Mulher, negra e pobre, venci na vida

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RicardoVitor
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Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por RicardoVitor »

Mulher, negra e pobre, venci na vida
Driblei o destino que me era dado como certo, abri meu próprio negócio e saí da favela
por Daniele Zebini

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DONA DA HISTÓRIA
Maria Cristina Paixão, 33 anos, advogada, São Paulo
Nasci numa família de cinco irmãos, na favela do Jardim Maria Estela, em São Paulo. Meu pai era pedreiro e minha mãe empregada doméstica. Cresci vendo os dois se matarem de trabalhar sem construir nada. Minha mãe é uma lutadora, eu sempre quis ter a força dela, mas não o mesmo destino.

As minhas amigas, como quase todo mundo que vive na favela, não tinham perspectiva de vida e com 14 anos já estavam grávidas, trabalhando como faxineiras e babás, coisas que pra mim eu não admitia. Elas me julgavam prepotente, riam de mim. "Você sonha demais. O mundo nem olha pra gente. Acorda!" Mas eu sabia que podia. Decidi contrariar todas as estatísticas e mudar o meu destino.

>> Perdi empregos por ser favelada

Sempre estudei em escola pública e, aos 14 anos, fiz um curso de técnico administrativo para poder trabalhar. Passei num teste num escritório de contabilidade e trabalhava durante o dia e estudava à noite. Nos finais de semana distribuía panfletos nos semáforos.

Mesmo com dois empregos, o dinheiro não dava. Então fiz um curso de contabilidade pra ganhar mais. O curso era particular, mas consegui pagar.

Formada, fui procurar empregos melhores. Eu tinha 19 anos e participei de seleções em duas grandes empresas financeiras. Como o contador lida com muito dinheiro, é comum que os avaliadores visitem a casa dos candidatos pra saber se moram em locais que ofereçam riscos à empresa.

Na primeira seleção cheguei até a reta final, mas, quando disse à psicóloga que morava na favela, ela explicou que a empresa não poderia me admitir. Não desisti.Nem mesmo quando a mesma coisa aconteceu em outra seleção, de um jeito velado.

Dizem que o negro é quem mais sofre preconceito, mas favelado sofre ainda mais. Naquela época aceitei a minha condição resignada. Eu achava que favelado não tinha direitos. Se fosse hoje,teria rodado a baiana.

>> Saí da empresa e abri meu próprio negócio

Por ter sido vítima de preconceito a vida inteira, eu sempre tive vontade de fazer direito para conhecer as leis. Fui atrás de bolsas e segui em frente.

No segundo ano da faculdade, em 1999, arrumei um trabalho num escritório. Para complementar o orçamento, atendia alguns clientes em casa.Quando já tinha uns dez clientes, vi que ganhava com eles mais ou menos o meu salário no escritório. Então resolvi trabalhar só em casa.

Meu namorado era funcionário de uma empresa que precisava de serviços contábeis e me indicou.Quando fechamos o negócio, eu tive coragem de alugar uma sala. Só uma amiga, a Carla, fazia as vezes de funcionária.

Comprei um computador a prestação e, como não tinha dinheiro pra linha telefônica, a gente usava telefone público. Dividíamos a mesma sala e comíamos a marmita de casa. Até serviço de office-girl a gente fazia!

O negócio foi dando certo e o escritório cresceu. Aluguei uma sala ao lado, contratei a Carla e outros funcionários e comprei mais dois computadores. Quatro anos depois, em 2003, ano da minha formatura na faculdade de direito, vim para o meu atual escritório.

>> Saí da favela!

Hoje eu tenho 150 clientes e oito funcionários. O escritório fatura R$ 20 mil por mês, bem mais do que os R$ 1 mil que eu ganhava trabalhando para os outros. Tenho um carro já quitado e casa própria financiada.

Meu negócio deu tão certo que fui a segunda colocada no Prêmio Mulher Empreendedora do Sebrae, com certeza uma das maiores emoções da minha vida. Foi o reconhecimento do meu esforço.

Agora só falta eu terminar a pós-graduação em direito processual civil para começar o meu mestrado e realizar mais um sonho, o de dar aula. Mas isso fica pra uma outra história.

Minhas dicas para prosperar

• Não tenha preguiça de fazer nada. É preciso começar de baixo, sem prepotência
ou arrogância.

• Abra mão do que não é essencial. Qualquer empresa demora um tempo pra dar lucro.

• Veja qual aptidão você tem e invista nela.

• Atualize-se sempre!

• Enquanto é empregado, cative seus clientes. Com certeza eles o seguirão pra onde você for.

•Não trate o cliente como um número e sim como uma pessoa. Saiba o nome, os gostos, trate como um velho conhecido. Assim ele vai pensar duas vezes antes de contratar o serviço de outra empresa.

http://semanais.abril.uol.com.br/soumai ... 1958.shtml
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RicardoVitor
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Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por RicardoVitor »

Logical, responsible, practical.
Clinical, intellectual, cynical.
Liberal, fanatical, criminal.
Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!

Apocaliptica

Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por Apocaliptica »

As minhas amigas, como quase todo mundo que vive na favela, não tinham perspectiva de vida e com 14 anos já estavam grávidas, trabalhando como faxineiras e babás, coisas que pra mim eu não admitia. Elas me julgavam prepotente, riam de mim. "Você sonha demais. O mundo nem olha pra gente. Acorda!"



Pensamento de pobre brasileiro, que prefere fazer filho, festa e debochar de quem quer sair do "esquema".

Mas eu sabia que podia. Decidi contrariar todas as estatísticas e mudar o meu destino.


Pensamento de mudança real e pró-ativo.

Dizem que o negro é quem mais sofre preconceito, mas favelado sofre ainda mais. Naquela época aceitei a minha condição resignada. Eu achava que favelado não tinha direitos.


Sofre porque eles mesmos mostram que a postura da maioria é de desdém com a mudança pró-ativa. E ninguém quer gente revoltada, pessimista ou debochada trabalhando. Pode ser branco, preto ou amarelo, pobre ou rico. Não é questão de ter direito, mas de se dar o respeito.

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Xicao
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Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por Xicao »

O pior do preconceito contra 'negros' é que eles próprio (uma grande maioria) têm vergonha de serem negros e carregam o estigma de seres inferiorer. Devem sim, erguer a cabeça e não ficar fazendo-se de martires e sofredores da sociedade.....

se pelé ficasse reclamando da vida de ser negro e pobre nunca teria chegado onde chegou. O primeiro passo é AGIR..... Tanto negros e pardos, brancos, azuis, verdes, devem PRIMEIRAMENTE AGIR, agir racionalmente....


:emoticon13:

Por mais que desejamos, por mais que anseiamos que Deus exista....
Nenhuma Divindade ou Deus virá a existir para atender nossos anseios...

Citação da Bíblia Sagrada- Anotado por mim na contra-capa de Caneta Bic Preta
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SickBoy
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Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por SickBoy »

Por que será que isso virou notícia? :emoticon4:

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Sorrelfa
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Re: Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por Sorrelfa »

Usuário deletado escreveu:E agora socialistas? Onde está a sociedade imóvel-cruel-racista-neo-liberal? Nosso país mesmo estando léguas do que se pode chamar de um sistema liberal, oferece oportunidades para aqueles que querem ascender na vida. Conheço vários exemplos de pessoas de origem humilde que venceram na vida financeira.


[socialista] mas isso são casos esporádicos, de forma alguma o capitalismo dá condições de todos os pobres seguirem esse exemplo[socialista]
Vendo a justificável insistência de todos, humildemente sou forçado à admitir que sou um cara incrível !

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Xicao
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Re: Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por Xicao »

SickBoy escreveu:Por que será que isso virou notícia? :emoticon4:


marketing ou merchandising barato....
:emoticon8:

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o anátema
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Re.: Mulher, negra e pobre, venci na vida

Mensagem por o anátema »

Eu acredito que esse e outros casos não dão de forma alguma base para tentar igualar o sucesso financeiro com a capacidade ou esforço pessoal, da mesma forma que não creio que todo e qualquer vendedor de porta em porta há 30 anos atrás ou dali por diante poderia muito bem ter vindo a serdono da segunda maior emissora de tv do Brasil.

Não dá para separar as pessoas pelas classes sociais/rendas dos mais pobres aos mais ricos, e achar que está também automaticamente se organizando-os em graus de vagabundice e esforço, respectivamente.

É certo que esses pensamentos derrotistas que essa mulher disse náo ter se deixado ter também não ajudam em nada, e não tê-los e agir de acordo, pode ter diversos graus de diferença na vida das pessoas. Mas simplesmente, por exemplo, não há, tanto quanto sei, vagas de emprego para todos os desempregados do Brasil, só se eles virassem todos ilusionistas e começassem a tirar dinheiro do c*'.

Odeio usar jargão comun*sta, mas quem acha que tem emprego e meio de vida bom para todos, bastando deixarem de serem vagabundos, e levantarem as bundas das calçadas onde dormem, é mesmo alienado.
Sem tempo nem paciência para isso.

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Trancado