Estudo do cérebro, aspectos orgânicos.

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Fedidovisk
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Estudo do cérebro, aspectos orgânicos.

Mensagem por Fedidovisk »

Segue um texto digitalizado, a respeito da visão de cérebro humano e seu funcionamento. Quem se interessar, posso digitalizar na íntegra, não o fiz pq da um trabalhão quando se trata de Lexmark...

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Estudos sobre neuroplasticidade levantam questões sobre a responsabilidade da cultura, do meio e da educação na constituição de indivíduos. Há influências também de aspectos orgânicos.

Por Mauro Muszkat

Todo conhecimento científico cria conceitos muito particulares sobre a maneira de encararmos a nós mesmos, nosso cérebro e o mundo que nos cerca. Somos ao mesmo tempo sujeito e objeto dessa observação. Além de modelos teóricos, a ciência construiu visões ideológicas do cérebro a respeito da visão do Universo.
As metáforas para o cérebro e para o desenvolvimento estão em constante recriação e mudança. Na concepção medieval, marcada pela valorização do espiritual e do secular, o eu não era separado do mundo. Sem ter o privilégio de ser o centro da psique, o cérebro era visto e interpretado como massa homogénea e amorfa, um reservatório onde a energia vital armazenada nos ventrículos cerebrais, através de fluidos e humores, era transmitida para o corpo por meio dos nervos. Além de ligar os quatro elementos universais- água, fogo, ar, terra -, esse fluxo de fluidos seria responsável por nosso temperamento e comportamento instintivo.
A emergência da visão racionalista, a partir do Renascimento — que coincidiu com a criação da perspectiva na pintura e com a convergência tonal e harmónica na música -, separa o eu (self) do espaço newtoniano que o circunda (ambiente) e apresenta o mundo do previsível, métrico e facetado, em suas relações múltiplas de causa e efeito. Essa visão teve seu apogeu em Descartes, no século XVII. Para o filósofo francês, o cérebro, considerado máquina e mecanismo, abrigaria em seu pequeno centro geométrico (a glândula pineal) a sede da alma, o fantasma na máquina. Tal qual um relógio que sincronizava nossas engrenagens como funções superiores independentes, o cérebro
cartesiano refletia e traduzia o mundo mecanicista e determinista do homem ocidental.
A passagem do dualismo entre corpo e alma proposto por Descartes para o reducionismo científico, que busca no cérebro todos os centros da vida psíquica, tem sua grande metáfora no século XIX com a frenologia. Para os frenologistas, o cérebro era compartimentalizado em várias áreas, abrigando desde as diferentes funções psíquicas aos comportamentos humanos mais sutis. Haveria uma localização cerebral específica até para o amor ao vinho e aos animais. Tal visão foi acentuada pela ideologia tecnicista que a partir da Revolução Industrial dominou o pen¬samento científico. O cérebro, centro de poderes de uma linha de montagem, rede de conexões fixas - como linhas telefónicas conectando por meio de fios (os neurônios) as distintas regiões cerebrais - com áreas de comando (executivas) e subalternas (automáticas), era reflexo dos modelos da sociedade industrial mecanizada, hierárquica e frenológica do início do século XX. O advento dos computadores ampliou a metáfora mecanicista do cérebro como grande e potente gerenciador cibernético. Neste modelo, a consciência e as funções psíquicas não passam de um filme sensorial no teatro cartesiano da mente, onde impressões são coletadas e armazenadas como um software por um eu (hardware) construído e gerenciado pelas próprias sensações.
Atualmente, depois do intenso desenvolvimento das neurociências e da ciência cognitiva, o cérebro passou a ser visto mais como um ecossistema que uma máquina. No cérebro ecológico, os próprios neurônios vivem em situação de competição e organização pelo estímulo e direcionamento do ambiente, num quase neodarwinismo neuronal, citando uma imagem do fisiologista Gerald Edelman. E o cérebro que não dicotomiza o que está fora daquilo que se auto-organiza/ cérebro autopoético orgânico, fluido e modular.
Nesse novo paradigma, a palavra de ordem é plasticidade os 35 mil genes associados ao cérebro confrontam-se os trilhões de sinapses sujeitas à modulação e à mediação ambientais. Há competição por substrato entre os vários neurônios, e as células neuronais se diferenciam dependendo da necessidade e do local em que se encontram com suficiente, diversidade e fluidez para fazer emergir uma mente autónoma e auto-reflexiva da própria estrutura cerebral e suas múltiplas conexões.

MENTE&CÉREBRO "Como o Cérebro Aprende" Edição Especial Nº 8
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Apocaliptica

Re.: Estudo do cérebro, aspectos orgânicos.

Mensagem por Apocaliptica »

Seria ....digitado?

:emoticon1:

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Fedidovisk
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Registrado em: 02 Mar 2007, 17:46

Re.: Estudo do cérebro, aspectos orgânicos.

Mensagem por Fedidovisk »

É escaneado, mas vem com um monte de erros... as vezes acho que seria até mais facil digitar... O programa de reconhecimento da Lexmark é horrivel pra certos documentos.

Achei interessante ressaltar esse aspecto de ecossistema.

Apocaliptica

Re: Re.: Estudo do cérebro, aspectos orgânicos.

Mensagem por Apocaliptica »

Fedidovisk escreveu:É escaneado, mas vem com um monte de erros... as vezes acho que seria até mais facil digitar... O programa de reconhecimento da Lexmark é horrivel pra certos documentos.

Achei interessante ressaltar esse aspecto de ecossistema.


Hum..lerei amanhã....agora não vai prestar.... :emoticon1:

Trancado