RicardoVitor escreveu:Não há motivo algum para debate. Poderia citar um nome de um "renomado" economista que ainda defenda o valor-trabalho?
A teoria do valor-trabalho é um absurdo, é um atestado de incapacidade de raciocínio lógico.
Os preços não são fixados pelas empresas, são formados pelos consumidores.
Em todos os casos, a demanda é responsável diretamente pelos níveis de preço.
Essa pergunta é análoga a “Poderia citar um nome de uma pessoa famosa que já traiu a namorada?”.Porque o mais fácil é perguntar “Poderia citar um nome de algum economista renomado que NÃO considere o valor-trabalho na formação do nível geral de preços”?Até mesmo a teoria da formação de preços dos formuladores da Síntese Neoclássica (Marshall e outros) leva em conta não só a utilidade, como o trabalho.O preço é estabelecido no encontro da curva de oferta com a curva de demanda.O valor-trabalho determina a oferta agregada.E a utilidade determina a demanda agregada, mas não a curva de oferta agregada.Duvida da última frase?Então, eu desafio você a mostrar um único livro de Microeconomia Neoclássica atualizado que a desminta.Isso porque os únicos que defendem a utilidade para o consumidor como único determinante ou quase todo o responsável pela formação dos preços são os neoclássicos da já extinta escola de pensamento conhecida como Marginalismo (Jevons, Walras, etc.), que nem econometristas eram (o primeiro que surgiu foi Alfred Marshall).
RicardoVitor escreveu:BLANCHARD, O.(2003).Macroeconomia Terceira Edição.São Paulo:Pearson,2004.
Neo-keynesiano.
SILVA, A. C. M. E. . Macroeconomia sem Equilíbrio. 1. ed. Petrópolis - RJ: Editora Vozes, 1999. 341 p.:
http://www.eco.unicamp.br/publicacoes/l ... vro40.html Keynesiano. Agora poderia citar um "renomado" economista que defenda o valor-trabalho?
Se você tivesse um mínimo de conhecimento sobre o assunto, saberia que o chamado “novo-keynesianismo” é ORTODOXIA ECONÔMICA NEOCLÁSSICA.Embora haja alguma heterogeneidade nesta escola, novos-keynesianos normalmente defendem a validade da Lei de Say (“a oferta gera a sua própria demanda”) no longo-prazo (é só ver as funções macroeconômicas ensinado no livro de Blanchard e outros).Sobre esse aspecto, a única diferença em relação aos monetaristas é que eles acham que a economia normalmente não está no ponto de produção de pleno emprego, o que faz defender um ativismo econômico um pouco maior que o dos monetaristas.É por isso que os professores de Macroeconomia do meu curso dizem que “os novos-keynesianos só tem de keynesiano o nome” de tão enganosa a terminologia utilizada para designá-los.Maior prova disso é ver, no capítulo 6 do livro de Blanchard que citei, uma função que determina o equilíbrio no mercado de trabalho (chamada função WS-PS) diz que um aumento na rigidez da legislação trabalhista (como o aumento do benefício-desemprego) aumenta a taxa natural de desemprego (o que implica que a flexibilização da legislação trabalhista tem efeito oposto a esse).
RicardoVitor escreveu:
Não cobre. Se o consumidor considerar que os custos de produção não valem o preço do produto, este não será nem ao menos produzido. Quem determina o preço, novamente, é o consumidor.
Huxley disse:
“Mas em vez de margens de lucros rígidas, temos margens de lucros flexíveis, sensíveis a variações na demanda agregada.A firmas são "aceitadoras de preço" (não tem poder de mercado significativo) e tem dificuldade em responder a variações da demanda apenas com variações de estoque, devido a fatores que já mencionei neste tópico.Neste caso, as margens de lucro são uma função direta, no curto prazo, do nível de produção efetiva (Q) em relação ao nível de produção de pleno emprego(Qp). Ou seja, caso aumente a demanda agregada aumente, o nível de produção subirá, assim como as margens de lucro.Mas no longo prazo, as margens de lucro são insensíveis a variações em Q/Qp.No longo prazo, a elevação excessiva das margens de lucro tornariam a eficiência marginal do capital nesses setores mais alta que a média, atraindo investimentos para ele;a consequente ampliação da capacidade produtiva nestes setores pressionaria seus preços de mercado ao nível de preços "naturais".O preço "natural" seria aquele preço definido de acordo com o raciocínio da teoria do valor-utilidade, mais precisamente a teoria marginalista marshalliana.
E quando falo de teoria de valor-utilidade, me refiro a teoria marginalista de Alfred Marshall, não a dos primeiros economistas neoclássicos.Essa teoria não diz que o preço de uma mercadoria é independente do trabalho necessário para produzi-la.Ela só diz que existe uma curva de demanda indicando qual é a quantidade de produtos que os consumidores desejam adquirir a cada nível de preços.E baseado nesta informação, existe um preço X onde esse lucro será maximizado, que por sua vez é determinado pela demanda pela mercadoria.Se em algum momento o lucro passar a ser maximizado em um ponto onde não é possível cobrir os custos de produção,simplesmente a mercadoria deixará de ser produzida.”
E, novamente, tanta enrolação para concluir que é o consumidor final quem determina os preços e a necessidade de tal mercadoria ser produzida.
Huxley disse:
“Não se diz que o preço de uma mercadoria é independente do trabalho necessário para produzi-la.” É completamente independente (resposta de Ricardo Vitor).
Exatamente, e? A mercadoria deixará de ser produzida pois o consumidor final decidiu não pagar por seu preço. Isso só comprova que quem define o valor de uma mercadoria são os indivíduos, ninguém mais.
As citações acima podem ser refutadas por um exemplo imaginário simples e pela lógica da Síntese Neoclássica.Imagine que duas empresas fabriquem o mesmo produto X.A empresa “A” maximiza seu lucro no ponto da curva de demanda onde o custo marginal se iguala a receita marginal.Com isso, ela consegue obter um pequeno lucro e permanece assim por um bom tempo.O mesmo ocorre com a empresa “B”, entretanto, por uma crise interna qualquer, o ponto onde ela maximiza o lucro não cobre nem os custos fixos, nem os custos variáveis.O resultado disso é que a empresa “A” continua a produzir mercadoria X, mas a “B” não.Qualquer um que não seja desatento percebe que A DECISÃO DOS CONSUMIDORES NÃO ORIGINA AS DIFERENÇAS DE CUSTO DE PRODUÇÃO de “A” em relação a “B” (ou mesmo em relação a um produtor "C",que tivesse sobrelucros e preços mais competitivos que "A" e "B") !!!Uma citação de Achyles Barcelos da Costa do Departamento de Economia e do IEPE/UFRGS na paper Literatura Econômica [“Uma Nota Introdutória ao Artigo ‘A Teoria dos Preços e o Comportamento Empresarial de R.L. Hall e C.J. Hitch” 8(3) out 1986] é esclarecedora:
“Em 1890, Alfred Marshall publica os Principles of Economics(...)Ao contrário dos demais marginalistas, afirmava que não se poderia descartar os custos de produção como sendo um elemento importante na explicação do preço.Tanto o custo, como a utilidade teriam um papel a desempenhar.O primeiro na explicação da oferta e, a segunda, na explicação da demanda.Sobre isso afirmava: ‘Nós podemos estabelecer uma discussão razoável se é a lâmina superior ou inferior de uma tesoura que corta a folha de papel, assim como se o valor é determinado pela utilidade ou pelo custo de produção.’ ”
Ora, se não é a utilidade quem determina a oferta, então são os custos de produção que fazem isso.E de onde se originam os custos???A resposta já vem desde a escola Clássica Inglesa, com Adam Smith e David Ricardo.Insumos utilizados na produção são mercadorias que tem valores de troca.E como para esses economistas clássicos, o valor da mercadoria é medido pela quantidade trabalho necessário para obtê-la, então está explicado de onde vêm os custos.Explicarei em maiores detalhes mais adiante.
RicardoVitor escreveu:Huxley:
“Para firmas serem aceitadoras de preços, o modelo microeconômico que mencionei supõe concorrência perfeita (ou quase perfeita), onde nenhum fabricante pode afetar significativamente o preço de mercado variando a sua produção, porque seus produtos são mais ou menos homogêneos.”
Defina "preço de mercado". Em que situação um fabricante pode controlar/afetar o "preço de mercado"?
Como ele pode afetar o preço de mercado?Muito simples.Imagine que a Fiat reduza o preço da versão básica do Palio em 8% no nosso mercado.A Volkswagen para não perder parte da fatia de mercado que o Gol lhe garante, retalia a atitude da Fiat com uma redução de preços de 9% na versão de entrada do Gol.A Volkswagen considera que se não fizer isso, ela irá perder uma boa quantidade de seus consumidores para a Fiat.Isso mostra um exemplo que uma alteração nos seus preços poderá induzir a uma mesma alteração da mesma natureza no preço de um ou mais concorrentes.É isso que caracteriza o oligopólio.Esse foi um exemplo imaginário, mas guerra de preço entre firmas poderosas é o que não falta como exemplo (é só pesquisar no Google com as palavras-chaves adequadas).
Agora imagine, o que ocorreria numa situação de concorrência quase perfeita.Digamos que o vendedor X diminua o preço da mercadoria “A”, e o vendedor “Y”,que também produz “A”, nada faz.Neste caso, cada empresa é tão pequena em relação ao mercado que as interações estratégicas não são importantes.O vendedor “Y” poderá seguir com sua política de preços, porque o que acontecer com a demanda do produto do vendedor “X” não será de tão importância dado à fatia que tal concorrente ocupa no mercado.Neste caso, as firmas são “aceitadoras de preços”.Ela irá igualar a receita marginal ao custo marginal, diferente do outro caso (onde explicarei mais sobre isso mais adiante) o preço é maior que o custo marginal da mercadoria .
A coisa mais fácil do mundo é encontrar um livro onde essas informações estão,eu já fiz citação, mas se quiser mais aí vai: Introdução à Economia,2ª edição” de N.Gregory Mankiw (2001,Editora Campus) e “Microeconomia:Teoria e Aplicações ,11ª edição”,Editora Saraiva) de Mansfield e Yohe.
RicardoVitor escreveu:
Huxley disse:
“Existe outra situação onde há concorrência que esqueci de mencionar.A situação onde os produtos são diferenciados,mas o empresário supõe que a curva de demanda seja independente dos outros das reações dos outros produtores.Ela é independente, não como no caso dos monopólios em que não há bons substitutos, mas porque existem tantos concorrentes dentro do "grupo" que nenhum deles é afetado de maneira significativa por uma mudança no seu preço ou sua produção.Isso se chama ‘concorrência monopolística’”.
O absurdo já vem de baixo, depois se torna uma avanlanche de falácias. Pressupõe que mudanças nos preços ou na produção afetam outros produtores, para então concluir com o termo mais absurdo do conto de fadas keynesiano.
Você em meio a sua infinita desinformação, não sabe que as mudanças nos preços e na produção afetam tanto outros produtores que foi uma das razões que fez o matemático americano John Nash (se você assistiu o filme “Uma Mente Brilhante” vai se lembrar desse nome) criar uma análise pioneira do equilíbrio nas teorias dos jogos não-cooperativos que rendeu-lhe o Prêmio Nobel de Economia em 1994:
http://nobelprize.org/nobel_prizes/econ ... peech.htmlNash incorporou a teoria dos jogos às teorias do oligopólio, que permite que as empresas escolham a melhor estratégia para si com base nas estratégias escolhidas pelos demais.Nada mais estratégico que uma política de preços ou produção nessa situação.Esse trabalho rendeu a ele o Prêmio Nobel.Dizer que “concorrência monopolística é o “termo do mais absurdo conto de fadas keynesiano” é ser ignorante igual a um cético da busca por vida extraterrestre que fala que “planeta extra-solar” é um “termo do mais absurdo conto de fadas ufológico”.Já que o termo “concorrência monopolística” é encontrada e explicada em qualquer bom manual de Microeconomia recente.
RicardoVitor escreveu:Você não faz a mínima idéia do que seja um monopólio, imagina um oligopólio
Se eu não soubesse o que é monopólio, eu diria que não há possibilidade de existir monopólio natural.Como você:
RicardoVitor escreveu:Isso o modelo supõe? Onde?
O que seria uma concorrência imperfeita? É possível tal coisa existir sem uma intervenção do Estado?
A única forma de monopólios / oligopólios se formarem é a forma oficial, isso é, com intervenção estatal, instituindo leis que asseguram aos detentores do monopólio / oligopólio sua exclusividade em tal setor do mercado.
É possível haver até monopólio natural, quem dirá concorrência imperfeita.Quer um exemplo?A indústria do alumínio nos EUA há umas boas décadas atrás.A Alcoa controlava praticamente toda a produção de bauxita, que é usada para produzir alumínio.A situação ocorreu porque a empresa controlou toda a oferta de um insumo básico para a produção de determinado produto.Isso fez dela um monopólio por um bom tempo.Isso pode ser visto em “Microeconomia:Teoria e Aplicações ,11ª edição”,Editora Saraiva, p.311) de Mansfield e Yohe.Um exemplo de um monopólio quase puro foi o de uma indústria de diamantes sul-africana, e que pode ser visto na página 317 de “Introdução a Economia” de N.Gregory Mankiw (2001,Editora Campus).
RicardoVitor escreveu:Huxley:
“O que seria concorrência imperfeita?Tudo o que não é monopólio e nem os dois casos de concorrência que citei.Ela existe porque as firmas tem poder de impor barreiras a entradas,”
Como?? Quais os mecanismos legais, poderia citar?
Huxley:
“seja devido a vantagens de custos (formas de financiamento, economias de escala, etc.),”
O que não impõe nenhuma barreira.
Huxley:
“seja vantagens de diferenciação de produtos,etc.”
Nenhuma barreira até aqui. Poderia citar quais os mecanismos oficiais que essas firmas utilizam para impor barreiras?
Huxley:
“Não de todas, é claro, (já que se fosse assim, jamais teríamos notícia de uma entrada num setor por uma firma "nova"), mas as que não tem condições superar as vantagens de custos e de diferenciação das firmas estabelescidas.São muitas e difíceis de superar.”
Mas não IMPEDEM. É capaz de perceber a diferença entre "difícil" e "impedir"?
Quais os “mecanismos para barreiras”?Eu já citei alguns aqui.Se você não entendeu ou não entende, paciência.As barreiras à entrada são vantagens apropriadas sob a forma de lucros acima do normal, que lhe conferem maior poder ao decidir sua estratégia do que se estivesse em situação de concorrência perfeita (ou quase).Você insiste que há livre entrada de empresas em todos os setores e não há concorrência imperfeita.Se isso fosse verdade, não existiriam empresas que praticando preço bem acima do custo marginal.Todas as empresas teriam custos marginais iguais a receita marginal.Isso porque em concorrência perfeita, a teoria neoclássica da firma diz:
“No longo prazo, a elevação excessiva das margens de lucro, torna a eficiência marginal do capital nesses setores mais alta que a média, atraindo investimentos para ele;a consequente ampliação da capacidade produtiva nestes setores pressiona seus preços de mercado ao nível de preços ‘naturais’ ”.
E se concorrência perfeita significa livre entrada em todas indústrias, porque existem setores com margem de lucros extraordinários?No equilíbrio de longo prazo de concorrência perfeita (ver livros de Microeconomia que já citei), o preço deveria ser sempre igual ao custo total médio, e o lucro da empresa ser ZERO (atenção, quando se fala-se em lucro zero considerando o preço se iguala a soma custo explícito+custo de oportunidade)??Porque isso não ocorre em muitos setores?A única explicação é justamente que as vantagens de custos e diferenciação proporcionam barreiras à entrada e não existe essa coisa de “livre entrada” em muitos setores, embora isso seja aproximadamente verdade em outros.
RicardoVitor escreveu:Meu amigo, os autores que você cita e os trechos copiados de livros que cola aqui no forum são claramente de cunho keynesiano, de origem marxista.
Errado.Boa parte dos livros de autores que citei aqui (Ferguson, Mankiw, Blanchard) são NEOCLÁSSICOS.
RicardoVitor escreveu:Conheço, e isso apenas comprova o seu total desconhecimento sobre o que significa o termo monopólio, ou sua total ignorância sobre o que ocorre no mercado da tecnologia da informação. A Microsoft está LONGE de formar um monopólio, são muitos os nichos no mercado em que participa e suas concorrentes são inúmeras. Inclusive, do contrário do que pensa, em diversos desses nichos dentro do mercado de TI a Microsoft não possui a maior parte do market-share.
E daí se “em diversos desses nichos dentro do mercado de TI a Microsoft não possui a maior parte do market-share”? O que importa quando falamos em “monopólio” é que existe alguma área de mercado onde ela se aproxima disso.
Eu não sei o que significa monopólio?Para leigos como você, monopólio é necessariamente sinônimo de “um produtor no mercado”.Para economistas, monopólio é uma situação onde uma empresa cobra preços significativamente acima dos custos marginais.É muito raro uma situação de monopólio puro natural, mas abundam os casos que uma empresa tem um certo poder de monopólio.Não é tão incomum que uma firma controle uma boa quantidade de fatia da oferta agregada de determinado setor.Neste caso, ela cobra um preço bem acima dos custos marginais (diferentemente da concorrência perfeita onde o preço iguala o custo marginal).Resumindo:
Para empresa competitiva: P=RMg=CMg
Para empresa monopolista: P> RMg=CMg
Para calcular o poder de monopólio de uma firma, foi criado um indicador chamado “índice de Lerner”, cuja equação é a seguinte:
L=[P-CMg]/P
P=preço
CMg=custo marginal
O índice varia de 0 a 1.Quanto mais próximo o índice estiver de 1, mais perto a firma está da situação monopolística pura.Quanto mais próximo a 0, mais próximo está a situação de concorrência perfeita.Esse índice é equivalente a:
[P-CMg]/P= 1/n0, onde n0 é a elasticidade-preço da demanda.
Foi notícia na imprensa que a Microsoft foi levada a julgamento em 1998 sob a acusação de monopólio.Em 1997, cobrava-se cobrava-se 2.000 dólares de preço médio por um PC.Não se sabe exatamente qual a elasticidade-preço da demanda do seu produto na época, mas uma estimativa conservadora dizia que se situava acima de 1 e a abaixo de 2.Mesmo na situação mais favorável a Microsoft (elasticidade-preço da demanda igual a 2), a acusação defendeu que o cálculo do índice de Lerner apontava que a Microsoft teria poder de monopólio ainda que cobrasse o preço de 950 dólares.Os detalhes desse cálculo pode ser visto em “Microeconomia:Teoria e Aplicações ,11ª edição (2005,Editora Saraiva,p.327,328) de Mansfield e Yohe. Hoje, ainda que se diga que ela não tenha índice de Lerner muito próximo a 1, pode-se dizer sim que ela tem tranqüilamente poder de monopólio em algo.
RicardoVitor escreveu:
Bem, aqui você assinou o atestado de completa ignorância no que há de mais básico em história da economia. Marx se inspirou em DAVID RICARDO que, ao contrário de Smith, acreditava que o valor do trabalho era EQUIVALENTE ao valor do produto gerado pelo trabalho, e não somente ao salário. Você nem ao menos deve ter dado tal folheada...
Mais uma tentativa de “ensinar” o que não sabe.Teoria valor-trabalho é a teoria que diz que a medida adequada do valor de troca de uma mercadoria é quantidade de trabalho (ou esforço) necessário para a obtenção dessa mesma mercadoria.Isso tem origem em Smith, não em Ricardo (apesar de que ambos sejam adeptos da teoria do valor-trabalho).Marx reteve esse conceito importante para o desenvolvimento de sua teoria do valor (eu disse no post anterior: “o próprio Marx se inspirou em Smith para fazer sua teoria do valor”).Então, diga-me: ONDE É QUE EU ESTOU ERRADO EM AFIRMAR ISSO???
Ora, o que Smith tinha de diferente de Ricardo?O primeiro propunha que a medida real do valor de uma mercadoria estava na quantidade de trabalho que pode ser adquirida no mercado em troca dessa mercadoria.Mas Ricardo achava que era a quantidade de trabalho incorporado a produção dessa mercadoria.Não confunda NEGAR o que valor de uma mercadoria está na quantidade de trabalho que pode ser adquirida no mercado em troca dessa mercadoria (coisa que Ricardo fazia, mas Smith não!), com NEGAR que o trabalho é o instrumento natural de medida de valor de troca (coisa que nem Ricardo e nem Smith faziam!)O que Ricardo diz é, que se um homem se torna duas vezes mais eficiente, produzindo o dobro da quantidade de mercadorias, no mesmo tempo que fazia anteriormente, isso não implica que esse homem venha a receber uma remuneração que lhe permite adquirir o dobro da quantidade de mercadoria que seu salário anterior lhe permitia.
Para explicar isso, Ricardo usa uma argumentação muito esclarecedora:
“Num mesmo país, para a produção de uma dada quantidade de alimentos e de outros gêneros de primeira necessidade, pode ser exigido, em determinada época, o dobro de trabalho que seria preciso numa época anterior, podendo, entretanto, diminuir muito pouco a remuneração do trabalhador. Se, na época inicial, o salário do trabalhador se constituísse de certa quantidade de alimentos e de gêneros de primeira necessidade, caso esta quantidade se reduzisse o trabalhador possivelmente não pudesse subsistir. Nesse caso, os alimentos e os demais gêneros de primeira necessidade teriam sofrido um aumento no valor de 100%, se fossem avaliados pela quantidade de trabalho necessária a sua produção, enquanto o aumento de valor teria sido muito pequeno, se este se medisse pela quantidade de trabalho pelo qual poderiam ser trocados.” (RICARDO, D.Principles of Political Economy and Taxation.In Sraffa,P. (ed.) The Works and Correspondence of David Ricardo.v,I.)
RicardoVitor escreveu:
Onde está o valor-trabalho, em Smith? Lembre-se: Não confunda salário com trabalho.
Já que você implicitamente disse que já leu “A Riqueza das Nações”, eu te pergunto se você não viu isso:
“Portanto, o valor de qualquer mercadoria, para a pessoa que a possui, mas não tencioná-la ou consumi-la ela própria, senão trocá-las por outros bens, é igual a quantidade de trabalho que essa mercadoria lhe dá de comprar ou comandar.Conseqüentemente, o trabalho é a medida real do valor de troca de todas as mercadorias.” (SMITH, A.1983. “A Riqueza das Nações”.Abril Cultural, Editor Victor Civita, p.63).
P.S.(acrescentando):Smith considera ainda que quando é colocada uma quantidade de mercadorias que esteja acima ou abaixo da demanda efetiva, o preço de mercado pode ficar acima ou abaixo do preço natural (P=S+L+R, onde S não pode ser um valor que seja menor que o suficiente para um trabalhador sustentar ele e sua família).Mas no longo prazo, as forças de mercado fazem com que o preço natural seja aquele preço central para qual tendem os preços efetivos.
RicardoVitor escreveu:Huxley:
Algo que os empresários fazem porque esse cálculo de formação de preços é mais simples, mais previsível e porque frequentemente eles não conhecem a curva de demanda do seu produto diferenciado.
Não fazem. Você tem casos para demonstrar?
Casos para demonstrar o que?Que eles não conhecem a curva de demanda do seu produto?Que eles adotam o princípio do custo pleno (preço=custos fixos+ custos variáveis+ mergem de lucro rígida e definida arbitrariamente).As firmas responderam isso no questionário e na entrevista do trabalho de Hall e Hitch publicado na Oxford Economic Paper.Por exemplo, 30 das 38 firmas responderam que normalmente aderem a formação de preços baseado no custo pleno (o que levou a conclusão que existe uma curva de demanda agregada nos setores fixprice, mas que está "quebrada"* justamente no ponto do custo pleno),etc.
*Exemplo de uma curva de demanda "quebrada":
RicardoVitor escreveu:Huxley:
“Isso foi concluído na pesquisa com os empresários de vários setores (eles foram entrevistados sobre o modo como formam preços!) publicada no paper que citei.”
Não tenho acesso ao paper. Poderia postar o texto aqui?
Não tenho como.O texto é grande demais.Eu só tive acesso a ele,porque a professora do meu curso passou uma xérox para os alunos de uma resenha e tradução desse artigo publicada na paper Literatura Econômica.
RicardoVitor escreveu:Huxley:
“Nonsense é não acreditar que a queda progressiva dos preços da TV de plasma que vemos hoje não está diretamente relacionada com o aumento da produtividade média do trabalho nos setores de eletroeletrônica (devido a rápida evolução das inovações teconológicas no setor).”
Não está!
A queda está diretamente relacionada com o consumidor final. Se a indústria se automatizou, inovou, etc, foi para atender a exigência de preços do consumidor final. Novamente, ninguém mais determinou tal queda, além dos consumidores.
Uma comparação do setor da eletroeletrônica com o da construção civil torna risível a sua argumentação que o aumento da produtividade que deu origem a preços da TV de plasma teve origem crucialmente na “exigência de preços do consumidor final”.Se as TVs de plasmas são tão úteis assim, então quer dizer que sua utilidade cresceu muito mais nos últimos anos que a utilidade das habitações?É no mínimo estranho, dado que a TV de plasma é um bem supérfluo e as habitações são bens essenciais procuradíssimos, haja visto o enorme déficit habitacional existente no Brasil.Porque o preço das habitações não atendeu “a exigência de preço do consumidor” de forma quantitivamente igual ao que ocorreu com as TVs de plasma.Onde está o “boom” da queda de preços das habitações?
RicardoVitor escreveu:
Bela argumentação, papai. E eu já estudei Marx, por isso considero o marxismo (e seus derivados, como o keynesianismo) como um atestado de burrice completo.
Puxa, ainda bem que ter seu atestado de burrice não é sinônimo de ser BURRO, porque se fosse, um legado de Keynes para a Macroeconomia não teria influenciado significativamente uma contribuição que deu origem ao Prêmio Nobel do economista John Hicks em 1972:
http://nobelprize.org/nobel_prizes/econ ... index.html Explica-se.A crítica de Keynes a Lei de Say foi tão devastadora para os economistas da época que induziu o até então economista neoclássico John Hicks (Prêmio Nobel de Economia de 1972) a criar a função IS-LM, também chamado de “Modelo Keynesiano Generalizado” como forma de tentar “encaixar” as idéias de Keynes na Síntese Neoclássica.A função era a combinação de níveis de produção real e as taxas de juros nominais que mantém o mercado de bens em equilíbrio.Ou seja, o modelo dizia que era possível reconduzir economias em depressão a ponto de equilíbrio no nível de produção de pleno emprego, utilizando o ativismo da política monetária e fiscal sugerido no chamado “Modelo Keynesiano Simples”, produzido pelo próprio Keynes (Hicks pegou "idéias" e aperfeiçou algumas funções matemáticas criadas por Keynes).É uma pena que os devotozinhos do credo liberal nem saibam que esse modelo tem influência significativa no pensamento de duas escolas neoclássicas ortodoxas (Novo-Keynesianismo e Monetarismo), porque estas escolas não são crentes cegas da infalibilidade da Lei de Say como as primeiras escolas de pensamento neoclássico.
RicardoVitor escreveu:
O seu ad hominem não é mais patético que a sua arrogância, típica dos meios acadêmicos esquerdistas brasileiros. Passe bem.
Eu estou quieto e de repente ou taxado de detentor de “conclusões patéticas”, você diz que os autores de Microeconomia e Macroeconomia (inclundo dos ortodoxos) de meus livros-textos estão errados , e que meus professores corrigem minha prova de forma errada, e eu é que sou arrogante?Quanto a dizer que você entende pouco de Economia, isso não é insulto.Ignorância não é crime.Além disso,o que eu falei não é uma mentira.
O que você mais disse no debate foi “prove” e “cite algum autor renomado atual".Eu fiz ambas as coisas e os autores que citei não são pouca coisa.Para mim, chega dessa discussão.Eu duvido que você usasse "citação de autor renomado atual" para provar todos esses absurdos postados aqui: “não existe monopólio ou olipólio sem intervenção do Estado”, “não existem barreiras a entrada nas indústrias (existe livre entrada de firmas em todas as indústrias), “a utilidade sozinha define o preço”, “não existem estratégias oligopolísticas”.Se você fizesse isso, me interessaria em pronlongar nessa dicussão.Mas como isso não irá acontecer NUNCA, é bom ir preparando a lista de desculpas.Até mais.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes