Fernando Silva escreveu:Deise Garcia escreveu:Benetton escreveu:Claro. Na sua opinião ( e na de seus pares ), a qual difere radicalmente até do advogado de acusação, do Juiz e do Promotor, os quais se baseiam na Lei, e não em cantilena chorosa de inconformados.
Hei Benetton, parodiando o Nandinho - não chute cachorro morto.
Nada como usar o feitiço contra o próprio feiticeiro!
Se você tivesse lido o tópico inteiro, teria visto o post do Ade logo acima e concluído que usar cartas psicografadas não tem valor legal, já que, perante a lei brasileira, espíritos não existem.
E se você tivesse lido o que o código penal assevera, verá que a interpretação das leis não é tão simples assim. Sabe-se que, no processo penal não há hierarquia de provas, e o juiz formará a sua convicção pela livre apreciação de cada uma delas, as quais valem pelo seu conjunto.
Sobre a admissibilidade das Provas, dispõe o art. 155 do Código de Processo Penal :
"No juízo penal, somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições à prova estabelecidas na Lei Civil". Verifica-se, então, que no Juízo penal
NÃO HÁ LIMITAÇÕES DOS MEIOS DE PROVA, SENDO AMPLA A INVESTIGAÇÃO, DILATADOS OS MEIOS PROBATÓRIOS, VISANDO ALCANÇAR A VERDADE DO FATO E DA AUTORIA, OU SEJA, DA IMPUTAÇÃO. Ensina Espínola Filho em seu Código de Processo Penal, vol. II/453 :
"Como resultado da inadmissibilidade de limitação dos meios de Provas, utilizáveis nos processos criminais, é-se levado à conclusão de que, para recorrer a qualquer expediente, reputado capaz de dar conhecimento da verdade, não é preciso seja um meio de prova previsto, ou autorizado pela Lei, basta não seja expressamente proibido, não se mostre incompatível com o sistema geral do Direito Positivo, não repugne à moralidade pública e aos sentimentos de humanidade e decoro, nem acarrete a perspectiva de dano ou abalo à saúde física ou mental dos envolvidos, que sejam chamados a intervir nas diligências". Além disso, e voltando aos Tribunais, gostaria de saber por que a LICC - orienta no sentido de que, na lacuna da lei, ou seja, na ausência de norma expressa no ordenamento jurídico, o juiz usará da analogia, depois COSTUMES (inclusive religiosos e crenças) e por fim princípios gerais do Direito – princípio da indeclinabilidade da jurisdição.
O art. 475, do CPP estabelece :
"Durante o julgamento não será permitida a produção ou leitura de documento que não tiver sido comunicado à parte contrária, com antecedência, pelo menos, de 3 (três) dias, compreendida nessa proibição a leitura de jornais ou qualquer escrito, cujo conteúdo versar sobre matéria de fato constante do processo."Mas, na Reforma do CPP, temos novidades:
(1) Nenhum documento, inclusive cartas psicografadas, tidas como tal, podem ser juntados 5 dias antes do julgamento (e não 3 dias, como é hoje – ARTIGO 475 DO ATUAL CPP). Vejamos a mudança no artigo 479 do futuro CPP ...
Fonte : IV Curso de atualização Jurídica, pertinente à reforma do CCP :
http://www.lfg.com.br/material/atualiza ... thales.pdf Fernando Silva escreveu:Seria o caso de se investigar qual o interesse do médium no caso e até processá-lo por fraude se ficasse provado que a carta não era da tal pessoa (o que fica evidente pelos erros de português e nomes errados).
Erros de português ? Mas já foi explicado anteriormente. Repetindo :
Aos olhos de um expert, o grafismo é analisado com base na gênese do escritor, e diversas características subjetivas coincidentes é que vão formar a opinião e consequente convicção do perito em afirmar uma autoria de um lançamento gráfico. Normalmente as pessoas acham que o mais importante é a forma do lançamento, quando na verdade isso NÃO é analisado e não é levado em conta nos exames grafotécnicos, pois trata-se de características objetivas, que pelo fato de serem formais, podem ser falsificadas. Porém, cada escrita é individual, pois é regida por uma mente, que também é única. Então a intenção que o escritor tem de escrever é que é própria dele, e o resultado desse processo é que são os lançamentos gráficos. Os falsários imitam a forma. Ninguém consegue imitar a gênese. Os erros de português podem ser facilmente atribuídos ao médium e não ao principal envolvido, pois descartar a possibilidade da inércia mental de quem escreve em conjunção com a total independência do processo psicográfico é também levando em conta pelo grafoscopista.
Existem características da gênese gráfica do espírito (no caso, de Ercy da Silva Cardoso. ) na psicografia. Só por aí poderia se afirmar que o lançamento seria autêntico, mas como se trata de psicografia, a conclusão que se chega é que a "mente" da Ercy é que estava escrevendo naqueles momentos, pois o caso em questão era um hibridismo (havia momentos de gênese de um e do outro).
Fernando Silva escreveu:Por que os tais espíritos nunca dizem: "procurem em tal lugar e encontrarão tal coisa, investiguem isto ou aquilo" ?
Uma carta destas seria útil. Uma carta que diz apenas : "o acusado é inocente" deve ser descartada imediatamente.
Nunca dizem??? Vamos lá :
Embora essa possibilidade esteja fora do alcance dos Tribunais, já existe catalogado, na Inglaterra, o caso do pesquisador Montague Keen (já falecido), cujo teor cita um caso bem extraordinário de um psíquico ajudando, com eficácia, a polícia :
http://www.survivalafterdeath.org/artic ... sponse.htm
"...a young woman whose brutally murdered body was found by a police detective who broke into her apartment in West London in February 1983. The detective spent five hours examining and recording every aspect of the body and the apartment. A few days later, accompanied by a colleague, he visited the home of a young Irish woman who was among the scores of members of the public to have responded to one of a large number of offers from the public for information.
The Irish woman described to the two policeman how she had been assailed over the weekend following the murder by a voice identifying itself as the murdered woman, albeit by her maiden name which had not been made public. In the course of the interview she gave some 150 pieces of evidence, almost all of it accurate, save for a few instances where the information was unprovable, but consistent. The medium's informant gave details of the precise circumstances of the murder, the clothing and jewellery of the dead woman, her activities on and before the day of the murder, the names of her closest relatives and friends, the appearance, age, habits, Christian name and unique nickname of the murderer. To dispel the obvious doubts of the police officers, and prompted by her discarnate informant, she proceeded to give the assistant officer three highly accurate pieces of information about himself which not merely astonished him but changed his entire belief system for life.
Some of the information could have been drawn from the mind of the policeman whose notes confirmed the accuracy of her descriptions. Some of it - the location of her friend's house, her pending divorce, fits of depression, the conduct of the murderer in her flat and in his getaway car after the killing, the length of time she had known the murderer, the tattoos on his arm, the description of his girlfriend, the false insurance claim he had recently made etc - was unknown to the officers, although subsequently verified. Some of it - the full name of a woman friend - was not confirmed as accurate until eighteen years later.
The murderer, a petty criminal known to the police, was not a suspect and had an alibi. Evidence from a murdered woman via a medium is not admissible in UK Courts. The case was cold stored until 2,000 when advances in DNA technology enabled the police to produce evidence which determined the fate of the killer, now serving a lengthy prison sentence. The crucial evidence was provided by the murderer's discarded pullover, rescued from a dustbin by the investigating police officer solely because of the impressive accuracy of the medium's information. The notes of his interview, along with the medium's semi-entranced drawing on which she wrote the murderer's nickname, and the cryptic address of a location which was found years later to have been the most likely hiding place of the stolen jewellery, were carefully preserved by the officer who, together with his colleague, and the medium, have testified to the accuracy of this evidence.
Thus far the case has been reported only obscurely, in an article by the police officer principally involved, in a privately circulated police magazine. What makes it so damaging to the super-psi case is the extravagance of the assumptions that have to be made to avoid postulating an intelligent deceased and clearly identifiable communicator. Here is a case where fraud and straightforward mind-reading from the living can be immediately eliminated as inconsistent with known and unchallengeable facts. Cold reading, body language, and the customary litany of feeble explanations employed by sceptics to account for veridical evidence clearly have no place here: there was no-one's mind to read for much of the evidence, even if one assumes that some of it was dragged from the reluctant depths of the murderer's own psyche. The medium was unknown to the victim, so far as is known; but even assuming that to be untrue, and positing ample cryptomnesic prowess by the medium, it could not accurately reveal facts unknown to anyone alive when the information was transmitt..."
Outro caso :
O caso de Montague Keen acima referenciado já seria um exemplo. Mas vamos a outros. O problema é que esses casos não são amplamente divulgados e talvez até mesmo a Polícia, como Instituição, evite de reconhecer publicamente a ajuda que recebe de paranormais, que podem ser médiuns ou não, face ao preconceito ainda existente nesses casos, e mesmo porque teria que admitir, ainda que parcialmente, sua incapacidade de resolver alguns casos complicados, por seus próprios méritos.
O parapsicólogo Willem Tenhaeff e Gerard Croiset, um dos mais testados agentes psi de todos os tempos, constituem um dos raros e bem sucedidos casos de parceria na investigação qualitativa dos fenômenos paranormais.
Desde 1946, Croiset submeteu-se a numerosos testes com Tenhaeff e outros parapsicólogos de diversos países. Também ajudou a polícia, não só da Holanda, mas de outros países da Europa, assim como dos Estados Unidos, na solução de crimes misteriosos, empregando a sua aptidão psi.
Croiset preferia ser consultado por telefone, porque, segundo ele, este procedimento eliminava influências estranhas e reduzia a confusão ou sobreposição de impressões. E não aceitava pagamento pelos seus serviços, ainda mesmo quando consultado pela Polícia, alegando que utilizava seus poderes em benefício da humanidade. Por isso, disse uma vez:
Croiset visualizava imagens, colhidas da memória das pessoas que o consultavam. Algumas vezes essas imagens surgiam ante a sua visão em grande velocidade. Por isso, ele não pensava com palavras, mas com imagens. Como já observara H. H. Price, os métodos educacionais modernos desencorajaram o pensamento por imagens, substituindo-o pelo pensamento por palavras.
Croiset descrevia, com assombrosa precisão, os locais onde as pessoas desaparecidas tinham passado e onde naquele momento se encontravam, as roupas que trajavam, onde, em caso de morte, os seus corpos se achavam ou seriam achados. Também com idêntica precisão, localizava animais e objetos perdidos. Em algumas ocasiões, Croiset se equivocava, mas quase sempre isso ocorria nos pequenos detalhes.
POLLACK, Jack Harrison – Croiset the Clairvoyant. Doubleday & Company Inc, Garden City, New York. 1964.