E alguns dirão: Como impingí-la? Liberdade de culto e de religião são direitos garantidos por lei. E cada um que opte pela confissão de fé que assim desejar.
A questão é que no âmbito da família e dos grupos afins, por mais bem intencionados no bem comum de seus entes, nos valores de bom alvitre, no amor e na concórdia, há crianças.
Crianças não estão comprometidas com coisa alguma que não seja suas necessidades básicas e direitos ( a elas garantidos por lei também ). São seres humanos propensos à recepção ampla e não preconceituosa de informações, conhecimento, e noções sobre o mundo e sobre si mesmas. Este processo auxilia na construção da identidade própria, na capacidade de empatizar e de compreender e fazer relações. E elas têm este direito. Não nos cabe negá-lo.
A noção de liberdade de pensamento deve estar presente em todo aprendizado. O direito à escolha, mesmo pré- existente, é uma questão relativizada na sociedade. Já houve tempo emque crianças eram criadas totalmente afastadas do convívio dos pais e irmão mais velhos, ficando sua educação nos primeiros anos, a cargo de damas, escravas e tutores. Assim, aprendiam as noções primeiras com aqueles a quem lhes era confiada a educação.
Mas as coisas mudaram. Agora temos contato mais direto e íntimo, emotivo, intelectual e dinâmico com nossas crianças. Mesmo em épocas de falta de tempo, com nossos pequenos sendo entregues à babás, avós e escolinhas, há muito mais participação da criança na vida cotidiana.
Estive pensando nos direitos individuais destes nossos filhos.
E na sua capacidade de assimilação da realidade.
E de nossa responsabilidade acerca dessa tarefa.
E pergunto: a criança PRECISA ter desde sempre noções de fé e religiosidade, praticar o pensamento filosófico sobre a religiosidade ou algum tipo de pensamento místico? E PRECISA freqüentar o ambiente religioso, assim como o faz com outras instituições, como a escolar ( não esqueçamos que até os 6 anos, ninguém obriga as crianças a freqüentar a escola. A conselha-se que conviva com outras crianças, para que desenvolva uma senso social e de compartilhamento, assim como a empatia).
Sabemos que a fantasia é de suma importância nos primeiros anos de vida, fazendo parte quase instintiva do imaginário infantil,para a elaboração de seus desejos e medos.
Mas o pensamento mágico deve acompanhar a noção de realidade, sob pena de acompanhar o adulto pela vida afora, caso não consiga se desligar dele no discernimento do que é real ou fantasioso.
Pensei nisto ao ver algumas obras, fotos e imagens, que retratam de forma quase divina, a alma infantil vista pela mente dos que imaginam ou defendem que a fé e a religião estão encravados na natureza e na gênese do pensamento humano.
É certo atribuir às crianças algum caráter místico e religioso pré-existente?
A meu ver as crianças vêm sendo usadas e violadas em sua inocência. Porque não sabem distinguir. Se não sabem e só vão poder decidir sobre coisas tão complexas muito mais tarde, por que usurpar de tanto tempo de suas preciosas horas com proselitismo e lavagem cerebral?




Como explicar às crianças , por exemplo, por que Deus as deixa sofrer? Quando lhes toma a inocência tão cedo e mostra a dura realidade? É assim que o mundo dos que têm fé na bondade superior e divina pode ser:




De que serve olhar para cima? Para tentar descobrir onde estaria o ser superior que dita a disciplina e as regras? Mas não explica nada de forma coerente e justa?


Isto é justo?


A foto abaixo é grande demais...por favor, abram o link para vê-la.
http://trinitychapelag.org/files/Missio ... ildren.JPG


Em torno da Bíblia:

Trabalho de Escola:
