A pobreza no mundo

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Acauan
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

Impressionante como quase ninguém em duas gerações de professores de História parou para se perguntar quais eram as credenciais de historiador do Chiavenatto (nenhuma) e qual a consistência de suas fontes primárias (nenhuma).

Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).
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Acauan Guajajara
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O ENCOSTO
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por O ENCOSTO »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

Impressionante como quase ninguém em duas gerações de professores de História parou para se perguntar quais eram as credenciais de historiador do Chiavenatto (nenhuma) e qual a consistência de suas fontes primárias (nenhuma).

Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).


Os livros do MEC ainda apresentam esta versão.
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
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Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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André
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por André »

Usuário deletado escreveu:O câncer marxista infelizmente está impregnado nos professores deste país.


O que está presente é mais uma visão dogmática do marxismo em geral que desconhece que dogmatismo em si contraria a perspectiva dialética.

Isso em parte, especialmente em grupos de organizações estudantis, dentro das faculdades.Marxistas mesmo pelo menos na UFBA são minoria.De esquerda ou dentro de uma perspectiva de esquerda nos cursos de humanas esses tendem a ser maioria pelo que pude observar ao longo dos anos.

Marxismo não é um câncer, o legado de Marx, de Engels e de outros autores podemos discordar, como eu, alias tenho minhas divergências, porém negar completamente sua validade e descartar como se fosse algo "malévolo" é de uma simplificação reducionista bastante imprudente.O melhor é conhecer, entender, e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto e a obra desses autores.Eu já aprendi tanto lendo liberais(Hannah Arendt,Richard Rorty entre outros) como lendo marxistas como Edward Palmer Thompson, Perry Anderson, e por ai vai.Enfim a perspectiva seja ela qual for não nos deve cegar para a contribuição daqueles inseridos nela.

Eric Hobsbawn e Thompson estão entre os maiores historiadores do séc XX, e são marxistas, (Thompson foi já morreu), deve se descartar suas obras por isso? Penso que não.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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André
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Mensagem por André »

O ENCOSTO escreveu:É que o André Testemunha de Jeová não teve tempo de abordar temas como "mais valia", etc.


A única coisa que eu sou testemunha é do seu sarcasmo despropositado, e falta de educação.
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Samael
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Samael »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

Impressionante como quase ninguém em duas gerações de professores de História parou para se perguntar quais eram as credenciais de historiador do Chiavenatto (nenhuma) e qual a consistência de suas fontes primárias (nenhuma).

Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).


Na Universidade isso se torna piada de "mentirada de segundo grau".

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Samael
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Acauan escreveu:
Leo escreveu:
Acauan escreveu:Acauan escreveu: Nego, renego e provo, ao contrário de você que se furtou da minha réplica que pedia uma única linha da obra dos liberais mais influentes do século XX que provasse o que afirmou sobre os objetivos deles ser o máximo lucro e a concentração de renda.


Mas Acauan, o objetivo pode não ser a concentração, mas ela foi uma consequência das práticas liberais no século XIX. Porque o príncipio de que a busca do seu próprio interesse econômico contribuiria mais eficientemente para o interesse coletivo, somado com a aceleração da economia no final desse século, a resultante foi a criação e o crescimento de várias empresas, gerando o acirramento da concorrência que por sua vez favoreceu a formação de oligopólios em vários setores da economia.


Leo,

Esta surrada profecia marxista de que a competição capitalista liberal leva ao oligopólio, e este à concentração de renda e por fim ao colapso do próprio capitalismo, nunca passou disto, uma profecia surrada cuja realidade efetiva nunca foi observada na História.

O seu próprio exemplo prova isto, uma vez que ao longo do século XIX na Inglaterra os salários aumentaram e o padrão de vida subiu para toda a população, operários inclusos.

Um caso clássico de oligopólio capitalista é a indústria automobilística americana, quando poucos grandes fabricantes dominavam o mercado.
Pelo ditame marxista, estas empresas se digladiariam até que a sobrevivente impusesse seus interesses ao mercado, vendendo seus produtos pelo máximo preço e pagando o mínimo salário para seus empregados.

O que o exemplo histórico nos mostra é exatamente o oposto, as grandes fabricantes de automóveis, mesmo na condição de oligopólio, passaram a oferecer produtos melhores a preços cada vez mais acessíveis, enquanto os salários de seus empregados acumulavam ganhos reais continuamente por décadas.
Ou seja, é inegável que a renda criada pela indústria automobilística ajudou a enriquecer todos os diretamente envolvidos com ela, operários inclusos também neste exemplo.

Marxistas, assumidos ou dissimulados, dão pulos de altura variável diante deste fato que para eles é uma heresia, preferindo negar o fato em função da crença ideológica a assumir que por trás de sua crença não existe sequer uma teoria consistente, quanto mais evidência prática que lhe dê alguma sustentação.


Eu discordo bastante dessa visão. Mas você concorda quanto à existência dos oligopólios e concorrências monopólicas, o que já é um ganho para mim.

Um do ponto é colocar em xeque até onde esses produtos podem ser considerados "melhores", visto que a nova noção de qualidade preza a tecnologia e não a durabilidade (até porque, produtos que duram infinitamente não são interessantes aos capitalistas).

Outro ponto é observar os meandros desse crescimento. Se você se refere aos EUA pós-guerra, lembre-se que havia um mercado imenso na Europa com seu parque industrial danificado devido aos combates.

E também devemos lembrar que num sistema capitalista existem vários setores, e enquanto determinados setores acumulam capital ou explodem em bolhas desenvolvimentistas, ou às vezes até adentram monopólios excludentes com seus próprios trabalhadores, outros absorvem a produção e fazem permanecer o ciclo.

Eu continuo com a mesma opinião, bem keynesiana até, de que o mercado existe enquanto um ente anárquico e não auto-regulável, cabendo ao Estado intervir nesse ponto.

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Samael
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Re: Re.: A pobreza no mundo

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André escreveu:
Usuário deletado escreveu:O câncer marxista infelizmente está impregnado nos professores deste país.


O que está presente é mais uma visão dogmática do marxismo em geral que desconhece que dogmatismo em si contraria a perspectiva dialética.

Isso em parte, especialmente em grupos de organizações estudantis, dentro das faculdades.Marxistas mesmo pelo menos na UFBA são minoria.De esquerda ou dentro de uma perspectiva de esquerda nos cursos de humanas esses tendem a ser maioria pelo que pude observar ao longo dos anos.

Marxismo não é um câncer, o legado de Marx, de Engels e de outros autores podemos discordar, como eu, alias tenho minhas divergências, porém negar completamente sua validade e descartar como se fosse algo "malévolo" é de uma simplificação reducionista bastante imprudente.O melhor é conhecer, entender, e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto e a obra desses autores.Eu já aprendi tanto lendo liberais(Hannah Arendt,Richard Rorty entre outros) como lendo marxistas como Edward Palmer Thompson, Perry Anderson, e por ai vai.Enfim a perspectiva seja ela qual for não nos deve cegar para a contribuição daqueles inseridos nela.

Eric Hobsbawn e Thompson estão entre os maiores historiadores do séc XX, e são marxistas, (Thompson foi já morreu), deve se descartar suas obras por isso? Penso que não.


Desde a década de 90 que mal se formam marxistas por aqui. Você, como formando em História assim como eu, sabe muito bem que as tendências pós-modernas, a microestória e as mentalidades tomaram conta do curso há tempos.

O que ainda há de marxistas ortodoxos por aí são aqueles professores que ainda fazem parte da geração de formandos do início de 80 e de 70.

E Thompson é imprescindível para se estudar a História do Movimento Operário no mundo. Já viu o filme Terra e Liberdade (Land and Freedom), André?

Apocaliptica

Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

Impressionante como quase ninguém em duas gerações de professores de História parou para se perguntar quais eram as credenciais de historiador do Chiavenatto (nenhuma) e qual a consistência de suas fontes primárias (nenhuma).

Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).


Eu fui vítima. E os livros do MEC ainda mostram coisas assim.

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André
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por André »

Samael escreveu:
André escreveu:
Usuário deletado escreveu:O câncer marxista infelizmente está impregnado nos professores deste país.


O que está presente é mais uma visão dogmática do marxismo em geral que desconhece que dogmatismo em si contraria a perspectiva dialética.

Isso em parte, especialmente em grupos de organizações estudantis, dentro das faculdades.Marxistas mesmo pelo menos na UFBA são minoria.De esquerda ou dentro de uma perspectiva de esquerda nos cursos de humanas esses tendem a ser maioria pelo que pude observar ao longo dos anos.

Marxismo não é um câncer, o legado de Marx, de Engels e de outros autores podemos discordar, como eu, alias tenho minhas divergências, porém negar completamente sua validade e descartar como se fosse algo "malévolo" é de uma simplificação reducionista bastante imprudente.O melhor é conhecer, entender, e tirar suas próprias conclusões sobre o assunto e a obra desses autores.Eu já aprendi tanto lendo liberais(Hannah Arendt,Richard Rorty entre outros) como lendo marxistas como Edward Palmer Thompson, Perry Anderson, e por ai vai.Enfim a perspectiva seja ela qual for não nos deve cegar para a contribuição daqueles inseridos nela.

Eric Hobsbawn e Thompson estão entre os maiores historiadores do séc XX, e são marxistas, (Thompson foi já morreu), deve se descartar suas obras por isso? Penso que não.


Desde a década de 90 que mal se formam marxistas por aqui. Você, como formando em História assim como eu, sabe muito bem que as tendências pós-modernas, a microestória e as mentalidades tomaram conta do curso há tempos.

O que ainda há de marxistas ortodoxos por aí são aqueles professores que ainda fazem parte da geração de formandos do início de 80 e de 70.

E Thompson é imprescindível para se estudar a História do Movimento Operário no mundo. Já viu o filme Terra e Liberdade (Land and Freedom), André?


Exatamente.Como disse,marxistas são minoria e os que existem são mais influenciados por Marx(Mas não apenas esse).Os ortodoxos além de poucos são os mais antigos.

Eu como sou mais ligado a História política atualmente ando lendo mais René Rémond, e alguns franceses da nova história política.

Ainda não vi o filme, mas fiquei interessado.

http://www.imdb.com/find?s=all&q=Land+and+Freedom

Como deve saber Orwell lutou na guerra civil espanhola e apos essa experiência ele desenvolveu já os primeiros textos defendo sua perspectiva de socialismo democrático e sua fervorosa crítica a esquerda autoritária.Crítica que eu acompanho e considero brilhante, assim como sua crítica ao imperialismo, e ao capitalismo que rejeita o valor do principio de igualdade com individualidade (uma perspectiva podemos dizer orweliana que valoriza simultaneamente a defesa de igualdade não apenas jurídica mas de condições de vida, sem anular ou contestar a importância da individualidade).Invés de opostos a valorização do coletivo e do individuo ele viu como complementares.Como alias Rousseau em tema conectado já tinha escrito que sem igualdade não existe liberdade.
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Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Samael »

Sei do Orwell sim, hehe.

Terra e Liberdade é um filmaço. Aborda todo aquele conflito entre fascistas, anarquistas e comunistas e o controverso "apoio" de Stálin à Franco dentro de um drama totalmente humano e bem construído. O personagem principal tem bastantes ligações com Hobsbawn e Thompson, ambos membros proeminentes do PCI (Partido Comunista Inglês). E é um filme de Ken Loach. Comunista ou não, o considero um puta diretor.

Abraço.

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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por O ENCOSTO »

Samael escreveu:
Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

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Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).


Na Universidade isso se torna piada de "mentirada de segundo grau".



Então onde estão formando os professores de História?
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Mensagem por O ENCOSTO »

Samael escreveu:Um do ponto é colocar em xeque até onde esses produtos podem ser considerados "melhores", visto que a nova noção de qualidade preza a tecnologia e não a durabilidade (até porque, produtos que duram infinitamente não são interessantes aos capitalistas).


Conceito de qualidade:

Qualidade é "A TOTALIDADE DE CARACTERÍSTICAS DE UM PRODUTO QUE CONFERE SUA HABILIDADE EM SATISFAZER AS NECESSIDADES IMPLÍCITAS OU EXPLÍCITAS."

Não achei nada contra DURABILIDADE. Pelo contrário.
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por André »

Samael escreveu:Sei do Orwell sim, hehe.

Terra e Liberdade é um filmaço. Aborda todo aquele conflito entre fascistas, anarquistas e comunistas e o controverso "apoio" de Stálin à Franco dentro de um drama totalmente humano e bem construído. O personagem principal tem bastantes ligações com Hobsbawn e Thompson, ambos membros proeminentes do PCI (Partido Comunista Inglês). E é um filme de Ken Loach. Comunista ou não, o considero um puta diretor.

Abraço.


Valeu pela dica vou procurar.Qual a versão? Achei duas na IMDB no link que postei.

Sobre orientação política de artistas a muito desencanei disso, o Clint Eastwood, por exemplo, é conservador (não radical), mas gosto de vários dos filmes que ele dirigiu.Enfim acho que devemos tentar, simultaneamente conhecer o autor, e julgar a obra.Para não atrelar o julgamento da obra a concordância ou discordância da visão política de seu criador.
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Mensagem por Acauan »

Usuário deletado escreveu:Quando estudei sobre esta guerra minha professora disse que Duque de Caxias incendiou uma floresta que estava lotada de refugiados (em sua maioria mulheres e crianças).


O mais revoltante em como os professores de História aceitaram sem resistência as versões revisionistas da Guerra do Paraguai é o estranho deleite que demonstravam ao repetir calúnias contra grandes homens de nossa História.

Embora fossem ignorantes completos no assunto, que apenas repetiam o canto de um galo que ouviram não sabiam onde, estes professores se orgulhavam de "desmistificar" um Duque de Caxias, como se isto fosse sinal de que uma inteligência e cultura superior como a deles não se deixava enganar, como o populacho, pelas lendas construídas pela propaganda oficial.
Na verdade os beócios botavam fé incondicional em uma mentira muito mais descarada e sem pé nem cabeça.

O perfil que atribuem a Caxias é o de um nazista avant la lettre, só que nenhum dos repetidores destas acusações mostram onde na biografia do Duque pode se encontrar a mais mínima mácula que sugerisse ser ele tal tipo de homem, incluído aí uma explicação de o porque o líder militar que sufocou a Revolução Farroupilha conquistou, junto com a pacificação do Rio Grande do Sul, a admiração, respeito e obediência das mesmas valorosas tropas gaúchas que vencera, fazendo delas a força principal da Guerra contra Lopez. Não me parece a reação esperada dos gaúchos diante de um tirano que queimava vivos as mulheres e crianças dos vencidos.

Estas tolices revisionistas, que ninguém sabe e ninguém viu onde estão os documentos históricos que as registram, eram repetidas a torto e a direito, enquanto nunca vi nenhum daqueles professores sequer citar o discurso documentado do general Osório às suas tropas recém chegadas ao território paraguaio, quando declarou que a guerra do império era contra Solano e sua ditadura, não contra o povo e nação paraguaia, que deveriam ser respeitados.

Excessos houve, claro, como em toda guerra, mas isto foi dos dois lados, ou alguém acha que a indiada do lado de lá era muito boazinha?
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu:Eu fui vítima. E os livros do MEC ainda mostram coisas assim.


Queria que um destes livros de História do MEC explicasse porque o genocida Império do Brasil devolveu ao povo do Paraguai a soberania plena sobre a totalidade de seu território de antes da guerra, quando não havia nada que impedisse D. Pedro II de anexar todo aquele país se assim o quisesse, quando muito o retalhando com os aliados argentinos.

Só para comparar, quando os Estados Unidos derrotaram os mexicanos anexaram quase metade do território dos vencidos, inclusive a Califórnia, hoje a região mais rica do planeta.

Nós ainda demos metade de Itaipú para eles...
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Samael »

O ENCOSTO escreveu:
Samael escreveu:
Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu tenho muita pena de alguns professores de História e suas gerações de alunos... :emoticon8:


Um exemplo:

A maioria dos professores de História das décadas de 1970 em diante ensinava a Guerra do Paraguai pela ótica das bobagens que o Chiavenatto publicou em "Genocídio Americano".

Impressionante como quase ninguém em duas gerações de professores de História parou para se perguntar quais eram as credenciais de historiador do Chiavenatto (nenhuma) e qual a consistência de suas fontes primárias (nenhuma).

Mas o horror mesmo era constatar que a maioria dos professores não tinha lido sequer aquele livrinho fuleiro, apenas repetiam o que ouviam de segunda ou terceira mão do que era a versão ideologicamente correta da Guerra, com ênfase nos mitos mais espalhafatosos (como a JAMAIS provada acusação de que o Duque de Caxias contaminava os rios paraguaios com cadáveres mortos com cólera).


Na Universidade isso se torna piada de "mentirada de segundo grau".



Então onde estão formando os professores de História?


Nas Universidades, onde mais?

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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Samael »

André escreveu:
Samael escreveu:Sei do Orwell sim, hehe.

Terra e Liberdade é um filmaço. Aborda todo aquele conflito entre fascistas, anarquistas e comunistas e o controverso "apoio" de Stálin à Franco dentro de um drama totalmente humano e bem construído. O personagem principal tem bastantes ligações com Hobsbawn e Thompson, ambos membros proeminentes do PCI (Partido Comunista Inglês). E é um filme de Ken Loach. Comunista ou não, o considero um puta diretor.

Abraço.


Valeu pela dica vou procurar.Qual a versão? Achei duas na IMDB no link que postei.

Sobre orientação política de artistas a muito desencanei disso, o Clint Eastwood, por exemplo, é conservador (não radical), mas gosto de vários dos filmes que ele dirigiu.Enfim acho que devemos tentar, simultaneamente conhecer o autor, e julgar a obra.Para não atrelar o julgamento da obra a concordância ou discordância da visão política de seu criador.


95, cara.

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Re: Re.: A pobreza no mundo

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Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu fui vítima. E os livros do MEC ainda mostram coisas assim.


Queria que um destes livros de História do MEC explicasse porque o genocida Império do Brasil devolveu ao povo do Paraguai a soberania plena sobre a totalidade de seu território de antes da guerra, quando não havia nada que impedisse D. Pedro II de anexar todo aquele país se assim o quisesse, quando muito o retalhando com os aliados argentinos.

Só para comparar, quando os Estados Unidos derrotaram os mexicanos anexaram quase metade do território dos vencidos, inclusive a Califórnia, hoje a região mais rica do planeta.

Nós ainda demos metade de Itaipú para eles...


Perfeito. Mas vale lembrar que as circunstâncias dos dois casos são diferentes também.

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O ENCOSTO escreveu:
Samael escreveu:Um do ponto é colocar em xeque até onde esses produtos podem ser considerados "melhores", visto que a nova noção de qualidade preza a tecnologia e não a durabilidade (até porque, produtos que duram infinitamente não são interessantes aos capitalistas).


Conceito de qualidade:

Qualidade é "A TOTALIDADE DE CARACTERÍSTICAS DE UM PRODUTO QUE CONFERE SUA HABILIDADE EM SATISFAZER AS NECESSIDADES IMPLÍCITAS OU EXPLÍCITAS."

Não achei nada contra DURABILIDADE. Pelo contrário.


Quanta preocupação com descrições de dicionários...

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Usuário deletado escreveu:Quando estudei sobre esta guerra minha professora disse que Duque de Caxias incendiou uma floresta que estava lotada de refugiados (em sua maioria mulheres e crianças).


O mais revoltante em como os professores de História aceitaram sem resistência as versões revisionistas da Guerra do Paraguai é o estranho deleite que demonstravam ao repetir calúnias contra grandes homens de nossa História.

Embora fossem ignorantes completos no assunto, que apenas repetiam o canto de um galo que ouviram não sabiam onde, estes professores se orgulhavam de "desmistificar" um Duque de Caxias, como se isto fosse sinal de que uma inteligência e cultura superior como a deles não se deixava enganar, como o populacho, pelas lendas construídas pela propaganda oficial.
Na verdade os beócios botavam fé incondicional em uma mentira muito mais descarada e sem pé nem cabeça.

O perfil que atribuem a Caxias é o de um nazista avant la lettre, só que nenhum dos repetidores destas acusações mostram onde na biografia do Duque pode se encontrar a mais mínima mácula que sugerisse ser ele tal tipo de homem, incluído aí uma explicação de o porque o líder militar que sufocou a Revolução Farroupilha conquistou, junto com a pacificação do Rio Grande do Sul, a admiração, respeito e obediência das mesmas valorosas tropas gaúchas que vencera, fazendo delas a força principal da Guerra contra Lopez. Não me parece a reação esperada dos gaúchos diante de um tirano que queimava vivos as mulheres e crianças dos vencidos.

Estas tolices revisionistas, que ninguém sabe e ninguém viu onde estão os documentos históricos que as registram, eram repetidas a torto e a direito, enquanto nunca vi nenhum daqueles professores sequer citar o discurso documentado do general Osório às suas tropas recém chegadas ao território paraguaio, quando declarou que a guerra do império era contra Solano e sua ditadura, não contra o povo e nação paraguaia, que deveriam ser respeitados.

Excessos houve, claro, como em toda guerra, mas isto foi dos dois lados, ou alguém acha que a indiada do lado de lá era muito boazinha?


Acauan, existe um abismo enorme entre a formação e a cultura de um professor de Ensino Fundamental, de Ensino Médio, Graduação e Pós.

O interesse, o envolvimento, os cursos de reciclagem, cursos de especialização. Parece não haver nem ligação entre alguns conteúdos.

Acho que é em parte devido à algo inerente á formação e à carreira profissional: professores de séries iniciais apenas despejam conteúdo, ficando desta forma desinteressados de buscar um modelo crítico, revisitado, pesquisa e debate ideológico. Eles ficam meio embotados mesmo. No segundo grau, há professores mais especializados, que lêem mais, porque a adolescência demanda questionamentos diferentes. Alguns alunos se diferenciam e assumem seu papel como centro do processo. O professor passa a ser apenas um facilitador.

Mesmo assim, confesso que a maioria dos professores de história seguem um marco referencial imposto pela escola ( nas suas limitações, e alguns professores se queixam de falta de liberdade para expandir discussões), e outros extrapolam a mediocridade.

Ao cabo disto, muito conteúdo fica sem ser visto, alguns sem ter o peso necessário e o professor do ano seguinte lava as mãos.
Quando chegamos na Universidade, os que seguem cursos de humanas, e tem disciplina de História, podem conseguir se situar melhor. Os demais, vão continuar com o que aprenderam na escola e aquilo que absorveram do amadurecimento político por conta própria. Mesmo que de forma equivocada , às vezes.

Também, é difícil que todos analisem a história com a mesma isenção, a mesma visão e muito menos tirem conclusões, porque isto é praticamente impossível. Nem tudo chega ao mesmo tempo, da forma e com o mesmo enfoque para todos.

A História é um pedaço da História (não lembro quem disse isto).

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Samael
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Mensagem por Samael »

Apocaliptica escreveu:
Acauan escreveu:
Usuário deletado escreveu:Quando estudei sobre esta guerra minha professora disse que Duque de Caxias incendiou uma floresta que estava lotada de refugiados (em sua maioria mulheres e crianças).


O mais revoltante em como os professores de História aceitaram sem resistência as versões revisionistas da Guerra do Paraguai é o estranho deleite que demonstravam ao repetir calúnias contra grandes homens de nossa História.

Embora fossem ignorantes completos no assunto, que apenas repetiam o canto de um galo que ouviram não sabiam onde, estes professores se orgulhavam de "desmistificar" um Duque de Caxias, como se isto fosse sinal de que uma inteligência e cultura superior como a deles não se deixava enganar, como o populacho, pelas lendas construídas pela propaganda oficial.
Na verdade os beócios botavam fé incondicional em uma mentira muito mais descarada e sem pé nem cabeça.

O perfil que atribuem a Caxias é o de um nazista avant la lettre, só que nenhum dos repetidores destas acusações mostram onde na biografia do Duque pode se encontrar a mais mínima mácula que sugerisse ser ele tal tipo de homem, incluído aí uma explicação de o porque o líder militar que sufocou a Revolução Farroupilha conquistou, junto com a pacificação do Rio Grande do Sul, a admiração, respeito e obediência das mesmas valorosas tropas gaúchas que vencera, fazendo delas a força principal da Guerra contra Lopez. Não me parece a reação esperada dos gaúchos diante de um tirano que queimava vivos as mulheres e crianças dos vencidos.

Estas tolices revisionistas, que ninguém sabe e ninguém viu onde estão os documentos históricos que as registram, eram repetidas a torto e a direito, enquanto nunca vi nenhum daqueles professores sequer citar o discurso documentado do general Osório às suas tropas recém chegadas ao território paraguaio, quando declarou que a guerra do império era contra Solano e sua ditadura, não contra o povo e nação paraguaia, que deveriam ser respeitados.

Excessos houve, claro, como em toda guerra, mas isto foi dos dois lados, ou alguém acha que a indiada do lado de lá era muito boazinha?


Acauan, existe um abismo enorme entre a formação e a cultura de um professor de Ensino Fundamental, de Ensino Médio, Graduação e Pós.

O interesse, o envolvimento, os cursos de reciclagem, cursos de especialização. Parece não haver nem ligação entre alguns conteúdos.

Acho que é em parte devido à algo inerente á formação e à carreira profissional: professores de séries iniciais apenas despejam conteúdo, ficando desta forma desinteressados de buscar um modelo crítico, revisitado, pesquisa e debate ideológico. Eles ficam meio embotados mesmo. No segundo grau, há professores mais especializados, que lêem mais, porque a adolescência demanda questionamentos diferentes. Alguns alunos se diferenciam e assumem seu papel como centro do processo. O professor passa a ser apenas um facilitador.

Mesmo assim, confesso que a maioria dos professores de história seguem um marco referencial imposto pela escola ( nas suas limitações, e alguns professores se queixam de falta de liberdade para expandir discussões), e outros extrapolam a mediocridade.

Ao cabo disto, muito conteúdo fica sem ser visto, alguns sem ter o peso necessário e o professor do ano seguinte lava as mãos.
Quando chegamos na Universidade, os que seguem cursos de humanas, e tem disciplina de História, podem conseguir se situar melhor. Os demais, vão continuar com o que aprenderam na escola e aquilo que absorveram do amadurecimento político por conta própria. Mesmo que de forma equivocada , às vezes.

Também, é difícil que todos analisem a história com a mesma isenção, a mesma visão e muito menos tirem conclusões, porque isto é praticamente impossível. Nem tudo chega ao mesmo tempo, da forma e com o mesmo enfoque para todos.

A História é um pedaço da História (não lembro quem disse isto).


Endosso. Grande Post.

Apocaliptica

Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Eu fui vítima. E os livros do MEC ainda mostram coisas assim.


Queria que um destes livros de História do MEC explicasse porque o genocida Império do Brasil devolveu ao povo do Paraguai a soberania plena sobre a totalidade de seu território de antes da guerra, quando não havia nada que impedisse D. Pedro II de anexar todo aquele país se assim o quisesse, quando muito o retalhando com os aliados argentinos.

Só para comparar, quando os Estados Unidos derrotaram os mexicanos anexaram quase metade do território dos vencidos, inclusive a Califórnia, hoje a região mais rica do planeta.

Nós ainda demos metade de Itaipú para eles...


Porque aqui ficamos com remorso. Americano não sente remorso.

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Acauan
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Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Acauan »

Samael escreveu:Perfeito. Mas vale lembrar que as circunstâncias dos dois casos são diferentes também.


Do ponto de vista militar e político o Império do Brasil tinha condições muito mais favoráveis para anexar o Paraguai do que os Estados Unidos tinham para tomar territórios mexicanos.

O México fora derrotado militarmente, mas nem de longe haviam sido submetidos de modo sequer parecido com o que houve com o Paraguai, impossibilitado de esboçar a mínima resistência que fosse a qualquer decreto imperial neste sentido.

No mais, o poder regional mais próximo do Império era a Argentina, que não dispunha de força naval suficiente para confrontar o Império no Prata e quem dominasse o Prata dominava o Paraguai.

O fato é que tanto o presidente argentino Mitre quanto o imperador do Brasil não quiseram suprimir da existência o Estado e nação paraguaia, simplesmente porque acharam que não era justo, mesmo tendo a agressão partido do governo guarani.

E depois eles, Mitre e D. Pedro, é que são apresentados como vilões da História.
Editado pela última vez por Acauan em 06 Mar 2007, 19:15, em um total de 1 vez.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Apocaliptica

Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Apocaliptica »

Samael,

Obrigada! :emoticon1:

Apocaliptica

Re: Re.: A pobreza no mundo

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Samael escreveu:Perfeito. Mas vale lembrar que as circunstâncias dos dois casos são diferentes também.


Do ponto de vista militar e político o Império do Brasil tinha condições muito mais favoráveis para anexar o Paraguai do que os Estados Unidos tinham para tomar territórios mexicanos.

O México fora derrotado militarmente, mas nem de longe haviam sido submetidos de modo sequer parecido com o que houve com o Paraguai, impossibilitado de esboçar a mínima resistência que fosse a qualquer decreto imperial neste sentido.

No mais, o poder regional mais próximo do Império era a Argentina, que não dispunha de poder naval suficiente para confrontar o Império no Prata e quem dominasse o Prata dominava o Paraguai.

O fato é que tanto o presidente argentino Mitre quanto o imperador do Brasil não quiseram suprimir da existência o Estado e nação paraguaia, simplesmente porque acharam que não era justo, mesmo tendo a agressão partido do governo guarani.

E depois eles, Mitre e D. Pedro, é que são apresentados como vilões da História.


Das duas uma: Ou não somos bárbaros o suficiente, ou somos trouxas.

Trancado