Vito Álvaro escreveu:Sentir sua falta, Anna.

Eu ando precisando muito do RV! Estou muito estressada, mas o tempo não permite...

Vito Álvaro escreveu:Sentir sua falta, Anna.
Márcio escreveu:Em tempo.
Às vezes vou ao quarto de minha mãe, está ela lá por meses e meses, deitada, não se move, quase nada fala, talvez um gemido, uma palavra que quase nunca compreendo, na verdade parou de falar agora. O olhar, quando raramente está num estado que eu diria semiconsciente, se perde no nada do teto branco, olha prá mim e não me vê mais; parece hoje uma ''coisinha'' que se pode rolar prá lá e prá cá, com uma sonda de alimentação enfiada no nariz, uma aceitação plena do mundinho que se tornou sua mente destruída pela doença de Parkinson e mais umas outras tantas decorrentes da própria idade avançada.
Não houve fé escandalosa, não houve apelos, nada, nem reclamos, apenas uma complacente aceitação do inevitável. Pouco à pouco foi-se apagando, desligando.
O mundo dela se fechou, se tornou pequenino, quase tudo se foi, acho que não é mais minha mãe, ou é apenas uma amostra muito diminuta da grandeza que ela já foi um dia.
E o que me resta é aceitar também, até o fim. Só isso.
Apocaliptica escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:Só sei que é horrível.
E que eu preferia estar morto que viver assim.
Vamos mudar para Stephen Hawkins.
Teríamos coragem de dizer o mesmo?
No seu estado atual?
Eu certamente teria dado um jeito de não ter chegado a ficar assim. Independente de qualquer contribuição para a ciência, não vejo a mínima qualidade de vida. Ele talvez pense diferente e isso é um direito dele. Só digo que eu não suportaria.
Concordo contigo.
Sempre vou achar que ele merecia uma vida muito melhor.
Mas sem ele, seria imensa a nossa perda.
E só por isso, tenho certeza que ele já vê um enorme sentido "real" para a vida.
Quem sabe até ele seja mais feliz do que nós mesmos, já que o que temos e ele não tem, talvêz, nem seja tão importante como o que ele tem e nós não temos.![]()
Eu apenas me rendo, zencem.Mas penso como o Bruno: acho que não suportaria....
zencem escreveu:Apocaliptica escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:Só sei que é horrível.
E que eu preferia estar morto que viver assim.
Vamos mudar para Stephen Hawkins.
Teríamos coragem de dizer o mesmo?
No seu estado atual?
Eu certamente teria dado um jeito de não ter chegado a ficar assim. Independente de qualquer contribuição para a ciência, não vejo a mínima qualidade de vida. Ele talvez pense diferente e isso é um direito dele. Só digo que eu não suportaria.
Concordo contigo.
Sempre vou achar que ele merecia uma vida muito melhor.
Mas sem ele, seria imensa a nossa perda.
E só por isso, tenho certeza que ele já vê um enorme sentido "real" para a vida.
Quem sabe até ele seja mais feliz do que nós mesmos, já que o que temos e ele não tem, talvêz, nem seja tão importante como o que ele tem e nós não temos.![]()
Eu apenas me rendo, zencem.Mas penso como o Bruno: acho que não suportaria....
Pois é, Apô!
Me too!!!
Esse é o mistério. Como essas pessoas suportam.
Só tem uma coisa que é a prova de tudo: A dor física interminável.
Eu tive um amigo que teve as pernas amputadas por problemas circulatórios que mesmo assim continuava com aquelas dôres insuportáveis.
Um dia, arranjou um jeito e conseguiu um revolver, dando um tiro no próprio ouvido.
E o catolicismo, ainda, condena um ato desse, negando os sacramentos, aqueles rituais tolos, pra impressionar os vivos.
SickBoy escreveu:admiro como essas pessoas dão a suas vidas significado, e como isso transcende o aspecto físico.
Apocaliptica escreveu:SickBoy escreveu:admiro como essas pessoas dão a suas vidas significado, e como isso transcende o aspecto físico.
Penso muito na transcendência do corpo físico com todas as suas limitações naturais, além dos valores e padrões estabelecidos.
E percebo o quanto sou fraca e limitada para compreender esta capacidade de transcender. Por mais que eu queira ou tente algum despreendimento, como em momentos de dor ou um ataque de insatisfação com um coisa que eu não goste em mim. A gente sempre acaba voltando para os limites do corpo e precisa encará-lo.
Anna escreveu:Apocaliptica escreveu:SickBoy escreveu:admiro como essas pessoas dão a suas vidas significado, e como isso transcende o aspecto físico.
Penso muito na transcendência do corpo físico com todas as suas limitações naturais, além dos valores e padrões estabelecidos.
E percebo o quanto sou fraca e limitada para compreender esta capacidade de transcender. Por mais que eu queira ou tente algum despreendimento, como em momentos de dor ou um ataque de insatisfação com um coisa que eu não goste em mim. A gente sempre acaba voltando para os limites do corpo e precisa encará-lo.
Apocalíptica, leia a obra de Joseph Campbel, "As mascaras de Deus" e "heroi de mil faces". Também tenho muita dificuldade de transcender a dor, consigo transcender muito bem e viajar em situações diversas, mas dor é algo complexo... enfim, Campbel faz uma viagem muito aprofundada e bacana no tema. A dor, ou um trauma que marca a vida de uma pessoa muitas vezes é encarado de forma ritualistica, e serve para matar completamente a estrutura mental e psiquica na qual a criatura vivia anteriormente, a partir daquele momento ela deixa de ser quem era, morre e sabe que não há retorno, não poderá jamais voltar a ser aquilo ou melhor, quem era antes. Ela é então renovada em si mesma, com novo arcabouço pisiquico, são as mortes e renascimentos mitológicos que estão na história do homem desde o homem de neanderthal.
Apocaliptica escreveu:Sem palavras...sem julgamentos, sem saber o que pensar.
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6 ... 9315143834
http://www.orkut.com/Album.aspx?uid=6171216789315143834
NadaSei escreveu:Apocaliptica escreveu:Sem palavras...sem julgamentos, sem saber o que pensar.
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6 ... 9315143834
http://www.orkut.com/Album.aspx?uid=6171216789315143834
E quem não tem orkut... fica só na imaginação.
Apocaliptica escreveu:Márcio escreveu:Em tempo.
Às vezes vou ao quarto de minha mãe, está ela lá por meses e meses, deitada, não se move, quase nada fala, talvez um gemido, uma palavra que quase nunca compreendo, na verdade parou de falar agora. O olhar, quando raramente está num estado que eu diria semiconsciente, se perde no nada do teto branco, olha prá mim e não me vê mais; parece hoje uma ''coisinha'' que se pode rolar prá lá e prá cá, com uma sonda de alimentação enfiada no nariz, uma aceitação plena do mundinho que se tornou sua mente destruída pela doença de Parkinson e mais umas outras tantas decorrentes da própria idade avançada.
Não houve fé escandalosa, não houve apelos, nada, nem reclamos, apenas uma complacente aceitação do inevitável. Pouco à pouco foi-se apagando, desligando.
O mundo dela se fechou, se tornou pequenino, quase tudo se foi, acho que não é mais minha mãe, ou é apenas uma amostra muito diminuta da grandeza que ela já foi um dia.
E o que me resta é aceitar também, até o fim. Só isso.
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Márcio, é impressão minha, ou teu olhar anda dizendo isto na foto do orkut?
zencem escreveu:Apocaliptica escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:zencem escreveu:Ateu Tímido escreveu:Só sei que é horrível.
E que eu preferia estar morto que viver assim.
Vamos mudar para Stephen Hawkins.
Teríamos coragem de dizer o mesmo?
No seu estado atual?
Eu certamente teria dado um jeito de não ter chegado a ficar assim. Independente de qualquer contribuição para a ciência, não vejo a mínima qualidade de vida. Ele talvez pense diferente e isso é um direito dele. Só digo que eu não suportaria.
Concordo contigo.
Sempre vou achar que ele merecia uma vida muito melhor.
Mas sem ele, seria imensa a nossa perda.
E só por isso, tenho certeza que ele já vê um enorme sentido "real" para a vida.
Quem sabe até ele seja mais feliz do que nós mesmos, já que o que temos e ele não tem, talvêz, nem seja tão importante como o que ele tem e nós não temos.![]()
Eu apenas me rendo, zencem.Mas penso como o Bruno: acho que não suportaria....
Pois é, Apô!
Me too!!!
Esse é o mistério. Como essas pessoas suportam.
Só tem uma coisa que é a prova de tudo: A dor física interminável.
Eu tive um amigo que teve as pernas amputadas por problemas circulatórios que mesmo assim continuava com aquelas dôres insuportáveis.
Um dia, arranjou um jeito e conseguiu um revolver, dando um tiro no próprio ouvido.
E o catolicismo, ainda, condena um ato desse, negando os sacramentos, aqueles rituais tolos, pra impressionar os vivos.
Fernando Silva escreveu:Conheci uma pessoa que, depois de um AVC, ficou quase sem movimentos. Nunca mais se recuperou. Quando ainda conseguia falar (agora só faz "aah, aaah" e mexe o polegar), disse:
"Se eu aceito as coisas boas que Deus me manda, tenho que aceitar as ruins"
"Se Jesus sofreu tanto por mim, eu também posso sofrer um pouco por ele"
"Deus manda mais sofrimentos àqueles a quem mais ama para testar sua fé".
Essa pessoa rezava várias vezes por dia e ia à missa todos os dias.
Ainda bem que eu me desconverti a tempo...
videomaker escreveu: Não vi! porem diante dos comentarios diria: O falta de sorte! fazer o que né....
Fernando Silva escreveu:videomaker escreveu: Não vi! porem diante dos comentarios diria: O falta de sorte! fazer o que né....
Você parece estar evoluindo. Talvez chegue a ateu em menos reencarnações do que pensávamos.
Fernando Silva escreveu:videomaker escreveu: Não vi! porem diante dos comentarios diria: O falta de sorte! fazer o que né....
Você parece estar evoluindo. Talvez chegue a ateu em menos reencarnações do que pensávamos.
Tulio escreveu:Fernando Silva escreveu:videomaker escreveu: Não vi! porem diante dos comentarios diria: O falta de sorte! fazer o que né....
Você parece estar evoluindo. Talvez chegue a ateu em menos reencarnações do que pensávamos.
Apocaliptica escreveu:Anna escreveu:Apocaliptica escreveu:SickBoy escreveu:admiro como essas pessoas dão a suas vidas significado, e como isso transcende o aspecto físico.
Penso muito na transcendência do corpo físico com todas as suas limitações naturais, além dos valores e padrões estabelecidos.
E percebo o quanto sou fraca e limitada para compreender esta capacidade de transcender. Por mais que eu queira ou tente algum despreendimento, como em momentos de dor ou um ataque de insatisfação com um coisa que eu não goste em mim. A gente sempre acaba voltando para os limites do corpo e precisa encará-lo.
Apocalíptica, leia a obra de Joseph Campbel, "As mascaras de Deus" e "heroi de mil faces". Também tenho muita dificuldade de transcender a dor, consigo transcender muito bem e viajar em situações diversas, mas dor é algo complexo... enfim, Campbel faz uma viagem muito aprofundada e bacana no tema. A dor, ou um trauma que marca a vida de uma pessoa muitas vezes é encarado de forma ritualistica, e serve para matar completamente a estrutura mental e psiquica na qual a criatura vivia anteriormente, a partir daquele momento ela deixa de ser quem era, morre e sabe que não há retorno, não poderá jamais voltar a ser aquilo ou melhor, quem era antes. Ela é então renovada em si mesma, com novo arcabouço pisiquico, são as mortes e renascimentos mitológicos que estão na história do homem desde o homem de neanderthal.
Olá, Anna! Anotado. Parece muito interessante. Obrigada mesmo.
Fernando Silva escreveu:Conheci uma pessoa que, depois de um AVC, ficou quase sem movimentos. Nunca mais se recuperou. Quando ainda conseguia falar (agora só faz "aah, aaah" e mexe o polegar), disse:
"Se eu aceito as coisas boas que Deus me manda, tenho que aceitar as ruins"
"Se Jesus sofreu tanto por mim, eu também posso sofrer um pouco por ele"
"Deus manda mais sofrimentos àqueles a quem mais ama para testar sua fé".
Essa pessoa rezava várias vezes por dia e ia à missa todos os dias.
Ainda bem que eu me desconverti a tempo...
Anna escreveu:Apocaliptica escreveu:SickBoy escreveu:admiro como essas pessoas dão a suas vidas significado, e como isso transcende o aspecto físico.
Penso muito na transcendência do corpo físico com todas as suas limitações naturais, além dos valores e padrões estabelecidos.
E percebo o quanto sou fraca e limitada para compreender esta capacidade de transcender. Por mais que eu queira ou tente algum despreendimento, como em momentos de dor ou um ataque de insatisfação com um coisa que eu não goste em mim. A gente sempre acaba voltando para os limites do corpo e precisa encará-lo.
Apocalíptica, leia a obra de Joseph Campbel, "As mascaras de Deus" e "heroi de mil faces". Também tenho muita dificuldade de transcender a dor, consigo transcender muito bem e viajar em situações diversas, mas dor é algo complexo... enfim, Campbel faz uma viagem muito aprofundada e bacana no tema. A dor, ou um trauma que marca a vida de uma pessoa muitas vezes é encarado de forma ritualistica, e serve para matar completamente a estrutura mental e psiquica na qual a criatura vivia anteriormente, a partir daquele momento ela deixa de ser quem era, morre e sabe que não há retorno, não poderá jamais voltar a ser aquilo ou melhor, quem era antes. Ela é então renovada em si mesma, com novo arcabouço pisiquico, são as mortes e renascimentos mitológicos que estão na história do homem desde o homem de neanderthal.
Fernando Silva escreveu:videomaker escreveu: Não vi! porem diante dos comentarios diria: O falta de sorte! fazer o que né....
Você parece estar evoluindo. Talvez chegue a ateu em menos reencarnações do que pensávamos.