Separatistas se armam na Bolívia

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marta
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por marta »

Samael escreveu:Um tópico sobre separatismo boliviano se transformou num tópico sobre culinária nordestina, genial.


Cê num sabia que aqui, tudo acaba em SARAPASTEL?! :emoticon184: :emoticon12:
Editado pela última vez por marta em 02 Mai 2007, 16:18, em um total de 1 vez.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por marta »

King In Crimson escreveu:Se ela vier por aqui aqui, ofereço de bom grado um banquete de buchada, sarapatel e miolo de bode. :emoticon12:

Mas paremos com o flood...


Tá loco!! Não devia ter baixado a guarda :emoticon144:
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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user f.k.a. Cabeção escreveu:
E verdade que o deslocamento da renda cria esse tipo de ressentimento. Estados que produzem mais acabam pagando por programas assistencialistas em estados que produzem menos, e sustentando uma maquina politica que lhes desfavorece. Mas se alguem fizer um esforco se lembrara que em 2002 Lula venceu na maioria dos Estados ricos, de "gente instruida", localizados a uma distancia segura do nordeste.

Culpar os nordestinos por Lula nao me parece ser inteligente, quando esses sao as maiores vitimas da cafetinagem de pobre promovida pelo PT. O PT usa as instituicoes democraticas contra elas mesmas porque no Brasil tais instituicoes sao mal feitas, e isso nao e obra de nordestino ignorante, mas de muito paulista, carioca e mineiro safado.

Falar de separatismo sem pensar antes na restauracao institucional, revendo item por item a constituicao de 88, e tentar arrumar um quarto zoneado separando uma area mais suja de uma mais limpa tracando uma linha, e dizendo que o quarto agora e a parte mais limpa. Simplesmente nao funciona.

Uma condicao geral melhor deve surgir de uma melhora geral, que deve comecar pelos alicerces, e nao da exclusao das partes mais problematicas.


Cabecinha meu amor.

Na impossibilidade do separatismo, já estou preparando o plano B. :emoticon239: :emoticon239:

Continuo sonhando em ter um filho como você. :emoticon223: :emoticon59:
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Abmael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Culpar os nordestinos por Lula nao me parece ser inteligente, quando esses sao as maiores vitimas da cafetinagem de pobre promovida pelo PT. O PT usa as instituicoes democraticas contra elas mesmas porque no Brasil tais instituicoes sao mal feitas, e isso nao e obra de nordestino ignorante, mas de muito paulista, carioca e mineiro safado.


- Nunca é demais lembrar que quem inventou e primeiro promoveu a "cafetinagem de pobre" foi o distindo FHC, paulistão da gema.

Abraços,


Aí é que mora o engano, amorzinho

O FHC é carioca da gema. :emoticon14:

O último presidente paulista da gema que o Brasil teve foi Wenceslau Bras, de 15/11/1914 a 15/11/ 1918. Acreditem se quiser.

Forum também é cultura. Avisa pro pessoal para incluirem o R.V. na Lei Rouanet :emoticon12:
Editado pela última vez por marta em 02 Mai 2007, 16:26, em um total de 3 vezes.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:


[color=#0080ff][b]
As vezes eu me pergunto se os petistas habitam um mundo paralelo onde as coisas que eles falam fazem sentido...



A tática do CORRUPTê é repetir uma mentira, incontáveis vezes, até que ela se torne verdade
Editado pela última vez por marta em 02 Mai 2007, 16:17, em um total de 1 vez.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

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Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:A sociedade tem a obrigação de cuidar de seus miseráveis, principalmente na forma de Estado. Para mim, as medidas com o que isso é feito podem ser discutidas, o valor em si, não.


Não. O Estado tem obrigação de impedir a miséria. E cuidar de miseráveis que a vida não aquinhoou por algum motivo dramático.
O Estado somos nós, não é um ente bonzinho e filantrópico.
Eu não sustento e nem tenho que apoiar a vagabundagem de gente que faz filho a torto e a direito. Eu não chamo esta turma de miserável, eles estão ferrados porque gastam o que ganham em cigarro, drogas ilegais, bastante bebida alcóolica, samba, festas populares o tempo todo, futebol, buteco, festa de casamento, festa de 15 anos, DVD t TODOS os eletros que puderem caber num caminhãozinho de carreto, e no número de prestações permitidas pela sacanagem do crédito popular. E adora ter filhos miseráveis.. pertencentes a quem? Ao Estado?
O raciocínio desta gente é seguinte: " eu posso ter todos os filhos que Deus mandar", e alguém ( sei lá de onde, estranhos, "gente rica", "o governo", "a madame"...) "precisa fazer alguma coisa, olhar por nós, pobres coitados...".(produção de fundo: choro convulsivo e mãos na cabeça)
:emoticon6:

Por que não apelam para Deus quando estão fazendo os filhos?


Esse discurso realmente, é o que me pega no saco. E, infelizmente, é assim que funciona, de fato.
Editado pela última vez por marta em 02 Mai 2007, 16:08, em um total de 1 vez.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por marta »

Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:A sociedade tem a obrigação de cuidar de seus miseráveis, principalmente na forma de Estado. Para mim, as medidas com o que isso é feito podem ser discutidas, o valor em si, não.


Não. O Estado tem obrigação de impedir a miséria. E cuidar de miseráveis que a vida não aquinhoou por algum motivo dramático.
O Estado somos nós, não é um ente bonzinho e filantrópico.
Eu não sustento e nem tenho que apoiar a vagabundagem de gente que faz filho a torto e a direito. Eu não chamo esta turma de miserável, eles estão ferrados porque gastam o que ganham em cigarro, drogas ilegais, bastante bebida alcóolica, samba, festas populares o tempo todo, futebol, buteco, festa de casamento, festa de 15 anos, DVD t TODOS os eletros que puderem caber num caminhãozinho de carreto, e no número de prestações permitidas pela sacanagem do crédito popular. E adora ter filhos miseráveis.. pertencentes a quem? Ao Estado?
O raciocínio desta gente é seguinte: " eu posso ter todos os filhos que Deus mandar", e alguém ( sei lá de onde, estranhos, "gente rica", "o governo", "a madame"...) "precisa fazer alguma coisa, olhar por nós, pobres coitados...".(produção de fundo: choro convulsivo e mãos na cabeça)
:emoticon6:

Por que não apelam para Deus quando estão fazendo os filhos?


Esse discurso realmente, é o que me pega no saco. E, infelizmente, é assim que funciona, de fato.
O choro colvulsivo que mais me emociona é o das mães quando estoura rebelião na Febem
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Discurso esse comprado apenas por setores da classe media favorecidos por privilegios, como funcionarios e quadros de estatais, "intelectuais" de esquerda ou simpatizantes de Lula e do esquerdismo em geral.



- Isso é o óbvio, agora só falta você demonstrar que estes foram os únicos setores da classe média que cairam no conto, sem comprovação, fica bravata por bravata.


user f.k.a. Cabeção escreveu:
Fora isso, so mesmo sendo bastante tolo para acreditar que o desempenho debil comparado ao mundo e as nacoes de porte similar desse governo tenha sido superior ao do anterior, governo esse que nao precisou enfrentar qualquer crise mais grave. Basta se perguntar qual foi a grande alteracao de politica macroeconomica que resultou no sucesso alardeado e que inexistia no governo FHC.


- Caindo no discurso da mídia PSDBista de novo, Houveram crises sim, só que desta vez estávamos blindados.

- Posso citar algumas decisões que nos tornaram menos vulneráveis às crises: política de quitação da dívida externa, política de acumulação de reservas, mudança do perfil da dívida interna trocando os títulos lastreados em dólar.

Abraços,
"Grandes Poderes Trazem Grandes Responsabilidades"
Ben Parker

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Samael
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Mensagem por Samael »

Apocaliptica escreveu:
Ateu Tímido escreveu:Me desculpem, mas esse tópico todo está me causando asco...

Cheguei a quotar e começar a responder uma mensagem, mas parei, porque a coisa toda é nojenta demais. Desde o conteúdo das mensagens separatistas-racistas até o descaramento de tornar públicas tais opiniões sem a menor vergonha. Não tem sentido ficar argumentando com o preconceito. Mas também não me agrada fazer tudo se diluir em "brincadeirinhas" do tipo "você é racista, mas é legal/você é nordestino mas é meu amigo"...

Não sou nordestino e nunca fui, nem tenho porque ser vítima de racismo. Mas a amizade de racistas eu dispenso, sem pestanejar.


Por que ter vergonha de tornar públicas certas opiniões? A hipocrisia é o que causa asco. Todo mundo sabe que a mentalidade nacional sobre os sulistas , em especial os gaúchos é que somos separatistas E nazistas ( mentira, não somos, há alguns separatistas por aqui, como há em MG, há MUITOS em SP e em outros estados, cada um com o seu nojo do vizinho ou do extremo oposto do país).


Um bom exemplo disso é que, diariamente, eu não ouço dos brancos com os quais convivo que "negros são imundos" ou que "bichas são escrotas", eu ouço, justamente, "gaúchos são nazistas"! Incrivelmente, ainda não vi nenhuma estatística do IBOPE comprovando isso! :emoticon12:

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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Samael »

Apocaliptica escreveu:
Samael escreveu:A sociedade tem a obrigação de cuidar de seus miseráveis, principalmente na forma de Estado. Para mim, as medidas com o que isso é feito podem ser discutidas, o valor em si, não.


Não. O Estado tem obrigação de impedir a miséria. E cuidar de miseráveis que a vida não aquinhoou por algum motivo dramático.
O Estado somos nós, não é um ente bonzinho e filantrópico.
Eu não sustento e nem tenho que apoiar a vagabundagem de gente que faz filho a torto e a direito. Eu não chamo esta turma de miserável, eles estão ferrados porque gastam o que ganham em cigarro, drogas ilegais, bastante bebida alcóolica, samba, festas populares o tempo todo, futebol, buteco, festa de casamento, festa de 15 anos, DVD t TODOS os eletros que puderem caber num caminhãozinho de carreto, e no número de prestações permitidas pela sacanagem do crédito popular. E adora ter filhos miseráveis.. pertencentes a quem? Ao Estado?
O raciocínio desta gente é seguinte: " eu posso ter todos os filhos que Deus mandar", e alguém ( sei lá de onde, estranhos, "gente rica", "o governo", "a madame"...) "precisa fazer alguma coisa, olhar por nós, pobres coitados...".(produção de fundo: choro convulsivo e mãos na cabeça)
:emoticon6:

Por que não apelam para Deus quando estão fazendo os filhos?


E, incrivelmente, este povo que faz filho a torto e direito são negros, pobres e semi-analfabetos. Vamos continuar a palhaçada ou perguntar o por que disso?

E esse pessoal está ferrado porque nasceu dentro de uma conjuntura de ferrados, sendo que não foram iluminados com ascetismo, empreendedorismo e sorte suficientes para "subirem" na vida. Vale lembrar que tem uma turminha metida a intelectualizada, nas grandes capitais, e na qual eu pessoalmente me incluo, que torra tanto ou mais com sexo, drogas (legais ou ilegais), música, futebol e que trabalham, em média, tanto ou mais.

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Mensagem por Samael »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Ateu Tímido escreveu:Me desculpem, mas esse tópico todo está me causando asco...

Cheguei a quotar e começar a responder uma mensagem, mas parei, porque a coisa toda é nojenta demais. Desde o conteúdo das mensagens separatistas-racistas até o descaramento de tornar públicas tais opiniões sem a menor vergonha. Não tem sentido ficar argumentando com o preconceito. Mas também não me agrada fazer tudo se diluir em "brincadeirinhas" do tipo "você é racista, mas é legal/você é nordestino mas é meu amigo"...

Não sou nordestino e nunca fui, nem tenho porque ser vítima de racismo. Mas a amizade de racistas eu dispenso, sem pestanejar.



Esta repleto de razao.

So nao qualificaria de racistas as mensagens que sao sobretudo xenofobas. Ainda que seja um pouco desagradavel ver as pessoas proclamando a sua linhagem europeia "nao-miscigenada" (entenda-se o que quiser por "miscigenado" em se tratando de uma mistureba de italianos, germanicos, portugueses e judeus ), isso nao configura racismo tanto quanto nao configura racismo um negro proclamar sua linhagem africana.

Todos sabem que nao tenho nenhum compromisso com o politicamente correto, mas dai a dar suporte a um discurso idiota que imagina que os problemas do Brasil sao causados por pessoas que nascem em outros estados e um pouco imbecil demais.


Ué, onde está seu orgulho ibérico, Perez? :emoticon12:

Seu post foi excelente.

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Najma
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Najma »

Uma pergunta que sempre me vem à mente quando se ressalta a palavra "branco" num discurso: por que alguém que gosta de ser branco, sente orgulho disso e fala nisso, tem que ser chamado forçosamente de racista, ou nazista?

Outra pergunta: quem não tem a mistura das 3 "raças" em sua árvore genealógica e nasceu no Brasil, é considerado menos brasileiro, já que não faz parte da maioria?

Mais umas: por que discussões assim sempre degringolam tanto? É impossível tratar desse assunto sem fazer com que a indignação por parte de quem se sente atingido venha à tona?
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Ateu Tímido
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Ateu Tímido »

A espécie humana não tem raças. Quem não tem a mistura das 3 etnias que aja como se isso fosse (e é) irrelevante. Eu não sinto simpatia pelos meus antepassados por terem feito isso ou aquilo. A distância é tanta que a simpatia vem só de serem antepássados. Quem se vangloria de ser 100% branco, o faz com um viés de supremacia racial, sendo portanto racista.
As orígens de qualquer um podem lhe trazer qualquer sentimento, mas devem ser irrelevantes para determinar quaisquer direitos. A maioria dos que se orgulham das origens quer ganhar algum privilégio com isso.

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Ateu Tímido
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Ateu Tímido »

Ah! Sim, antes que eu me esqueça, o combate ao racismo não é uma questão de "me sentir atingido", pelo menos não pessoalmente, mas uma questão de cidadania e até de moralidade pessoal que ponho acima de qualquer "amizade" e das "boas maneiras", embora tente debater sem sair delas. Assim, a indignação públicamente demonstrada é parte essencial.

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betossantana
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por betossantana »

MEEEEEEEEEEEDOOOOOOOOOOOOO!
É um problema espiritual, chupe pau!

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Acauan
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Acauan »

user f.k.a. Cabeção escreveu: Quem colocou o Lula la foi o Brasil praticamente todo, ja que em 2002 ele venceu o segundo turno em praticamente todos os estados. O Nordeste pode te-lo mantido, mas a origem do problema nao esta ali, na reeleicao de 2006.


E quem começou a colocar o Lula lá foi a mais fina flor da intelectualidade paulista, a esquerda USPiana.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Acauan
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Acauan »

Como dizia alguém, waaaalllll...

É notório como certos preconceitos resistem mesmo quando suas causas ficaram no passado, um tipo peculiar de inércia sociológica, só para dar um ar pedante a este pitaco.

O preconceito contra os nordestinos em São Paulo tem suas origens no choque cultural criado pelo boom da indústria automobilística nos anos 1950 a 1970, quando grandes levas migratórias vieram do nordeste, Minas Gerais e regiões interionas do sul do país.

Este choque cultural não foi decorrência apenas do confronto súbito entre culturas regionais diferentes.
Culturas fortes e maduras são imunes a choques deste tipo, vide New York e Londres que podem receber imigrantes de todas as partes do mundo e impõem a eles os costumes locais que devem obrigatoriamente seguir, deixando-os livres para praticar os próprios que não atentem contra àqueles, sem que os nativos se sintam ameaçados pela diversidade decorrente.

São Paulo no fim dos anos 1950 era a capital metropolitana do maior estado da união com um povo de cultura provinciana, uma contradição flagrante, mas historicamente verdadeira.
Havia uma classe média tradicional, herdeira de gerações de famílias educadas nas profissões liberais e uma nascente classe média operária, constituída dos descendentes de italianos que se tornaram técnicos industriais auto-didatas e galgaram os degraus da hierarquia das fábricas.

Esta sociedade de valores ancestrais fortes, mas um tanto caipiras, não possuia ainda a vocação cosmopolita que lhe permitiria absorver sem traumas a grande onda de mudanças bruscas que ocorreriam no intervalo curtíssimo de vinte anos.

É certo que a grande maioria dos nordestinos que migraram na época em busca de trabalho braçal eram analfabetos ou semi e de modos grosseiros, alguns bastante ofensivos para os padrões do planalto de Piratininga.
O problema é que muito pouca gente por aqui lembrou que os sicilianos, calabreses e napolitanos que desembarcaram em Santos décadas antes também não eram exatamente a fina flor da nobreza européia. Que o diga os milaneses, turineses ou venezianos que os viam ainda com mais desprezo do que os paulistas viam seus compatriotas do norte, apenas que lá na península da bota os pontos cardeais do preconceito se invertiam.

O fato é que em algumas gerações os italianos deixaram de ser brutalhões ignorantes e se tornaram a classe média paulista.
Assim como é fato que o nordestino analfabeto com cara de jeca tatu que gritava gracejos desrespeitosos para as mulheres nas ruas é um personagem do passado.

Mas ainda persiste a memória de um tempo em que eramos caipiras e os nordestinos eram o que chamavam na época de "atrasados".

São Paulo ainda está muito longe de ser New York ou Londres, mas nos tornamos um pouco mais cosmopolitas e um pouco menos provincianos.

A tolerância virá com o tempo, quando finalmente nos tornarmos uma cultura madura e forte o bastante para respeitar a diversidade e se fazer respeitada por ela.
Nós, Índios.

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Apocaliptica

Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Apocaliptica »

WAAAALLLL...

Não acho que se possa também taxar ou rotular o preconceito ( ou conceito formado ) de uma parcela por outra de um unico jeito.
Já vi que existem vários tipos de conceitos positivos e negativos formados entre partes.

Por exemplo, aqui de fora, olhando como latinos, os preconceitos contra NY ou Miami por exemplo são de um tipo, olhando da Europa são de outro , e olhando de Chicago ou da Califórnia, outro. E assim vai.

Extremamente interessante ler esta descrição do que seja o preconceito contra os nordestinos feito pelo Acauan.
Por ele e por perceber determinadas afirmações contraditórias entre pessoas em outros foruns, pode-se ver claramente, que não é bem assim que a coisa funciona. Ou seja, os motivos para não se simpatizar ou não gostar de um lugar, povo, cultura ou parte da história, não são sempre os mesmos.
É um equívoco acreditar e debitar numa única visão o fenômeno a que chamamos de preconceito.
Eu detesto essa normatização, para mim preconceito é uma coisa baseada em nada, apenas em desconhecimento ou impressões incompletas, não é definitivo e nem poderia ser crime. Todo mundo tem o direito de estar equivocado.
Por outro lado...ter um conceito formado sobre algo e assumir que não gosta também é algo perfeitamente aceitável. Não sou obrigada e ninguém vai me obrigar a gostar de cigarros e se eu não quiser gostar do sujeito que produz a fumaça ao meu lado é um direito meu. Não gosto de samba e de Axé, e ninguém vai me apontar o dedo ou ter ataques de raiva contra mim se eu disser que acho esses gêneros musicais um lixo. Não gosto de SP , já vivi em SP 3 vezes e nao gosto. Paciência, gosto de milhões de lugares e não gosto de outros.

A questão específica dos nordestinos é que, no olhar geral, assim comumente tarjado de preconceito, há nuances. Eu não tenho vontade, nem desejo, nem planos, nem curiosidade de conhecer o nordeste. Acho que a natureza deve ser bonita, em alguns lugares maravilhosa, mas o sertão nordestino deve ser um horror. ACHO. Porém, o que vejo e do conheço de nordestinos que convivi durante a vida, e o que sei de sua cultura, não sinto afinidade DE UMA FORMA GERAL, a ponto de querer fazer turismo,mudar-me para o nordeste, trabalhar lá, ter vínculos mais profundos. Ou seja, posso ter imenso afeto, amor carinho, me apaixonar por um nordestino, ter uma grande amizade nordestina. Mas é nordestina porque, por acaso tem origem em algum lugar considerado nordeste.
DE FORMA GERAL, não tenho paciência com o ritmo, nem com o sotaque, nem com a cultura, nem com as festas (odeio carnavais, Axés e coisas afins), nem com a comida, nem o modo de ser e pensar da vida nordestina. É gosto pessoal meu, por observação e conclusão pessoais e é um processo que pode ou não incluir aspectos da história. Mesmo que eu não conhecesse a história,é provável que eu não simpatizasse.
Assim como não gosto , não me atrai, não me causa curiosidade, não quero conhecer... Cuba. Não é só pelo regime. A natureza deve ser legal na Ilha. Mas não me atrai o estilo de vida, nada. E muito menos o regime.
Na mesma linha segue a minha admiração por Nova Iorque. Mesmo sabendo dos problemas que temos como estrangeiros nos EUA ( já fui maltratada por uma americana lá), eu adoro aquela cidade. Me sinto bem naquela atmosfera, no meio daquele turbilhão cosmopolita, entrando e saindo de museus, tomando café o tempo todo, vendo o mundo em todas as esquinas. Eu moraria em Nova Iorque.

Ou seja, cada pessoa tem seus motivos para admirar ou rejeitar coisas, cheiros, cores, sons, culturas, povos, histórias. Para uns, alguns detalhes são definitivos. Para outros, são totalmente irrelevantes.
Já fui maltratada por um nordestino? Algum me fez alguma coisa? Não. Mas o nordeste e a vida nordestina não me atraem. Ou melhor, não gosto mesmo. Não fecha comigo.
Já fui maltratada por algum americano? Já . Mas é irrelevante para mim. Eu gosto de Nova Iorque.

Não sei como as outras pessoas vêem a questão normatizante do que se acaba por taxar de preconceito.
Eu vejo desta forma.
E quanto à tolerância...acho que esta pode ser a questão definitiva para alguns. Tolerar, tolero, mas se eu fosse obrigada e viver no nordeste, não toleraria, não. E eu não gostaria de ser suportada...se gosta de mim, ótimo, se não gosta, ótimo também.

Apocaliptica

Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Apocaliptica »

Ateu Tímido escreveu:A espécie humana não tem raças. Quem não tem a mistura das 3 etnias que aja como se isso fosse (e é) irrelevante. Eu não sinto simpatia pelos meus antepassados por terem feito isso ou aquilo. A distância é tanta que a simpatia vem só de serem antepássados. Quem se vangloria de ser 100% branco, o faz com um viés de supremacia racial, sendo portanto racista.
As orígens de qualquer um podem lhe trazer qualquer sentimento, mas devem ser irrelevantes para determinar quaisquer direitos. A maioria dos que se orgulham das origens quer ganhar algum privilégio com isso.


Pois é. Eu já penso o contrário. Se meus antepassados fizeram alguma coisa muito errada, eu me acho no direito de ter vergonha sim e não é por eles serem meus antepassados que eu simplessmente vou defendê-los com garras e dentes. Isto sim é preconceito ao contrário.
Assim como a gente se orgulha de origens e histórias que batem com nossos valores ( e isto não implica querer obter vantagens de forma alguma, nem vejo ligação necessária entre estas 2 coisas) , também não vou dar xilique quando alguém criticar alguma coisa que não gosta na minha raça ou na história passada.

Democracia. Liberdade de pensamento e de expressão. Isto não deveria ser motivo para embates. Muito menos para se ofender. Não sou obrigada a concordar e dizer que amo a todos e a tudo. E nem tenho direityo algum de exigir que apreciem meu povo, minha raça ou minhas origens.

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SickBoy
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Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por SickBoy »

DE FORMA GERAL, não tenho paciência com o ritmo, nem com o sotaque, nem com a cultura, nem com as festas (odeio carnavais, Axés e coisas afins), nem com a comida, nem o modo de ser e pensar da vida nordestina.



O que seria bem isso, pra você?



ps: sempre vivi cercado pela cultura gaúcha, CTG's, música regional, fandango, aquelas calças esquisitas, e não sei mais o quê. sempre achei cafona. e só.

o Rio tem o funk. e apesar muita gente achar de péssimo gosto, poucos detestam todo o Rio por isto. eu até gosto de funk, acho as letras engraçadas. só não é algo que eu vou escutar no final de semana.

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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Apocaliptica »

SickBoy escreveu:
DE FORMA GERAL, não tenho paciência com o ritmo, nem com o sotaque, nem com a cultura, nem com as festas (odeio carnavais, Axés e coisas afins), nem com a comida, nem o modo de ser e pensar da vida nordestina.



O que seria bem isso, pra você?



ps: sempre vivi cercado pela cultura gaúcha, CTG's, música regional, fandango, aquelas calças esquisitas, e não sei mais o quê. sempre achei cafona. e só.

o Rio tem o funk. e apesar muita gente achar de péssimo gosto, poucos detestam todo o Rio por isto. eu até gosto de funk, acho as letras engraçadas. só não é algo que eu vou escutar no final de semana.


Eu detesto música gauchesca, aquelas roupas bregas, o sotaque da fronteira, o machismo imbecil que assola uma parte do interior. E odeio chimarrão. Não é só cafona. É ruim demais.

Eu gosto do Rio. Mas não gosto da violência dos últimos tempos, por isto me divido se quero ou não voltar ao Rio. Nao gosto do sotaque chiado demais. Mas nem todos chiam demais, então, nem todos me incomodam tanto. Odeio Funk, baile funk e toda a violência e putaria que rola em baile funk. Não escuto nunca. E não fico em lugar que esteja tocando. Funk é lixo.

É disto que eu falo. Não é preconceito. Sao coisas que não gosto, não suporto, me incomodam. Simples.

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SickBoy
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Registrado em: 17 Nov 2006, 20:27

Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por SickBoy »

Apocaliptica escreveu:
SickBoy escreveu:
DE FORMA GERAL, não tenho paciência com o ritmo, nem com o sotaque, nem com a cultura, nem com as festas (odeio carnavais, Axés e coisas afins), nem com a comida, nem o modo de ser e pensar da vida nordestina.



O que seria bem isso, pra você?



ps: sempre vivi cercado pela cultura gaúcha, CTG's, música regional, fandango, aquelas calças esquisitas, e não sei mais o quê. sempre achei cafona. e só.

o Rio tem o funk. e apesar muita gente achar de péssimo gosto, poucos detestam todo o Rio por isto. eu até gosto de funk, acho as letras engraçadas. só não é algo que eu vou escutar no final de semana.


Eu detesto música gauchesca, aquelas roupas bregas, o sotaque da fronteira, o machismo imbecil que assola uma parte do interior. E odeio chimarrão. Não é só cafona. É ruim demais.

Eu gosto do Rio. Mas não gosto da violência dos últimos tempos, por isto me divido se quero ou não voltar ao Rio. Nao gosto do sotaque chiado demais. Mas nem todos chiam demais, então, nem todos me incomodam tanto. Odeio Funk, baile funk e toda a violência e putaria que rola em baile funk. Não escuto nunca. E não fico em lugar que esteja tocando. Funk é lixo.

É disto que eu falo. Não é preconceito. Sao coisas que não gosto, não suporto, me incomodam. Simples.



sim, mas a minha dúvida persiste. o que você considera o "modo de ser e pensar" nordestinos, que tanto lhe desagradam?

Apocaliptica

Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Apocaliptica »

SickBoy escreveu:
Apocaliptica escreveu:
SickBoy escreveu:
DE FORMA GERAL, não tenho paciência com o ritmo, nem com o sotaque, nem com a cultura, nem com as festas (odeio carnavais, Axés e coisas afins), nem com a comida, nem o modo de ser e pensar da vida nordestina.



O que seria bem isso, pra você?



ps: sempre vivi cercado pela cultura gaúcha, CTG's, música regional, fandango, aquelas calças esquisitas, e não sei mais o quê. sempre achei cafona. e só.

o Rio tem o funk. e apesar muita gente achar de péssimo gosto, poucos detestam todo o Rio por isto. eu até gosto de funk, acho as letras engraçadas. só não é algo que eu vou escutar no final de semana.


Eu detesto música gauchesca, aquelas roupas bregas, o sotaque da fronteira, o machismo imbecil que assola uma parte do interior. E odeio chimarrão. Não é só cafona. É ruim demais.

Eu gosto do Rio. Mas não gosto da violência dos últimos tempos, por isto me divido se quero ou não voltar ao Rio. Nao gosto do sotaque chiado demais. Mas nem todos chiam demais, então, nem todos me incomodam tanto. Odeio Funk, baile funk e toda a violência e putaria que rola em baile funk. Não escuto nunca. E não fico em lugar que esteja tocando. Funk é lixo.

É disto que eu falo. Não é preconceito. Sao coisas que não gosto, não suporto, me incomodam. Simples.



sim, mas a minha dúvida persiste. o que você considera o "modo de ser e pensar" nordestinos, que tanto lhe desagradam?


O modo de ser é o modo em parte ditado pelo clima, em parte pelas tradições e pela cultura. Eu não gosto das expressões artísticas populares, carnavais, mincaretas, folias, povo suado se esfregando nas ruas, carros de som, jeito de dançar, jeito de vestir, aquelas folias de reis, a comida forte, Axés,afoxé, bangulê, Baião, Frevo, Maracatu, capoeira, bumba-meu -boi, Quilombo...não gosto de quadrilhas em geral e nem folguedos em geral. Parece que o povo não é muito chegado em rock, então quando converso com nordestinos, fica difícil se entender.
Não gosto da lentidão como as coissas do dia a dia são feitas, me dá sono, ou se é algo da vida prática, como serviços em geral, me dá nos nervos. A lentidão é uma coisa que gaúcho não está acostumado. Até porque nosso inverno não permite que a gente seja muito devagar. Eu já sinto esta lerdeza em MG e no interior de SP.
Não me atrai o clima , eu odeio o calor. Não gosto da taxa de natalidade no nordeste, e não entendo como se pode ter tantos filhos onde menos se pode sustentar. Entendo o processo antropológico por trás, mas racionalmente não aceito.
Incomoda-me profundamente que uma região tenha dito amém a um presidente da república como o que foi colocado no poder.
A credulidade dos brasileiros, como mostraram os números, é triste. Pelos índices de votação no nordeste, eu posso imaginar que eles apóiem este tipo de gente no poder.

Também não suporto todo aquele sincretismo religioso.
Essas são coisas que compõem uma parte do universo do norte e do Nordeste que me fazem não gostar. É o que sei, o que vi e o que posso pensar. Não posso ser acusada de ter este conceito, pois é ele que tenho e de acordo com a minha forma de viver e com o meu gosto pessoal, não fecham.

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Najma
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por Najma »

Ateu Tímido escreveu:A espécie humana não tem raças. Quem não tem a mistura das 3 etnias que aja como se isso fosse (e é) irrelevante. Eu não sinto simpatia pelos meus antepassados por terem feito isso ou aquilo. A distância é tanta que a simpatia vem só de serem antepássados. Quem se vangloria de ser 100% branco, o faz com um viés de supremacia racial, sendo portanto racista.
As orígens de qualquer um podem lhe trazer qualquer sentimento, mas devem ser irrelevantes para determinar quaisquer direitos. A maioria dos que se orgulham das origens quer ganhar algum privilégio com isso.


Nenhum privilégio. O único é o de manter a memória familiar viva, além do que é passado adiante pelos genes.

Uma coisa chata pros descendentes diretos de imigrantes que a maioria aqui não deve conhecer, é a sensação de não ter um passado ligado à terra, não ter origens fincadas na história do país onde se vive. Existe uma lacuna a partir de determinado ponto que só torna a ter sequência em outras terras que fazem parte das histórias que a nonna contava. Histórias que a bisnonna contava... e as cenas se desenrolam em ambientes que a gente jamais viu nem jamais verá, a não ser que visite pessoalmente algum dia.

De repente, a história da primeira guerra mundial tinha mais importância pra mim do que saber como o Brasil foi colonizado. Entender como as estrelas alpinas nascem em beiras de precipício e escarpas geladas, ou como a primavera faz os campos florirem, como as ameixas secas são azuis escuro na ameixeira, ou de que forma as maçãs podiam ter consistência farinhosa e uma espécie de óleo envolvendo as sementes, a vida em Viena ou em Liechtenstein eram mais envolventes do que saber sobre o Brasil Imperial. Não adiantaria ir na venda da esquina comprar as maçãs com óleo, caso eu sentisse vontade de experimentar. Eram frutas, lugares, experiências, momentos históricos vividos in loco por gente da minha família, me entretendo na primeira infância mas que fazem parte da história de outro país. Os costumes do nonno, que era de Bari, de plantar uvas no quintal e comê-las verdes regada a azeite de oliva com água quente, o preparo do peixe em quilos de sal grosso. O molho de macarrão com polvo recheado. Ou quando ele foi alistado aos 17 anos pra servir defendendo a Itália e lutou contra o irmão da nonna que defendia a Alemanha do outro lado. Ou quando ele foi preso e descascou toneladas de batatas e se apaixonou pela filha de um dos colonos que era dono das terras onde eles ficaram prisioneiros...

Nada disso é relevante num debate que começou falando em separar partes de um país. Mas já que meu discurso pareceu racista-preconceituoso, como se estivesse me gabando apenas de minha origem européia, eu digo que a transição de vila italiana para uma cidade comportando migrantes brasileiros vindos mormente do nordeste, gerou desconforto à minha família instalada em São Caetano, pelas perdas graduais de identidade com o modo de ser italiano sendo adaptado para o tempo de não ter só gente de nome "iXtrangero" como colegas de trabalho e de escola a partir dos anos 40, 50. O Brasil e seu amálgama de cores, sons, costumes foi entrando aos poucos no quotidiano das primeiras famílias ali instaladas, já em sua quarta geração naquele mesmo lugar. E a transição foi irreversível.

De repente, falar nas origens era uma forma de manter contato com um mundo que não existia mais. Manter as tradições, usar expressões em dialeto exclusivo era se sentir em casa. A nonna fazia questão de falar o veneto dentro de casa, de ensinar "modinhas" italianas. De contar histórias em italiano, de declamar poesias em italiano.

Quando da minha migração pro Vale do Paraíba aos 7 anos, houve perda do contato diário com a nonna, com minha tia, meus primos, colegas de escola com uma origem semelhante à minha e o mundo mostrou a existência de gente que não tinha esse mesmo passado. Falavam em avós que tinham fazendas, que trabalhavam na roça, que viviam ali desde uns 100 anos antes. E no meu mundo, aliado à mudança brusca, a mamma entrou em depressão por estarmos vivendo num ambiente que em nada se parecia com o que tínhamos deixado. De repente, a sensação de perda foi imensa. O que sobrou foram as histórias.

Sentir orgulho, alegria, prazer pensando nessas e muitas outras histórias que fizeram parte da minha infância, pensar no valor das pessoas que me deram a vida. Pensar no abismo cultural que se mostrou presente quando confrontando as histórias de outras famílias, de outras etnias e outros grupos humanos, é racismo? Se racismo for isso, sou racista sim. Ficar triste quando costumes são aviltados por outros que vêm sem pedir licença e se impõem à força pela preferência dos populares que não combina de forma alguma com a minha preferência e prioridades é racismo? Afirmo novamente, sou racista sim. Dizer que eu jamais faria algo contra alguém pela cor da pele, pela origem, parece hipocrisia? Afirmo que não é, não de minha parte pelo menos. Jamais obrigaria pessoas a gostarem do que eu gosto. Mas adoraria ser respeitada e não ter que aceitar o que me impõem por ser o gosto da maioria.

A convivência de pessoas de costumes diferentes é cruel se não houver concordância em ceder espaço ao outro. E o que eu vejo, só gente como eu é que tem que ceder cada vez mais até perder o último resquício de dignidade a fim de promover a dignidade alheia, ruidosa, coitadista, que se impõe pela força.

Se para que haja paz alguns têm que se sacrificar, que esses alguns sacrificáveis sejam da minoria que aceita a condição de fazer parte de uma etnia que permitiu que a civilização atual florescesse... mesmo que para tanto tenha feito escravos que agora proclamam-se dignos de resgate de seu passado ultrajante e que têm sua revolta contra brancos "aceitável" socialmente. Se para que haja paz, axé tiver que ser a trilha sonora do verão em todas as praias no mais alto volume, os que se incomodam que não vão às praias... Se humor pobre e programas bregas for a programação escolhida por essa maioria, que os incomodados tenham TV a cabo... e por aí vai...

Discutir sobre racismo é triste. Sempre uns ou outros podem sair machucados. Levantar o estandarte do anti-racismo sem entender as motivações pessoais de quem se sente um peixe fora d'água no meio de todos que se sentem adaptados ao grupo maior, é não entender...
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betossantana
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Re: Re.: Separatistas se armam na Bolívia

Mensagem por betossantana »

Najma escreveu:Se para que haja paz alguns têm que se sacrificar, que esses alguns sacrificáveis sejam da minoria que aceita a condição de fazer parte de uma etnia que permitiu que a civilização atual florescesse...


White Power!
É um problema espiritual, chupe pau!

Trancado