Apocaliptica escreveu:Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Dimítri escreveu:Apocaliptica escreveu:Não, não percebo...¬¬
E sabe quem vai mudar isto no Brasil? Ninguém. Muito menos eu, deixando meu filho morrer. So sorry...
Você tem filhos?
Funciona assim esse "ciclo vicioso": o sistema é corrupto porque é composto de pessoas corruptas. Todos fazemos parte do sistema. Logo, quando o burlamos, estamos contribuindo para que ele continue assim. Aí as pessoas (que tem grana) burlam, e usam a justificativa que o "sistema está errado", quando na verdade elas próprias são o sistema.
Ainda: baseado em que uma pessoa que viu seu filho morrer esperando por um órgão (porque alguém burlou o sistema e entrou na sua frente) pode reclamar sendo que ela faria o mesmo?
Não, não tenho filhos. Porém, caso queiras usar o argumento emocional: eu não burlaria o sistema se meu pai/mão, tio/tia, enfim, qualquer ente próximo para qual eu tenha afeição, estivesse na fila.
Eu te diria que o amor pelo filho é pelo menos o dobro do amor que se tem pelos pais.
E quanto ao que viu o filho morrer, se ele tivesse um jeito...não burlaria? Burlaria, sim, ou seria uma pessoa fria. E eu não sou.
Apenas expando meu ceticismo aos sentimentos. Só isso.
E você é cético quanto à quê no amor por um filho? E o que ser cético tem a ver com burlar algum sistema falho para salvar um filho da morte?Explique melhor, por favor.
Meu ceticismo é tal que não deixaria qualquer sensação (sentimento) prejudicar outras pessoas com uma atitude egoísta. O fator emocional pesaria muito menos (para mim) que o ético.
Para mim ceticismo por definição nada tem a ver com o fato de moralmente optar por ser ético ou colocar o sentimento acima da ética. O que teria de relação aí? Não entendi o por quê do ceticismo. Quem é cético opta pela ética e não pelo sentimento? Eu sou cética com relação à várias coisas ( inclusive quanto à ética), e sei que, mesmo hesitando por alguns momentos, entraria em desespero e tentaria salvar a vida do meu filho.
Ceticismo
A verdade não existe; se existisse, seria impossível conhecê-la; e ainda que se pudesse conhecê-la, seria impossível comunicá-la. Essa fórmula resume os princípios do ceticismo e orienta a reflexão sobre os fundamentos e limites do conhecimento.
Ceticismo é uma doutrina filosófica segundo a qual, do ponto de vista teórico, não se pode conhecer a verdade e, do ponto de vista prático, só se chega à felicidade, entendida como ausência de inquietação (ataraxia), pela suspensão de todo juízo. Caracterizado por uma atitude que repele os dogmas, o ceticismo busca demonstrar a inconsistência de qualquer afirmação. A única posição justa é a recusa em assumir qualquer posição. A atitude cética, no entanto, não deve ser interpretada como indiferença: ela representa um esforço ativo por manter no espírito o equilíbrio entre as representações da realidade e as opiniões sobre essas representações.
(...) Não existem, portanto, coisas belas ou feias, boas u más, verdadeiras ou falsas por natureza, mas somente por convenção ou costume. Nossos juízos sobre a realidade dependem de sensações, que são instáveis e ilusórias. (...)
Fonte: Enciclopédia Barsa.
Assim: deixar-se levar pela influência ética (a minha, pelo menos) é, para mim, um pouco mais próximo de uma "verdade" que ceder à influência sentimental. Mas isso sou eu né!?
