O fim da religião
- Adrianoped
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- Registrado em: 21 Jan 2007, 16:16
O fim da religião
Com a atual subordinação da religião perante a ciência, com a criação recente da ciência da religião, a mesma tende a se desmistificar e como a religião é composta de mitos modernos será extinta. O que sobra é o aspecto moral e ético que vai devidamente ser estudado pela ciência de forma que o termo religião possa ser entendido como sinônimo de ética e moral e ser anexado aos estudos da filosofia e das demais ciências humanas.
Darwin através da teoria da evolução desafia os dogmas religiosos e comprova o naturalismo da vida na terra e seu desenvolvimento gradual ao longo dos milhões de anos. Eu tive a oportunidade de ir a exposição de Darwin no museu do Masp em São Paulo, e que apesar de toda as evidências da sua teoria demonstradas na exposição o que mais me chamou a atenção é a batalha contra o pensamento da época dominado pela igreja e inclusive na sua vida particular com a sua esposa que era muito religiosa e não aceitava bem o ateísmo de Darwin. Atualmente o zoólogo Dawkins faz uma exposição brilhante e atual do perido do crescimento das religiões para a compreensão do conhecimento científico, podendo sinalizar um retrocesso, demonstrando que a disputa entre a ciência e a religião é uma disputa entre a razão e a ignorancia.
O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
O Barão de Holbach é um outro ateu militante e materialista que se destacou por ter uma vida ética e reta, sendo citado por Rousseau como um modelo virtuoso de não crente. O materialismo de Holbach teve influência no pensamento de Lavoisier contribuindo para o avanço da química, expondo assim o realismo do ateísmo. Sartre através do existêncialismo argumenta que as crenças religiosas e em deus, que ele denomina de má fé, pois retiram a responsabilidade do homem perante a sua existência corroborando com o pensamente de Feuerbach.
Dennett com sua filosofia da mente teoriza o monismo contrário ao pensamento filosófico de dualismo e que é um dos dogmas religiosos, um mundo natural e um mundo eterno e sobrenatural. O secularismo é a prática do monismo, um comportamento social sem a influência religiosa do sobrenatural. Sam Harris também é mais um defensor do fim da religião.
Os agnósticos são críticos do ateísmo militante pois o consireram mais uma crença, mas não sabem que todo o conhecimento humano é uma crença mas corroborada com o método científico. Além de serem apegados ao conceito de deus e assuntos religioso como sendo incognoscível, contrariando a atual busca científica no estudo da religião, e contrariando assim filosofia da ciência de Karl Popper, o racionalismo crítico. O conhecimento científico do ateísmo tem destaque na antropologia de Feuerbach.
Enfim deixo o meu desabafo pessoal pela exclusão que sinto pelas religiões que não permitem um diálogo adequado com alguém que seja ateu, pois não respeitam essa posição e criticam de forma emocional e com questionamentos quanto a minha ética apenas por ser contrária. Por isso que decidi que não posso ser intolerantes com a religião que é intolerante comigo. Assim deixo o ateísmo "religioso" e passo para o ateísmo científico.
E o melhor de tudo é poder como disse Popper, fazer batalhas das idéias, das teorias, e assim a guerra dos argumentos onde quem pode se ferir e morrer são as teorias proporcionando o progresso do conhecimento científico. Espero isso mesmo, pois o meu maior medo é o de represálias violentas e religiosas daqueles que pregam que a religião é o bem. O que me garante uma certa tranquilidade é que apesar de ser ateu militante sou um desconhecido, anônimo na multidão do ciberespaço. Mas o caso do frances Michel Onfray que escreveu o tratado de ateologia criticando os tres monoteísmos reinantes dos quais recebeu ameaças de mortes demonstra o despreparo religioso quanto a crítica. Mas uma boa notícia é o deputado Peter Stark, da Califórnia que se declarou ateu num ato inédito nos Estados Unidos onde o preconceito maior existente é contra os ateus.
Este artigo participando do debate interblogues promovido pelo blog Penso, logo, sou ateu com o tema “Será a Religião Eterna e Inevitável?“
http://adrianoped.blogspot.com/2007/06/ ... ligio.html
O artigo no blog contém os links das referências teóricas.
Darwin através da teoria da evolução desafia os dogmas religiosos e comprova o naturalismo da vida na terra e seu desenvolvimento gradual ao longo dos milhões de anos. Eu tive a oportunidade de ir a exposição de Darwin no museu do Masp em São Paulo, e que apesar de toda as evidências da sua teoria demonstradas na exposição o que mais me chamou a atenção é a batalha contra o pensamento da época dominado pela igreja e inclusive na sua vida particular com a sua esposa que era muito religiosa e não aceitava bem o ateísmo de Darwin. Atualmente o zoólogo Dawkins faz uma exposição brilhante e atual do perido do crescimento das religiões para a compreensão do conhecimento científico, podendo sinalizar um retrocesso, demonstrando que a disputa entre a ciência e a religião é uma disputa entre a razão e a ignorancia.
O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
O Barão de Holbach é um outro ateu militante e materialista que se destacou por ter uma vida ética e reta, sendo citado por Rousseau como um modelo virtuoso de não crente. O materialismo de Holbach teve influência no pensamento de Lavoisier contribuindo para o avanço da química, expondo assim o realismo do ateísmo. Sartre através do existêncialismo argumenta que as crenças religiosas e em deus, que ele denomina de má fé, pois retiram a responsabilidade do homem perante a sua existência corroborando com o pensamente de Feuerbach.
Dennett com sua filosofia da mente teoriza o monismo contrário ao pensamento filosófico de dualismo e que é um dos dogmas religiosos, um mundo natural e um mundo eterno e sobrenatural. O secularismo é a prática do monismo, um comportamento social sem a influência religiosa do sobrenatural. Sam Harris também é mais um defensor do fim da religião.
Os agnósticos são críticos do ateísmo militante pois o consireram mais uma crença, mas não sabem que todo o conhecimento humano é uma crença mas corroborada com o método científico. Além de serem apegados ao conceito de deus e assuntos religioso como sendo incognoscível, contrariando a atual busca científica no estudo da religião, e contrariando assim filosofia da ciência de Karl Popper, o racionalismo crítico. O conhecimento científico do ateísmo tem destaque na antropologia de Feuerbach.
Enfim deixo o meu desabafo pessoal pela exclusão que sinto pelas religiões que não permitem um diálogo adequado com alguém que seja ateu, pois não respeitam essa posição e criticam de forma emocional e com questionamentos quanto a minha ética apenas por ser contrária. Por isso que decidi que não posso ser intolerantes com a religião que é intolerante comigo. Assim deixo o ateísmo "religioso" e passo para o ateísmo científico.
E o melhor de tudo é poder como disse Popper, fazer batalhas das idéias, das teorias, e assim a guerra dos argumentos onde quem pode se ferir e morrer são as teorias proporcionando o progresso do conhecimento científico. Espero isso mesmo, pois o meu maior medo é o de represálias violentas e religiosas daqueles que pregam que a religião é o bem. O que me garante uma certa tranquilidade é que apesar de ser ateu militante sou um desconhecido, anônimo na multidão do ciberespaço. Mas o caso do frances Michel Onfray que escreveu o tratado de ateologia criticando os tres monoteísmos reinantes dos quais recebeu ameaças de mortes demonstra o despreparo religioso quanto a crítica. Mas uma boa notícia é o deputado Peter Stark, da Califórnia que se declarou ateu num ato inédito nos Estados Unidos onde o preconceito maior existente é contra os ateus.
Este artigo participando do debate interblogues promovido pelo blog Penso, logo, sou ateu com o tema “Será a Religião Eterna e Inevitável?“
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Re.: O fim da religião
O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
Particularmente sempre pensei assim.
Ontem fui ameaçada na Internet por um crente fundamentalista, que evidenciou o pavor infantil dele de estar sujeito às leis da finitude. E projetou em mim, assim como deve fazer com outros ateus e agnósticos ou céticos, a fúria por se ver frustrado e perdido como um bebê chorão, a quem tiraram o peito repentinamente.
Re: O fim da religião
Adrianoped escreveu:Com a atual subordinação da religião perante a ciência, com a criação recente da ciência da religião, a mesma tende a se desmistificar e como a religião é composta de mitos modernos será extinta. O que sobra é o aspecto moral e ético que vai devidamente ser estudado pela ciência de forma que o termo religião possa ser entendido como sinônimo de ética e moral e ser anexado aos estudos da filosofia e das demais ciências humanas.
O erro já começa aqui... não entender o que é religião.
De duas uma, ou a ciência olha apenas por essa ótica e, por isso não consegue substituir a religião ou se depara com o conhecimento religioso e seu objetivo, desmistificando de uma vez a religião.
Dai a ciência vai começar a ensinar a importância da pratica.
Quando isso ocorrer, a ciência vai mudar muito e essas "explicações" fantasiosas do resto do texto, caem todas por terra.
PS. O Budismo foi uma tentativa de desmistificar o hinduismo, mas acabaram colocando os rituais e as superstições tudo de volta dentro dele...
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Não. Era um filósofo.Até onde me consta.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Samael escreveu:O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Pois é.
Marx reflete esse materialismo de forma um pouco mais elaborada, mas na essência tira religião dos céus coloca entre os mortais, como um produto desses. Tb Marx fala sobre o homem maduro é o que abandona a felicidade ilusória do céu, pela busca da felicidade real. Ou seja, da pra ver parte dessa influencia de Feuerbach nos textos dele, especialmente da juventude, e nas teses sobre Feuerbach.
Na verdade para resumir, Marx vai além do materialismo contemplativo, para o da práxis. Foge da postura da busca da essência, e vai para os produtos sociais. Mesmo com seus equívocos, em termos de projeto político, é uma perspectiva interessante de analise. Além de fundamental para questionar as bases da religião ter um lugar acima da crítica, pois claro isso não procede.
Editado pela última vez por André em 15 Jun 2007, 19:08, em um total de 1 vez.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Apocaliptica escreveu:André escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Não. Era um filósofo.Até onde me consta.
Oi, André. Que eu saiba era as duas coisas.
Bem fez uns estudos antropologicos, é verdade, mas suas teses me parecem predominantemente trabalhos de um filósofo. Mas não sou especialista, logo estou aberto a ser convencido do contrario, e não vou bater o martelo

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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Até onde eu saiba, se graduou em Filosofia com interesse em Teologia. E também fez parte dos Jovens Hegelianos.
Estranho, meu professor de antropologia o citava como filófoso e antropólogo. Olhando alguns sites vi que ele é citado mais como filósofo, mas algumas vezes como antropólogo.
André escreveu:Samael escreveu:O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Pois é.
Marx reflete esse materialismo de forma um pouco mais elaborada, mas na essencia tira religião dos céus coloca entre os mortais, como um produto desses. Tb Marx fala sobre o homem maduro é o que abandona a felicidade ilusoria do ceú, pela busca da felicidade real. Ou seja, da pra ver parte dessa influencia de Feuerbach nos textos dele, especialmente da juventude, e nas teses sobre Feuerbach.
O pensamento feuerbachiano não é dialético. Considera os homens como conseqüências mas nunca como causas de nada. Na prática, os humanos, na sua visão, seriam autômatos que deveriam ser corrigidos por uma prática esclarecida anti-religiosa.
Isso é uma besteira, visto que, como já colocou Marx na sua célebre refutação nas teses, os indivíduos são educados mas TAMBÉM educam. Os homens são agentes práticos e que não podem esperar o "advento teleológico" de uma transformação feita por outrém.
Apesar de, numa primeira visão, Feuerbach e Marx serem parecidos (até pela raiz hegeliana comum), o pensamento de Marx é muito mais complexo e individualista.
Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Até onde eu saiba, se graduou em Filosofia com interesse em Teologia. E também fez parte dos Jovens Hegelianos.
Estranho, meu professor de antropologia o citava como filófoso e antropólogo. Olhando alguns sites vi que ele é citado mais como filósofo, mas algumas vezes como antropólogo.
Se Feuerbach poderia ser considerado antropólogo, poderia ser considerado também teólogo e sociólogo.
Prefiro me ater à formação acadêmica. Formação esta que, até onde eu saiba, nunca passou de uma graduação em Filosofia.
Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Até onde eu saiba, se graduou em Filosofia com interesse em Teologia. E também fez parte dos Jovens Hegelianos.
Estranho, meu professor de antropologia o citava como filófoso e antropólogo. Olhando alguns sites vi que ele é citado mais como filósofo, mas algumas vezes como antropólogo.
Se Feuerbach poderia ser considerado antropólogo, poderia ser considerado também teólogo e sociólogo.
Prefiro me ater à formação acadêmica. Formação esta que, até onde eu saiba, nunca passou de uma graduação em Filosofia.
Hum...se for assim, é preciso saber qual a real formação acadêmica dele mesmo. Pesquisarei.
Re: O fim da religião
Adrianoped escreveu:Com a atual subordinação da religião perante a ciência, com a criação recente da ciência da religião, a mesma tende a se desmistificar e como a religião é composta de mitos modernos será extinta. O que sobra é o aspecto moral e ético que vai devidamente ser estudado pela ciência de forma que o termo religião possa ser entendido como sinônimo de ética e moral e ser anexado aos estudos da filosofia e das demais ciências humanas.
Darwin através da teoria da evolução desafia os dogmas religiosos e comprova o naturalismo da vida na terra e seu desenvolvimento gradual ao longo dos milhões de anos. Eu tive a oportunidade de ir a exposição de Darwin no museu do Masp em São Paulo, e que apesar de toda as evidências da sua teoria demonstradas na exposição o que mais me chamou a atenção é a batalha contra o pensamento da época dominado pela igreja e inclusive na sua vida particular com a sua esposa que era muito religiosa e não aceitava bem o ateísmo de Darwin. Atualmente o zoólogo Dawkins faz uma exposição brilhante e atual do perido do crescimento das religiões para a compreensão do conhecimento científico, podendo sinalizar um retrocesso, demonstrando que a disputa entre a ciência e a religião é uma disputa entre a razão e a ignorancia.
O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
O Barão de Holbach é um outro ateu militante e materialista que se destacou por ter uma vida ética e reta, sendo citado por Rousseau como um modelo virtuoso de não crente. O materialismo de Holbach teve influência no pensamento de Lavoisier contribuindo para o avanço da química, expondo assim o realismo do ateísmo. Sartre através do existêncialismo argumenta que as crenças religiosas e em deus, que ele denomina de má fé, pois retiram a responsabilidade do homem perante a sua existência corroborando com o pensamente de Feuerbach.
Dennett com sua filosofia da mente teoriza o monismo contrário ao pensamento filosófico de dualismo e que é um dos dogmas religiosos, um mundo natural e um mundo eterno e sobrenatural. O secularismo é a prática do monismo, um comportamento social sem a influência religiosa do sobrenatural. Sam Harris também é mais um defensor do fim da religião.
Os agnósticos são críticos do ateísmo militante pois o consireram mais uma crença, mas não sabem que todo o conhecimento humano é uma crença mas corroborada com o método científico. Além de serem apegados ao conceito de deus e assuntos religioso como sendo incognoscível, contrariando a atual busca científica no estudo da religião, e contrariando assim filosofia da ciência de Karl Popper, o racionalismo crítico. O conhecimento científico do ateísmo tem destaque na antropologia de Feuerbach.
Enfim deixo o meu desabafo pessoal pela exclusão que sinto pelas religiões que não permitem um diálogo adequado com alguém que seja ateu, pois não respeitam essa posição e criticam de forma emocional e com questionamentos quanto a minha ética apenas por ser contrária. Por isso que decidi que não posso ser intolerantes com a religião que é intolerante comigo. Assim deixo o ateísmo "religioso" e passo para o ateísmo científico.
E o melhor de tudo é poder como disse Popper, fazer batalhas das idéias, das teorias, e assim a guerra dos argumentos onde quem pode se ferir e morrer são as teorias proporcionando o progresso do conhecimento científico. Espero isso mesmo, pois o meu maior medo é o de represálias violentas e religiosas daqueles que pregam que a religião é o bem. O que me garante uma certa tranquilidade é que apesar de ser ateu militante sou um desconhecido, anônimo na multidão do ciberespaço. Mas o caso do frances Michel Onfray que escreveu o tratado de ateologia criticando os tres monoteísmos reinantes dos quais recebeu ameaças de mortes demonstra o despreparo religioso quanto a crítica. Mas uma boa notícia é o deputado Peter Stark, da Califórnia que se declarou ateu num ato inédito nos Estados Unidos onde o preconceito maior existente é contra os ateus.
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Vamos que vamos.
1)Se religião vai ou não sumir, é trabalho para futurologistas, que francamente eu não levo muito em conta. A maioria ainda acredita, e vivemos um período, já algum tempo, de fortalecimento de fundamentalismos. A maioria dos seres humanos gosta da ilusão do saber, logo a dúvida, tão incomoda, tende a ser evitada. Religião, entre outras coisas sacia a dúvida, e fornece respostas, o que agrada muita gente. Para isso mudar, muito teria que mudar, nas bases materiais, educacionais, em lugares de grande prosperidade, a uma tendência a se afastar do fanatismo. Mas mesmo essa não é absoluta, e religião no plano da vida privada ainda se manifesta.
Sobre ética a religiões não inventaram, absorveram, e trabalham com conceitos morais e éticos. As religiões não são a única fonte de ética, e de forma alguma tem monopólio sobre preceitos éticos.
2)Darwin foi religioso por boa parte da vida, além de estudar Teologia, pensava em demonstrar como Deus realizou o processo natural. Depois se tornou agnóstico, nunca negando a existência de Deus, apenas deixando de acreditar nele. Sendo que Darwin foi hostilizado por Igrejas, e ocorreu a morte prematura de sua filha. Depois disso, é que ele se declarou agnóstico.
3) O que agnósticos rejeitam, pelo menos eu, é a ilusão do saber sobre a inexistência de divindades. Se ainda restam tantas dúvidas sobre origem do universo, pq arrogar saber o que não se sabe? Não existe tal necessidade. Logo o chamado ateísmo forte, que nega a existência de divindades, ou qualquer coisa fora do espaço-tempo, é que nos parece desnecessário.
A maioria dos agnósticos o é apenas em relação à questão principal da origem ou não do Universo. Sendo a resposta “não sei”. Gostaríamos de saber, mas se não estamos convencidos, defender algo seria simplesmente desonesto.
Outra coisa que rejeitamos é intolerância com religiosos, chamar eles de ignorantes ou afins. Assim como rejeitamos a intolerância religiosa, que chama ateus, agnósticos, e descrentes em geral, de amorais, ou afins.
4)Claro que se deve criticar religiões, e elas não devem estar acima da crítica. Mas os ateus, tb não estão acima da crítica. Ninguém está, pessoa ou instituição.
Tb sou favorável ao debate, mas tb ao respeito mutuo, e que falta tanto em religiosos, como em ateus militantes, com uma freqüência bastante razoável. Alias costuma faltar quase sempre, lamentavelmente.
PS: O congratulo por sair do ateísmo crente, e vir para o ateísmo cientifico. Esse mais próximo das posições agnósticas, mesmo que vc talvez ainda não saiba.
Editado pela última vez por André em 15 Jun 2007, 19:34, em um total de 1 vez.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Samael escreveu:André escreveu:Samael escreveu:O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Pois é.
Marx reflete esse materialismo de forma um pouco mais elaborada, mas na essencia tira religião dos céus coloca entre os mortais, como um produto desses. Tb Marx fala sobre o homem maduro é o que abandona a felicidade ilusoria do ceú, pela busca da felicidade real. Ou seja, da pra ver parte dessa influencia de Feuerbach nos textos dele, especialmente da juventude, e nas teses sobre Feuerbach.
O pensamento feuerbachiano não é dialético. Considera os homens como conseqüências mas nunca como causas de nada. Na prática, os humanos, na sua visão, seriam autômatos que deveriam ser corrigidos por uma prática esclarecida anti-religiosa.
Isso é uma besteira, visto que, como já colocou Marx na sua célebre refutação nas teses, os indivíduos são educados mas TAMBÉM educam. Os homens são agentes práticos e que não podem esperar o "advento teleológico" de uma transformação feita por outrém.
Apesar de, numa primeira visão, Feuerbach e Marx serem parecidos (até pela raiz hegeliana comum), o pensamento de Marx é muito mais complexo e individualista.
Concordo. Inclusive acrescentei nessa linha, na mensagem que vc citou. Vc citou antes que eu pudesse acrescentar

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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
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O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
- Adrianoped
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- Registrado em: 21 Jan 2007, 16:16
Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:Apocaliptica escreveu:Samael escreveu:1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
Não?
Até onde eu saiba, se graduou em Filosofia com interesse em Teologia. E também fez parte dos Jovens Hegelianos.
Estranho, meu professor de antropologia o citava como filófoso e antropólogo. Olhando alguns sites vi que ele é citado mais como filósofo, mas algumas vezes como antropólogo.
Se Feuerbach poderia ser considerado antropólogo, poderia ser considerado também teólogo e sociólogo.
Prefiro me ater à formação acadêmica. Formação esta que, até onde eu saiba, nunca passou de uma graduação em Filosofia.
Se basear apenas na formação acadêmica é um erro. Os grandes pensadores sempre deixaram contribuições em diversas áreas do conhecimento e um exemplo recente é Focault.
Re.: O fim da religião
Parece que ele era academicamente teólogo, mas acabou por estudar e praticar a filosofia e a antropologia por uma questão inerente à prática de seu trabalho mesmo, depois de estudar com Hegel.
- Adrianoped
- Mensagens: 229
- Registrado em: 21 Jan 2007, 16:16
Samael escreveu:André escreveu:Samael escreveu:O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Pois é.
Marx reflete esse materialismo de forma um pouco mais elaborada, mas na essencia tira religião dos céus coloca entre os mortais, como um produto desses. Tb Marx fala sobre o homem maduro é o que abandona a felicidade ilusoria do ceú, pela busca da felicidade real. Ou seja, da pra ver parte dessa influencia de Feuerbach nos textos dele, especialmente da juventude, e nas teses sobre Feuerbach.
O pensamento feuerbachiano não é dialético. Considera os homens como conseqüências mas nunca como causas de nada. Na prática, os humanos, na sua visão, seriam autômatos que deveriam ser corrigidos por uma prática esclarecida anti-religiosa.
A análise de Feuerbach está de acordo com a análise situacional proposta por Popper para as ciências socias, incluse é também utilizado na economia.
http://www.abphe.org.br/congresso2003/T ... 003_12.pdf
- Adrianoped
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Re: O fim da religião
NadaSei escreveu:Adrianoped escreveu:Com a atual subordinação da religião perante a ciência, com a criação recente da ciência da religião, a mesma tende a se desmistificar e como a religião é composta de mitos modernos será extinta. O que sobra é o aspecto moral e ético que vai devidamente ser estudado pela ciência de forma que o termo religião possa ser entendido como sinônimo de ética e moral e ser anexado aos estudos da filosofia e das demais ciências humanas.
O erro já começa aqui... não entender o que é religião.
De duas uma, ou a ciência olha apenas por essa ótica e, por isso não consegue substituir a religião ou se depara com o conhecimento religioso e seu objetivo, desmistificando de uma vez a religião.
Dai a ciência vai começar a ensinar a importância da pratica.
Quando isso ocorrer, a ciência vai mudar muito e essas "explicações" fantasiosas do resto do texto, caem todas por terra.
PS. O Budismo foi uma tentativa de desmistificar o hinduismo, mas acabaram colocando os rituais e as superstições tudo de volta dentro dele...
A religião por definição é dogmática e compostas por crenças, a ciência estudando a religião vai poder desmistificar as crenças e mitos e o que for útil passa a ser um conhecimento científico. A prática religiosa desprovida de seus dogmas se for útil se torna uma prática secular.
- Adrianoped
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- Registrado em: 21 Jan 2007, 16:16
Re: O fim da religião
André escreveu:Vamos que vamos.
1)Se religião vai ou não sumir, é trabalho para futurologistas, que francamente eu não levo muito em conta. A maioria ainda acredita, e vivemos um período, já algum tempo, de fortalecimento de fundamentalismos. A maioria dos seres humanos gosta da ilusão do saber, logo a dúvida, tão incomoda, tende a ser evitada. Religião, entre outras coisas sacia a dúvida, e fornece respostas, o que agrada muita gente. Para isso mudar, muito teria que mudar, nas bases materiais, educacionais, em lugares de grande prosperidade, a uma tendência a se afastar do fanatismo. Mas mesmo essa não é absoluta, e religião no plano da vida privada ainda se manifesta.
A questão da educação se manifesta com a incorporação do conhecimento científico na cultura da sociedade, e a melhora educação que proporcionam a elevação do capital social contribuindo para o desenvolvimento econômico.
O alerta é que a religião com deus dogmas atrapalha a disseminação do conhecimento científico.
André escreveu:Sobre ética a religiões não inventaram, absorveram, e trabalham com conceitos morais e éticos. As religiões não são a única fonte de ética, e de forma alguma tem monopólio sobre preceitos éticos.
Concordo, mas como Dawkins destaca que tem influencia na cultura ainda, pois sempre em discussões éticas na imprensa são convidados religiosos apenas por serem religiosos.
André escreveu:2)Darwin foi religioso por boa parte da vida, além de estudar Teologia, pensava em demonstrar como Deus realizou o processo natural. Depois se tornou agnóstico, nunca negando a existência de Deus, apenas deixando de acreditar nele. Sendo que Darwin foi hostilizado por Igrejas, e ocorreu a morte prematura de sua filha. Depois disso, é que ele se declarou agnóstico.
Para a época ele era considerado ateu pela igreja. O Barão de Holbach para publicar seu livro teve que usar um pseudônimo e lançar em outro pais. O ateísmo sempre foi repudiado. E no meu entender o agnosticismo surgiu como uma forma de deixar o assunto de lado e lidar com o que interessa, um ateísmo prático, pois não era conveniente admitir a descrença total em deus.
André escreveu:3) O que agnósticos rejeitam, pelo menos eu, é a ilusão do saber sobre a inexistência de divindades. Se ainda restam tantas dúvidas sobre origem do universo, pq arrogar saber o que não se sabe? Não existe tal necessidade. Logo o chamado ateísmo forte, que nega a existência de divindades, ou qualquer coisa fora do espaço-tempo, é que nos parece desnecessário.
Agnosticismo é em termos mais populares, fazer média com algo que óbviamente é impossível. Ou então é o agnóstico alguém que realmente tem dúvidas e alimenta a hipótese de deus existir.
André escreveu:A maioria dos agnósticos o é apenas em relação à questão principal da origem ou não do Universo. Sendo a resposta “não sei”. Gostaríamos de saber, mas se não estamos convencidos, defender algo seria simplesmente desonesto.
É uma filosofia baseada na crença de que o conceito de deus é incognoscível e portanto é uma crença da dúvida, semelhante ao ceticismo pirrônico.
Esse axioma central do agnosticismo contraria a filosofia da ciência da Popper que é a reformulação atual do método científico com o critério da falseabilidade.
André escreveu:Outra coisa que rejeitamos é intolerância com religiosos, chamar eles de ignorantes ou afins. Assim como rejeitamos a intolerância religiosa, que chama ateus, agnósticos, e descrentes em geral, de amorais, ou afins.
Os religiosos não são ignorantes fazem muitas contribuições, mas a crença em deus é irracional e ignóbel.
André escreveu:4)Claro que se deve criticar religiões, e elas não devem estar acima da crítica. Mas os ateus, tb não estão acima da crítica. Ninguém está, pessoa ou instituição.
Tb sou favorável ao debate, mas tb ao respeito mutuo, e que falta tanto em religiosos, como em ateus militantes, com uma freqüência bastante razoável. Alias costuma faltar quase sempre, lamentavelmente.
Essa crítica é comum de agnósticos devida ao entendimento que são superiores e não tem crenças, apenas os ateus e os teístas. Mas a verdade é o que o agnóstico tem a crença na dúvida, que o distingue em muito do ceticismo científico, em que por vezes o agnóstico quer tomar como sinônimo desse.
André escreveu:PS: O congratulo por sair do ateísmo crente, e vir para o ateísmo cientifico. Esse mais próximo das posições agnósticas, mesmo que vc talvez ainda não saiba.
Obrigado, mas discordo, pois sou um crítico do agnósticismo, pois o vejo como um teísmo de pouca fé.
Re: O fim da religião
Adrianoped escreveu:André escreveu:Vamos que vamos.
1)Se religião vai ou não sumir, é trabalho para futurologistas, que francamente eu não levo muito em conta. A maioria ainda acredita, e vivemos um período, já algum tempo, de fortalecimento de fundamentalismos. A maioria dos seres humanos gosta da ilusão do saber, logo a dúvida, tão incomoda, tende a ser evitada. Religião, entre outras coisas sacia a dúvida, e fornece respostas, o que agrada muita gente. Para isso mudar, muito teria que mudar, nas bases materiais, educacionais, em lugares de grande prosperidade, a uma tendência a se afastar do fanatismo. Mas mesmo essa não é absoluta, e religião no plano da vida privada ainda se manifesta.
1)A questão da educação se manifesta com a incorporação do conhecimento científico na cultura da sociedade, e a melhora educação que proporcionam a elevação do capital social contribuindo para o desenvolvimento econômico.
O alerta é que a religião com deus dogmas atrapalha a disseminação do conhecimento científico.André escreveu:Sobre ética a religiões não inventaram, absorveram, e trabalham com conceitos morais e éticos. As religiões não são a única fonte de ética, e de forma alguma tem monopólio sobre preceitos éticos.
2)Concordo, mas como Dawkins destaca que tem influencia na cultura ainda, pois sempre em discussões éticas na imprensa são convidados religiosos apenas por serem religiosos.André escreveu:2)Darwin foi religioso por boa parte da vida, além de estudar Teologia, pensava em demonstrar como Deus realizou o processo natural. Depois se tornou agnóstico, nunca negando a existência de Deus, apenas deixando de acreditar nele. Sendo que Darwin foi hostilizado por Igrejas, e ocorreu a morte prematura de sua filha. Depois disso, é que ele se declarou agnóstico.
3)Para a época ele era considerado ateu pela igreja. O Barão de Holbach para publicar seu livro teve que usar um pseudônimo e lançar em outro pais. O ateísmo sempre foi repudiado. E no meu entender o agnosticismo surgiu como uma forma de deixar o assunto de lado e lidar com o que interessa, um ateísmo prático, pois não era conveniente admitir a descrença total em deus.André escreveu:3) O que agnósticos rejeitam, pelo menos eu, é a ilusão do saber sobre a inexistência de divindades. Se ainda restam tantas dúvidas sobre origem do universo, pq arrogar saber o que não se sabe? Não existe tal necessidade. Logo o chamado ateísmo forte, que nega a existência de divindades, ou qualquer coisa fora do espaço-tempo, é que nos parece desnecessário.
4)Agnosticismo é em termos mais populares, fazer média com algo que óbviamente é impossível. Ou então é o agnóstico alguém que realmente tem dúvidas e alimenta a hipótese de deus existir.André escreveu:A maioria dos agnósticos o é apenas em relação à questão principal da origem ou não do Universo. Sendo a resposta “não sei”. Gostaríamos de saber, mas se não estamos convencidos, defender algo seria simplesmente desonesto.
5)É uma filosofia baseada na crença de que o conceito de deus é incognoscível e portanto é uma crença da dúvida, semelhante ao ceticismo pirrônico.
Esse axioma central do agnosticismo contraria a filosofia da ciência da Popper que é a reformulação atual do método científico com o critério da falseabilidade.André escreveu:Outra coisa que rejeitamos é intolerância com religiosos, chamar eles de ignorantes ou afins. Assim como rejeitamos a intolerância religiosa, que chama ateus, agnósticos, e descrentes em geral, de amorais, ou afins.
6)Os religiosos não são ignorantes fazem muitas contribuições, mas a crença em deus é irracional e ignóbel.André escreveu:4)Claro que se deve criticar religiões, e elas não devem estar acima da crítica. Mas os ateus, tb não estão acima da crítica. Ninguém está, pessoa ou instituição.
Tb sou favorável ao debate, mas tb ao respeito mutuo, e que falta tanto em religiosos, como em ateus militantes, com uma freqüência bastante razoável. Alias costuma faltar quase sempre, lamentavelmente.
7)Essa crítica é comum de agnósticos devida ao entendimento que são superiores e não tem crenças, apenas os ateus e os teístas. Mas a verdade é o que o agnóstico tem a crença na dúvida, que o distingue em muito do ceticismo científico, em que por vezes o agnóstico quer tomar como sinônimo desse.André escreveu:PS: O congratulo por sair do ateísmo crente, e vir para o ateísmo cientifico. Esse mais próximo das posições agnósticas, mesmo que vc talvez ainda não saiba.
8)Obrigado, mas discordo, pois sou um crítico do agnósticismo, pois o vejo como um teísmo de pouca fé.
1)Concordo em parte. Apenas o fanatismo e o fundamentalismo são contrários ao desenvolvimento do conhecimento científico. Mas a fé, de ordem privada, nem sempre é, e existem cientistas teístas.
2)O que é absurdo, pois descrentes podem ter muito mais, e melhores condições de falar sobre ética, já que não estão condicionados a essa pelo medo.
3)Ele se dizia religioso, e passou a se dizer agnóstico. O que Igreja dizia reflete apenas seu preconceito em relação a Darwin. Respeitar o individuo é respeitar o que ele diz de suas convicções, e não definir ele, e decidir por ele, quem ele é. Especialmente em uma questão dessa. Apenas quando a prática contraria frontalmente é que podemos apontar, pois nesse caso existe hipocrisia.
4)Dizer que é fazer média é desrespeitar o direito deles de duvidar. É possível que alguns ateus façam isso, e esses estão sendo desonestos. Mas dizer isso de agnósticos honestos é um equivoco.
5)Negativo. Deveria estudar e saber que assim como existem diversos ateísmos existem diversos agnosticismos. Aqui no fórum tem material.
Eu por exemplo, sou agnóstico, não considero impossível se descobrir, apenas muito difícil, improvável. Considero possível algo externo ao tempo, e espaço ter gerado o Universo, porém improvável. Eu não acredito na duvida, eu tenho duvidas de fato, e estou aberto a que essas sejam demolidas, se evidencias me convencerem. Mas enquanto isso não acontece, por respeito a minha consciência, devo admitir minha ignorância nessa questão, e dizer que não sei. Alias acho que ninguém sabe de fato, mas muitos gostam de acreditar em várias coisas, e estão no seu direito.
6)Não acho. Pessoas diferentes chegam a conclusões diferentes, não vou passar julgamento na fé dos outros. Passo sobre suas práticas, quando essas desrespeitam outrem.
7)Eu sou a prova que vc fez uma generalização errada. Eu não acredito na dúvida, e posso sair dela, mas enquanto ela existe, humildemente a admito, em relação aquilo que não sei. Sobre outros assuntos sou convencido, e aceito as construções das verdades relativas da ciência. Assumo como verdadeiro tudo aquilo que tenho boas razoes para acreditar. O que não tenho boas razões, não faço julgamentos, e se diferentes alternativas possíveis existem, e fico na dúvida, não sinto necessidade de mascarar essa dúvida, ou me mostrar como sabido.
8)Existem vários agnosticismos, e o meu claramente vc desconhece. A dúvida é um elemento fundamental para ciência. Uma construção válida serve para desfaze-la, mas pelo principio da incerteza, e do próprio desenvolvimento da ciência, o que é realmente fantástico, é que essa construção válida tende a ser superada, seja pelo acréscimo de elementos, seja pela ruptura por uma explicação ainda melhor.
Um pouco do que já escrevi sobre o assunto.Situando inclusive minha posição.
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=81 ... nosticismo
Acauan descreve diferentes modalidades de agnosticismo
https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=81 ... nosticismo
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.
http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196
O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.
Re: O fim da religião
Adrianoped escreveu:A religião por definição é dogmática e compostas por crenças, a ciência estudando a religião vai poder desmistificar as crenças e mitos e o que for útil passa a ser um conhecimento científico. A prática religiosa desprovida de seus dogmas se for útil se torna uma prática secular.
Dogmática é a atitude geral das pessoas, não a religião em si, quanto a crenças... a ciência também as tem, mais uma vez, o que manda é atitude da pessoa e o seu apego a essas crenças.
Já a mitologia é ensinamento através de "contos".
No geral, a religião usa uma linguagem simples e acessível, veja que a maioria delas pretende ter uma linguagem capaz de atingir a imensa maioria de analfabetos de suas épocas.
Alguns textos mais modernos e, mesmo alguns antigos, são mais elaborados, complexos e inacessíveis.
O problema é pensar que a religião só tem mitos, crenças e conceitos bobos sobre ética e moral... Essa é a opinião (e engano) de muitos no meio científico e entre ateus, agnósticos, ou mesmo deístas, em alguns passa de mera opinião e chega a ser crença ferrenha.
Agora, claro que, se a ciência absorver o conteúdo central da religião, aquele que realmente importa... vai ser mais do que ótimo... só não sei a eficácia disso, pode se perder em meio a pseudo-ciências com base nesse conhecimento que agora é científico.
O Budismo é o melhor exemplo pra essa questão.
Eliminou tudo o que podia (inclusive Deus), fala sobre a relatividade de seus conceitos e sobre questiona-los, em diversos pontos, prefere não emitir opinião para se concentrar no que importa e, não confundir a pessoa falando sobre o que ela não pode falsear ou mesmo entender corretamente, além de outras coisas do gênero...
Mesmo assim, existe o mesmo tipo de confusão quanto ao conceitos, que existe no cristianismo... As pessoas interpretam errado o Anatta (não-eu), os ensinamentos e mais um bando de conceitos.
O pior é que com o passar do tempo, foram devolvendo todo o lixo que Buda tirou... Devolveram os rituais, superstições e, em alguns casos até divindades, semi-divindades e outros bichos mais.
O engraçado é que existe até mesmo contos falando sobre como as pessoas cometem esse tipo de erro e, criam rituais com base em pessoas que ensinavam a não criar rituais...
Eu realmente não sei o quanto a ciência poderia evitar isso e, principalmente, não sei se isso seria mais acessível pras pessoas, do que a religião já é... O mais provável é que pras massas, predominem as pseudo-ciências com base nisso, misturadas as velhas formas de misticismo.
O provável é que o conhecimento religioso dentro da ciência, só fosse capaz de atingir alguns poucos ateus e agnósticos... Claro também atingiria o mesmo tipo de teístas (tão raros quanto os ateus) que a religião séria (a de verdade, não as distorções supersticiosas) já atinge.
Editado pela última vez por NadaSei em 16 Jun 2007, 09:20, em um total de 1 vez.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".
André escreveu:Samael escreveu:André escreveu:Samael escreveu:O antropólogo e filósofo Ludwig Feuerbach aponta através do método genético crítico que a religião é uma projeção da vontade de ser infinito do homem onde deus é criado pelo próprio homem de maneira a falar de si mesmo. Com isso Feuerbach sustenta que a maturidade do homem só é conseguida com o amadurecimento do homem ao deixar essa infantilidade, palavras por ele usadas.
1.Feuerbach nunca foi antropólogo.
2.Esse materialismo é simplista.
3.Essa é uma simplificação estúpida da "Essência do Cristianismo".
Pois é.
Marx reflete esse materialismo de forma um pouco mais elaborada, mas na essencia tira religião dos céus coloca entre os mortais, como um produto desses. Tb Marx fala sobre o homem maduro é o que abandona a felicidade ilusoria do ceú, pela busca da felicidade real. Ou seja, da pra ver parte dessa influencia de Feuerbach nos textos dele, especialmente da juventude, e nas teses sobre Feuerbach.
O pensamento feuerbachiano não é dialético. Considera os homens como conseqüências mas nunca como causas de nada. Na prática, os humanos, na sua visão, seriam autômatos que deveriam ser corrigidos por uma prática esclarecida anti-religiosa.
Isso é uma besteira, visto que, como já colocou Marx na sua célebre refutação nas teses, os indivíduos são educados mas TAMBÉM educam. Os homens são agentes práticos e que não podem esperar o "advento teleológico" de uma transformação feita por outrém.
Apesar de, numa primeira visão, Feuerbach e Marx serem parecidos (até pela raiz hegeliana comum), o pensamento de Marx é muito mais complexo e individualista.
Concordo. Inclusive acrescentei nessa linha, na mensagem que vc citou. Vc citou antes que eu pudesse acrescentar
