Estudiosos debatem a evolução da religião
Estudiosos debatem a evolução da religião
Deus foi sempre um enigma para Scott Atran. Quando ele tinha 10 anos, escreveu uma mensagem queixosa na parede de seu quarto, em Baltimore. "Deus existe", ele rabiscou em tinta preta e alaranjada. "Ou, se não existe, estamos encrencados". Atran, 55 anos, vem enfrentando dificuldades com questões religiosas desde então, em um esforço por compreender por que ele, pessoalmente, deixou de acreditar em Deus, e por que tantas outras pessoas, no mundo inteiro, continuam a fazê-lo.
Não importa que usemos o nome Deus, ou a palavra "superstição" qualquer que seja o termo, parece existir um impulso humano inerente a acreditar em algo transcendente, algo além do alcance de nossa compreensão e da ciência. Quando conversamos, em janeiro, Atran, hoje antropólogo no Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Paris, indicado pela Universidade do Michigan e pelo John Jay College of Criminal Justice, de Nova York, perguntou "por que até mesmo as pessoas mais atéias fazem figa quando um avião encontra turbulência?"
Há um debate esclarecedor em curso entre os cientistas quanto à evolução da religião. Os estudiosos tendem a concordar em que a crença religiosa deriva da arquitetura cerebral desenvolvida em período precoce da existência do homem. Mas tendem a discordar quando a questão é determinar se a tendência a acreditar evoluiu porque a crença em si era adaptativa ou se veio como efeito colateral da evolução, conseqüência de alguma outra adaptação ocorrida durante a evolução do cérebro humano.
De acordo com os antropólogos, as religiões que compartilham de certas características sobrenaturais, tais como a crença em um Deus ou deuses incorpóreos ou a crença na capacidade da oração ou de rituais para mudar o curso dos acontecimentos humanos, estão presentes em virtualmente todas as culturas do planeta.
Quando um traço é universal, os biólogos especializados em evolução tendem a procurar uma explicação genética e a imaginar como um gene ou grupo de genes poderia reforçar as perspectivas de sucesso reprodutivo ou a sobrevivência. Atran via essas questões como um enigma, quando aplicadas à religião. Grande número de aspectos da crença religiosa envolvem compreensão errônea do mundo real. Será que isso não representaria uma desvantagem em uma competição na qual apenas os mais aptos sobrevivem?
Um exemplo disso é a crença de que, mesmo depois de morta, uma pessoa continuará a existir, a rir ou chorar. Essa confusão "não parece ser uma estratégia evolutiva razoável", escreveu Atran em "In Gods We Trust: The Evolutionary Landscape of Religion" em deuses confiamos: o cenário evolutivo da religião, livro que ele publicou em 2002. "Imagine algum outro animal que confundisse doença com saúde, grande com pequeno, lento com rápido ou morto com vivo. É improvável que uma espécie como essa pudesse sobreviver".
Ele começou a procurar por uma explicação alternativa: se a crença religiosa não era adaptativa, talvez estivesse associada a algo mais que o seja. Ele recorreu a uma subdisciplina emergente na teoria evolutiva ¿a evolução da capacidade cognitiva humana.
Os darwinistas que estudam a evolução física distinguem entre traços que são adaptativos em si, como a presença de células sangüíneas capazes de transportar oxigênio, e traços que são conseqüências de adaptações, como o fato de o sangue ser vermelho. O sangue é vermelho e não azul como efeito colateral de uma característica adaptativa, ou seja, a presença de sangue dotado de hemoglobina. Stephen Jay Gould, famoso biólogo evolucionista de Harvard, morto em 2002, e seu colega Richard Lewontin propuseram o termo "spandrel" para descrever um traço que não têm valor adaptativo próprio. A possibilidade de que Deus seja um spandrel ofereceu a Atran uma nova maneira de compreender a evolução da religião. Mas Deus seria um spandrel de que, exatamente?
As dificuldades da vida humana em seus primórdios favoreceram a evolução de certas ferramentas cognitivas: detecção de agentes, raciocínio causal e teoria da mente. A detecção de agentes evoluiu porque presumir a presença de um agente o termo designa qualquer criatura com comportamento independente- é mais adaptativo do que presumir sua ausência.
Se você é um homem das cavernas na savana, melhor presumir que o movimento percebido com o rabo do olho representa um agente capaz de ameaçar sua vida, algo de que fugir, do que presumir o contrário. O que isso quer dizer em termos de acreditar em fenômenos sobrenaturais? Quer dizer que nossos cérebros estão prontos a presumir a presença de agentes, mesmo que essa presença contrarie a lógica.
O segundo módulo que nos prepara para a religião é raciocínio causal. O cérebro humano evoluiu de forma a impor uma narrativa, com cronologia e lógica causal, sobre qualquer coisa que encontre, não importa até que ponto seja aleatória. O psicólogo Justin Barrett escreveu, em um livro sobre os motivos para explicar a crença em Deus, que "automática e muitas vezes inconscientemente, procuramos por uma explicação quanto aos motivos para que certas coisas tenham nos acontecido, e não adianta dizer que ´simplesmente aconteceu´. Os deuses, em virtude de suas estranhas propriedades físicas e superpoderes, são causas excelentes para muitos desses acontecimentos incomuns".
A terceira possibilidade é uma espécie de intuição social conhecida como "teoria da mente". O termo parece estranho para algo tão automático, e o termo que Atran prefere, "psicologia folclórica", parece mais adequado. Ela nos permite antecipar as ações alheias, e que os levemos a crer o que desejamos acreditem.
O processo começa quando uma pessoa toma como axioma a existência de mentes, a própria e as de outros. E quando ela aceita esse princípio, que não se pode verificar empiricamente, se torna mais fácil aceitar que mentes não precisam estar ancoradas a um corpo, e basta mais um passo para acreditar em alma imortal e deus incorpóreo.
The New York Times Magazine
Não importa que usemos o nome Deus, ou a palavra "superstição" qualquer que seja o termo, parece existir um impulso humano inerente a acreditar em algo transcendente, algo além do alcance de nossa compreensão e da ciência. Quando conversamos, em janeiro, Atran, hoje antropólogo no Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Paris, indicado pela Universidade do Michigan e pelo John Jay College of Criminal Justice, de Nova York, perguntou "por que até mesmo as pessoas mais atéias fazem figa quando um avião encontra turbulência?"
Há um debate esclarecedor em curso entre os cientistas quanto à evolução da religião. Os estudiosos tendem a concordar em que a crença religiosa deriva da arquitetura cerebral desenvolvida em período precoce da existência do homem. Mas tendem a discordar quando a questão é determinar se a tendência a acreditar evoluiu porque a crença em si era adaptativa ou se veio como efeito colateral da evolução, conseqüência de alguma outra adaptação ocorrida durante a evolução do cérebro humano.
De acordo com os antropólogos, as religiões que compartilham de certas características sobrenaturais, tais como a crença em um Deus ou deuses incorpóreos ou a crença na capacidade da oração ou de rituais para mudar o curso dos acontecimentos humanos, estão presentes em virtualmente todas as culturas do planeta.
Quando um traço é universal, os biólogos especializados em evolução tendem a procurar uma explicação genética e a imaginar como um gene ou grupo de genes poderia reforçar as perspectivas de sucesso reprodutivo ou a sobrevivência. Atran via essas questões como um enigma, quando aplicadas à religião. Grande número de aspectos da crença religiosa envolvem compreensão errônea do mundo real. Será que isso não representaria uma desvantagem em uma competição na qual apenas os mais aptos sobrevivem?
Um exemplo disso é a crença de que, mesmo depois de morta, uma pessoa continuará a existir, a rir ou chorar. Essa confusão "não parece ser uma estratégia evolutiva razoável", escreveu Atran em "In Gods We Trust: The Evolutionary Landscape of Religion" em deuses confiamos: o cenário evolutivo da religião, livro que ele publicou em 2002. "Imagine algum outro animal que confundisse doença com saúde, grande com pequeno, lento com rápido ou morto com vivo. É improvável que uma espécie como essa pudesse sobreviver".
Ele começou a procurar por uma explicação alternativa: se a crença religiosa não era adaptativa, talvez estivesse associada a algo mais que o seja. Ele recorreu a uma subdisciplina emergente na teoria evolutiva ¿a evolução da capacidade cognitiva humana.
Os darwinistas que estudam a evolução física distinguem entre traços que são adaptativos em si, como a presença de células sangüíneas capazes de transportar oxigênio, e traços que são conseqüências de adaptações, como o fato de o sangue ser vermelho. O sangue é vermelho e não azul como efeito colateral de uma característica adaptativa, ou seja, a presença de sangue dotado de hemoglobina. Stephen Jay Gould, famoso biólogo evolucionista de Harvard, morto em 2002, e seu colega Richard Lewontin propuseram o termo "spandrel" para descrever um traço que não têm valor adaptativo próprio. A possibilidade de que Deus seja um spandrel ofereceu a Atran uma nova maneira de compreender a evolução da religião. Mas Deus seria um spandrel de que, exatamente?
As dificuldades da vida humana em seus primórdios favoreceram a evolução de certas ferramentas cognitivas: detecção de agentes, raciocínio causal e teoria da mente. A detecção de agentes evoluiu porque presumir a presença de um agente o termo designa qualquer criatura com comportamento independente- é mais adaptativo do que presumir sua ausência.
Se você é um homem das cavernas na savana, melhor presumir que o movimento percebido com o rabo do olho representa um agente capaz de ameaçar sua vida, algo de que fugir, do que presumir o contrário. O que isso quer dizer em termos de acreditar em fenômenos sobrenaturais? Quer dizer que nossos cérebros estão prontos a presumir a presença de agentes, mesmo que essa presença contrarie a lógica.
O segundo módulo que nos prepara para a religião é raciocínio causal. O cérebro humano evoluiu de forma a impor uma narrativa, com cronologia e lógica causal, sobre qualquer coisa que encontre, não importa até que ponto seja aleatória. O psicólogo Justin Barrett escreveu, em um livro sobre os motivos para explicar a crença em Deus, que "automática e muitas vezes inconscientemente, procuramos por uma explicação quanto aos motivos para que certas coisas tenham nos acontecido, e não adianta dizer que ´simplesmente aconteceu´. Os deuses, em virtude de suas estranhas propriedades físicas e superpoderes, são causas excelentes para muitos desses acontecimentos incomuns".
A terceira possibilidade é uma espécie de intuição social conhecida como "teoria da mente". O termo parece estranho para algo tão automático, e o termo que Atran prefere, "psicologia folclórica", parece mais adequado. Ela nos permite antecipar as ações alheias, e que os levemos a crer o que desejamos acreditem.
O processo começa quando uma pessoa toma como axioma a existência de mentes, a própria e as de outros. E quando ela aceita esse princípio, que não se pode verificar empiricamente, se torna mais fácil aceitar que mentes não precisam estar ancoradas a um corpo, e basta mais um passo para acreditar em alma imortal e deus incorpóreo.
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- Ateu Tímido
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Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Não deixa de ser interessante pensar que deus é um "spandrel", que religião é "lixo evolutivo" e...
Que no meu cérebro não tem espaço para isso!

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Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Realmente é curioso o fato da religião ter se feito presente em praticamente todas as civilizações do mundo.
"Sua calcinha nos joelhos, sua bunda detonada... fazendo o velho movimento de entra e sai"
Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Sobre a evolução da religião, eu acho interessante a teoria dos vírus meméticos.Já prestaram atenção que as religiões mais proselitistas e com cavalos de tróias nas mensagens são as que tem mais adeptos?Claro, é uma evidência a favor dela.Ou vocês acham que o cristianismo e o islamismo tem mais adeptos por méritos próprios?
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
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- Ateu Tímido
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Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Uma vez discutimos os memes de Dawkins aqui, mas na época, o debate se esgotou por falta de defensores. Eu, particularmente, acho que não se demonstrou que memes sejam mais que uma metáfora.
Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Teorias muito interessantes e podem mesmo proceder.
A tentação de apelar a algo que nos faça compreender em âmbito macro, coletivo, individual e metafísico parece inerente. Uma forma adicional e diferenciada de racionalização diferencia quem aceita a necessidade dos que não aceitam.
A tentação de apelar a algo que nos faça compreender em âmbito macro, coletivo, individual e metafísico parece inerente. Uma forma adicional e diferenciada de racionalização diferencia quem aceita a necessidade dos que não aceitam.
- Ateu Tímido
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Re: Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Apocaliptica escreveu:Teorias muito interessantes e podem mesmo proceder.
A tentação de apelar a algo que nos faça compreender em âmbito macro, coletivo, individual e metafísico parece inerente. Uma forma adicional e diferenciada de racionalização diferencia quem aceita a necessidade dos que não aceitam.
Pensêitor!!!
Devolva a conta da Apocalíptica!!!


Re: Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Huxley escreveu:Sobre a evolução da religião, eu acho interessante a teoria dos vírus meméticos.Já prestaram atenção que as religiões mais proselitistas e com cavalos de tróias nas mensagens são as que tem mais adeptos?Claro, é uma evidência a favor dela.Ou vocês acham que o cristianismo e o islamismo tem mais adeptos por méritos próprios?
Bom... Segundo a teoria dos memes, até mesmo a "consciência do eu" é um meme...

Re: Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Ateu Tímido escreveu:Apocaliptica escreveu:Teorias muito interessantes e podem mesmo proceder.
A tentação de apelar a algo que nos faça compreender em âmbito macro, coletivo, individual e metafísico parece inerente. Uma forma adicional e diferenciada de racionalização diferencia quem aceita a necessidade dos que não aceitam.
Pensêitor!!!
Devolva a conta da Apocalíptica!!!![]()
É que eu fui numa festa e bebei demais. Dá nisto!
Vou me recompor...



Re: Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Najma escreveu:Huxley escreveu:Sobre a evolução da religião, eu acho interessante a teoria dos vírus meméticos.Já prestaram atenção que as religiões mais proselitistas e com cavalos de tróias nas mensagens são as que tem mais adeptos?Claro, é uma evidência a favor dela.Ou vocês acham que o cristianismo e o islamismo tem mais adeptos por méritos próprios?
Bom... Segundo a teoria dos memes, até mesmo a "consciência do eu" é um meme...
Não, isso é a opinião pessoal de Susan Blackmore.Suspeito que só ela mesmo acredite nisso.Nunca ouvi do formulador da teoira que a memética implica em fisicalismo e que os memes controlam a mente do indivíduo totalmente.
Mas Blackmore diz:
"De fato nós sabemos que 'eus' são um mito. Olhe dentro do cérebro e você achará apenas neurônios."
Se fôssemos levar a sério a argumentação dela, teríamos isso:
"De fato nós sabemos que 'complexos meméticos' são um mito. Olhe dentro do cérebro e você achará apenas neurônios."
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Re: Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Huxley escreveu:Najma escreveu:Huxley escreveu:Sobre a evolução da religião, eu acho interessante a teoria dos vírus meméticos.Já prestaram atenção que as religiões mais proselitistas e com cavalos de tróias nas mensagens são as que tem mais adeptos?Claro, é uma evidência a favor dela.Ou vocês acham que o cristianismo e o islamismo tem mais adeptos por méritos próprios?
Bom... Segundo a teoria dos memes, até mesmo a "consciência do eu" é um meme...
Não, isso é a opinião pessoal de Susan Blackmore.Suspeito que só ela mesmo acredite nisso.Nunca ouvi do formulador da teoira que a memética implica em fisicalismo e que os memes controlam a mente do indivíduo totalmente.
Mas Blackmore diz:
"De fato nós sabemos que 'eus' são um mito. Olhe dentro do cérebro e você achará apenas neurônios."
Se fôssemos levar a sério a argumentação dela, teríamos isso:
"De fato nós sabemos que 'complexos meméticos' são um mito. Olhe dentro do cérebro e você achará apenas neurônios."
Mas continuam sendo neurônios. Os memes são o equivalente a trocas de aprendizado que se reproduzem dentro do cérebro hospedeiro e são lançados a outros cérebros. O que ela quis dizer é que apenas a reações físico-químicas permitem que um indivíduo perceba-se como indivíduo dotado de um Eu motivado pelos memes, então a idéia de existir um "homúnculo" controlando a mente é que não existe.
Na teoria, os memeplexos existem, tornam-se doutrinas, inspiram a criação de livros para que sejam estocados... e ganham vida pela aceitação sem contestações por parte das pessoas. E é na mente delas que eles são sintetizados e analisados, sendo que parte deles envolvem-se com outros memes gerando outros memeplexos. Como é o caso das vertentes políticas e religiosos, entranhados na mente das pessoas.
- Ben Carson
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Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Eita! Parece que um surto da "síndrome do pensador" está se alastrando por aqui.
Parece mais simples afirmar que o cérebro necessita tanto de nutrientes físicos quanto de nutrientes informacionais. O que é um fato. Por mais bem alimentado que um cérebro esteja, sem estímulos ambientais apropriados não haverá nenhum desenvolvimento cerebral; como o prova o caso dos órfãos iraquianos encontrados numa creche (há muitas décadas), que, confinados aos seus berços e recebendo poucos toques físicos e verbais, aos quatro anos de idade ainda não falavam e nem andavam.
O nutriente informacional é recebido, é óbvio, do meio ambiente circundante.
Parece mais simples afirmar que o cérebro necessita tanto de nutrientes físicos quanto de nutrientes informacionais. O que é um fato. Por mais bem alimentado que um cérebro esteja, sem estímulos ambientais apropriados não haverá nenhum desenvolvimento cerebral; como o prova o caso dos órfãos iraquianos encontrados numa creche (há muitas décadas), que, confinados aos seus berços e recebendo poucos toques físicos e verbais, aos quatro anos de idade ainda não falavam e nem andavam.
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Todo mundo ri...
Mas só o TRIcolor é tri!
Diálogo Universitário, Jesus Voltará, Primeira Leitura, E Agora?
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- betossantana
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Re: Estudiosos debatem a evolução da religião
Najma escreveu:O processo começa quando uma pessoa toma como axioma a existência de mentes, a própria e as de outros. E quando ela aceita esse princípio, que não se pode verificar empiricamente, se torna mais fácil aceitar que mentes não precisam estar ancoradas a um corpo, e basta mais um passo para acreditar em alma imortal e deus incorpóreo.
Ahá!!! Era quase o que eu dizia ao Botanico quando ele falou da coisa espantosa que era a humanidade ter sempre convivido com "espíritos", mais até do que com deuses! Se a consciência/mente é incapaz de imaginar a sua própria não-existência, supôr a sua continuidade após a morte é uma tednência natural!
Bjs.
É um problema espiritual, chupe pau!
- heilel ben-shachar
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- Registrado em: 05 Jun 2006, 02:21
Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
"Mas tendem a discordar quando a questão é determinar se a tendência a acreditar evoluiu porque a crença em si era adaptativa ou se veio como efeito colateral da evolução, conseqüência de alguma outra adaptação ocorrida durante a evolução do cérebro humano"
O que seria isso? Determinismo genético? Tenho muitas restrições com relação a esse assunto. Já li um artigo (não me lembro a fonte) onde o autor defendia que o ser humano era dotado de um gen correspondente á crença em deus. Eu, embora não seja cientista e muito menos tenha meios para refutar, discordo completamente dessa posição. Fico com aterceira possibilidade.
O que seria isso? Determinismo genético? Tenho muitas restrições com relação a esse assunto. Já li um artigo (não me lembro a fonte) onde o autor defendia que o ser humano era dotado de um gen correspondente á crença em deus. Eu, embora não seja cientista e muito menos tenha meios para refutar, discordo completamente dessa posição. Fico com aterceira possibilidade.
Re.: Estudiosos debatem a evolução da religião
Bastante interessante o texto inicial.
Gostei desse trecho:
"Imagine algum outro animal que confundisse doença com saúde, grande com pequeno, lento com rápido ou morto com vivo. É improvável que uma espécie como essa pudesse sobreviver".

Gostei desse trecho:
"Imagine algum outro animal que confundisse doença com saúde, grande com pequeno, lento com rápido ou morto com vivo. É improvável que uma espécie como essa pudesse sobreviver".

"Noite escura agora é manhã..."