Fernando Silva escreveu:André escreveu:Pois se for feito isso, os não-negros, e pobres, seriam uma minoria ainda mais oprimida e excluída.
Eu, que sou:
-homem
-branco
-hétero
-classe-média
-formado em universidade
Vou acabar sendo discriminado de tudo o é que lado.
E ai de mim de exigir algum direito baseado na minha condição.
Se eu fosse qualquer outra coisa, teria todo o direito de protestar e fazer passeatas de "Orgulho alguma coisa".
Mais ( ou diferentes ) coisas na minha lista:
- Mulher
- Divorciada e casada 2 vezes
- Branca demais
- Olhos azuis
- Pós-graduada
- Mãe de filha única ( já enchi o saco de críticas por isso...)
- Não dirijo
- Não sou política ( já fui criticada por ser franca)
- Não sigo o padrão decomportamento para uma "senhora" da minha idade ( este é ridículo)
- Desempregada há anos ( não se submeto a ser subalterna e não preciso)
Fernando, pense mais e veja a lista gigantesca de características pessoais, pertencentes à você, por escolha livre, por descendência genética e hereditária, por exercer o seu direito como cidadão, por ter feito coisas com sacrifício próprio, contrariando pressões de todos os lados, arrebentando amarras, e vai descobrir a quantas "cotas" indeológicas e egoístas você teria direito e simplesmente NUNCA pensou nisto.
Até porque eu me negaria a que me dessem este tipo de privilégio, eu me sentiria ofendida.
Quando eu estava grávida, peguei ônibus várias vezes. A lei municipal aqui, pelo menos, permite que gestantes embarquem pela porta da frente e entreguem o valor da passagem ao motorista. Nunca topei uma coisa destas. Primeiro, não há motivo físico para isto, a barriga de uma gestante passa tranquilamente pela roleta. Segundo, o dinheiro deve ser entregue mediante registro do giro da própria roleta para a contabilidade no final do dia e eu não sei o que o motorista vai fazer com o meu dinheiro. Terceiro, não gosto de ser tratada como "especial" por uma circunstância natural da vida e escolhida por mim, como o fato de estar grávida.
Enfim, se inventam uma série de mordomias desnecessárias, que para mim só transformam um povo numa massa de vagabundos vitimizados.
Isto não é desenvolvimento. E esté longe do modelo de conforto e qualidade de vida observado nos países de Primeiro Mundo.
Mas brasileiro não aprende, porque não entende NADA de desenvolvimento.