Religião é Veneno. Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico.
Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
Samael escreveu:3- Você colocou que crimes chocam mais ou menos devido à sua brutalidade, e, covenhamos, o crime do menino arrastado parece ter chocado a opinião pública muito mais do que o crime dos meninos esquartejados, logo...
Será que está tão difícil entender o quê está indignando tanto as pessoas no caso do menino?
Em ambas situações os crimes foram bárbaros. O que mais chocou as pessoas foi o do menino porque aconteceu a céu aberto, com gente observando na rua e temos ainda o grau de empatia gerado por uma mãe desesperada vendo seu filho de 6 anos sendo arrstado, sem meios de livrá-lo dali. O outro aconteceu na calada da noite, tendo a distância da zona urbana como testemunha. Se tivesse ocorrido às vistas das pessoas, com certeza teria chocado muito mais gente.
O que salta aos olhos em ambos os casos e em tantos outros é mesmo a impunidade e a impossibilidade de fazer justiça nesses casos, Sama. O que se pode oferecer como punição a alguém que comete tais atrocidades sem um mínimo de remorso? Prisão perpétua? Onde? Estamos no Brasil e você está cometendo o erro crasso de misturar sociopatia e marginalidade promovida por condições socio-econômicas num mesmo saco... Isso não se faz. ´Gente capaz desses atos bárbaros não é apenas marginal: é nocivo à sociedade. Merece ser banido em definitivo da convivência seja por quais meios forem. E não importa se o pai foi um drogado, se a mãe era uma puta de zona, se ele viveu a infância na rua por causa disso e por causa disso quis sair matando. Se ele matou, esquartejou, destroçou gente e ainda se gabou disso, simplesmente não merece viver no meio de outras vítimas em potencial porque sim, ele fará tantas vítimas quantas puder fazer. Para essa gente não existe valor atribuído às outras pessoas. Só isso. Se ele vai morrer, ou se vai viver numa jaula o resto de seus dias pouco importa. Se temos culpa ou não, o problema já existe. Um ser nocivo à sociedade tem que ser banido de preferência sem meios de retornar à convivência humana. Se a morte for o único meio, que seja.
Lígia, você misturou argumentos meus num mesmo "saco". Eu não comentei no tópico nada sobre a causa da marginalidade. Até porque já cansei de expressar minhas opiniões em outros tópicos.
O que tratei até agora, e o que causou esse "desentendimento velado" com o Acauan, foi o fato de nós dois discordarmos na questão da cobertura midiática dos fatos.
Ok, Sama...
Quanto à cobertura midiática a que você se refere, como não venho acompanhando jornais em TV há tempos, o que eu vi aqui nos jornais da internet não demonstrou que houve maior cobertura de um caso em detrimento de outro. Aliás, as notícias sobre o que vem ocorrendo no Rio parece que são escritas com o jornalista prendendo a respiração...
Beijos
Eu entrei no site da "Caros Amigos", e encontrei o aviso:
"da redaÇÃo
ATENÇÃO URGENTE!
Alguém colocou um texto na internet sobre o caso do menino João Hélio assinando Marilene Felinto.
Atenção! O texto é falso, feito para prejudicar a jornalista."
Pode até ser que o texto seja falso, mas ela não é menos vadia por não tê-lo escrito. Colhi dois artigos de sua autoria, que expõem bem suas opiniões acerca dos últimos crimes de repercussão nacional:
A morte da menina rica e o ódio de classe
A morte de uma menina rica, assassinada no município de Embu-Guaçu, Grande São Paulo, em novembro último, supostamente por uma quadrilha que inclui um adolescente de 16 anos, pobre e morador da periferia do Embu, deixou claro, mais uma vez (até a exaustão, vamos lá), que o Brasil tem dois tipos de cidadão: que o valor de cada coisa – de cada pessoa – é seu preço no mercado, como afirma Josep Ramoneda.
Está claro que o rabino H. Sobel, ao pedir a instituição da pena de morte no Brasil, só ousou fazê-lo porque a jovem morta, Liana Friedenbach, pertencia à comunidade judaica de São Paulo. A hipocrisia do rabino é flagrante: está claro que ele defende a pena de morte para brasileiros pobres. No seu delírio, o rabino deve ter achado que aqui é uma espécie de Israel – e que a esmagadora maioria dos brasileiros, da classe pobre, é uma espécie de Palestina a ser eliminada da face da terra! Ora, até que ponto se pode chegar?
Está claro que todo esse rebuliço em torno do assassinato da jovem de 16 anos e de seu namorado, Felipe Caffé, 19, não teria acontecido se a vítima tivesse sido apenas este último, filho da classe média baixa e sem nenhuma “comunidade” forte por trás. Somente por tabela o nome de Felipe foi lembrado em programas de televisão e na tal passeata “contra a violência”, que ocorreu em São Paulo em meados de novembro.
O negócio mesmo era Liana, cujo pai em desespero pôde mover até mesmo helicóptero para ir a seu encalço. E pôde, com apoio da tal comunidade, ter acesso a todo tipo de mídia, do mais rasteiro programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo e seus ares de xaveco fascista a entrevistas de página inteira à nata da imprensa que serve à elite.
Por acaso a classe alta saiu às ruas para pedir a pena de morte para outra menina rica paulista, Suzane Richthofen, acusada de planejar o assassinato dos próprios pais, junto com o namorado, em 2002? Por acaso a classe alta pediu pena de morte para o também jovem paulista Jorge Bouchabki, acusado (e depois inocentado) em 1988 do assassinato dos pais, no famoso “crime da rua Cuba”?
O caso de Liana Friedenbach reúne todos os elementos da hipocrisia da elite paulista – esta de nomes estrangeirados, pronta para impor-se, para humilhar e esmagar sob seus pés os espantados “silvas”, “sousas”, “costas” e outros nomezinhos portugueses e “afro-escravos”. O pai da moça, o advogado Ari Friedenbach, empenha-se agora em conseguir mudanças no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disse a um jornal de São Paulo que a fotografia de R.A.A.C., 16 anos, acusado de matar sua filha, deveria aparecer nos jornais. Disse também que é “radicalmente a favor” da redução da maioridade penal e que “nossos legisladores se fazem de surdos quando a população clama por isso”. Que população? A que “população” se refere o senhor Friedenbach? Eu mesma não me incluo nessa “população”! Aposto que os jovens da periferia, seus pais ou a mãe de R.A.A.C. também não se incluem. A “população” a que ele se refere é a própria comunidade dele (ou grande parte dela), a classe rica, concentradora de renda num dos países mais desiguais do mundo – o Brasil onde um rico ganha trinta vezes mais do que um pobre!
Uma pesquisa do IPEA publicada em 2001 mostra a ganância e a concentração de renda perpetradas escandalosamente pela elite brasileira: mostra a razão entre a renda dos 20 por cento mais ricos e a dos 20 por cento mais pobres, ou seja, quanto um rico ganha mais do que um pobre em diversos países do mundo. “Platão dizia que esse número tinha que ser 4, ninguém sabe de onde ele tirou o 4, mas ele dizia que o rico tinha que ganhar quatro vezes mais do que os pobres. Na Holanda, um rico ganha 5,5 vezes mais do que um pobre. No Brasil, ganha 25, 30 vezes mais! Nos Estados Unidos, é 10; no Uruguai, também é 10. Então, vê-se aqui o alto nível de desigualdade e a estabilidade dessa desigualdade.”
Agora vem esse rabino pedir pena de morte no Brasil para crimes hediondos. Nos Estados Unidos, que tem pena de morte, os crimes são cada vez mais “hediondos” – conceito, aliás, sem sentido. O que torna um crime mais “hediondo” que outro? Só se for a classe social da vítima: quando é rica e loirinha, então, o crime é mais hediondo do que se a vítima for um “Pernambuco” qualquer, também de 16 anos, morador do Jardim Ângela ou do Capão Redondo, periferia de São Paulo, morto por outro “Pernambuco” de 16 anos, também sem sobrenome. Todo dia morrem às pencas jovens assassinados por outros jovens nas favelas e aglomerados pobres das periferias das grandes cidades – nem por isso há movimentos pela pena de morte ou pela redução da maioridade penal.
A elite brasileira vive mesmo fora da realidade. Não tem idéia do ódio que a diferença de classe insufla todo dia nas gerações de jovens pobres que povoam o país de ponta a ponta, que vagam pelas matas ou pelo asfalto das ruas sem nenhuma perspectiva. Esse R.A.A.C. mal tinha freqüentado a escola. Ele supostamente disse à polícia que, ao caminhar pela mata com outro acusado do crime, “avistaram o casal (Liana e Felipe), cuja aparência física destoava das pessoas que normalmente freqüentam o local”.
O ódio de classe – quem já conviveu com jovens pobres de favelas e periferias conhece esse sentimento. Tudo destoa, humilhando-os, provocando neles desprezo e raiva: a aparência física, a roupa, a escola, a comida, o carro, o jeito, o hospital, o tratamento policial, o enterro. Ora, a polícia de São Paulo jamais iria se bandear daqui para Pernambuco atrás do outro acusado de matar o casal de namorados (em poucos dias encontraram dentro de um ônibus no sertão pernambucano Paulo César da Silva Marques, 32 anos, vulgo “Pernambuco”) se o jovem morto fosse um pernambucanozinho qualquer sem eira nem beira.
Está clara a hipocrisia. A imprensa não trata da violência que essa desigualdade social imposta diuturnamente aos jovens pobres significa. Não trata desse veneno que a elite brasileira truculenta injeta todo santo dia na veia dos meninos. Jovens como R.A.A.C. sabem que não valem nada no mercado. Eles sabem que não passam de “Pernambucos” condenados ao preconceito de classe, à exclusão total, à humilhação. Eles sabem que nada têm a perder – por isso matam. A vida, para eles, dentro ou fora de uma unidade da Febem ou de uma cadeia não faz muita diferença.
Da apresentadora de televisão que se julga no direito de matar R.A.A. C. (Hebe Camargo) ao pai de Liana que quer ver o rosto do rapaz estampado nos jornais da elite, passando pelas declarações oportunistas do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e sua política de segurança fascista (que propõe “endurecer” o ECA), o alvo de todos eles é o mesmo do rabino da pena de morte: o extermínio puro e simples dos jovens pobres. Para que eles continuem, em última instância, a embolsar todo mês trinta vezes mais que qualquer pai maltrapilho e desempregado da favela.
Eles fazem ouvidos moucos para a mensagem que vem da miséria. O que a “violência” diz hoje no Brasil é que ou seremos todos cidadãos ou ninguém será, ou ninguém viverá a “segurança” almejada pelos ricos. Ou serão todos cidadãos ou ninguém será. As democracias evitam sistematicamente pensar a violência e se limitam a contrapor os bons sentimentos gerais em favor da não-violência, diz Josep Ramoneda. “Se aceitarmos como critério a autonomia do sujeito, o ideal kantiano da emancipação individual, o cidadão é a figura política que corresponde a essa idéia de plenitude da pessoa humana”, afirma o estudioso espanhol. Foi a própria elite brasileira que transformou R.A.A.C. em pessoa-animal. É preciso ser intransigente com essa elite brasileira surda e cega ao ódio de classe que ela insufla. É preciso ser intransigente na defesa dos direitos humanos de R.A.A.C. Direitos humanos, sim, para a pessoa que a elite voraz e devoradora quer transformar em animal a ser caçado a laço e exposto à execração pública e à morte pela justiça popular. Mal sabe ela que R.A.A.C. passava por isso todos os dias – pela execração pública. Mal sabe a elite que exclusão social, tal qual ocorre no Brasil, é igual, sempre foi igual, sinônimo mesmo de “execração pública” e de “pena de morte”.
Marilene Felinto: Silvio Santos colhe a perversidade que planta
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da Folha de S.Paulo
Silvio Santos, o apresentador de TV, contribui para a fraude midiática que influencia a juventude. Por aí se pode explicar o episódio do sequestro de sua filha pelo mesmo jovem que o manteve refém por sete horas na quinta-feira passada.
Uma sociedade ideal culparia o sequestrador Fernando Dutra Pinto tanto quanto Silvio Santos -como nos casos de suicídio induzido. Fernando cometeu um verdadeiro suicídio. Estragou sua vida aos 22 anos de idade.
Ora, esse é claramente um episódio em que o auditório, incitado pelo apresentador, virou sequestrador. Fernando era parte desse auditório, há décadas semi-hipnotizado pelo engodo dominical do baú de dinheiro que traz felicidade.
Imagino os domingos em que a família evangélica em que Fernando cresceu dividiu-se entre os cultos na igreja e o almoço na base do frango e macarrão ao molho do animador Silvio Santos cacarejando na TV. É indício dos mais interessantes, nesse caso, que a Assembléia de Deus, igreja da qual Fernando foi membro e uma das mais repressoras entre as pentecostais, proíba seus fiéis de assistirem à televisão.
Voltemos ao suicídio. Silvio Santos incita um auditório histérico -atirando cédulas de dinheiro (como pérolas aos porcos), aos gritos de "vocês querem dinheiro?", girando a roleta mágica do "Show do Milhão", sorrindo dos desafios do "Topa Tudo por Dinheiro". O auditório é tão histérico quanto uma Patrícia Abravanel identificada com seus algozes e gritando da sacada de sua casa "Meu! Deus é fiel, meu!", uma "showgirl" evangélica, para deleite de seu pai.
É claro que nenhum júri condenará um "showbusinessman" pelos efeitos nocivos que propaga via mecanismos perversos da indústria cultural. Mas Silvio Santos colheu a perversidade midiática que planta.
Uma amiga me contou que seus sobrinhos adolescentes (classe média e alta) reúnem amigos aos domingos para fumar maconha enquanto assistem ao "Show do Milhão", visto como programa cômico. Ficam "tirando uma" da cara dos "universitários de Silvio Santos" -tidos como ridículos, fracos, estudantes de universidades ruins.
A tirar por Fernando Dutra Pinto, o efeito que esse "show dos milhões" de Silvio Santos tem sobre jovens pobres é mais imediatamente devastador, é droga mais poderosa. "Os produtos da indústria cultural podem estar certos de serem jovialmente consumidos, mesmo em estado de distração", como dizem Adorno e Horkheimer, mas cada um deles é um modelo do gigantesco mecanismo econômico que mantém tudo sob pressão, no trabalho e no lazer.
"Na indústria cultural, desaparece tanto a crítica como o respeito", continuam os pensadores. "Àquela sucede a "expertise" mecânica, a este, o culto efêmero da celebridade. Para os consumidores, não existe mais nada que seja caro. Estes, entretanto, intuem que quanto mais se lhes regala certa coisa tanto menor se torna o seu preço. A dupla desconfiança para com a cultura tradicional como ideologia [o Deus da igreja, para Fernando" se mistura à desconfiança quanto à cultura industrializada como fraude [o deus-dinheiro SS"."
"Praticamente pode-se ter de tudo", essa a mensagem perversa da indústria cultural e que Silvio Santos propaga a seu auditório.
Fernando Dutra Pinto, que não conseguiu ser nem mesmo "um universitário de SS", foi atrás de seu "tudo" de arma na mão.
Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule. "A passividade do indivíduo o qualifica como elemento seguro." Fernando escolheu a não-submissão à mídia e à igreja. Preferiu sua tragédia pessoal. O preço é alto.
"Desisti de ser feliz. Agora me sinto muito menos infeliz."
Micítaus do ISSÁS
"Um rio que tudo arrasta se diz violento, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem."
Bertold Brecht
A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
betossantana escreveu:A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Gostei mais de:
"O caso de Liana Friedenbach reúne todos os elementos da hipocrisia da elite paulista – esta de nomes estrangeirados, pronta para impor-se, para humilhar e esmagar sob seus pés os espantados “silvas”, “sousas”, “costas” e outros nomezinhos portugueses e “afro-escravos”."
[nacional-socialista brasileiro]
Que esses europeus não-portugueses voltem para os seus malditos países de onde vieram, escória desgraçada! E nesse caso especificamente, são judeus, ainda por cima!
Boa a crítica também ao outro judeu, Sílvio Santos, que tenta ocultar seu verdeiro mal-caráter sob a máscara, a alcunha de "Sílvio Santos", tentando se misturar entre o nosso nobre Povo, do qual ele se alimenta parasíticamente.
[/nacional-socialista brasileiro]
Sem tempo nem paciência para isso.
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
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betossantana escreveu:A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Boa essa. MAs há sobreviventes e lançadores de novos paradigmas.
eu sempre achei o socialismo anti-individualista. Mas hoje em dia já não há dessas coisas velhas. Os socialistas são neoliberais e os conservadores são contra a conservação da natureza...
betossantana escreveu:A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Boa essa. MAs há sobreviventes e lançadores de novos paradigmas.
Essa frase da Felinto é contraditória em sua essência, visto que pressupõe que a identidade individual seja imanente, auto-existente e verificável, e não uma formação que mescla influência do meio ao arbítrio individual.
Ou seja, o que a indústria cultural almeja, para alcançar um maior número de compradores, não é anular a "identidade pessoal", mas sim, uniformizá-la em padrões daquilo que seja aceitável socialmente. E assim se formam "tribos" com um determinado padrão estético...
Não que eu não ache isso igualmente idiota e irracional, mas, como eu já afirmei anteriormente, um sistema de produção que sobrevaloriza o indivíduo em prol do sociedade, pode ser tudo, menos racional.
betossantana escreveu:"Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Nossa, essa realmente é profunda...
isso é socialismo...
Não, é pós-modernismo mesmo... Apesar de ambos partirem do mesmo nonsense.
A Nossa Senhora dos Criminosos deve ter lido tal frase em algum panfleto, desses que circulam nas prisões... Ela não tem formação suficiente para ler algo frankfurtiano.
betossantana escreveu:A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Boa essa. MAs há sobreviventes e lançadores de novos paradigmas.
Essa frase da Felinto é contraditória em sua essência, visto que pressupõe que a identidade individual seja imanente, auto-existente e verificável, e não uma formação que mescla influência do meio ao arbítrio individual.
Ou seja, o que a indústria cultural almeja, para alcançar um maior número de compradores, não é anular a "identidade pessoal", mas sim, uniformizá-la em padrões daquilo que seja aceitável socialmente. E assim se formam "tribos" com um determinado padrão estético...
Não que eu não ache isso igualmente idiota e irracional, mas, como eu já afirmei anteriormente, um sistema de produção que sobrevaloriza o indivíduo em prol do sociedade, pode ser tudo, menos racional.
Acho que no fundo foi isso que ela dizer.
Bom, eu concordo com você , mas como eu falei no meu post, ainda assim, essa forma padronizada, que acaba por tirar a identidade pessoal ( não do indivíduo fora da mídia, mas na vitrine proporcionada por ela ), também dá abertura à novas tendências ( ou tribos , enfim...).
Veja programas criados para faturar, que se dizem incentivadores e alavancadores de novos talentos, como "Fama" ou o "Ídolos" ( cópia barata do primeiro)...
Aquilo não cria nada. Quem acompanhou , por curiosidade, o que acontecia com as pessoas na "academia" , onde as pessoas imergem numa espécie de curso que mais parece um BBB musical, sabe que dali não sobra nada.
Os professores são treinadores e padronizadores de timbre, postura física e estilo. Todos saem de lá cantando e fazendo performances idênticas. Ridículo.
A despersonalização da arte, no meu entender, é um dos piores crimes culturais que se pode cometer. E que devidamente manipulada e patrocinada, se transforma em mais lixo para as massas, que já não tem acesso a coisa alguma de qualidade.
Pior que a massa absorve, copia e ainda paga pelos subprodutos provenientes dela.
É o capitalismo. Maldito. Sobrevivem os que sabem aproveitar o que ele tem de bom.
betossantana escreveu:"Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Nossa, essa realmente é profunda...
isso é socialismo...
Não, é pós-modernismo mesmo... Apesar de ambos partirem do mesmo nonsense.
A Nossa Senhora dos Criminosos deve ter lido tal frase em algum panfleto, desses que circulam nas prisões... Ela não tem formação suficiente para ler algo frankfurtiano.
Pós-modernismo não é uma vertente intelectual, é um amontoado de autores que fazem parte da geração onde se demarca o fim do modernismo. Coincidentemente, essa geração é marcada pelo fim das utopias e pelo relativismo filosófico, mas isso não faz com que todos os autores pós-modernos assim sejam e muito menos que o pós-modernismo se caracterize por algum jargão estereotipado.
Existem pós-modernos de todas as vertentes políticas e econômicas.
betossantana escreveu:A Felinto é bem estereotipada mas tem umas colocações ótimas. Adorei isso de "Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Boa essa. MAs há sobreviventes e lançadores de novos paradigmas.
Essa frase da Felinto é contraditória em sua essência, visto que pressupõe que a identidade individual seja imanente, auto-existente e verificável, e não uma formação que mescla influência do meio ao arbítrio individual.
Ou seja, o que a indústria cultural almeja, para alcançar um maior número de compradores, não é anular a "identidade pessoal", mas sim, uniformizá-la em padrões daquilo que seja aceitável socialmente. E assim se formam "tribos" com um determinado padrão estético...
Não que eu não ache isso igualmente idiota e irracional, mas, como eu já afirmei anteriormente, um sistema de produção que sobrevaloriza o indivíduo em prol do sociedade, pode ser tudo, menos racional.
Acho que no fundo foi isso que ela dizer. Bom, eu concordo com você , mas como eu falei no meu post, ainda assim, essa forma padronizada, que acaba por tirar a identidade pessoal ( não do indivíduo fora da mídia, mas na vitrine proporcionada por ela ), também dá abertura à novas tendências ( ou tribos , enfim...).
Veja programas criados para faturar, que se dizem incentivadores e alavancadores de novos talentos, como "Fama" ou o "Ídolos" ( cópia barata do primeiro)... Aquilo não cria nada. Quem acompanhou , por curiosidade, o que acontecia com as pessoas na "academia" , onde as pessoas imergem numa espécie de curso que mais parece um BBB musical, sabe que dali não sobra nada. Os professores são treinadores e padronizadores de timbre, postura física e estilo. Todos saem de lá cantando e fazendo performances idênticas. Ridículo.
A despersonalização da arte, no meu entender, é um dos piores crimes culturais que se pode cometer. E que devidamente manipulada e patrocinada, se transforma em mais lixo para as massas, que já não tem acesso a coisa alguma de qualidade. Pior que a massa absorve, copia e ainda paga pelos subprodutos provenientes dela.
É o capitalismo. Maldito. Sobrevivem os que sabem aproveitar o que ele tem de bom.
betossantana escreveu:"Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Nossa, essa realmente é profunda...
isso é socialismo...
Não, é pós-modernismo mesmo... Apesar de ambos partirem do mesmo nonsense.
A Nossa Senhora dos Criminosos deve ter lido tal frase em algum panfleto, desses que circulam nas prisões... Ela não tem formação suficiente para ler algo frankfurtiano.
Pós-modernismo não é uma vertente intelectual, é um amontoado de autores que fazem parte da geração onde se demarca o fim do modernismo. Coincidentemente, essa geração é marcada pelo fim das utopias e pelo relativismo filosófico, mas isso não faz com que todos os autores pós-modernos assim sejam e muito menos que o pós-modernismo se caracterize por algum jargão estereotipado.
Existem pós-modernos de todas as vertentes políticas e econômicas.
O pós-modernismo deve ser como a cultura new-age: uma salada tutti fruti. Sabe a tudo e não sabe a nada...
betossantana escreveu:"Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Nossa, essa realmente é profunda...
isso é socialismo...
Não, é pós-modernismo mesmo... Apesar de ambos partirem do mesmo nonsense.
A Nossa Senhora dos Criminosos deve ter lido tal frase em algum panfleto, desses que circulam nas prisões... Ela não tem formação suficiente para ler algo frankfurtiano.
Pós-modernismo não é uma vertente intelectual, é um amontoado de autores que fazem parte da geração onde se demarca o fim do modernismo. Coincidentemente, essa geração é marcada pelo fim das utopias e pelo relativismo filosófico, mas isso não faz com que todos os autores pós-modernos assim sejam e muito menos que o pós-modernismo se caracterize por algum jargão estereotipado.
Existem pós-modernos de todas as vertentes políticas e econômicas.
A frase citada certamente tem origem frankfurtiana, que é uma vertente pós-modernista. Adorno que estabelece a tal "Indústria Cultural", um nonsense bem típico desses amantes de regimes totalitários. O mais irônico de tais autores é que, sendo muitos deles judeus, tiveram que fugir da perseguição nacional-socialista indo para os EUA, onde continuaram a criticar a liberdade que encontraram, e a exaltar a opressão socialista que os obrigou a fugir. Realmente, honestidade não combina com ideologia.
betossantana escreveu:"Na indústria cultural, o indivíduo só é tolerado à medida que sua identidade se anule".
Nossa, essa realmente é profunda...
isso é socialismo...
Não, é pós-modernismo mesmo... Apesar de ambos partirem do mesmo nonsense.
A Nossa Senhora dos Criminosos deve ter lido tal frase em algum panfleto, desses que circulam nas prisões... Ela não tem formação suficiente para ler algo frankfurtiano.
Pós-modernismo não é uma vertente intelectual, é um amontoado de autores que fazem parte da geração onde se demarca o fim do modernismo. Coincidentemente, essa geração é marcada pelo fim das utopias e pelo relativismo filosófico, mas isso não faz com que todos os autores pós-modernos assim sejam e muito menos que o pós-modernismo se caracterize por algum jargão estereotipado.
Existem pós-modernos de todas as vertentes políticas e econômicas.
A frase citada certamente tem origem frankfurtiana, que é uma vertente pós-modernista. Adorno que estabelece a tal "Indústria Cultural", um nonsense bem típico desses amantes de regimes totalitários. O mais irônico de tais autores é que, sendo muitos deles judeus, tiveram que fugir da perseguição nacional-socialista indo para os EUA, onde continuaram a criticar a liberdade que encontraram, e a exaltar a opressão socialista que os obrigou a fugir. Realmente, honestidade não combina com ideologia.
Três comentários simples a serem feitos:
1) Frankfurtianos só podem ser tidos como pós-modernos dentro do quesito época. Em geral, eram (e são) marxistas, pós-marxistas, estruturalistas e pós-estruturalistas. Sendo assim, há de se ter muito cuidado ao colocar os frankfurtianos como pós-modernos. Longe de estar errado, mas pode reduzir a análise.
2) Frankfurtianos, em sua maioria, eram (e são!) ultra-democráticos. Marcuse criticou duramente a URSS stalinista e o totalitarismo em si no seu "O homem unidimensional". E criticar os EUA é lugar comum de qualquer mente sã.
3) Ideologia permeia qualquer ciência humana. Acostume-se ou se mate.