rapha... escreveu:Samael escreveu:Ou seja, estamos falando de capitalismo
É bem provável que sim.
Samael escreveu:o que invalida boa parte do que você disse.
É bem provável que não.
rapha... escreveu:Se é de qualquer um, porque estabeleceu acima um padrão plenamente capitalista?
Não vou estabelecer aqui modelos de economia e produção que possam restringir a amplitude do que exponho. É lógico que não dá para se pensar nisso dentro de um mercado fechado e de produção controlada por uma única entidade, até porque esse modelo, de certa forma recente, veio após a consolidação de nichos cruciais, que são aqueles de que falei até agora.
Samael escreveu:Eu vou ter que repetir o fato de ESTAR FALANDO DE PRODUTOS EM ESPECÍFICO E NÃO DE NECESSIDADES ABSTRATAS E IMANENTES?
Eu vou encarar tudo isso de uma mesma forma. É bem possível que esta seja a melhor maneira de se ver a questão.
Samael escreveu:É claro que ninguém vai te convencer a respirar e pagar por esse ar (a não ser que privatizem o oxigênio, é claro), visto que essa é uma necessidade imanente e, DESDE O PRINCÍPIO, você já estabelece contato com esse mesmo elemento.
Não é impossível.
Samael escreveu:DESDE O PRINCÍPIO, você já estabelece contato com esse mesmo elemento.
Estamos sujeitos a coisas diversas desde o princípio, muitas delas são cobradas de nós.
A água potável, por exemplo. É algo imanente e vital, e nos é cobrado.
Da água para o ar só existe uma impossibilidade logística.
Samael escreveu:Re-exemplificando: ninguém vai criar nicho para a água, per si, porque ingerí-la é uma necessidade.
Não tem água encanada aí no Encantado?
A água tem dono e ele nos cobra por usá-la, a despeito do valor agregado em todo o processo.
Isso sem falar nos diversos mercados já criados para manipulação da água, que muitos já tratam como necessidade, mas isto é outra coisa.
Samael escreveu:Já uma coca-cola não é necessidade imanente de ninguém, e, mesmo assim, se você me disser que alguém deseja uma coca-cola antes mesmo da mesma ter sido oferecida ao mercado, eu te dou um tiro...
A distorção que tu fez do que eu disse é absurda.
Vou responder mais além.
Samael escreveu:Você, novamente, está misturando duas categorias TOTALMENTE diferentes. Eu posso, à priori, desejar um líquido que me seja prazeroso beber ou um veículo que me permita locomover mais rapidamente e com maior comodidade, mas, ambas as coisas que eu citei são abstrações de algo que eu deseje. Os produtos, individualmente, só são desejados a partir do momento em que estão no mercado.
O primeiro vem de um desejo, o segundo de uma necessidade. O que se dá para melhorar o produto depois disso é outra discussão
Samael escreveu:E o mercado costuma introjetar suas mudanças nos produtos e convencer os consumidores de seu valor posteriormente.
A busca por melhorias a fim de satisfazer mais os consumidores e ampliar o mercado é uma constante.
Samael escreveu:Nignuém esperava beber um refrigerante de cocaína ou pepsina até algum espertinho bolar a fórmula e colocá-la à disposição no mercado.
O criador do produto provavelmente esperava. Viu a qualidade e daí decidiu comercializá-lo.
Não consigo conceber a criação de um produto deste e de outros portes simplesmente para ser posto no mercado.
Samael escreveu:Além disso, evolução é juízo de valor.
Rá!
Samael escreveu:Não, porque tratei de um objeto que você nem mesmo tangeu, restringindo sua avaliação à confusão de categorias que eu já torrei dos posts para especificar: a categoria de uma necessidade ou vontade abstrata, e o desejo de um produto per si. O desejo pelo produto só existe a partir do oferecimento desse mesmo produto ao mercado.
E o desejo original antes da criação do mercado, onde é que fica?
Tomar água de coco não é algo inventado. Em algumas situações é algo mais que essencial.
Samael escreveu:Um "produto", Raphael, é um bem onde foi introjetado valor a partir do trabalho humano, entende?
Isso é passível de discussão.
Samael escreveu:E um produto só existe a partir do momento em que se trabalha com o natural e se transforma o natural em um produto.
O que, em muitas ocasiões, significa não fazer absolutamente coisa alguma.
Samael escreveu:Água, enquanto um gênero, não é um produto. Ela precede o produto e, ainda assim, é uma necessidade natural.
Não vejo restrições ao que se pode ser considerado produto.
Samael escreveu:Água mineralizada com aroma de pêssego e gosto de limão é um produto. O natural foi transformado, foi trabalhado, e lhe foi dado um valor de uso pela sociedade.
A agregação de tal esforço nem sempre é necessária e obrigatória.
Samael escreveu:Ninguém, a não ser o(s) idealizador(es) desse mesmo produto o conhecem, a priori, e, dessa forma, o mundo só pode passar a desejá-lo a partir do momento em que ele existe.
Nesse caso, com tanta frescurada reunida, tenho que concordar.
Samael escreveu:Claro, claro. E eu desejei uma pizza sem nem ao menos saber do que se tratava, antes de colocar o primeiro pedaço da mesma na boca.
A pizza (agora vou tentar me explicar sobre a origem de um produto a partir da necessidade) é nada mais que restos de comida em cima de uma massa qualquer. Simples e trivial.
Eu duvido que me consigam provar de que a pizza foi concebida genialmente da cabeça de alguém que tentava abocanhar uma fatia do mercado gastronômico, e não de uma necessidade de se aproveitar sobras de outros alimentos, o que acabou se desenvolvendo (algum deve ter trocado por uma torta de maçã e outro vendido por algumas moedas) até chegar no mercado gigantesco e mundial que temos hoje.
Outro exemplo análogo e mais atual. A criação do Linux se deu pela necessidade de Linus Torvalds ter um sistema para trabalhar, uma vez que não tinha dinheiro para comprar um Unix. Hoje o mercado é enorme e movimenta milhões.
O criador do produto pode ser seu primeiro consumidor, a fim de atender uma necessidade pessoal, muito longe de o imaginar como produto de mercado. O que anula o discursinho furado de Singer levantado lá atrás.
Samael escreveu:Assim como um escandinavo imaginava: "hum, eu desejo um côco!" sem nunca ter visto um na vida. Claro...
Está difícil...
O mercado de cocos já havia sido criado tempos atrás, talvez antes do termo ''Escandinávia'' ser cunhado. Ele simplesmente se expandiu e chegou até esse lugar.
É muito complicado se estabelecer uma discussão com alguém que simplesmente distorceu minhas preposições (o que eu também devo ter feito) e em nenhum momento se ateve ao cerne da questão, que é a criação primeira de um mercado, lá na raiz.