Acauan escreveu:Botanico escreveu:Um vídeo feito por um naturalista que mostra o acasalamento de dois pássaros raros numa floresta em local incerto ou não sabido não desperta desconfianças na comunidade cética. Mas um vídeo que mostra um objeto se deslocando sem nenhuma explicação plausível, é considerado fraude à priori. Então...
Botanico,
Faça-me o favor...
Já discutimos isto antes.
Você sabe muito bem que se algum mestrando ou doutorando em botânica apresentar como parte da documentação de uma tese vídeos e fotos de uma nova espécie, o material só será aceito se acompanhado de uma consistente descrição de como foi obtido.
Isto se a nova espécie não tiver nada de especial.
Caso a descoberta apresente algo de revolucionário, que force a comunidade botânica a revisar conceitos básicos, como um vegetal com sistema nervoso ou algo assim, as exigências de provas serão muito mais severas e a hipótese de fraude será considerada em todo o exame.
Isto porque pululam fraudes nos meios científicos acadêmicos e a comunidade científica precisa se proteger delas, para que sua credibilidade não seja abalada.
Como dito, você sabe de tudo isto, faz parte do dia a dia de sua profissão, mas insiste na ladainha da conspiração de céticos.
Acauan, o que ficou entendido para mim naquela ocasião é a filosofia da coisa. Nenhum problema, pois eu já sabia disso. O meu problema, conforme tenho insistido é TÉCNICO: Os céticos não me dizem o que fazer para que a coisa seja tecnicamente válida.
Muito que bem, vamos lá relembrar como Crookes fazia. Ele ficou satisfeito com a Florence Cook depois de umas quatro sessões nestas condições. Mas mesmo depois de dez sessões, não estava satisfeito com a Rosina Showers. Por que? Com a Florence, as formas materializadas eram variáveis em altura e aspecto e tinham sinais claros de que não se tratavam da médium disfarçada. O mesmo já não acontecia com a Rosina, pois as fantasmas produzidas por ela só tinham as roupas diferentes e no resto eram tudo igual à médium. No fim ela era uma fraude mesmo. Já com a Florence e outros, Crookes fez estudos mais aprofundados, fechando as brechas possíveis de fraudes, e fez lá os seus experimentos, descrevendo os protocolos e resultados. E mais de duzentos outros pesquisadores foram pelo mesmo caminho e chegaram a resultados semelhantes. Pois esta é a minha pergunta: depois de mais de 80 anos de estudos, com mais de 200 cientistas investigando a coisa, fazendo milhares de experimentos, com dezenas, senão centenas de médiuns e chegando a resultados semelhantes, o que é que ficou faltando para preencher as condições daquele índice de tese que você me passou?
Se eu houvesse me deparado com argumentações céticas convincentes dentro do aspecto científico, por exemplo: o experimento x do Crookes apresentou uma falha de protocolo assim ou assada, que comprometeu a validade do experimento; ou o experimento y de Varley deixou de observar tal detalhe e isso abre uma brecha para fraude... etc etc. Bem, eram coisas assim que eu esperava encontrar nas argumentações céticas. Infelizmente ainda estou para ver isso. Será que a tese da Juliana Hildago salva alguma coisa?
E conspiração cética? Bem, quando eu pego um grande bambambam da comunidade cética, como Massimo Polidoro, mentindo em defesa da fé cética, o que você sugere que eu pense? Se fosse o único, tudo bem, é um caso isolado. Mas se começo a enfileirar o Lord Kelvin, Carpenter, Ramsay, George Price, M. Polidoro, Peter BrookeSmith, Jules Bois, Trevor Hall, Salter, etc e tal e todos eles vindo com argumentos que nada se parecem com a contestação científica na forma que expus acima, estarei exagerando em falar em conspiração cética?