Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

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francioalmeida
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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por francioalmeida »

Apocaliptica escreveu:
Ben Carson escreveu:A palavra liderar pode ferir suas susceptibilidades. Então não vou discutir. Vou simplesmente aceitar sua palavra de que você, Apocaliptica, não gosta de ser liderada.


Mas duvido que negue que uma mulher quando procura um homem procura alguém superior a ela. Até fisicamente. Uma mulher rica pode achar que a pobreza de um pobretão é um charme enorme. Uma mulher instruída pode até achar certa graça dos erros de português de um pretendente menos instruído. (É difícil, mas acontece.) Ou uma bela achar que um feiosão tem um charme rústico (a Grazi não se apaixonou pelo Allan?). Mas é quase um milagre uma mulher ao menos olhar como homem (e não como amigo) alguém mais baixo que ela. O cara pode ser perneta, careca, duro, analfabeto, grosso, entre outras coisas, mas ser baixinho é imperdoável. Como eu disse, mulher gosta de olhar para cima. Da mesma forma, pouquíssimas mulheres se sentiriam totalmente confortáveis com o fato do marido ganhar menos que ela, e menos ainda em ter que sustentá-lo. Mas se sentem totalmente confortáveis com um marido que ganha mais, e muitas lidam sem o menor problema com o fato de serem sustentadas pelo marido.

Resumindo, as mulheres não buscam exatamente alguém igual a elas, mas sim um parceiro ligeiramente superior a si próprias.

É verdade ou não é?


Desculpe....nunca li tantos absurdos machistas num só post.

Não suporto homens superiores em nada. Nunca me dobrei ao meu pai, nem a irmão, nunca tive amigos metidos a gostosos, nunca me submeti a chefe e nunca namorei homem que se acha. Por isto mesmo me casei 2 vezes com homens educados e sempre estiveram ao meu lado, nem atrás e nem na frente. Exceto nos assuntos íntimos, onde as regras vão de acordo com o que parecer mais interessante aos 2, e nem aí eu deixo um homem me dominar, a menos que eu queira, óbvio.
Lamento. Não devo servir à sua teoria, e acho o machismo uma postura de muito mau gosto e ultrapassada.

Ainda desconfio que você esteja fazendo piada...estou certa?


Não sei. Mas acho que o Ben Carson está confundindo "fetiche" com personalidade!

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Os meninos dão mais trabalho porque custam mais a amadurecer, estudam menos, fumam e bebem mais, gostam de pegar o carro e correr, e fazem mais zoeira na rua.


Apo,

Considere que um dos motivos, talvez o principal, pelo qual meninos gostam de pegar o carro, correr e fazer mais zoeira é que isto impressiona as meninas.
Ou seja, as preferências delas definem as ações deles.

Quem tem o poder neste caso?

E quem deve ser melhor educado sobre como usá-lo?



Ontem mesmo estava a discutir com minha filha e marido sobre quem dá as cartas, Acauan. As mulheres dão as cartas desde cedo, claro. Mas o jogo é interessante, e os mais espertos sabem os limites como num jogo de xadrez. O que os faz conseguirem as melhores meninas, que também sabem como jogar. Por isto eu sempre penso que queria ter tido um casal. Vejo muitos equívocos na educação de meninos e meninas, mas principalmente na dos meninos, que, ao contrário do que se diz, sofrem uma pressão muito maior. Tenho muitos meninos de 15 a rapazes de 25 no meu msn, e o que mais ouço é a insegurança deles, a pressão de todos os lados e o medo de estar fazendo as coisas erradas. Alguns estão muito perdidos, principalmente depois que as meninas se liberaram muito mais , notadamente na última década e meia.
Eles adoram conversar, mas não conseguem se abrir nem com os pais, nem com as mães e nem com os amigos ( pois é pressão de todo lado). Os objetivos deles sempre envolvem a conquista de alguma menina, ou se sentir mais confortável no grupo e perante os olhares externos.
Tenho aprendido muito com eles e as conversas são muito ricas para ambos os lados. São relacionamentos que cultivo há mais de 2 anos. Alguns tinham 15 e agora estão com 18 e assim vai.
É apaixonante conhecer a gênese masculina e os homens são seres extraordinários e apaixonados pela natureza feminina. Isto é bom demais para a humanidade.
Precisamos aproximar a gurizada o quanto antes, de forma saudável e afetiva, fraterna e amorosamente.
Mas acho que eles nunca estiveram tão próximos, apesar de que alguns estejam ainda tão confusos, mas faz parte do aprendizado. Cabe a nós nos aproximarmos deles e ver gerações mais companheiras e felizes, inclusive sexualmente.

Como minha filha tem sido uma "viagem" fascinante para mim, e não tive meninos, eu os adotei de coração. :emoticon4:

Apocaliptica

Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Apocaliptica »

francioalmeida escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Ben Carson escreveu:A palavra liderar pode ferir suas susceptibilidades. Então não vou discutir. Vou simplesmente aceitar sua palavra de que você, Apocaliptica, não gosta de ser liderada.


Mas duvido que negue que uma mulher quando procura um homem procura alguém superior a ela. Até fisicamente. Uma mulher rica pode achar que a pobreza de um pobretão é um charme enorme. Uma mulher instruída pode até achar certa graça dos erros de português de um pretendente menos instruído. (É difícil, mas acontece.) Ou uma bela achar que um feiosão tem um charme rústico (a Grazi não se apaixonou pelo Allan?). Mas é quase um milagre uma mulher ao menos olhar como homem (e não como amigo) alguém mais baixo que ela. O cara pode ser perneta, careca, duro, analfabeto, grosso, entre outras coisas, mas ser baixinho é imperdoável. Como eu disse, mulher gosta de olhar para cima. Da mesma forma, pouquíssimas mulheres se sentiriam totalmente confortáveis com o fato do marido ganhar menos que ela, e menos ainda em ter que sustentá-lo. Mas se sentem totalmente confortáveis com um marido que ganha mais, e muitas lidam sem o menor problema com o fato de serem sustentadas pelo marido.

Resumindo, as mulheres não buscam exatamente alguém igual a elas, mas sim um parceiro ligeiramente superior a si próprias.

É verdade ou não é?


Desculpe....nunca li tantos absurdos machistas num só post.

Não suporto homens superiores em nada. Nunca me dobrei ao meu pai, nem a irmão, nunca tive amigos metidos a gostosos, nunca me submeti a chefe e nunca namorei homem que se acha. Por isto mesmo me casei 2 vezes com homens educados e sempre estiveram ao meu lado, nem atrás e nem na frente. Exceto nos assuntos íntimos, onde as regras vão de acordo com o que parecer mais interessante aos 2, e nem aí eu deixo um homem me dominar, a menos que eu queira, óbvio.
Lamento. Não devo servir à sua teoria, e acho o machismo uma postura de muito mau gosto e ultrapassada.

Ainda desconfio que você esteja fazendo piada...estou certa?


Não sei. Mas acho que o Ben Carson está confundindo "fetiche" com personalidade!


Of course... mas o machismo é um pouco mais do que fetiche....

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu:Por isto eu sempre penso que queria ter tido um casal. Vejo muitos equívocos na educação de meninos e meninas, mas principalmente na dos meninos, que, ao contrário do que se diz, sofrem uma pressão muito maior.


Tento transmitir aos meus filhos o que aprendi de meus pais.
Cresci vendo meu pai como uma fortaleza inabalável, um modelo estóico de caráter que pairava acima das adversidades da vida.
Com o tempo descobri que aquela fortaleza se sustentava sobre o apoio emocional que lhe era provido por minha mãe, cuja bondade e doçura temperavam os modos do altivo cacique, sem as quais sua força se confundiria com brutalidade.

Não digo que força ou doçura devam ser exclusividades de gênero, mas é inegável que são virtudes complementares, como complementares devem ser homem e mulher.
Nós, Índios.

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Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Por isto eu sempre penso que queria ter tido um casal. Vejo muitos equívocos na educação de meninos e meninas, mas principalmente na dos meninos, que, ao contrário do que se diz, sofrem uma pressão muito maior.


Tento transmitir aos meus filhos o que aprendi de meus pais.
Cresci vendo meu pai como uma fortaleza inabalável, um modelo estóico de caráter que pairava acima das adversidades da vida.
Com o tempo descobri que aquela fortaleza se sustentava sobre o apoio emocional que lhe era provido por minha mãe, cuja bondade e doçura temperavam os modos do altivo cacique, sem as quais sua força se confundiria com brutalidade.

Não digo que força ou doçura devam ser exclusividades de gênero, mas é inegável que são virtudes complementares, como complementares devem ser homem e mulher.


Eu acho que força e doçura de caráter podem ser incentivados em ambos os sexos, pois pertencem aos dois sexos, e estão adormecidos por padrões culturais de interesses temporal e geográfico.
O que está dentro pode ser reprimido ou incentivado, o equilíbrio na hora da convivência e eu diria da sobrevivência, é o melhor caminho para a humanidade.
Força física é com o homem, mas alguns tipos de resistência à dor são típicos das mulheres. Ainda bem pois a prole precisa disto. E o casal, enquanto unido, também se beneficia.
Não passo para minha filha ( e não passaria para meu filho) os valores que recebi de minha família, por considerá-los totalmente contrários a esta minha linha de pensamento ( percebi os erros grosseiros porque éramos eu e meu irmão mais novo e não gostei nada do resultado final ).
Quebrar estes paradigmas e mudar as regras do jogo sozinha me fizeram repensar e refazer o script muitas e incansáveis vezes. Valeu muito a pena.

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André
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Mensagem por André »

Acauan escreveu:
Apocaliptica escreveu:Por isto eu sempre penso que queria ter tido um casal. Vejo muitos equívocos na educação de meninos e meninas, mas principalmente na dos meninos, que, ao contrário do que se diz, sofrem uma pressão muito maior.


Tento transmitir aos meus filhos o que aprendi de meus pais.
Cresci vendo meu pai como uma fortaleza inabalável, um modelo estóico de caráter que pairava acima das adversidades da vida.
Com o tempo descobri que aquela fortaleza se sustentava sobre o apoio emocional que lhe era provido por minha mãe, cuja bondade e doçura temperavam os modos do altivo cacique, sem as quais sua força se confundiria com brutalidade.

Não digo que força ou doçura devam ser exclusividades de gênero, mas é inegável que são virtudes complementares, como complementares devem ser homem e mulher.


Clap, Clap, Clap.

Ai concordo em gênero, numero e grau Acauan. A noção de complementaridade, assim como de não definir exclusividades de virtudes com base em gêneros, é fundamental.Pq quando se coloca nas pessoas essa definição previa vira uma pressão social por comportamento especifico, que pode não condizer com a individualidade da pessoa.

Acredito que mesmo casais homossexuais de qualquer sexo devem buscar algo desse tipo, em termos de complementaridade no que tange comportamento e especificidades.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

Apocaliptica

Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

Mensagem por Apocaliptica »

Complementar não significa partes opostas necessariamente. Eu jamais abriria mão de minha força porque um homem é mais forte do que eu. Pode ser juntar as forças em suas peculiaridades ou na soma delas.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu:Eu acho que força e doçura de caráter podem ser incentivados em ambos os sexos, pois pertencem aos dois sexos, e estão adormecidos por padrões culturais de interesses temporal e geográfico.


Na verdade estas concepções igualitárias é que são padrões culturais e geográgicos, estabelecidos recentemente (do ponto de vista histórico) quando a abundância, segurança e conforto material providos pela civilização industrial e tecnológica tornaram obsoletos os antigos papéis dos gêneros, até então insubstituíveis entre si.

Apocaliptica escreveu:O que está dentro pode ser reprimido ou incentivado, o equilíbrio na hora da convivência e eu diria da sobrevivência, é o melhor caminho para a humanidade.


O equilíbrio nasce do balanceamento e compensação das diferenças. Negar as diferenças é negar o equilíbrio.

Apocaliptica escreveu:Força física é com o homem, mas alguns tipos de resistência à dor são típicos das mulheres.


Isto na civilização ocidental moderna.
índios e outras culturas primitivas sempre definiram seus rituais de passagem masculinos pela capacidade dos meninos em resistir à dor. Um aprendizado para que resistissem na atitude àquilo que as mulheres resistiam por natureza.


Apocaliptica escreveu:...

Quebrar estes paradigmas e mudar as regras do jogo sozinha me fizeram repensar e refazer o script muitas e incansáveis vezes. Valeu muito a pena.


Antes de quebrar paradigmas convém compreendê-los em sua plenitude, em geral há uma forte lógica em seus fundamentos.
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André
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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por André »

Apocaliptica escreveu:Complementar não significa partes opostas necessariamente. Eu jamais abriria mão de minha força porque um homem é mais forte do que eu. Pode ser juntar as forças em suas peculiaridades ou na soma delas.


Concordo, e algumas coisas em comum como carater, e dar valor a certas coisas, ter unidade em questões, pode ajudar. Unidade não sendo iguais mas proximos com espaço de trocas, sem ser trocas de sopapos.

:emoticon12:
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

Mensagem por Apocaliptica »

Acauan,

Índio... acho que eu sou um homem. Ou sou as duas coisas. Não consigo me enquadrar nestas verdades.

A minha lógica está definida pelo meu poder de exercer papéis e me superar. Acomodar-se no que ditam as normas, é não se dar a chance de se expandir como ser humano. Não há coisa na natureza masculina que eu não consiga fazer, à exceção de ser sexualmente homem e ser geneticamente pai. Até porque não quero. Prefiro encontrar um homem à altura que exerça estes papéis. Mas tirando isto, eu jamais disse: isto é coisa para homem. Eu mesma faço.
Sempre digo que minha mente é masculina em grande parte. E aprecio a parte feminina da mente dos homens. Esta é a intersecção que acho interessante. Ser capaz de substituir papéis é muito importante, e desenvolve inclusive a capacidade de empatizar com o outro sexo.
Cada vez que entendo mais e mais a forma de pensar e o o comportamento masculino, mais mulher e feminina me sinto.
Tem um ditado popular que eu simplesmente abomino que diz o seguinte:
-Massa com ovos para um lado e massa sem ovos para outro.
O apartheid dos sexos é uma coisa deprimente. O Islã mostra isto de forma dramática.
Editado pela última vez por Apocaliptica em 30 Jun 2007, 01:12, em um total de 1 vez.

Apocaliptica

Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Apocaliptica »

André escreveu:
Apocaliptica escreveu:Complementar não significa partes opostas necessariamente. Eu jamais abriria mão de minha força porque um homem é mais forte do que eu. Pode ser juntar as forças em suas peculiaridades ou na soma delas.


Concordo, e algumas coisas em comum como carater, e dar valor a certas coisas, ter unidade em questões, pode ajudar. Unidade não sendo iguais mas proximos com espaço de trocas, sem ser trocas de sopapos.

:emoticon12:



Exatamente. Eu vejo homem e mulher numa simbiose perfeita, e ao mesmo tempo em sua força individual.

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Acauan
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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Acauan »

Ben Carson escreveu:Resumindo, as mulheres não buscam exatamente alguém igual a elas, mas sim um parceiro ligeiramente superior a si próprias.

É verdade ou não é?


Não.

Sua conceituação de superioridade se fundamenta em padrões exclusivamente masculinos que, por isto mesmo, não são válidos para as mulheres.

Alguns comentários a respeito:


Acauan, em 06/12/2006 às 23:04, no tópico pq homens costumam ser mais maus que mulheres?, escreveu:...
A contradição aparente desaparece quando observamos que os valores femininos são diferentes dos masculinos, sendo que esta diferença leva os homens a buscarem o poder político, no sentido mais amplo da expressão, enquanto as mulheres buscam o poder doméstico, no sentido mais estrito.

Homens em geral não compreendem e não se importam com as nuances mais sutis dos relacionamentos interpessoais. As mulheres, pelo contrário, são extremamente perceptíveis a estas nuances e compreendem, talvez de modo tácito, mas sempre muito melhor que os homens, a importância destas nuances na estabilidade dos relacionamentos, o que, extrapolado, é a argamassa da estrutura social.

Não é que as mulheres sejam melhores que os homens por não se digladiarem nos jogos de poder característicos do universo masculino. Elas tem seu próprio universo de poder e dentro dele e ao seu modo se digladiam ainda mais que os homens, como elas muito bem sabem.


Acauan, em 07/12/2006 às 9:06, no tópico pq homens costumam ser mais maus que mulheres?, escreveu:Esta é uma interpretação esperada, uma vez que nas últimas décadas a ideologia feminista associou o termo "doméstico" à inferioridade, construindo o mito que a mulher que trabalha fora em condições de igualdade com os homens são em tudo melhores que aquelas que se dedicam ao cuidado da casa e da família, reduzindo estas ao estereótipo de idiotas dependentes e submissas, coisa que passa longe léguas da verdade.

Poder doméstico não significa autoridade sobre pilhas de pratos para lavar ou comando do fogão de seis bocas e sim a costura das relações afetivas interpessoais, relações estas que são o vínculo integrador da família e dos círculos de amizade social próximo, instituições fundamentais para a estabilidade individual e social.

Enquanto o poder político masculino é impessoal e voltado para o controle das coisas e ações, o poder doméstico feminino é íntimo e voltado para o controle dos sentimentos e afinidades.

Dizer que a opção da mulher pelo poder doméstico é decorrente da falta de opção pode ser demonstrado como incorreto a partir do fato que após quase um século de sufrágio universal, as mulheres são minoria em todos os parlamentos e casas de governo do mundo, sendo que se as mulheres votassem preferencialmente em seu gênero, elas preencheriam no mínimo a metade das casas legislativas.

Dizer que isto se deve a algum boicote masculino não se sustenta nos fatos, uma vez que não há registro recente de algum partido em qualquer país democrático no qual mulheres foram sistematicamente barradas de adentrar em seus quadros, sendo evidente o fato de que a procura pela carreira política é muito mais comum entre os homens.

Mulheres que optam por esta carreira em geral assimilaram valores masculinos de competição e busca de poder impessoal, mas quase sempre enfrentam conflitos íntimos em decorrência destas escolhas.
Nós, Índios.

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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu: Acauan,

Índio... acho que eu sou um homem.


De jeito nenhum. Você exala feminilidade, mesmo virtualmente.

Apocaliptica escreveu:Ou sou as duas coisas. Não consigo me enquadrar nestas verdades.


Esta dubiedade é tipicamente feminina. Você jamais verá um homem típico manifestando isto.

Apocaliptica escreveu: A minha lógica está definida pelo meu poder de exercer papéis e me superar. Acomodar-se no que ditam as normas, é não se dar a chance de se expandir como ser humano.


Isto também é bastante feminino, cujos papéis são mais versáteis e flexíveis, ao contrário do papel masculino que é limitado e rígido.

Apocaliptica escreveu:Não há coisa na natureza masculina que eu não consiga fazer, à exceção de ser sexualmente homem e ser geneticamente pai.


Mesmo porque a natureza masculina é simples e evidente, enquanto a feminina é complexa e velada, logo suas facilidades são naturais.
Uma comparação cabível é que é muito mais fácil ser pai do que ser mãe e é muito mais fácil à mulher preencher, mesmo que com limitações, a falta de um pai do que o contrário.


Apocaliptica escreveu: Até porque não quero.


Os céus sejam louvados.

Apocaliptica escreveu:Prefiro encontrar um homem à altura que exerça estes papéis.


Exato e no ponto.

Apocaliptica escreveu:Mas tirando isto, eu jamais disse: isto é coisa para homem. Eu mesma faço.


Entre os Tupis, coisa para homem eram a caça, a pesca e a guerra. Tudo o mais era feito pelas mulheres. É fácil concluir que elas tinham muito mais competência para assumir o "eu mesmo faço" do que eles.

Apocaliptica escreveu: Sempre digo que minha mente é masculina em grande parte.


Mas não é mesmo.

Apocaliptica escreveu:E aprecio a parte feminina da mente dos homens.


Que na maioria das vezes são imitações, sinceras ou simuladas.

Apocaliptica escreveu:Esta é a intersecção que acho interessante. Ser capaz de substituir papéis é muito importante, e desenvolve inclusive a capacidade de empatizar com o outro sexo.


A capacidade de substituir papéis é outra habilidade feminina historicamente definida.
Nas sociedades guerreiras, o que todas as sociedades em alguma época foram, os homens partiam para a guerra, voltavam ou não, e cabia às mulheres substituí-los para manter aquelas sociedades funcionando.
Não há uma recíproca histórica na qual os homens substituíssem as mulheres.

Quem acha isto muito primitivo que verifique como as mulheres americanas ocuparam os postos operários na indústria durante a Segunda Guerra Mundial.

E empatia é uma arte que as mulheres dominam melhor naturalmente.


Apocaliptica escreveu: Cada vez que entendo mais e mais a forma de pensar e o o comportamento masculino, mais mulher e feminina me sinto.


Natural, uma vez que homens tem dificuldades imensas em entender formas de pensar e comportamentos.

Apocaliptica escreveu: Tem um ditado popular que eu simplesmente abomino que diz o seguinte:
-Massa com ovos para um lado e massa sem ovos para outro.
O apartheid dos sexos é uma coisa deprimente. O Islã mostra isto de forma dramática.


Estes italianos...
Nós, Índios.

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Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

Mensagem por Apocaliptica »

HAUHAUHUAHUAH

Tu és ótimo! Convenceu-me que sou mulher! E das boas ( mas isto eu já sabia )...heheheh
Beijos!

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Acauan
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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Acauan »

Apocaliptica escreveu:HAUHAUHUAHUAH

Tu és ótimo! Convenceu-me que sou mulher! E das boas ( mas isto eu já sabia )...heheheh
Beijos!


Como diziam os antigos, quod erat demonstrandum.
Nós, Índios.

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Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

Mensagem por Apocaliptica »

:emoticon22: :emoticon22: :emoticon22:

E fez bem feito.

Flavio Checker
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Re: Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casament

Mensagem por Flavio Checker »

Acauan escreveu:Nas sociedades guerreiras, o que todas as sociedades em alguma época foram, os homens partiam para a guerra, voltavam ou não, e cabia às mulheres substituí-los para manter aquelas sociedades funcionando.
Não há uma recíproca histórica na qual os homens substituíssem as mulheres.

Quem acha isto muito primitivo que verifique como as mulheres americanas ocuparam os postos operários na indústria durante a Segunda Guerra Mundial.


Em outro post é dito : "Quod erat demonstrandum" é uma expressão latina que significa "como se queria demonstrar". É usual aparecer no final de uma demonstração matemática - Q.E.D! Só que matemática é uma ciência exata. Já com a psicologia feminina... dois mais dois nem sempre é igual a quatro. Não vai aí nenhuma crítica, é apenas uma opinião.

E o Acauan disse : "Não há uma recíproca histórica na qual os homens substituíssem as mulheres." - Ora, historicamente eu não sei, mas no cotidiano, o homem substitui perfeitamente a mulher em afazeres domésticos. Se não substitui é porque não quer. Se olharmos o passado, vemos que osexo feminino sempre provia a mesa, responsabilizando-se pelo preparo dos alimentos. Quando o homem resolveu se meter nessa área pra valer, não se deu mal, pois os grandes "chefes" de cozinha no mundo são homens. O mesmo se deu na confecção de roupas que era, bem no passado, tarefa eminentemente feminina. E hoje, a alta costura é dominada por homens. Bom, se são homens mesmo eu não sei ( :emoticon12: ), mas pelo menos são biologicamente masculinos. :emoticon16:


Perguntinha : Por que nunca vemos uma "Pilota" ( escrevi certo? ) de Fórmula um? Olha que as corridas automobilisticas já existem há mais de meio século. Sei que já existiram mulheres em corridas, mas parece que elas não gostam muito desse esport, ou será que não se adaptaram? Já imaginou o que é comandar um bólido a quase 400 km por hora? Não é machismo não, e na verdade até gostaria de ver uma mulher pilotando uma Maclarem e ganhando provas. Ia até aumentar a audiência dessa competição. Mas por que elas então não se aventuram pra valer nesse esporte?

Obs. Não sou machista, pow!

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Shanaista
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Re.: Mulheres com alto grau de Escolaridade e o Casamento

Mensagem por Shanaista »

... uma piloto de Fórmula 1...

Flavio Checker
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Mensagem por Flavio Checker »

Benetton escreveu: A própria convivência social entre meninas discrimina aquelas de comportamento mais liberal. E isso se perpetua na adolescência, juventude e por aí vai.

Evidente que, só quem tem uma menina é que sabe. Mas quem tem os dois ( um casal de filhos ) sabe mais ainda. Esses últimos dificilmente criam os dois da mesma forma, no que tange à liberalidade sexual. Em muitos Estados da Federação, principalmente nos mais tradicionais, como os Mineiros, isso acontece normalmente hoje em dia.




Acauan escreveu:

Tenho um casal.




Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?

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clara campos
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Mensagem por clara campos »

Benetton escreveu:Oi Salgueiro,

Parece que Você gosta mesmo de figuras de dragões/dinos.

Li em outro post que Você perdeu seu dragãozinho ( é assim que escreve ? ) de estimação. Se Você quiser, peguei alguns para a sua coleção. Espero que goste :


tão querido!!
enterneceste-me!!
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu: A própria convivência social entre meninas discrimina aquelas de comportamento mais liberal. E isso se perpetua na adolescência, juventude e por aí vai.

Evidente que, só quem tem uma menina é que sabe. Mas quem tem os dois ( um casal de filhos ) sabe mais ainda. Esses últimos dificilmente criam os dois da mesma forma, no que tange à liberalidade sexual. Em muitos Estados da Federação, principalmente nos mais tradicionais, como os Mineiros, isso acontece normalmente hoje em dia.




Acauan escreveu:

Tenho um casal.




Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?


Independente do que seja liberalidade ou conservadorismo, os dois sexos devem ser criados igualmente e não vejo um único motivo sequer para continuarmos no século XXI a massacrar as crianças ( depois adolescentes e adultos ) com a famigerada dupla moral.
As pessoas parecem que se comprazem em fazer esta separação. Eu acho isto muito, muito doente.

Flavio Checker
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Mensagem por Flavio Checker »

Apocaliptica escreveu:
Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu: A própria convivência social entre meninas discrimina aquelas de comportamento mais liberal. E isso se perpetua na adolescência, juventude e por aí vai.

Evidente que, só quem tem uma menina é que sabe. Mas quem tem os dois ( um casal de filhos ) sabe mais ainda. Esses últimos dificilmente criam os dois da mesma forma, no que tange à liberalidade sexual. Em muitos Estados da Federação, principalmente nos mais tradicionais, como os Mineiros, isso acontece normalmente hoje em dia.




Acauan escreveu:

Tenho um casal.




Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?


Independente do que seja liberalidade ou conservadorismo, os dois sexos devem ser criados igualmente e não vejo um único motivo sequer para continuarmos no século XXI a massacrar as crianças ( depois adolescentes e adultos ) com a famigerada dupla moral.
As pessoas parecem que se comprazem em fazer esta separação. Eu acho isto muito, muito doente.


As pessoas são diferentes, pensam diferentes, agem de forma diferente, vivem vidas diferentes e nem por isso existe qualquer motivo para achar que uma é melhor do que a outra.

Cada um é feliz a seu modo e não ao modo dos outros. Ninguém deve se preocupar com que os outros pensam para ser feliz.

Doença é se achar melhor do que as outras pessoas. Doença é pensar que, já que os outros não pensam como acreditamos ser o ideal, então eu sou o certo e o resto que pensa diferente de mim está errado. Também acho essa visão da vida doente, muito doente.

Só espero que o Acauan possa deixar aqui a sua opinião, independente do que os outros pensam ou deixem de pensar. Independente se alguém já estabeleceu um padrão de vida perfeito, acabado e irretocável "já em pleno século XXI".

Apocaliptica

Mensagem por Apocaliptica »

Flavio Checker escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu: A própria convivência social entre meninas discrimina aquelas de comportamento mais liberal. E isso se perpetua na adolescência, juventude e por aí vai.

Evidente que, só quem tem uma menina é que sabe. Mas quem tem os dois ( um casal de filhos ) sabe mais ainda. Esses últimos dificilmente criam os dois da mesma forma, no que tange à liberalidade sexual. Em muitos Estados da Federação, principalmente nos mais tradicionais, como os Mineiros, isso acontece normalmente hoje em dia.




Acauan escreveu:

Tenho um casal.




Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?


Independente do que seja liberalidade ou conservadorismo, os dois sexos devem ser criados igualmente e não vejo um único motivo sequer para continuarmos no século XXI a massacrar as crianças ( depois adolescentes e adultos ) com a famigerada dupla moral.
As pessoas parecem que se comprazem em fazer esta separação. Eu acho isto muito, muito doente.


As pessoas são diferentes, pensam diferentes, agem de forma diferente, vivem vidas diferentes e nem por isso existe qualquer motivo para achar que uma é melhor do que a outra.

Cada um é feliz a seu modo e não ao modo dos outros. Ninguém deve se preocupar com que os outros pensam para ser feliz.

Doença é se achar melhor do que as outras pessoas. Doença é pensar que, já que os outros não pensam como acreditamos ser o ideal, então eu sou o certo e o resto que pensa diferente de mim está errado. Também acho essa visão da vida doente, muito doente.

Só espero que o Acauan possa deixar aqui a sua opinião, independente do que os outros pensam ou deixem de pensar. Independente se alguém já estabeleceu um padrão de vida perfeito, acabado e irretocável "já em pleno século XXI".


Não entendi sua resposta , mas imagino que seja algo do tipo : " Eu perguntei para o Acauan ".
Se foi isto, talvez seja de bom alvitre lembrar que este é um forum de debates, as perguntas embora possam ser dirigidas á algum forista, os demais podem dar sua opinião. Isto é interessante pois traz novas colaborações ao assunto.

Mas voltando ao assunto, a pergunta formulada, mas que mais parece uma afirmação moralista, deixa claro que alguns padrões enraizados na moral tradicional ainda espalham suas garras nas novas gerações. Infelizmente não são todos os genitores e progenitores que percebem o quanto de opressão sua geração e as passadas sofreram, ou tem a capacidade de enxergar que as regras e paradigmas existem para serem questionados e melhorados. Felizes dos filhos que têm pais com uma mente aberta à liberdade de pensamento. E repito, meninos e meninas merecem direitos idênticos de exercer suas capacidades pessoais, intelectuais, afetivas e sexuais.
Ou será que a extirpação do clitóris ( uma prática normal ainda em alguns países da África) é uma boa opção para negar à mulheres desde cedo o direito ao prazer? Pode-se também usar a máxima do machismo sulista muito em uso no interior ainda hoje: " Prendo minhas cabras, mas solto meus cabritos."

Flavio Checker
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Registrado em: 05 Mai 2007, 14:59

Mensagem por Flavio Checker »

Apocaliptica escreveu:
Flavio Checker escreveu:
Apocaliptica escreveu:
Flavio Checker escreveu:
Benetton escreveu: A própria convivência social entre meninas discrimina aquelas de comportamento mais liberal. E isso se perpetua na adolescência, juventude e por aí vai.

Evidente que, só quem tem uma menina é que sabe. Mas quem tem os dois ( um casal de filhos ) sabe mais ainda. Esses últimos dificilmente criam os dois da mesma forma, no que tange à liberalidade sexual. Em muitos Estados da Federação, principalmente nos mais tradicionais, como os Mineiros, isso acontece normalmente hoje em dia.




Acauan escreveu:

Tenho um casal.




Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?


Independente do que seja liberalidade ou conservadorismo, os dois sexos devem ser criados igualmente e não vejo um único motivo sequer para continuarmos no século XXI a massacrar as crianças ( depois adolescentes e adultos ) com a famigerada dupla moral.
As pessoas parecem que se comprazem em fazer esta separação. Eu acho isto muito, muito doente.


As pessoas são diferentes, pensam diferentes, agem de forma diferente, vivem vidas diferentes e nem por isso existe qualquer motivo para achar que uma é melhor do que a outra.

Cada um é feliz a seu modo e não ao modo dos outros. Ninguém deve se preocupar com que os outros pensam para ser feliz.

Doença é se achar melhor do que as outras pessoas. Doença é pensar que, já que os outros não pensam como acreditamos ser o ideal, então eu sou o certo e o resto que pensa diferente de mim está errado. Também acho essa visão da vida doente, muito doente.

Só espero que o Acauan possa deixar aqui a sua opinião, independente do que os outros pensam ou deixem de pensar. Independente se alguém já estabeleceu um padrão de vida perfeito, acabado e irretocável "já em pleno século XXI".


Não entendi sua resposta , mas imagino que seja algo do tipo : " Eu perguntei para o Acauan ".
Se foi isto, talvez seja de bom alvitre lembrar que este é um forum de debates, as perguntas embora possam ser dirigidas á algum forista, os demais podem dar sua opinião. Isto é interessante pois traz novas colaborações ao assunto.

Mas voltando ao assunto, a pergunta formulada, mas que mais parece uma afirmação moralista, deixa claro que alguns padrões enraizados na moral tradicional ainda espalham suas garras nas novas gerações. Infelizmente não são todos os genitores e progenitores que percebem o quanto de opressão sua geração e as passadas sofreram, ou tem a capacidade de enxergar que as regras e paradigmas existem para serem questionados e melhorados. Felizes dos filhos que têm pais com uma mente aberta à liberdade de pensamento. E repito, meninos e meninas merecem direitos idênticos de exercer suas capacidades pessoais, intelectuais, afetivas e sexuais.
Ou será que a extirpação do clitóris ( uma prática normal ainda em alguns países da África) é uma boa opção para negar à mulheres desde cedo o direito ao prazer? Pode-se também usar a máxima do machismo sulista muito em uso no interior ainda hoje: " Prendo minhas cabras, mas solto meus cabritos."

Sei perfeitamente que qualquer um pode dar sua opinião aqui. Tanto que fiz o mesmo. Se o Acauan quiser responder, ótimo, se não quiser, ok. E se outra pessoa quiser se manifestar, não vejo nenhum problema, desde que seja educada e não venha impor sua opinião, taxando o comportamento dos outros de "doenças".

A pergunta não é uma afirmação moralista, julgou errado. Aliás, quem costuma julgar geralmente externa seus próprios sentimentos, ou seja, toma os outros por si mesmo.

Se todo mundo que quiser responder se intimidar com "Voce não é moderno, é conservador, portanto está errado", teríamos aqui um fórum de hipócritas que dizem uma coisa e fazem outra. Acho muito bonito vir aqui e dizer que temos que ser liberais, atuais, acompanhar a modernidade e assim teremos um mundo melhor, pra sair bem na foto.

Direitos idênticos todos merecem. Quem aqui disse o contrário? E esse exermplo de extirpação do clitóris, prática em países da África, é muito infeliz para ser citado, como se alguém de bom senso que digita aqui pudesse sequer pensar nessa aberração para tentar argumentar contra tradições familiares, pois estou me referindo à criação dos filhos no BRASIL. O que os outros países fazem é problema deles, não dá pra interferir, como não dá pra interferir até na cultura indígena, mesmo que a sociedade "dos brancos" não concorde com alguns costumes deles, quanto a "provação" do menino índio para ser um guerreiro. Até americanos, considerados de primeiro mundo, tem costumes inadequados aos nossos e bem tradicionalistas, difíceis de pensar aqui. Então deixemos os outros e vamos analisar o que fazemos nesse país.


E nem acho que esse ditado " Prendam suas cabritas, porque meu bode está solto", seja "sulista". Já ouvi isso no nordeste. Ah, e parece que no Rio de Janeiro, também "recitam" isso, porque vi num post bem atrás, numa mensagem de alguém que mora no Rio. No Rio, uma cidade que se diz liberal, moderna e lança "modismo" cultural e artístico para o país inteiro.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Flavio Checker escreveu:Será que o Acauan cria o seu casal de filhos da mesma forma, no que se refere a liberalidade ou conservadorismo?


Antes é preciso definir o que se entende aqui como "liberalidade ou conservadorismo"?

Frequentemente o termo conservadorismo é contaminado pela idéia não demonstrada, mas muito difundida, de que tudo que é novo é melhor do que o antigo, inclusive no campo dos costumes.

Na verdade o conservadorismo é a crença de que o novo pode ou não ser melhor do que o antigo, devendo as propostas ser testadas comparativamente, independente de sua novidade ou antiguidade.
Na dúvida, leva vantagem o que já se provou funcionar.

Isto vale para a educação infantil.
Tomemos por exemplo as décadas de 1960 e 1970, quando teóricos como o dr. Spock (não o de orelhas pontudas, o Dr. Benjamin Spock, autor de best sellers sobre o asunto) pregavam contra os conceitos tradicionais de autoridade paterna, reivindicavam que o melhor era dar o máximo de liberdade aos filhos, igualavam o conceito de disciplina ao de tirania ou coisa parecida e alertavam sobre as terríveis conseqüências de uma eventual palmada de leve na bunda,

Trinta ou quarenta anos depois, o que mais se ouve dos atuais teóricos da educação infantil é exatamente o oposto, a importância e necessidade de os pais saberem impor limites aos filhos, o que feito dentro de um ambiente de amor, respeito e bom senso é indispensável para que se sintam seguros, protegidos e tenham modelos adultos que lhes inspirem confiança.

Muito parecido com o que faziam meus pais, Índios que nunca leram teóricos da educação infantil.
O que foi moderno trinta anos atrás, hoje é antigo, e o que era antigo, hoje é moderno.

O conservadorismo se pauta por entender estes ciclos e se prevenir de seus efeitos nocivos.

Quanto ao dr. Spock, bem..., o filho dele cometeu suicídio.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Trancado