ocorrendo na África ou em alguns outros cantos quaisquer do mundo, terem um monte de vítimas humanas, a cobertura é parca e bem superficial. Não se faz nem de longe o mesmo sensacionalismo que há com a situação da criminalidade no Rio e em SP. E de fato, choca menos mesmo, ao menos para mim é assim, e imagino que eu seja mais ou menos normal, e não um psicopata. Eu não acho que isso significa que todos no fundo temos um "ódio nacionalista", análogo ao hipotético "ódio de classe" defendido pela Marilene Felinto.
o anátema escreveu:Dentro dessa "vitimização" dos criminosos de classes mais baixas talvez até se enquadre a classificação de "massacre" com o caso da contenção da rebelião do Carandiru, mas não estou bem a par de todos os fatos. Os detentos - presos por terem cometido crimes - fazem uma rebelião, armados, jogam botijão de gás nos policiais, e queriam que mandassem sobrevoar um helicóptero que jogasse pétalas de rosas para conter a rebelião? Ou, como vi no Superpop, que entrassem em combate com armamento equiparável, em vez de superior, que é algo injusto? Pelamor dedeus.
Só pra ilustrar, Dráuzio Varella, em
Estação Carandiru, conta que na invasão policiais alucinados colocavam as metralhadoras nas aberturas das portas e atiravam pra dentro das celas, pra onde os presos já tinham corrido. Eles já estavam praticamente RENDIDOS. Além disso, há também os presos que foram escolhidos para carregar os cadáveres dos mortos e também DESAPARECERAM.
Bem, eu ouvi dizer que o livro foi escrito
apenas com base nos depoimentos dos criminosos. Não me surpreenderia se eles puxassem a sardinha para o lado deles... tal como o "apelo" que passou na globo depois do seqüestro dos funcionários, dizendo como é cruel o RDD.
Se bobear talvez tenha até (não necessariamente no livro) alguma conspiraçãozinha para dizer que a rebelião foi planejada pela polícia que tinha agentes internos, só como pretexto para o massacre sádico dessa instituição de psicopatas. Assim os criminosos em si se isentam de toda culpa... ou talvez a sociedade que tenha incitado a rebelião, pode ser também.
Se essas coisas são reais.... estamos ferrados mesmo.... com uma instituição que todos dizem tão freqüentemente ser praticametne totalmente podre, corrupta, com milhares de homens armados, e como se isso não bastasse, são psicopatas também. E o engraçado é que apesar dessa situação supostamente tão grave, nunca ouço cogitarem o que deveria ser feito.... imagino que tinham que solicitar um tipo de "golpe" do exército para prender toda polícia, até que se instaure uma outra, sem corrupção e sem psicopatas que matam prisioneiros indefesos por prazer. Já postei um tópico sobre isso nesse fórum?