A culpa é sempre da sociedade

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Apocaliptica

Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Apocaliptica »

clara campos escreveu:
Fernando Silva escreveu:
O que é melhor: fechar e acabar com o emprego de todos ou demitir alguns e manter o emprego dos outros?

Aliás, por que essa visão estereotipada de que os patrões são maus e os funcionários são uns coitadinhos perseguidos?
Funcionários são seres humanos também. Podem ser maus, podem ser muito maus.



Uma empresa pode passar por dificuldades e ver-se obrigada a demitir funcionários, e demitir alguns é certamente melhor que fechar.

É verdade que existem óptimos patrões e péssimos funcionários (que são inclusivamente péssimos colegas), mas penso que muitas vezes essa visão estereotipada advém de alguns patrões que olham somente para o seu próprio umbigo.

Conheço patrões que se for preciso tiram do seu próprio salário para aguentar os seus funcionários num ou dois meses maus, mas muitas vezes os patrões carecem duma visão humanista, olhando seus funcionários como peças de um jogo em vez de seres humanos.

Certamente muitos dos funcionários que criticam essa posturam, ao verem-se na posição patronal seriam inclusivamente piores.

Muitas pessoas se se vissem com algum poder transformar-se-iam certamente em pessoas piores. Talvez a crítica ao patronato seja sobretudo uma crítica ao que muitas vezes o poder faz com as pessoas.


Só completando meu post ao Fernando...consocordo com vocês 100%. E acho que suportar as responsabilidades e os encargos de uma empresa é tarefa hercúlea, que acaba com a saúde de muitos empresários.

Aliás, estou querendo abrir uma franquia há anos, mas no Brasil , as coisas são todas tão grotescas ( um capitalismo onde as regras vão contra a livre iniciativa e contra o consumidor),que me vejo inerte.

Nem todos os livros de apoio ao jovens e maduros empreendedores encontra guarida na realidade.

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


A noçao de que uma empresa possui outras funçoes alem de dar retorno aos acionistas, alem de equivocada, eh perigosa e deve ser combatida.

E a empresa deve buscar esse retorno atraves da satisfaçao maxima do cliente, nao de seus funcionarios

As leis que regulam a atividade empresarial devem ser portanto orientadas para o consumidor, nunca para o "trabalhador"

Martelo sempre que o erro fundamental da logica socialista eh considerar o trabalho como um fim, e nao como um meio

E desconsiderar a obviedade de que quanto menos trabalho se utilizar para atingir determinado fim, melhor. Caso contrario deveriamos cortar arvores com os dentes, ja que isso poderia dar emprego suficiente para todo mundo.

ps: estou digitando de um teclado tosco

ps2: posso demorar um pouco para responder
"Let 'em all go to hell, except cave 76" ~ Cave 76's national anthem

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
A noçao de que uma empresa possui outras funçoes alem de dar retorno aos acionistas, alem de equivocada, eh perigosa e deve ser combatida.

E a empresa deve buscar esse retorno atraves da satisfaçao maxima do cliente, nao de seus funcionarios

As leis que regulam a atividade empresarial devem ser portanto orientadas para o consumidor, nunca para o "trabalhador"

Martelo sempre que o erro fundamental da logica socialista eh considerar o trabalho como um fim, e nao como um meio

E desconsiderar a obviedade de que quanto menos trabalho se utilizar para atingir determinado fim, melhor. Caso contrario deveriamos cortar arvores com os dentes, ja que isso poderia dar emprego suficiente para todo mundo.

ps: estou digitando de um teclado tosco

ps2: posso demorar um pouco para responder


Abomino ser "trabalhadora" assalariada , assim como suportar funcionários e isso é uma limitação minha pessoal ( não vem ao caso se ideológica ou não).
Mas não tenho dúvidas ( pelas experiências que tive como empregada, inclusive estagiária e sem receber salário ou benefício algum) que as condições de trabalho no tocante estrutura física e emocional são determinantes nos resultados obtidos e aparecem claramente no balanço ao final do exercício ( salvo outras condições adversas que possam interferir).

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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Correto, contudo incompleto.

Nao eh sempre que melhorias nas condicoes de trabalho levam a um resultado melhor, sendo obvio dizer que caso contrario bastaria reduzir cargas horarias em busca de mais produtividade, e chegariamos ao contrasenso da produtividade infinita quando a carga horaria tende a zero.

A logica de satisfazer o trabalhador visando um aumento na produtividade ou na satisfacao do consumidor pode ate ter um conteudo veridico, mas no geral ela nao pode ser tida como valida.

O acordo existente entre o trabalhador e o empregador deve ser livre, portanto, para que cada um encontre aquilo que procura.

Quando um terceiro elemento intercede (o Estado), as soluçoes econtradas acabam sempre sendo as piores para todas as partes, sobretudo para o consumidor.
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Samael
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Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Samael »

Vitor, disserte agora em que condições há liberdade de negociação entre um trabalhador e um empregador numa economia onde a mão-de-obra para aquela função seja ultra-abundante.

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Correto, contudo incompleto.

Nao eh sempre que melhorias nas condicoes de trabalho levam a um resultado melhor, sendo obvio dizer que caso contrario bastaria reduzir cargas horarias em busca de mais produtividade, e chegariamos ao contrasenso da produtividade infinita quando a carga horaria tende a zero.

A logica de satisfazer o trabalhador visando um aumento na produtividade ou na satisfacao do consumidor pode ate ter um conteudo veridico, mas no geral ela nao pode ser tida como valida.

O acordo existente entre o trabalhador e o empregador deve ser livre, portanto, para que cada um encontre aquilo que procura.

Quando um terceiro elemento intercede (o Estado), as soluçoes econtradas acabam sempre sendo as piores para todas as partes, sobretudo para o consumidor.


Concordo. Mas não se pode negar que dentro dessa quase utópica negociação entre as partes, abusos e dissonâncias de interesses transformam a relação em algo nada produtivo. Talvez pela nossa cultura local. Em outra realidade mais amadurecida e profissional, é correto afirmar que esse é o ideal.

E concordo que o Estado só deve interferir quando chamado. Se for chamado, que seja eficiente e eficaz.

Apocaliptica

Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Apocaliptica »

Samael escreveu:Vitor, disserte agora em que condições há liberdade de negociação entre um trabalhador e um empregador numa economia onde a mão-de-obra para aquela função seja ultra-abundante.


A meu entender funciona apenas quando as relações de oferta e demanda se equivalem.

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Samael
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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Samael »

Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:Vitor, disserte agora em que condições há liberdade de negociação entre um trabalhador e um empregador numa economia onde a mão-de-obra para aquela função seja ultra-abundante.


A meu entender funciona apenas quando as relações de oferta e demanda se equivalem.


Exatamente, e este é um caso raríssimo.

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Fernando Silva
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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Fernando Silva »

Apocaliptica escreveu:Fernando, eu acho que você me interpretou errado.

Eu sou justamente a favor da iniciativa privada em todas as sua instâncias. Já tive micro-empresa, mesmo tendo me virado sozinha com meu sócio, sem contratar ninguém, porque era impossível.

Eu também me revolto quando comunistóides metem o pau nos empresários e patrões, como se os funcionários fossem anjinhos e não seres humanos. Eu mesma já fui vítima de duas arapucas armadas por empregadas domésticas e arquei com os prejuízos.

Penso exatamente igual a você.

Eu não discordei de você, pelo contrário. A idéia foi reforçar o que você disse, mas talvez eu não tenha sido explícito.

Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".

Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.

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Fernando Silva
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Mensagem por Fernando Silva »

Apocaliptica escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:E desconsiderar a obviedade de que quanto menos trabalho se utilizar para atingir determinado fim, melhor. Caso contrario deveriamos cortar arvores com os dentes, ja que isso poderia dar emprego suficiente para todo mundo.

Mas não tenho dúvidas ( pelas experiências que tive como empregada, inclusive estagiária e sem receber salário ou benefício algum) que as condições de trabalho no tocante estrutura física e emocional são determinantes nos resultados obtidos e aparecem claramente no balanço ao final do exercício ( salvo outras condições adversas que possam interferir).

O ideal é que as máquinas fizessem tudo e ninguém precisasse trabalhar (o que é diferente de se ocupar), mas isto ainda não é possível, portanto funcionários são necessários.

Mas, realmente, uma firma funciona melhor com funcionários satisfeitos, em um ambiente agradável. Não é uma questão de o patrão ser bonzinho, é uma questão de eficiência. Claro que um patrão com noções básicas de moral e ética não vai explorar seus funcionários, mesmo que isto não reduza a eficiência.

Já foi assim, há menos de 100 anos, mas há menos de 150 anos ainda havia escravos, também.

Voltando ao comentário do Cabeção, antes da revolução industrial e do tear automático de Jacquard, roupa se fazia em casa, com tecido fabricado em casa a partir de algodão fiado em casa. Isto era altamente ineficiente e roupas eram muito caras.

Hoje, são tão baratas que "rasgou, joga fora". Quando eu era pequeno, ainda se cerziam meias rasgadas, com um ovo de madeira. Alguém com menos de 30 anos já viu uma meia cerzida?

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Mensagem por betossantana »

Alexandre escreveu:Eu não critiquei o ECA como um todo, apenas o capítulo que propõe a imputabilidade penal aos menores de dezoito anos.


Mentira.
É um problema espiritual, chupe pau!

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Apocaliptica »

Fernando Silva escreveu:
Apocaliptica escreveu:Fernando, eu acho que você me interpretou errado.

Eu sou justamente a favor da iniciativa privada em todas as sua instâncias. Já tive micro-empresa, mesmo tendo me virado sozinha com meu sócio, sem contratar ninguém, porque era impossível.

Eu também me revolto quando comunistóides metem o pau nos empresários e patrões, como se os funcionários fossem anjinhos e não seres humanos. Eu mesma já fui vítima de duas arapucas armadas por empregadas domésticas e arquei com os prejuízos.

Penso exatamente igual a você.

Eu não discordei de você, pelo contrário. A idéia foi reforçar o que você disse, mas talvez eu não tenha sido explícito.

Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".

Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.


Ah ok. Eu que viajei aqui, desculpa. Bjs.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por betossantana »

Johnny escreveu:Por onde começar a moralizar o povo? Que tal, por exemplo, proibindo as faculdades de tirarem CÓPIAS ILEGAIS de livros, semanarios, apostilas, etc?


Absurdo!!!!!! Assim NINGUÉM ia estudar, a emenda ia ser muito pior do que o soneto!! Inclusive já está sendo de uns anos pra cá, quando os FILHOS DA PUTA das editoras, que botam o preço LÁ NO CARALHO dos livros, sendo que papel de livro NEM IMPOSTO PAGA, endureceram contra os estudantes e os xeroqueiros! O preço do livro é absurdamente além da capacidade aquisitiva do universitário médio, INFRINGIR A LEI É NECESSÁRIO E INDISPENSÁVEL PRA SE GRADUAR! Num conflito entre o lucro das editoras e o direito à educação, claro que o último deve prevalecer!

Sem contar que a lei PERMITE a cópia DE PEQUENOS TRECHOS com fins acadêmicos e outros fins lá, mesmo dentro desse sistema legal ESCROTO não é TODA cópia que é ilícita.
É um problema espiritual, chupe pau!

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Mensagem por Apocaliptica »

Fernando Silva escreveu:
Apocaliptica escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:E desconsiderar a obviedade de que quanto menos trabalho se utilizar para atingir determinado fim, melhor. Caso contrario deveriamos cortar arvores com os dentes, ja que isso poderia dar emprego suficiente para todo mundo.

Mas não tenho dúvidas ( pelas experiências que tive como empregada, inclusive estagiária e sem receber salário ou benefício algum) que as condições de trabalho no tocante estrutura física e emocional são determinantes nos resultados obtidos e aparecem claramente no balanço ao final do exercício ( salvo outras condições adversas que possam interferir).

O ideal é que as máquinas fizessem tudo e ninguém precisasse trabalhar (o que é diferente de se ocupar), mas isto ainda não é possível, portanto funcionários são necessários.

Mas, realmente, uma firma funciona melhor com funcionários satisfeitos, em um ambiente agradável. Não é uma questão de o patrão ser bonzinho, é uma questão de eficiência. Claro que um patrão com noções básicas de moral e ética não vai explorar seus funcionários, mesmo que isto não reduza a eficiência.

Já foi assim, há menos de 100 anos, mas há menos de 150 anos ainda havia escravos, também.

Voltando ao comentário do Cabeção, antes da revolução industrial e do tear automático de Jacquard, roupa se fazia em casa, com tecido fabricado em casa a partir de algodão fiado em casa. Isto era altamente ineficiente e roupas eram muito caras.

Hoje, são tão baratas que "rasgou, joga fora". Quando eu era pequeno, ainda se cerziam meias rasgadas, com um ovo de madeira. Alguém com menos de 30 anos já viu uma meia cerzida?


Exatamente. Não é por acaso que um atelier de alta-costura e ainda existem muitos ( é um mercado altamente elitizado ). cobra horrores por uma peça praticamente feita à mão.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por betossantana »

Fernando Silva escreveu:Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".
Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.


O direito de ação é ABSTRATO, ele não tem relação com os fatos materiais! Qualquer pessoa pode entrar na Justiça pra pedir QUALQUER coisa, o que importa realmente é o que o juiz vai determinar ao fim do processo!

Os empregados que você citou RECEBERAM alguma coisa? Se não, pouco importa se PEDIRAM ou não.
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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Fernando Silva »

Samael escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:Vitor, disserte agora em que condições há liberdade de negociação entre um trabalhador e um empregador numa economia onde a mão-de-obra para aquela função seja ultra-abundante.

A meu entender funciona apenas quando as relações de oferta e demanda se equivalem.

Exatamente, e este é um caso raríssimo.

O trabalhador só terá como negociar de igual para igual com o patrão quando for um cara muito valorizado, um expert em alguma coisa que está selecionando propostas de trabalho.

Na vida real, o trabalhador tem o direito de aceitar ou não aceitar o que lhe é oferecido. É assim que funciona e não vejo como poderia ser diferente. Se os trabalhadores pudessem se impor a uma empresa, logo logo elas fechariam. Dificilmente haveria uma sintonia entre as necessidade e desejos do trabalhador e as necessidades e desejos do empregador.

Não se trata de injustiça ou de maldade intrínseca do capitalismo. É assim que as coisas são. Dificilmente haverá um acordo em que todos fiquem satisfeitos. Cada um aceita o que dá para conseguir.

Da mesma forma, quando você entra para a faculdade, tirou a vaga de alguém que não entrou. Quando consegue um emprego, tirou a vaga de alguém que poderia ter entrado se você não estivesse lá. E nem por isso você está sendo malvado.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Fernando Silva »

betossantana escreveu:
Fernando Silva escreveu:Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".
Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.

O direito de ação é ABSTRATO, ele não tem relação com os fatos materiais! Qualquer pessoa pode entrar na Justiça pra pedir QUALQUER coisa, o que importa realmente é o que o juiz vai determinar ao fim do processo!

Os empregados que você citou RECEBERAM alguma coisa? Se não, pouco importa se PEDIRAM ou não.

Os casos óbvios não deram em nada (mas encheram o saco; no caso do moleque que estava cheirando no banheiro, tive que comparecer a três audiências).

No caso de funcionários mais espertos, que tiveram tempo para forjar provas e combinar tudo com o advogado, demorou mais. E às vezes demorou tanto que a firma preferiu chegar a um acordo para acabar com a encheção de saco.

E o pilantra foi embora rindo na nossa cara.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Apocaliptica »

betossantana escreveu:
Fernando Silva escreveu:Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".
Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.


O direito de ação é ABSTRATO, ele não tem relação com os fatos materiais! Qualquer pessoa pode entrar na Justiça pra pedir QUALQUER coisa, o que importa realmente é o que o juiz vai determinar ao fim do processo!

Os empregados que você citou RECEBERAM alguma coisa? Se não, pouco importa se PEDIRAM ou não.


Pior que o juiz nem sempre é justo. Lamentável. Existe um tendência forte a vitimizar o empregado. E muitos se aproveitam disso.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Apocaliptica »

Fernando Silva escreveu:
betossantana escreveu:
Fernando Silva escreveu:Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".
Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.

O direito de ação é ABSTRATO, ele não tem relação com os fatos materiais! Qualquer pessoa pode entrar na Justiça pra pedir QUALQUER coisa, o que importa realmente é o que o juiz vai determinar ao fim do processo!

Os empregados que você citou RECEBERAM alguma coisa? Se não, pouco importa se PEDIRAM ou não.

Os casos óbvios não deram em nada (mas encheram o saco; no caso do moleque que estava cheirando no banheiro, tive que comparecer a três audiências).

No caso de funcionários mais espertos, que tiveram tempo para forjar provas e combinar tudo com o advogado, demorou mais. E às vezes demorou tanto que a firma preferiu chegar a um acordo para acabar com a encheção de saco.

E o pilantra foi embora rindo na nossa cara.


Ah nem me fala! Cheio de safadeza por aí.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Samael »

Fernando Silva escreveu:
Samael escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:Vitor, disserte agora em que condições há liberdade de negociação entre um trabalhador e um empregador numa economia onde a mão-de-obra para aquela função seja ultra-abundante.

A meu entender funciona apenas quando as relações de oferta e demanda se equivalem.

Exatamente, e este é um caso raríssimo.

O trabalhador só terá como negociar de igual para igual com o patrão quando for um cara muito valorizado, um expert em alguma coisa que está selecionando propostas de trabalho.

Na vida real, o trabalhador tem o direito de aceitar ou não aceitar o que lhe é oferecido. É assim que funciona e não vejo como poderia ser diferente. Se os trabalhadores pudessem se impor a uma empresa, logo logo elas fechariam. Dificilmente haveria uma sintonia entre as necessidade e desejos do trabalhador e as necessidades e desejos do empregador.

Não se trata de injustiça ou de maldade intrínseca do capitalismo. É assim que as coisas são. Dificilmente haverá um acordo em que todos fiquem satisfeitos. Cada um aceita o que dá para conseguir.

Da mesma forma, quando você entra para a faculdade, tirou a vaga de alguém que não entrou. Quando consegue um emprego, tirou a vaga de alguém que poderia ter entrado se você não estivesse lá. E nem por isso você está sendo malvado.


Não é questão de maldade, é questão de justiça social. Bem ou mal, o lucro empresarial é alto (às empresas que sobrevivem bem ao "darwinismo de mercado", é claro). Sendo assim, nada mais justo, ao menos para mim, que o Estado interfira nessa relação desigual e forneça aos trabalhadores condições de negociação básicas para que estes não sejam super-explorados ou coisa parecida.

Outro ponto importante é que trabalhadores financeiramente assegurados são fortes baluartes contra as crises capitalistas, visto que continuam a consumir mesmo durante a recessão e o brusco fechamento de postos de trabalho.

Não vejo nem possibilidade de um capitalismo sem Estado. E, menos ainda, de um capitalismo totalmente estatizado.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por Samael »

Fernando Silva escreveu:
betossantana escreveu:
Fernando Silva escreveu:Aliás, já cansei de ir à Justiça do Trabalho para servir de testemunha a favor da firma contra imbecis demitidos por justa causa, mas que entraram imediatamente na justiça querendo seus "direitos".
Até contínuos com poucos meses de firma que foram apanhados cheirando no banheiro ou roubando se acharam no direito de exigir alguma coisa.

O direito de ação é ABSTRATO, ele não tem relação com os fatos materiais! Qualquer pessoa pode entrar na Justiça pra pedir QUALQUER coisa, o que importa realmente é o que o juiz vai determinar ao fim do processo!

Os empregados que você citou RECEBERAM alguma coisa? Se não, pouco importa se PEDIRAM ou não.

Os casos óbvios não deram em nada (mas encheram o saco; no caso do moleque que estava cheirando no banheiro, tive que comparecer a três audiências).

No caso de funcionários mais espertos, que tiveram tempo para forjar provas e combinar tudo com o advogado, demorou mais. E às vezes demorou tanto que a firma preferiu chegar a um acordo para acabar com a encheção de saco.

E o pilantra foi embora rindo na nossa cara.


É, a justiça não é inerente à vida, hehehe.

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por clara campos »

Fernando Silva escreveu:Na vida real, o trabalhador tem o direito de aceitar ou não aceitar o que lhe é oferecido.


fernando, será que realmente acreditas nisto?
quanta gente aceita a primeira coisa que aparece apenas porque precisa de por comida na mesa!!
a escolha, hoje é em dia, é o luxo de uns, não o direito de todos

Fernando Silva escreveu:
É assim que funciona e não vejo como poderia ser diferente. Se os trabalhadores pudessem se impor a uma empresa, logo logo elas fechariam. Dificilmente haveria uma sintonia entre as necessidade e desejos do trabalhador e as necessidades e desejos do empregador.

Fernando, vou aqui relatar um caso meu conhecido.
É um casos "isolado" e vale o que vale, mas em Portugal, embora eu não arrisque afirmar que é a maioria, estes casos são bastante comuns.

1º O proprieta´rio dum café meu conhecido, anadava à pocura de uma empregada, para servir ao balcão e ás mesas.
Apresentou-se-lhe uma ucraniana (com tudo legal) e estavam a tratar dos horários e vencimento.

A senhora apercebeu-se que o patrão pretendia que ela trabalhasse 12 horas por dia, ganhando o salário mínimo. Isto em Portugal é ilegal.
O salário mínimo refere-se a 8 horas diárias de trabalho, sendo que todas as horas extra têm que ser pagas a dobrar (ou até mais, dependendo da situação).

A mulher disse-lhe que isso era ilegal e que ela trabalharia apenas as 8 horas ou teria que cobrar as extraordinárias.

O dono do café mandou-a dar uma volta.
No dia seguinte contou-me o caso, todo indignado, devo dizer, como se a mulher tivesse pedido alguma coisa de outro mundo...

Dias depois arranjou uma rapariga novinha que aceitou as condições. Escusado será dizer que 3 meses depois a rapariga saiu do café, bem como todas as raparigas que por lá passam; é certinho, nenhuma aguenta mais de 3 meses...

Conheço os donos deste café e SEI que tinham possibilidades de ter uma empregada de mesa e uma senhora de limpezas (as horas extraordinárias eram para limpar o café). Também sei que tinham possibilidades de pagar um pouco mais às suas empregadas que, devo dizer, bem o mereciam.
Contudo, o patrão opta por não o fazer, talvez para um pouco mais de dinheiro no seu próprio bolso, talvez para comprar um carro melhor...

Esta postura, que muitos consideram legítima, eu condeno francamente, pois acho que é de grande egoísmo querer viver um pouco melhor às custas do trabalho precário de outros.


Fernando Silva escreveu:Não se trata de injustiça ou de maldade intrínseca do capitalismo. É assim que as coisas são. Dificilmente haverá um acordo em que todos fiquem satisfeitos. Cada um aceita o que dá para conseguir.

Da mesma forma, quando você entra para a faculdade, tirou a vaga de alguém que não entrou. Quando consegue um emprego, tirou a vaga de alguém que poderia ter entrado se você não estivesse lá. E nem por isso você está sendo malvado.


O mérito não tem que ver para o caso.

Existem milhares de exemplos de abusos do patronato.
Se existem maus funcionários, esses sim deveriam ser demitidos para dar lugar aos de maior mérito, mas um funcionário competente e cumpridor não deve ser explorado para que o seu patrão possa ter uma casa em cada praia da moda do país.
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por betossantana »

Fernando Silva escreveu:No caso de funcionários mais espertos, que tiveram tempo para forjar provas e combinar tudo com o advogado, demorou mais. E às vezes demorou tanto que a firma preferiu chegar a um acordo para acabar com a encheção de saco.
E o pilantra foi embora rindo na nossa cara.


É, o "forjar provas" e a "armação com o advogado" são comuns dentre os SUCUMBENTES no Judiciário, assim como nos presídios todo mundo é "inocente" e "armaram pra eles". Dodói, neném.
É um problema espiritual, chupe pau!

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Re: Re.: A culpa é sempre da sociedade

Mensagem por betossantana »

Apocaliptica escreveu:Pior que o juiz nem sempre é justo. Lamentável. Existe um tendência forte a vitimizar o empregado. E muitos se aproveitam disso.


Bem, o Direito do Trabalho no Brasil É assim, se guia por princípios como o in dubio pro operario ("na dúvida, a preferência é do empregado") e outros princípios protetivos.
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Mensagem por Márcio »

Eu já fui funcionário numa fase da minha vida, depois fui patrão, atualmente não sou uma coisa e nem outra, trabalho só no meu pequeno negócio.

Patrões precisam de funcionários porque são ao mesmo tempo produtores de bens e serviços e o mais importante, que muitos sequer se lembram, são consumidores de bens e serviços.

Funcionários precisam de patrões, afinal nem todo mundo é capaz de montar um empreendimento e gerar empregos, ou consumidores.

Infelizmente muitos, quer sejam patrões ou funcionários, se esquecem disso.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.

'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)

Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!

Trancado