NadaSei escreveu:Entre os muitos elementos comuns, Deus é um deles, ao menos nas três religiões citadas, bem como em outras não citadas.
Nos seus sonhos talvez. Em qualquer análise sã as coisas são bem diferentes.
A partir do momento que esse absoluto é uno de toda nossa existência, estão falando sobre a mesma coisa.
Vou comparar seu argumento com outra coisa.
Psicólogo X fala sobre comportamento humano.
Psicologo Y fala sobre comportamento humano.
Segundo você eles estão falando sobre "comportamento humano", mas em diferentes "humanidades"...
Não faz o menor sentido essa argumentação.
“Absoluto” é só mais um adjetivo que crentes usam para seu Deus, isso sequer significa que tenham noção das implicações que isso acarretaria.
Voltando a sua argumentação tem uma analogia que talvez compreenda melhor:
Fulano tem uma camisa verde.
Cicrano tem uma camisa verde.
Bertrano tem uma camisa verde.
LOGO TODOS TÊM A MESMA CAMISA.
É o mesmo erro que você comete.
Você, pelo contrario, está argumentando que não falam sobre a mesma coisa, sem base em nenhum desses livros...
Na verdade estou usando bases muito mais simples e fortes, o princípio da não-contradição. Um Deus não ser A e ~A na mesma relação.
Desculpe, mas se as três religiões estão falando sobre panenteísmo, as três estão discutindo o mesmo tema, estão as três falando sobre o mesmo assunto...
Quando falam sobre Deus sendo tudo a nossa volta, incluindo "nós" humanos... não tem como estarem falando sobre um panenteísmo de um Deus que é tudo "a nossa volta", mas de um "a nossa volta" de outras possível existências diferentes nas três religiões, nem de humanos que não sejam "nós".
Isso é o mesmo que supor que quando diferente psicólogos falam sobre "a mente humana", estão falando sobre coisas diferentes, não sobre a mesma "mente humana".
Você continua desconsiderando toda especificidade das religiões na descrição de seus Deuses. Você só trabalha com um atributo, aquele que lhe convém e varre todo o resto pra debaixo do tapete. Para corroborar sua tese você teria simplesmente que mostar que A=A, ou seja, que o Deus de uma religião é igual ao outro em todos os seus atributos. De aspectos da personalidade (vingador, ciumento, amoroso...) a sua relação 'histórica' com os homens (pacto com um povo, destruição de cidades, enviar um filho...).
Engano seu, falam sobre "partes" diferentes, da mesma coisa.
É como psicólogos falando sobre a mente humana, um pode falar sobre inconsciente e personalidade, enquanto o outro fala sobre self e super-ego.
Isso já foi muito bem explicado, eles descrevem o mesmo Deus UNO, apenas falam sobre diferentes partes desse uno. O hinduísmo inclusive diz isso claramente.
O Cristianismo não fala sobre o Deus pessoal e sobre o espirito santo? Não diz que são partes da mesma unidade?
Não sou eu que igualo os Deuses pessoais e impessoal, são eles que dizem que são partes da mesma unidade.
Lá vai o principio da não-contradição pelo ralo novamente.
O que representa uma religião são seus textos e os autores desses textos.
De maneira alguma, caso fosse verdade só poderia haver uma religião a partir do mesmo texto. Além disso, o texto religioso em si é contextualizado no momento histórico em que foi escrito, se você fizer uma leitura histórica de um texto terá uma dimensão bastante diferente da leitura atual do mesmo texto. Ou seja, o que o autor escreveu já faz muito tempo que não representa a religião que eventualmente ele possa ter fundado.
Se Cristo existiu não importa, o que importa são as palavras atribuídas a ele, pois foram escritas por alguém com conhecimento do assunto.
Com conhecimento sobre oq?
O texto e a pratica do que está escrito são sim, mesmo assim, podemos comparar os textos com os textos de diversos autores de outras religiões.
Isso da uma base melhor, é como estudar filosofia.
A opinião dos crentes e seitas é o que menos importa, apesar de servir como base para estudo.
O que você argumenta é o mesmo que dizer, por exemplo, que não podemos estudar a filosofia de Descartes, apenas pelos seus textos, sem conhecer o que as pessoas em geral, incluindo leigos e instituições políticas, "dizem" sobre o que Descarte dizia.
E pior, você ainda argumenta que não é possível saber o que Descarte dizia, pois diferentes pessoas interpretam seu conceitos de diferentes formas...
Não faz o menor sentido isso. Dessa forma tudo é questão de interpretação, qualquer texto é inutil, diga adeus as ciências, a filosofia e a tudo.
PQP! Se você não sabe diferenciar a natureza de um texto religioso e a de um texto filosófico é melhor pararmos por aqui.
Textos religiosos não são tratados filosóficos, são repletos de linguagem simbólica, poética, ambigüidades, devaneios sem sentido etc. Por isso dão margem a tantas interpretações. Tanto que vários estudiosos da religião trabalham com uma abordagem NÃO-COGNITIVA da linguagem religiosa (JH Randall, R.B. Braithwaite...).
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.