betossantana escreveu:Pra mim, a disposição do corpo para a exploração econômica do sexo e a disposição do corpo para explorações econômicas de outros tipos são diferentes, e estou falando de "exploração" como atividade (...) ele passa por fases de experimentação, transições, atribuição de significados ao sexo, aprendizado de como lidar com o sexo, etc. Permitir que pessoas nessa idade de necessidades sexuais específicas sejam usadas pra produção de material sexualmente profissional pode ter consequências nocivas na sedimentação de suas identidades sexuais e isso é uma questão até de saúde pública, já que a pornografia é uma indústria de massa.
É ai que eu não concordo.
Eu acho que a moral da sociedade é o empecilho para que as pessoas se conheçam e, ela sim tem “consequências nocivas na sedimentação de suas identidades sexuais e isso é uma questão até de saúde pública”.
Tenho um primo que tem problemas para aceitar sua sexualidade (ele é gay) e, acaba por descarregar essa não aceitação de si, no uso de drogas como a bebida, maconha e outras.
A nossa sociedade é preconceituosa e, muitas vezes nos deixamos levar por esses preconceitos, acabamos nós mesmos não nos conhecendo ou aceitando.
A melhor forma de se conhecer é justamente experimentando, não vejo mal nenhum que adolescentes façam isso, em um ambiente mais liberal como o mundo da pornografia.
betossantana escreveu:Não vejo como pensar que a identidade sexual do adolescente pode se formar saudavelmente se ele é contratado para fazer cenas de homossexualidade, sexo com animais, sexo com excrementos, orgias, fisting, spanking, sado-masoquismo e outras atividades sexuais às quais ele deve se entregar, se quiser, por iniciativa própria, não por ter de honrar um contrato que firmou.
É aqui que entram os riscos.
Ninguém deve ser pressionado para fazer o que não quer. Um adolescente não pode ser coagido ou pressionado por contratos de nenhum tipo e, isso deve ser corretamente fiscalizado.
Os riscos de abuso são muito maiores em atividades ilegais. (atividades essas, que são inevitáveis).
Um adolescente que viva em um meio desses e, que não seja coagido a fazer o que não quer, está em um ambiente muito melhor para experimentar e desenvolver sua sexualidade de forma saudável, que no meio social hipócrita e moralista.
Como já foi dito, a comercialização acaba sempre gerando uma desumanização das coisas. Isso significa que em se tratando de adolescentes, a coisa deve ser feita de uma forma diferenciada da pornografia adulta, com regras próprias e, de preferência com um acompanhamento psicológico e claro, melhor fiscalizada.