Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
- Fernando Silva
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Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
"O Globo" 22/03/07
Escravidão em branco e preto
DEMÉTRIO MAGNOLI
Há duzentos anos, em 25 de março, William Wilberforce venceu, e seu projeto de abolição do comércio de escravos recebeu o selo do trono britânico. Naquele momento, começou o longo declínio do tráfico internacional de seres humanos.
O cristão evangélico Wilberforce se ergueu sobre os ombros de Thomas Clarkson, o fundador, em 1787, da Sociedade para a Abolição da Escravatura, e dos quakers, pioneiros do movimento abolicionista.
Incansável, Clarkson descerrou o véu da hipocrisia sob o qual se ocultava o horror. Ele obrigou uma opinião pública de sensibilidades tecidas pela filosofia das Luzes a encarar a sua própria imagem, refletida no espelho dos porões dos navios negreiros.
Os abolicionistas ingleses venceram, mas não sozinhos. Em 1791, explodiu a revolução dos escravos, no Haiti de Toussaint L’Ouverture. Os revolucionários derrotaram as tropas coloniais francesas, as forças invasoras britânicas e, em 1804, emanciparam meio milhão de escravos. Os parlamentares aprovaram o projeto de Wilberforce coagidos pelo medo, tanto quanto pela vergonha.
O tráfico e a escravidão continuam reverberando. O escritor moçambicano Mia Couto relata uma visita aos EUA de Honória BailorCaulker, uma senhora africana, presidente da câmara do povoado de Shenge, na Serra Leoa.
Convidada a discursar, ela subiu ao palco, cantou “Amazing Grace” e, após demorada pausa, informou à platéia que o célebre hino religioso foi composto por um filho da escravatura, descendente de uma família que deixou Shenge.
A platéia explodiu em aplausos comovidos, mas Honória os interrompeu e indagou se a homenageavam como símbolo do sofrimento de milhões de escravos. Diante da resposta uníssona, atalhou: “Pois eu não sou descendente de escravos. Nem eu nem o autor do hino.
Somos, sim, descendentes de vendedores de escravos. Meus bisavós enriqueceram vendendo escravos.” Os europeus, como regra, não caçavam africanos, mas os adquiriam na segurança de suas fortalezas costeiras.
A carga humana era fornecida pelos reinos negreiros, alguns muito poderosos, como o Estado ashanti, da Costa do Ouro, que cobrava aluguel dos traficantes europeus pelo uso das fortalezas e mantinha parte dos cativos como serviçais domésticos de seus chefes.
Em 1872, bem depois do encerramento do tráfico atlântico, o soberano ashanti Zey dirigiu uma carta ao rei da Inglaterra solicitando a retomada do comércio de escravos.
Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma “amnésia geral sobre a escravidão”. O interdito, vigente em diversos países africanos, não decorre apenas das conveniências de elites clânicas ligadas por escassas gerações ao negócio do tráfico.
Antes de tudo, ele protege uma imagem da África consagrada pelos “pais fundadores”.
Essa imagem não nasceu na África, mas entre os intelectuais que inventaram o panafricanismo, como o americano W.E.B. Du Bois (1868-1963) e o jamaicano Marcus Garvey (1887-1940). Homens de seu tempo, eles interpretaram a história sob o prisma das raças e, sem conhecer o caleidoscópio africano, ergueram a bandeira da Nação África, cuja unidade repousaria no antagonismo com a figura do branco escravista e imperialista.
A narrativa racial da vitimização, fabricada na diáspora, migrou para a África por meio dos líderes das lutas anticoloniais, transfigurando-se depois em verdade de Estado: europeus escravizam africanos, mas africanos não escravizam africanos.
Fora da África, entre intelectuais e ativistas dos movimentos negros, a “amnésia” assume formas mais complexas.
O antropólogo Kabengele Munanga, da USP, ao distinguir a escravidão tradicional nas sociedades africanas do escravismo mercantil no sistema capitalista, passa ao largo da evidência de que a norma da desigualdade que sustentava a primeira também propiciou a associação entre os reinos negreiros e o tráfico europeu.
Já Nei Lopes, autor de um “Dicionário Escolar Afro-Brasileiro”, não está interessado em distinções sociológicas, mas unicamente num curioso cotejo das responsabilidades de “europeus” (leia-se “brancos”) e “africanos” (leia-se “negros”), que o leva a concluir que os primeiros “corromperam” os segundos.
A reconstituição ideológica da história do comércio de gente busca inspiração nos conceitos perigosos de culpa e de raça, que servem para abrir as portas das políticas de “reparação”.
A escravidão não é evocada a fim de iluminar o sistema que convertia seres humanos em mercadoria, mas para restaurar o princípio da divisão racial da humanidade. É o inverso do que fizeram o revolucionário L’Ouverture e o reformador Clarkson, separados por um oceano e pela cor da pele, mas unidos em torno do princípio da igualdade.
Escravidão em branco e preto
DEMÉTRIO MAGNOLI
Há duzentos anos, em 25 de março, William Wilberforce venceu, e seu projeto de abolição do comércio de escravos recebeu o selo do trono britânico. Naquele momento, começou o longo declínio do tráfico internacional de seres humanos.
O cristão evangélico Wilberforce se ergueu sobre os ombros de Thomas Clarkson, o fundador, em 1787, da Sociedade para a Abolição da Escravatura, e dos quakers, pioneiros do movimento abolicionista.
Incansável, Clarkson descerrou o véu da hipocrisia sob o qual se ocultava o horror. Ele obrigou uma opinião pública de sensibilidades tecidas pela filosofia das Luzes a encarar a sua própria imagem, refletida no espelho dos porões dos navios negreiros.
Os abolicionistas ingleses venceram, mas não sozinhos. Em 1791, explodiu a revolução dos escravos, no Haiti de Toussaint L’Ouverture. Os revolucionários derrotaram as tropas coloniais francesas, as forças invasoras britânicas e, em 1804, emanciparam meio milhão de escravos. Os parlamentares aprovaram o projeto de Wilberforce coagidos pelo medo, tanto quanto pela vergonha.
O tráfico e a escravidão continuam reverberando. O escritor moçambicano Mia Couto relata uma visita aos EUA de Honória BailorCaulker, uma senhora africana, presidente da câmara do povoado de Shenge, na Serra Leoa.
Convidada a discursar, ela subiu ao palco, cantou “Amazing Grace” e, após demorada pausa, informou à platéia que o célebre hino religioso foi composto por um filho da escravatura, descendente de uma família que deixou Shenge.
A platéia explodiu em aplausos comovidos, mas Honória os interrompeu e indagou se a homenageavam como símbolo do sofrimento de milhões de escravos. Diante da resposta uníssona, atalhou: “Pois eu não sou descendente de escravos. Nem eu nem o autor do hino.
Somos, sim, descendentes de vendedores de escravos. Meus bisavós enriqueceram vendendo escravos.” Os europeus, como regra, não caçavam africanos, mas os adquiriam na segurança de suas fortalezas costeiras.
A carga humana era fornecida pelos reinos negreiros, alguns muito poderosos, como o Estado ashanti, da Costa do Ouro, que cobrava aluguel dos traficantes europeus pelo uso das fortalezas e mantinha parte dos cativos como serviçais domésticos de seus chefes.
Em 1872, bem depois do encerramento do tráfico atlântico, o soberano ashanti Zey dirigiu uma carta ao rei da Inglaterra solicitando a retomada do comércio de escravos.
Yaw Bedwa, da Universidade de Gana, diagnostica uma “amnésia geral sobre a escravidão”. O interdito, vigente em diversos países africanos, não decorre apenas das conveniências de elites clânicas ligadas por escassas gerações ao negócio do tráfico.
Antes de tudo, ele protege uma imagem da África consagrada pelos “pais fundadores”.
Essa imagem não nasceu na África, mas entre os intelectuais que inventaram o panafricanismo, como o americano W.E.B. Du Bois (1868-1963) e o jamaicano Marcus Garvey (1887-1940). Homens de seu tempo, eles interpretaram a história sob o prisma das raças e, sem conhecer o caleidoscópio africano, ergueram a bandeira da Nação África, cuja unidade repousaria no antagonismo com a figura do branco escravista e imperialista.
A narrativa racial da vitimização, fabricada na diáspora, migrou para a África por meio dos líderes das lutas anticoloniais, transfigurando-se depois em verdade de Estado: europeus escravizam africanos, mas africanos não escravizam africanos.
Fora da África, entre intelectuais e ativistas dos movimentos negros, a “amnésia” assume formas mais complexas.
O antropólogo Kabengele Munanga, da USP, ao distinguir a escravidão tradicional nas sociedades africanas do escravismo mercantil no sistema capitalista, passa ao largo da evidência de que a norma da desigualdade que sustentava a primeira também propiciou a associação entre os reinos negreiros e o tráfico europeu.
Já Nei Lopes, autor de um “Dicionário Escolar Afro-Brasileiro”, não está interessado em distinções sociológicas, mas unicamente num curioso cotejo das responsabilidades de “europeus” (leia-se “brancos”) e “africanos” (leia-se “negros”), que o leva a concluir que os primeiros “corromperam” os segundos.
A reconstituição ideológica da história do comércio de gente busca inspiração nos conceitos perigosos de culpa e de raça, que servem para abrir as portas das políticas de “reparação”.
A escravidão não é evocada a fim de iluminar o sistema que convertia seres humanos em mercadoria, mas para restaurar o princípio da divisão racial da humanidade. É o inverso do que fizeram o revolucionário L’Ouverture e o reformador Clarkson, separados por um oceano e pela cor da pele, mas unidos em torno do princípio da igualdade.
- RicardoVitor
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ótimo texto... O coitadismo defendido pela militância negra não faz sentido sob nenhuma perspectiva, de fato.
Logical, responsible, practical.
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- Fernando Silva
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Como explicar, com base no coitadismo, o fato de que escravos que compravam a própria liberdade no Brasil tratavam de arranjar seus próprios escravos?
- Ateu Tímido
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Maravilha de texto. Esclarece a origem da vitimização e porque ela é falaciosa e inversora dos valores.
- francioalmeida
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ser coitadinho traz a vantagens das cotas
Morram de inveja!

Morram de inveja!
- francioalmeida
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Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Apocaliptica escreveu:É!!! MORRAMMM!!!!
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Alguém mais se lembrou do Maicon? 

Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ateu Tímido escreveu:Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
Não livra a cara de ninguém. Só desmente maniqueísmos nocivos.
Sem tempo nem paciência para isso.
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.
Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution
Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
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Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution
Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
Outro ponto frequentemente omitido é o papel dos muçulmanos da África no tráfico de escravos, que estabeleceram e controlaram o mercado escravista por séculos em várias regiões.
Só para constar, há entre os muçulmanos quem ostente superioridade moral para o Islã por conta do imperialismo ocidental na África, quando os próprios muçulmanos tem um telhado de vidro enorme nesta questão, que o diga o fato de a Arábia Saudita ter abolido a escravidão por lei só na segunda metade do século XX.
E outro ponto que ninguém dá o devido valor, quando não citam ou inventam um monte de fatores demeritórios para se referir ao fato, foi o papel da Marinha Real Britânica no declínio do tráfico de escravos.
Todo mundo conhece a versão de que a Inglaterra buscava apenas seus próprios interesses, mas é inspirador ter que por tempos os navios e as armas de Sua Majestade se ergueram contra os que vendiam seres humanos.
Só para constar, há entre os muçulmanos quem ostente superioridade moral para o Islã por conta do imperialismo ocidental na África, quando os próprios muçulmanos tem um telhado de vidro enorme nesta questão, que o diga o fato de a Arábia Saudita ter abolido a escravidão por lei só na segunda metade do século XX.
E outro ponto que ninguém dá o devido valor, quando não citam ou inventam um monte de fatores demeritórios para se referir ao fato, foi o papel da Marinha Real Britânica no declínio do tráfico de escravos.
Todo mundo conhece a versão de que a Inglaterra buscava apenas seus próprios interesses, mas é inspirador ter que por tempos os navios e as armas de Sua Majestade se ergueram contra os que vendiam seres humanos.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Acauan Guajajara
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Liberdade! Liberdade!
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- Ateu Tímido
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Acauan escreveu:Outro ponto frequentemente omitido é o papel dos muçulmanos da África no tráfico de escravos, que estabeleceram e controlaram o mercado escravista por séculos em várias regiões.
Só para constar, há entre os muçulmanos quem ostente superioridade moral para o Islã por conta do imperialismo ocidental na África, quando os próprios muçulmanos tem um telhado de vidro enorme nesta questão, que o diga o fato de a Arábia Saudita ter abolido a escravidão por lei só na segunda metade do século XX.
E outro ponto que ninguém dá o devido valor, quando não citam ou inventam um monte de fatores demeritórios para se referir ao fato, foi o papel da Marinha Real Britânica no declínio do tráfico de escravos.
Todo mundo conhece a versão de que a Inglaterra buscava apenas seus próprios interesses, mas é inspirador ter que por tempos os navios e as armas de Sua Majestade se ergueram contra os que vendiam seres humanos.
Concordo pelo menos em duas coisas:
Os muçulmanos já tinham uma estrutura de tráfico, voltada para abastecer o Magreb e a Arábia, que os europeus ampliaram e redirecionaram.
Não importa se havia ou não outros motivos. O fato é que a ação da marinha britânica foi decisiva para extinguir o tráfico atlântico. Isso foi um serviço à humanidade.
- Ateu Tímido
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Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
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Não vejo maniqueísmo em denunciar ou lembrar fatos verídicos.
- O ENCOSTO
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Acauan escreveu:Outro ponto frequentemente omitido é o papel dos muçulmanos da África no tráfico de escravos, que estabeleceram e controlaram o mercado escravista por séculos em várias regiões.
Só para constar, há entre os muçulmanos quem ostente superioridade moral para o Islã por conta do imperialismo ocidental na África, quando os próprios muçulmanos tem um telhado de vidro enorme nesta questão, que o diga o fato de a Arábia Saudita ter abolido a escravidão por lei só na segunda metade do século XX.
[MAOMETANO-BOMBA ON] Não eram muçulmanos e sim arabes. {/MAOMETANO BOMBA OFF]
O ENCOSTO
http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ateu Tímido escreveu:o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
Não livra a cara de ninguém. Só desmente maniqueísmos nocivos.
Não vejo maniqueísmo em denunciar ou lembrar fatos verídicos.
Se você lembra só um lado dos fatos e omite totalmente outra parte, fazendo parecer, nesse caso, que escravidão é invenção exclusiva dos brancos racistas contra o "povo africano" (como se fosse um só), acho que de certa forma está se criando um maniqueismo, ainda que talvez não seja o termo mais apropriado... uma "vilanização" parcial, uma distorção, o que é RACISMO e precisa ser corrigido com cotas de menções sobre o outro lado da escravidão.
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Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
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Não vejo maniqueísmo em denunciar ou lembrar fatos verídicos.
Se você lembra só um lado dos fatos e omite totalmente outra parte, fazendo parecer, nesse caso, que escravidão é invenção exclusiva dos brancos racistas contra o "povo africano" (como se fosse um só), acho que de certa forma está se criando um maniqueismo, ainda que talvez não seja o termo mais apropriado... uma "vilanização" parcial, uma distorção, o que é RACISMO e precisa ser corrigido com cotas de menções sobre o outro lado da escravidão.
A escravidão nas américas e em especial no Brasil existiu e foi comandada 90% por brancos. Isso já é culpa suficiente para não serem necessárias distorções. Mas não tenho nada contra ser lembrado que a África, mesmo pré-colonial, era um continente de escravidão generalizada.
Dias atrás, postei isso num tópico sobre a resistência de palmares na comunidade de História do Brasil e alguns entusiastas do movimento negro simplesmenbte pararam de postar no tópico.
Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Não muda em nada a realidade de ninguém, não só a dos negros em especial. Negros, brancos, índios, asiáticos, tem muitos na mesma situação, independentemente de terem sido escravizados ou não.
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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
O pior é que ainda acontece 

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Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
A idéia básica é que não se vão resolver os problemas atuais buscando culpados no passado, mesmo porque havia culpados de todos os lados.
Ou talvez não houvesse culpados, já que ninguém achava errado ter escravos.
Não gostar de ser escravo é uma coisa, não concordar com a escravidão é outra.
Ou talvez não houvesse culpados, já que ninguém achava errado ter escravos.
Não gostar de ser escravo é uma coisa, não concordar com a escravidão é outra.
Os Estados africanos, ou reinos foram fundamentais para o tráfico de seres humanos.Os europeus durante a maior parte do tráfico não tinham condições de entrar na África para capturar, e isso foi feito por esses Estados, em guerras, sistema de dividas, ou através do sistema jurídico. Mas principalmente através de guerras, e capturas programadas.
Isso tb foi uma escolha desses reinos, eles não estavam submissos de forma absoluta aos europeus, e tinham outras alternativas, mas escolheram comerciar com os europeus, e vender pessoas de grupos rivais aos europeus.Em troca de uma variedade de produtos, e armas.
A idéia de vitimização ou de coitadinhos é um grande equivoco, Estados africanos, foram tão violentos quanto os europeus, no trato de seus escravos.
Agora os europeus introduzem uma novidade, o comercio em larga escala, antes das interações com os europeus, os escravos não eram sistematicamente vendidos, nem vistos como meio para acumulação de riquezas, mas sim com espólios de guerra, ou parte da estrutura social. O comercio altera, em parte, a organização desses Estados africanos, alguns se especializando na captura e comercio de escravos. O que ajuda a agravar situações já bastante problemáticas.
Responsabilidade pode ser bastante distribuída e tragédias, e coisas a lamentar profundamente tb, ser seletivo, e usar por motivos políticos, no momento atual, ignorando a complexidade, inclusive no caso brasileiro da mestiçagem, é além de desonesto um retrocesso a divisão racial de seres humanos.
Embora compreenda esses movimentos, e respeite seu direito de organização, para mim suas posturas estão equivocadas.
No que tange cotas, penso que apenas cotas seguindo critérios sócios econômicos deveriam ser aplicadas, e mesmo essas em porcentagens menores, apenas diminuindo o ponto de corte para alunos da rede pública (se no ano o ponto de corte foi digamos 55 por cento para um curso nos das cotas seria 45), porém mantendo critérios meritócraticos, e mesmo essa a caráter experimental, sendo feito um estudo dos seus resultados e uma avaliação dos mesmos. Isso apenas como um meio de incluir os melhores alunos da rede pública, das classes mais baixas, nas Universidades, sendo esse uma atitude emergencial, e temporal, com a preocupação da formação das condições onde essa não mais seria necessária.
Isso tb foi uma escolha desses reinos, eles não estavam submissos de forma absoluta aos europeus, e tinham outras alternativas, mas escolheram comerciar com os europeus, e vender pessoas de grupos rivais aos europeus.Em troca de uma variedade de produtos, e armas.
A idéia de vitimização ou de coitadinhos é um grande equivoco, Estados africanos, foram tão violentos quanto os europeus, no trato de seus escravos.
Agora os europeus introduzem uma novidade, o comercio em larga escala, antes das interações com os europeus, os escravos não eram sistematicamente vendidos, nem vistos como meio para acumulação de riquezas, mas sim com espólios de guerra, ou parte da estrutura social. O comercio altera, em parte, a organização desses Estados africanos, alguns se especializando na captura e comercio de escravos. O que ajuda a agravar situações já bastante problemáticas.
Responsabilidade pode ser bastante distribuída e tragédias, e coisas a lamentar profundamente tb, ser seletivo, e usar por motivos políticos, no momento atual, ignorando a complexidade, inclusive no caso brasileiro da mestiçagem, é além de desonesto um retrocesso a divisão racial de seres humanos.
Embora compreenda esses movimentos, e respeite seu direito de organização, para mim suas posturas estão equivocadas.
No que tange cotas, penso que apenas cotas seguindo critérios sócios econômicos deveriam ser aplicadas, e mesmo essas em porcentagens menores, apenas diminuindo o ponto de corte para alunos da rede pública (se no ano o ponto de corte foi digamos 55 por cento para um curso nos das cotas seria 45), porém mantendo critérios meritócraticos, e mesmo essa a caráter experimental, sendo feito um estudo dos seus resultados e uma avaliação dos mesmos. Isso apenas como um meio de incluir os melhores alunos da rede pública, das classes mais baixas, nas Universidades, sendo esse uma atitude emergencial, e temporal, com a preocupação da formação das condições onde essa não mais seria necessária.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ateu Tímido escreveu:o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:o anátema escreveu:Ateu Tímido escreveu:Segundo fontes historiográficas, os quilombolas de palmares praticavam a escravidão no quilombo, até porque a escravidão era regra na África. Só não sei em por que cargas d'água esse fato livra a cara dos europeus "civilizados", que inventaram o tráfico atlântico e a escravidão "justa" nas américas.
Não livra a cara de ninguém. Só desmente maniqueísmos nocivos.
Não vejo maniqueísmo em denunciar ou lembrar fatos verídicos.
Se você lembra só um lado dos fatos e omite totalmente outra parte, fazendo parecer, nesse caso, que escravidão é invenção exclusiva dos brancos racistas contra o "povo africano" (como se fosse um só), acho que de certa forma está se criando um maniqueismo, ainda que talvez não seja o termo mais apropriado... uma "vilanização" parcial, uma distorção, o que é RACISMO e precisa ser corrigido com cotas de menções sobre o outro lado da escravidão.
A escravidão nas américas e em especial no Brasil existiu e foi comandada 90% por brancos. Isso já é culpa suficiente para não serem necessárias distorções. Mas não tenho nada contra ser lembrado que a África, mesmo pré-colonial, era um continente de escravidão generalizada.
Dias atrás, postei isso num tópico sobre a resistência de palmares na comunidade de História do Brasil e alguns entusiastas do movimento negro simplesmenbte pararam de postar no tópico.
Concordo distorcer ou negar é absolutamente desnecessário.
Porém repito negar tb a mestiçagem, o fato de que a principal questão que exclui são as divisões socioeconômicas tb é um equivoco.Se existe capital simbólico do branco devemos procurar extinguir, e conscientizar, não acho que a hostilidade provocada pelas ações "afirmativas" seja o caminho para isso.Vide a senhora liderança da Igualdade racial dizer que é compreensível que um negro hostilize um branco simplesmente por esse ser branco.
Ódio racial é algo a ser extirpado, a ser combatido em todas as frontes. Reconhecer nossa história é necessário, buscar formas de ajudar e melhorar a condição dos excluídos um compromisso ético para com os outros.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
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- Ateu Tímido
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Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Ateu Tímido escreveu:Concordo
Curto e educado.
Não existe o curto e grosso? Esse foi o curto e educado.

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- betossantana
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Re: Re.: Demolindo alguns mitos sobre a escravidão
Usuário deletado escreveu:A escravidão é algo tão absurdo que é difícil de acreditar que realmente aconteceu.
AINDA acontece!
É um problema espiritual, chupe pau!