Apocaliptica escreveu:DaviDeMogi,
Por que excluiu?
Achei que tinha se passado muitas paginas pro comentario. Ainda mais fora de script!

Apocaliptica escreveu:DaviDeMogi,
Por que excluiu?
Najma escreveu:É machismo e é ruim de qualquer jeito...Mas eu ainda prefiro os que escancaram o machismo. Tudo que é dissimulado é ainda pior.
DaviDeMogi escreveu:Apocaliptica escreveu:DaviDeMogi,
Por que excluiu?
Achei que tinha se passado muitas paginas pro comentario. Ainda mais fora de script!
videomaker escreveu:Fabi , quando uma mulher deita com um homem seja lá qual o motivo, amor, só tezão, não interessa, ela acha que o resultado seria o que? se não filhos! se vc me convencer que o resultado seria outro...apoio o aborto incondicionalmente!
Fabi escreveu:Você já cometeu um erro?
Alexandre escreveu: É normal cometer um erro. Repetir o erro 12 vezes é que é burrice.
Desnecessária e fora do contexto a observação do caso dessa menina. Mas você tem muito crédito comigo, não se preocupe.
Apocaliptica escreveu:Olha, não vejo porque não entendeu minha intenção, embora eu tenho explicado. Não te conheço o suficiente e sei que muitas pessoas apelam para o fato de que a questão da idade (no caso crianças vítimas de estupro) não precisarem constar da lei , porque elas não engravidam. Então eu citei. Qual o problema?
Em suma. NINGUÉM MAIS ALÉM DOS ENVOLVIDOS podem (...)Aqui cabe uma correção gramatical. O correto é pode, no singular. Ex: "Ninguém mais pode..."
Totalmente irrelevante na discussão. Mas eu queria escrever APENAS OS ENVOLVIDOS podem, mexi no início e o verbo ficou lá.
Calma, Apocaliptica...Não posso comentar nada contigo fora do script? Não sabia disto...
Apocaliptica escreveu:
Ou seja, todas as hipóteses defendidas por você, já estão, direta ou indiretamente previstas em lei. Se suas prerrogativas em defesa do aborto são somente as citadas acima, não tem do que se queixar...
Apocaliptica escreveu:De onde você tirou que eu me queixo da Lei,(...)
Não sei.
Apocaliptica escreveu:Então tá.
(...)se eu nem a li na íntegra e cada um diz uma coisa sobre ela?
Na dúvida, acredite em mim.
Apocaliptica escreveu:Não conheço teu currículo e nem tuas credenciais. Se é da área, me resumo a observar as discussões e discordâncias entre os juristas de plantão por aqui. E suas concordâncias, obviamente. Mas posso aceitar mais de ti do que de quem não é da classe.
Eu me queixo aqui no debate das posições moralistas e machistas aviltantes e irresponsáveis, além de acusatórias,(...)
Eu não vejo dessa forma, mas você tem lá sua razão.
Apocaliptica escreveu:Eu vejo, como mulher. O que é um direito meu.
(...)E QUE SÃO CONTRA INCLUSIVE O QUE JÁ CONSTA NA LEI.
Então não dê ouvidos a eles. Eu estava em dúvida em relação a sua posição prática sobre o assunto, já que suas opiniões têm um embasamento emocional muito grande.
Apocaliptica escreveu:Emocional e racional, mas nunca ideológico, o que se tem visto aqui. Gente em cima do muro da ideologia.
Huxley escreveu:
A justificativa do critério que referi já foi dado e é muito simples.Devemos procurar o que diferencia um ser senciente de um ser não-senciente.O critério da consciência põe um ponto final nesta questão.Porque será que a maioria das pessoas acha que matar um animal é crime, enquanto é praticamente aceito que não é imoral abortar um bebê anencéfalo ou arrancar um pé de capim? A resposta é óbvia.
Claro, no caso do bebê anencéfalo irá se dizer. “O bebê não é uma vida humana em potencial.Ele morrerá poucos segundos depois do parto.”
A premissa neste caso é: O feto é, em potência, um ser humano; Premissa b: Todos os seres humanos, mesmo os seres humanos em potência, têm direito à vida; Conclusão: O feto tem.direito à vida. *
Essa questão foi rebatida de forma brilhante pelo filósofo português Pedro Madeira:
"(...) é, de qualquer modo, falso que, se um ser tem potencialmente um direito, então tem, efectivamente, esse direito. Enquanto cidadão português, sou potencialmente presidente da República; o presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas; no entanto, daí não se segue que eu seja agora o Comandante Supremo das Forças Armadas. Poderá ser objectado que estou simplesmente a fugir à questão: a analogia não funciona — o feto tem o direito à vida desde a concepção, mas eu só adquirirei o estatuto de Comandante Supremo das Forças Armadas caso venha a ser eleito Presidente da República. O problema com esta objecção é que foge, ela própria, à questão! Se estivéssemos desde logo a partir do princípio de que o feto tem o direito à vida desde a concepção, então para que é que precisaríamos de invocar o estatuto de potencialidade do feto?”
Em "Argumentos sobre o aborto":
http://criticanarede.com/aborto1.html
Acauan escreveu:Toda esta "brilhante" argumentação se esfarela diante de um simples questionamento.
Por que o direito do feto à vida é apenas potencial?
Por que o filósofo português Pedro Moreira, do alto de sua divina autoridade assim decretou?
Huxley escreveu:A “analogia original” é inválida porque ela não faz distinção entre potencialidade no sentido forte e potencialidade no sentido fraco.Os dois casos que mostrei, é uma omissão, num sentido forte, de se evitar uma morte.Ambos indivíduos nas duas analogias, são pessoas potencialmente mortas, num sentido forte.Por isso ambas analogias que citei são válidas.Veja a primeira. Se nós vamos passando na estrada e vemos uma pessoa atropelada no chão, temos o dever de a ir ajudar.Não importa se a culpa do atropelamento não foi nossa.Se a pessoa que presenciou o atropelamento tem um telefone a disposição e nada faz (sequer liga para o telefone da ambulância), então isso caracteriza uma omissão de socorro. Logo, o simples fato de a mulher não ter gerado o feto voluntariamente em caso de estupro, não chega para justificar a permissibilidade do aborto em caso de estupro, pelo menos para quem defende que o aborto é um crime.O caso da não-assistência a uma criança faminta é uma omissão, num sentido fraco, de se evitar uma morte.O simples fato que uma criança esteja faminta não implica que ela irá morrer ou que envio de uma cesta básica salvará sua vida de forma semelhante a prestação de socorro de uma pessoa que está agonizando numa beira de estrada devido a uma forte hemorragia provocada pelo ferimento de um atropelamento.
A situação da mulher que aborta é pior.Poderia argumentar-se até que a mãe não apenas omite a salvação da criança.Poderia-se dizer até que ela é a responsável direta pela morte do feto, já que ela poderia evitar esse “homicídio” apenas se alimentando bem e tomando alguns cuidados com sua própria saúde, além de executar a nada difícil tarefa de não pisar numa clínica de aborto.
Acauan escreveu:Mais retórica.
Minha abordagem da não aplicação do preceito de omissão de socorro no exemplo citado é juridicamente válido, assim como a analogia com a isenção de responsabilidade da gestante em caso de aborto por motivo de estupro.
A contra-argumentação se sustenta em definições criadas exclusivamente para sustenta-la (isto forte, aquilo fraco e coisas tais), sendo portanto apenas outro raciocínio circular.
Najma escreveu: Acauan...
A droga é que eu só me lembro que detesto quotes quando a troca de postagens já está deste tamanho...![]()
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Acauan escreveu:Najma escreveu: Acauan...
A droga é que eu só me lembro que detesto quotes quando a troca de postagens já está deste tamanho...![]()
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Os quotes são um problema menor.
Relevante nesta discussão é o quanto mulheres se ressentem de os homens não demonstrarem empatia com suas motivações para apoiar o aborto.
A associação que fazem, simples e direta, é que homens não demonstram empatia por ser homens, logo nossas posições teriam motivação machista (e moralista).
Demorei para perceber esta conotação, obviamente por ser homem, o que pode ser tomado como comprovação da proposta acima.
Eu precisaria reler todos os posts deste tópico e identificar a dinâmica que a certa altura produziu duas leituras completamente opostas do tema, a masculina racional e a feminina empática, sem dar conotações pejorativas à esta.
O problema é que as mulheres identificaram esta dinâmica intuitivamente e condenaram os homens justamente por ser incapazes de acompanhá-las sincronicamente nisto.
Que os homens que apóiam o aborto não se sintam superiores. Provavelmente suas dinâmicas de apreensão são idênticas à dos que são contra, contando os male-pró com apoio feminino apenas por questões de condescendência e gratidão.
É como falar em corda em casa de enforcado. Possivelmente o homem só perceberá a gafe quando a mulher lhe der uma bronca ao chegar em casa.
Apocaliptica escreveu:Alexandre,
Cara...tá parecendo conversa de buteco isto aqui...mas na falta de um de verdade agora à noite vamos lá...![]()
Apocaliptica escreveu:1. Não pautei nada por 1 comentário apenas. Insisto em dizer que só exemplifiquei como uma nota de cabeçalho de qualquer livro que você já deve ter lido. É só um comentário paralelo. Nem acredito que você está querendo me explicar qie aborto é um caso sério. Mas deixa prá lá.
Apocaliptica escreveu:2.Não brica que você pegou o meu comentário e devolveu?? Nem tinha percebido...
E 2+2=4.
Apocaliptica escreveu:3. Se estuda Direito Constitucional por apostilas e pretende fazer vestibular para Direito no próximo semestre, estamoa mais ou menos na mesma base. Também pretendo pedir reingresso na PUC ( onde sou formada e pós-graduada) para cursar Direito. Seremos colegas! Então mais um motivo para eu confiar tanto nas tuas afirmações quanto na qualquer um que leia e estude um poucio a respeito, nçao mais e nem menos.![]()
Apocaliptica escreveu:4. Não cabe a comparação. Cotas são entrar pela porta dos fundos para se beneficiar de algo que todos teriam os seus motivos, menos baseado na cor da pele, o que é um absurdo.
Não compare com uma mulher que está gerando uma vida e precisa tomar uma decisão em eliminar o embrião ou não. Mulheres são as únicas que passam por isto. E representam metade da população.
Negros são apenas um pequena parcela que não representa nada a não ser cor de pele diferente.
São causas com objetivos muito diferentes.
Comparação obtusa, Alexandre...
Apocaliptica escreveu:5.Infanticídio se caracteriza por 2 coisas: a morte é do neonato. E é assim considerada pois executada apenas pela mãe e mais ninguém.
O aborto despenalizado é feito por médico, legalmente e para que as mulheres parem de morrer em clínicas clandestinas. E também para que não se sintam criminosas, além do peso que já existe pelo fatos nada naturais e nem suportáveis de alguns tipos de gestação.
Sua comparação é descabida.
O livre arbítrio é discutível até em sua definição e nem concordo que ele exista. Não temos domínio total sobre os acontecimentos de nossas vidas. Muitas coisas concorrem para nossas escolhas. Um bebê dentro da barriga é totalmente dependente de todas as vontades de sua mãe, isso é da natureza, senão sairia da barriga após a fecundação. Todos os atos acerca da vida do bebê como embrião e feto, são de responsabilidade da mãe, quer queiram ou não. SE a mãe não tiver condições de decidir, há uma hierarquia em grau de responsabilidades acerca de todos os atos constitucionais que envolvem a gestante. Mesmo depois de nascido e até alcançar faixas etárias (12 anos para algumas coisas, 14 , 16 e 18 para outras escolhas) ,as decisões são de responsabilidade dos responsáveis legais pela criança. A responsável primeira sempre é a mãe. Para algumas coisas, pai e mãe, SE ele existir, for capaz e presente.Isto está na Lei. Eu não inventei.
Apocaliptica escreveu:6. Eu nunca afirmei que sou contra o nascimento generalizado de crianças a torto e a direito.
E nunca afirmei que o motivo seria a sociedade não ter condições de ampará-la.
Apocaliptica escreveu:A sociedade não vai fazer nada mesmo. Alguém até pode querer adotar esta criança em especial. Mas isto é outro assunto, a adoção no Brasil é difícil, burocrática e a maioria das crianças sequer é aceitada.
Apocaliptica escreveu:A despenalização do aborto nada tem a ver com isso. Já foi falado aqui trezentas vezes qual o seu objetivo. Nego-me a repetir tudo de novo.
E não viaje com neo-malthusianismos, tá me parecendo que você tá querendo achar pêlo em ovo. E claro que só pode ser ironia.
Najma escreveu:Traduzindo e trazendo à realidade brasileira: a legalização do aborto não poderia significar um decréscimo na criminalidade dos morros cariocas, nas favelas de SP, no número de meninos de rua e outros problemas que o descaso com a educação dos filhos pode resultar? Teríamos que pagar pra ver. Não que esse estudo seja totalmente aceito como verdade mas pelo menos é verossímil.
...
Ainda extraído do mesmo texto: ...
John Hagelin, Ph.D em Harvard, pesquisador do CERN, laboratório europeu de pesquisa de partículas, pesquisador da unificação de campos quânticos na faculdade de Stanford, descobridor da super-simetria, que gerou a teoria da grande unificação dos campos, demonstrou estatisticamente que uma meditação feita por 4000 pessoas na capital dos Estados Unidos baixou em 18% o crime violento na cidade.
Najma escreveu:Bem... eu penso assim: SE uma família bem estruturada deseja comportar 20 filhos e SE esta mesma família não for depender da caridade do restante da comunidade para sobreviver, eu sou a favor de que tenham seus 20 filhos e sejam felizes.A questão é que as 20 crianças, se geradas debaixo de pontes, vão para as ruas e os demais problemas associados a isso acontecem naturalmente, como uso de drogas, latrocínios, ou mais vítimas da indústria de prostituição infantil...
Najma escreveu:Bem, se o problema reside no fato do Brasil não ser uma Suiça, eu até concordo. Mas a questão humanitária que está sendo legada a último plano, existe. Mulheres pobres que querem abortar, têm de recorrer a fazedoras de anjos no arame e o restante da história nós já conhecemos...![]()
Najma escreveu:No entanto, pretender que um óvulo recém fecundado já seja considerado um ser humano e não apenas o potencial de vir a ser humano, não é desonestidade, certo?
Najma escreveu: Sem generalizar, Acauan. Um filho abortável não é desejável ou não haveria sequer o desejo de abortá-lo, certo? Pais que surram seus filhos até a morte podem alegar possessão demoníaca mas o fator "indesejado" está presente na educação desse filho ou ele não seria maltratado e isso independe das posses. Estou falando do desejo de ter um filho ou de abortá-lo caso seja uma gestação que "aconteceu" mas que foi a termo por falta de coragem de abortar na esquina. E isso, vale ressaltar, à exceção de gente louca mediante atestado psiquiátrico, que não deveria ser deixada sem camisa de força e muito menos ter filhos. Mas aí é outra questão.
Najma escreveu: Estou falando ainda na liberdade de escolha entre ter um filho ou não e não em ordens expressas e emitidas pelo governo que decrete quem pode ou quem não pode ter filhos. A decisão entre tê-los ou não, caso os métodos contraceptivos tenham falhado, deveria caber aos pais se não puder caber exclusivamente à mãe...
Najma escreveu: Manter às custas da caridade alheia... Tem gente sem vergonha na cara sim mas também não pretendo idealizar a pobreza dessa forma tão abjeta. Eu penso que se for dada a opção entre controlar o número de nascimentos de filhos debaixo de pontes, a mulher que tem que abrir as pernas pro marido bêbado vai agradecer imensamente por não ter que emendar uma gestação na outra a cada 10 meses...
Acauan escreveu:Nossos atos têm conseqüências e estas conseqüências implicam em responsabilidades das quais nem sempre é possível fugir.
Acauan escreveu:Najma escreveu:Traduzindo e trazendo à realidade brasileira: a legalização do aborto não poderia significar um decréscimo na criminalidade dos morros cariocas, nas favelas de SP, no número de meninos de rua e outros problemas que o descaso com a educação dos filhos pode resultar? Teríamos que pagar pra ver. Não que esse estudo seja totalmente aceito como verdade mas pelo menos é verossímil.
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Ainda extraído do mesmo texto: ...
Lígia, você e eu sabemos o que é correlação espúria, logo não percamos tempo com a parte teórica e partamos para um exemplo ilustrativo:
John Hagelin, Ph.D em Harvard, pesquisador do CERN, laboratório europeu de pesquisa de partículas, pesquisador da unificação de campos quânticos na faculdade de Stanford, descobridor da super-simetria, que gerou a teoria da grande unificação dos campos, demonstrou estatisticamente que uma meditação feita por 4000 pessoas na capital dos Estados Unidos baixou em 18% o crime violento na cidade.
Merecidamente Hagelin foi laureado com o Prêmio Ignobel da Paz de 1994 por esta pesquisa.
Qualquer pessoa que saiba o mínimo sobre estatística sabe o quanto é temeroso estabelecer relações de causa e efeito entre eventos muito distantes entre si. Dizer que análises estatísticas demonstraram que abortos reduziram os crimes que seriam cometidos pelos abortados quinze a vinte anos depois pode ser convincente para quem lê análises estatísticas como lê o horóscopo, ou seja, aceita as conclusões sem se perguntar muito como se chegou a elas.
Acauan escreveu:Najma escreveu:Bem... eu penso assim: SE uma família bem estruturada deseja comportar 20 filhos e SE esta mesma família não for depender da caridade do restante da comunidade para sobreviver, eu sou a favor de que tenham seus 20 filhos e sejam felizes.A questão é que as 20 crianças, se geradas debaixo de pontes, vão para as ruas e os demais problemas associados a isso acontecem naturalmente, como uso de drogas, latrocínios, ou mais vítimas da indústria de prostituição infantil...
Logo, a parte que nos cabe individualmente se limita a não termos vinte filhos e envia-los para debaixo da ponte.
Acauan escreveu:Najma escreveu:Bem, se o problema reside no fato do Brasil não ser uma Suiça, eu até concordo. Mas a questão humanitária que está sendo legada a último plano, existe. Mulheres pobres que querem abortar, têm de recorrer a fazedoras de anjos no arame e o restante da história nós já conhecemos...![]()
Elas não TEM que recorrer. OPTAM por recorrer, o que é muito diferente.
Acauan escreveu:Najma escreveu:No entanto, pretender que um óvulo recém fecundado já seja considerado um ser humano e não apenas o potencial de vir a ser humano, não é desonestidade, certo?
Certo, desde que nenhuma afirmação taxativa seja feita.
A incerteza vale tanto para os que decretam que óvulo fecundado é humano quanto para os que o reduzem a potencialmente humano, dado que ambos carecem de provas definitivas baseadas em critérios universalmente aceitos que referendem suas afirmações.
Acauan escreveu:Najma escreveu: Sem generalizar, Acauan. Um filho abortável não é desejável ou não haveria sequer o desejo de abortá-lo, certo? Pais que surram seus filhos até a morte podem alegar possessão demoníaca mas o fator "indesejado" está presente na educação desse filho ou ele não seria maltratado e isso independe das posses. Estou falando do desejo de ter um filho ou de abortá-lo caso seja uma gestação que "aconteceu" mas que foi a termo por falta de coragem de abortar na esquina. E isso, vale ressaltar, à exceção de gente louca mediante atestado psiquiátrico, que não deveria ser deixada sem camisa de força e muito menos ter filhos. Mas aí é outra questão.
Dentro da realidade brasileira, se o aborto for legalizado é mais provável meninas de classe média e alta recorrendo a clínicas particulares autorizadas do que grávidas pobres tendo a disposição este serviço gratuito no sistema público de saúde no tempo legal permitido.
Acauan escreveu:Najma escreveu: Estou falando ainda na liberdade de escolha entre ter um filho ou não e não em ordens expressas e emitidas pelo governo que decrete quem pode ou quem não pode ter filhos. A decisão entre tê-los ou não, caso os métodos contraceptivos tenham falhado, deveria caber aos pais se não puder caber exclusivamente à mãe...
Nossos atos têm conseqüências e estas conseqüências implicam em responsabilidades das quais nem sempre é possível fugir.
Acauan escreveu:Najma escreveu: Manter às custas da caridade alheia... Tem gente sem vergonha na cara sim mas também não pretendo idealizar a pobreza dessa forma tão abjeta. Eu penso que se for dada a opção entre controlar o número de nascimentos de filhos debaixo de pontes, a mulher que tem que abrir as pernas pro marido bêbado vai agradecer imensamente por não ter que emendar uma gestação na outra a cada 10 meses...
A cadeia de relações de causa e efeito associadas a este cenário é muito mais complexa do que a proposta de que falta apenas o aborto para que tudo acabe bem.
Atila escreveu:Como ficou entao a questao da humanidade do feto?
Atila escreveu:Se o feto for ontologicamente tao humano como um adolescente (que também está em formaçao)... entao que se assuma que a vida do feto é menos importante que a liberdade da mulher de nao ser mae... e que se aceite isto.
Atila escreveu:OK...
seria preciso mais objectividade para decidir.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Acauan escreveu:Nossos atos têm conseqüências e estas conseqüências implicam em responsabilidades das quais nem sempre é possível fugir.
Eu me considero um entusiasta intransigente da Liberdade. Posso nao ter o talento dos seus maiores defensores, reconheco, mas faco o que posso, e imagino que amo tanto a Liberdade quanto eles. Acho que a Liberdade e o Bem maior, e que devemos lutar sempre por ela, ora com palavras, ora com acoes. E sempre justo lutar pela Liberdade.
O problema reside no fato de que muitas pessoas distorcem o conceito de Liberdade para uma autorizacao para que as pessoas facam o que quiserem sem assumir as devidas responsabilidades sobre seus atos. Nunca nenhum dos grandes defensores da liberdade propos algo assim. Atribuir a palavra Liberdade para o que e na verdade um retorno a barbarie, a lei do mais forte, ao faca o que que tiver vontade pois "tudo e a Lei", uma pregacao mascarada da violencia.
No caso em questao, a liberdade da mulher (e do homem tambem) reside no fato de que nem o Estado nem ninguem deve obriga-la a fazer ou deixar de fazer sexo, com essa ou aquela pessoa, ou usar ou nao preservativos ou outros metodos contraceptivos. Quando essa liberdade for infringida, devem-se perseguir os culpados e puni-los com rigor.
Mas a partir do momento que ela (ou ele) se permite usufruir dessas liberdades de forma arriscada, por qualquer motivo que lhes pareca justo, ela deve saber que caso crie uma responsabilidade ela nao podera fugir dela, sobre tudo numa forma hibrida de infantilidade e violencia. Isso e imoral.
A imoralidade nao reside em praticar ou nao sexo, com ou sem protecao. A imoralidade reside em destruir as responsabilidades criadas por uma conduta arriscada de forma covarde.
Permitir os abortos contraceptivos e dar esse aval para imoralidade, para a conduta irresponsavel e para uma das formas mais covardes de agressao. E mesmo que o teor emocional fale muito alto nessas horas, e que a carga sobre a mae seja muito pesada, isso apenas pode atenuar a gravidade de seu crime, mas nunca autoriza-la a comete-lo.
E quando as pessoas evocam o nome Liberdade para defender esse "direito" de brutalizar, sinto um profundo mal estar por todos aqueles que lutaram por definir e defender a Liberdade com todas as suas armas, desde aqueles grandes nomes que batalhavam nas instancias intelectuais ate os anonimos que pereceram nos muitos campos de batalha onde se tiveram de se enfrentar contra seus inimigos.
Seus inimigos hoje portam o seu nome e se escondem nas suas fileiras, mas o Mal pretendido e sempre o mesmo, e sempre o mais longe possivel da verdadeira Liberdade.