Acauan escreveu:Usuário deletado escreveu:Quando estudei sobre esta guerra minha professora disse que Duque de Caxias incendiou uma floresta que estava lotada de refugiados (em sua maioria mulheres e crianças).
O mais revoltante em como os professores de História aceitaram sem resistência as versões revisionistas da Guerra do Paraguai é o estranho deleite que demonstravam ao repetir calúnias contra grandes homens de nossa História.
Embora fossem ignorantes completos no assunto, que apenas repetiam o canto de um galo que ouviram não sabiam onde, estes professores se orgulhavam de "desmistificar" um Duque de Caxias, como se isto fosse sinal de que uma inteligência e cultura superior como a deles não se deixava enganar, como o populacho, pelas lendas construídas pela propaganda oficial.
Na verdade os beócios botavam fé incondicional em uma mentira muito mais descarada e sem pé nem cabeça.
O perfil que atribuem a Caxias é o de um nazista avant la lettre, só que nenhum dos repetidores destas acusações mostram onde na biografia do Duque pode se encontrar a mais mínima mácula que sugerisse ser ele tal tipo de homem, incluído aí uma explicação de o porque o líder militar que sufocou a Revolução Farroupilha conquistou, junto com a pacificação do Rio Grande do Sul, a admiração, respeito e obediência das mesmas valorosas tropas gaúchas que vencera, fazendo delas a força principal da Guerra contra Lopez. Não me parece a reação esperada dos gaúchos diante de um tirano que queimava vivos as mulheres e crianças dos vencidos.
Estas tolices revisionistas, que ninguém sabe e ninguém viu onde estão os documentos históricos que as registram, eram repetidas a torto e a direito, enquanto nunca vi nenhum daqueles professores sequer citar o discurso documentado do general Osório às suas tropas recém chegadas ao território paraguaio, quando declarou que a guerra do império era contra Solano e sua ditadura, não contra o povo e nação paraguaia, que deveriam ser respeitados.
Excessos houve, claro, como em toda guerra, mas isto foi dos dois lados, ou alguém acha que a indiada do lado de lá era muito boazinha?
Acauan, existe um abismo enorme entre a formação e a cultura de um professor de Ensino Fundamental, de Ensino Médio, Graduação e Pós.
O interesse, o envolvimento, os cursos de reciclagem, cursos de especialização. Parece não haver nem ligação entre alguns conteúdos.
Acho que é em parte devido à algo inerente á formação e à carreira profissional: professores de séries iniciais apenas despejam conteúdo, ficando desta forma desinteressados de buscar um modelo crítico, revisitado, pesquisa e debate ideológico. Eles ficam meio embotados mesmo. No segundo grau, há professores mais especializados, que lêem mais, porque a adolescência demanda questionamentos diferentes. Alguns alunos se diferenciam e assumem seu papel como centro do processo. O professor passa a ser apenas um facilitador.
Mesmo assim, confesso que a maioria dos professores de história seguem um marco referencial imposto pela escola ( nas suas limitações, e alguns professores se queixam de falta de liberdade para expandir discussões), e outros extrapolam a mediocridade.
Ao cabo disto, muito conteúdo fica sem ser visto, alguns sem ter o peso necessário e o professor do ano seguinte lava as mãos.
Quando chegamos na Universidade, os que seguem cursos de humanas, e tem disciplina de História, podem conseguir se situar melhor. Os demais, vão continuar com o que aprenderam na escola e aquilo que absorveram do amadurecimento político por conta própria. Mesmo que de forma equivocada , às vezes.
Também, é difícil que todos analisem a história com a mesma isenção, a mesma visão e muito menos tirem conclusões, porque isto é praticamente impossível. Nem tudo chega ao mesmo tempo, da forma e com o mesmo enfoque para todos.
A História é um pedaço da História (não lembro quem disse isto).