emmmcri escreveu:Olhe para dentro de si mesmo amigo Gilgha.

Se olhar para dentro de mim mesmo, verei minhas entranhas, verei a máquina orgânica que me faz ser o que sou, uma máquina que nasce, vive, até o ponto em que falha e morre, nada mais, nada menos.
Não é nem um pouco poético, mas é a mais pura realidade.
E, para milhares de pessoas, a realidade nua e crua, é terrível demais, daí elas racionalizam da seguinte forma:
"Como a morte pode ser o fim de tudo? Eu, um ser humano, um ser sapiente, consciente, cuja espécie dominou o mundo, nego que a morte seja o fim, então busco respostas (por mais incríveis que sejam), para aliviar meu medo ante o inevitável fim."
Se é assim que vc pensa emocore, vai fundo, se vc se sente bem em acreditar que a morte não é o fim, que existe algo além dela e isso te faz viver melhor e ser feliz, então seja feliz.
Essa falsa felicidade não me atrai nem um pouco, minto, já houve uma época que me atraiu, mas percebí que querer acreditar insanamente que existe uma saída para o fim, me tolhia de viver intensamente cada segundo da minha vida.
Ora, se o fim é inevitável, e a morte e o esquecimento são meu único prêmio, por que motivo me obrigaria a me auto-escravizar seguindo parâmetros religiosos (que são totalmente dispares entre sí) que tentam controlar minha curta vida?
Se fazer sexo é bom, porque me restringir à faze-lo com uma única mulher e para poder fazer isso, ter que manter laços matrimoniais?
Se me alimentar é bom e me mantém vivo, por que motivo teria que render graças à um criador pelo alimento que conseguí pelo meu próprio suor e trabalho?
Sendo que, segundo vcs religiosos, devemos render graças ao deus ou deuses, pois a alimentação é uma dádiva dele.
Mas, pense um pouco mais, nós somos máquinas orgânicas que necessitam de alimento para nos mantermos vivos, se segundo vcs, deus nos fez assim, então não temos que agradecer pelo alimento, pois na verdade, o deus teria por obrigação nos fornecer alimento, não tendo então que receber graças por isso.
Percebe, o alimento então é uma obrigação imposta para nos manter vivos e não uma dádiva ou graça concedida pelo deus.
Na verdade, o que percebo tanto em vc quanto no fazedor de vídeos é que vcs acreditam que não somos felizes ao sabermos que a morte é o fim de tudo.
Mas é uma falsa impressão, pois justamente, por acreditar que não existe escapatória à morte, ao fim inevitavel e permanente, eu vivo intensamente cada segundo da minha curta vida.
Não tenho medo da morte, mas a respeito, pois sei que quando ela chegar, chega com ela o fim, o eterno esquecimento.
O que eu temo na verdade, é que ela chegue antes que eu possa ter feito tudo aquilo que quero fazer, antes de eu viver todas as experiências possíveis, antes que eu faça todas as viagens que quero, antes que eu termine todos os meus projetos, antes que eu veja meus netos.
Como não sei quando irei fazer parte das estatísticas, quando serei parte dos 56 milhões de pessoas que morrem todos os anos, procuro aproveitar ao máximo cada suspiro, cada segundo, procuro apreciar e celebrar a curta vida que tenho, procuro ver a beleza que é estar vivo, a beleza que é existir, a beleza que é amar, pois quando morrer, nada mais restará.
Poderei apenas viver por algum tempo após a morte, nas lembranças das pessoas que estão à minha volta, e quando elas também se forem, nem as lembranças que elas possuem sobre a minha pessoa, restarão.
Bom, acho que respondi tanto à vc quanto ao fazedordevídeo, que, pelo que parece, subiu pelas tamancas e rodou à baiana ao não receber as respostas que esperava, partindo pro ad hominem gratuitamente!
Se isso que sou é ser covarde, fazedordevídeo, então eu sou!
Não tenho vergonha nenhuma em admitir!
Eu Sou Gilghamesh!
Versão 4.6