Criminosos teriam atirado contra à 37ª DP, na Ilha do Governador.
O filho, Rubens Arruda, está preso, suspeito de ter agredido uma empregada doméstica.
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Jovens de condomínios de luxo são acusados de espancar empregada doméstica (Foto: TV Globo)[/center]
Os pais do estudante de direito, Rubens Arruda Bruno, 19 anos, preso nesta manhã de segunda-feira (25), na Ilha do Governador, no subúrbio Rio, quase foram atingidos por tiros do ataque de criminosos à 37ª DP (Ilha do Governador). Rubens é acusado de ser um dos agressores da empregada Sirlei Dias de Carvalho Pinto, de 32 anos, na madrugada de sábado (23).
Eles foram à delegacia logo que souberam da prisão do filho, momento em que houve o atentado. “É um absurdo o que aconteceu. Como poderia imaginar que isso fosse acontecer numa delegacia. Nem aqui estamos seguros?”, questionou o empresário Ludovico Ramalho Bruno, mostrando ferimentos no braço esquerdo, na mão e na orelha. O empresário disse ainda que seu carro ficou todo perfurado pelos tiros.
Apelo
Nesta tarde, na delegacia da Barra, na Zona Oeste, Ludovico fez um apelo à Justiça. “Esses meninos cometeram um erro e têm que pagar por isso, mas são estudantes, têm endereço fixo. Não podem ser jogados a uma cela com criminosos.”
Sobre o filho, disse: “Se eu pudesse dar uma surra nele eu daria, mas não posso”, justificando que o filho é uma pessoa normal e que trabalha com ele em uma empresa de transportes marítimos quando não vai à praia ou fica no computador.
O empresário também comentou sobre a hipótese dos jovens estarem alcoolizados ou drogados. “Não conversei ainda com ele, mas é lógico que deveriam estar alcoolizados ou drogados”, respondeu. “As drogas são para os brasileiros como o terrorismo são para os americanos.”
Quinto acusado
Segundo o delegado Carlos Augusto Pinto, da 16ª DP (Barrra), a polícia já tem pistas do quinto acusado. Ainda segundo o delegado, é só uma questão de tempo até a polícia conseguir localizá-lo.
A polícia prendeu um jovem suspeito de espancar a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto, 32 anos, na madrugada de sábado (23).
O delegado-titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Carlos Augusto Nogueira Pinto, disse que Rubens Arruda, de 19, foi preso por policiais da 37ª DP (Ilha do Governador).
Ainda segundo o delegado, Rubens foi preso na casa de um amigo, na manhã desta segunda-feira (25). O colega dele vai ser indiciado por favorecimento pessoal por esconder um foragido da Justiça, disse Nogueira. O suspeito já está na 16ª DP (Barra da Tijuca).
Rubens e Rodrigo são suspeitos de, com a ajuda de outros três jovens, espancar e roubar a vítima em um ponto de ônibus na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Reconhecimento
O delegado Nogueira também vai pedir que Sirlei Dias de Carvalho Pinto vá à delegacia para reconhecer Rubens. A polícia faz um apelo para que o taxista que anotou a placa do carro dos agressores compareça para ajudar nas investigações.
Nogueira pretende ainda ouvir novamente os suspeitos antes que sejam transferidos para a Polinter.
O padrasto de Felipe Macedo Nery Neto, de 20 anos, estudante de direito, que foi o primeiro a ser preso, afirma que ele sofre de Transtorno por Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), e que toma os remédios Zyprexa e Depakote. Ele confirmou que o jovem tomou a medicação no dia em que houve a agressão. O advogado de Felipe pediu relaxamento de prisão, mas foi negado, segundo o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, eles devem responder por tentativa de latrocínio, que é roubo seguido de morte.
Vítima ainda sente muitas dores
Sirlei ainda sofre com dores no corpo provocadas pela agressão. Nesta segunda-feira (25), ela amanheceu com o braço direito bastante dolorido.
"Estou indo ao médico para fazer uma avaliação. Passei a noite inteira com febre e ainda estou sentindo tonteiras.", disse a vítima das agressões.
Ela afirmou também que os ferimentos na cabeça ainda são visíveis e só agora o rosto começou a desinchar.
As agressões
Segundo Sirlei, os jovens chegaram em um Gol preto, placa LOZ 6926. "Eles pararam em frente ao ponto de ônibus. Quatro saltaram, puxaram minha bolsa e começaram a me agredir", explicou a vítima. Em seguida, eles fugiram. "Eles foram embora rindo e dando gargalhadas."
Ela conta que tinha médico marcado, por isso saiu da casa onde trabalha tão cedo para pegar um ônibus.
"Eu estava olhando na direção que os ônibus vêm quando eles chegaram me xingando. Depois de pegar a minha bolsa, eles começaram a me bater. Levei muitos pontapés e chutes no rosto. Coloquei o braço na frente, para me proteger e eles passaram a me dar socos e cotevaladas na cabeça", relembra a vítima.
Sirlei conta que mais duas senhoras estavam no ponto ônibus. Elas também teriam sido agredidas, mas, segundo a doméstica, não tiveram as bolsas roubadas.
Muito machucada, a vítima voltou ao prédio onde trabalha e contou ao chefe o que tinha acontecido. Uma testemunha, um motorista de táxi que passava pelo local e viu a ação dos jovens, anotou a placa do carro dos agresssores e informou o número aos seguranças do prédio da vítima.
"Fui à delegacia prestar queixa", diz Sirlei. Em seguida, ela foi levada para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento médico.
"Meu braço, olho esquerdo e rosto estão roxos. Estão fazendo compressas. Mas o pior é a dor de cabeça, que não passa nem com remédios. Isso foi por causa dos chutes que levei", relatou a empregada.
Identificação dos suspeitos
Com o número da placa, a polícia conseguiu localizar o dono do carro. Felipe Macedo Nery Neto, de 20 anos e estudante de direito, foi o primeiro a ser preso. Segundo a polícia, ele confessou o crime e delatou o restante do grupo.
Mais dois suspeitos foram presos em seguida: Leonardo de Andrade, de 20 anos, e Júlio Junqueira, de 21. Rubens Arruda, de 19, foi preso por policiais da 37ª DP (Ilha do Governador) na manhã de segunda-feira (24). Já Rodrigo Bassalo, 20 anos, ainda está foragido.
Fonte: Globo.com