Botanico escreveu:E QUANTO TEMPO ELA IRIA LEVAR para SOLTAR os panos, PUXÁ-LOS e EMENDÁ-LOS antes que o indicador do galvanômetro se movesse e o observador percebesse? Se Crookes e o colega estavam olhando o indicador e o Crookes foi até lá para ver se estava tudo bem.
Não é bem isso que está no relatório, lá diz que os observadores estavam dentro da biblioteca, pediram para a Fay segurar as manivelas, ENTÃO sairam e foram para o laboratório observar o aparelho, o que certamente demorou algum tempo, e enquanto isso, no escurinho, a Fay, que era especialmente hábil em truques de soltar nós e tiras de pano, se divertia...
E o Crookes, para dar mais credibilidade a coisa, ainda fez de conta que foi olhar para ver se estava tudo bem (para que ele faria isso?), lembra muito um espetáculo de palco...
Botanico escreveu:Além disso, é incômodo o detalhe dito que que os panos estavam FIRMEMENTE amarrados nas manoplas. Os dois colegas do Crookes examinaram as ditas cujas e acho que seria um descuido enorme deles não terem reparado neste detalhe.
Incômodo porque? Interpreto o FIRMEMENTE como oposto de frouxo, ou seja, deduzo que uma tira de linho estava entrolada em volta das manoplas, mas não necessáriamente COLADA. Nada que impedisse alguem de tirá-las rapidamente... E foi um descuido enorme mesmo...
Botanico escreveu:De onde você concluiu que ele NÃO FEZ ISSO? Foi lhe perguntado e de fato ele admitiu esse erro experimental? Sabe, Ade, algumas coisas são tão óbvias que ninguém pensaria que deixariam de ser feitas. Como o Crookes saberia que seu aparelho estaria funcionando ou não se não O TESTASSE ANTES?
Botanico, não se faça de desentendido, eu não vejo nada de ÓBVIO aqui, é claro que o Crookes testou o aparelho para ver se estava funcionando, conforme escrito no relatório:
"Para medir a resistência da médium, a chave, B, é fechada, o que coloca os rolos de resistência no circuito em vez da médium..."
Mas não é a isso que me refiro, eu falo de uma simulação de funcionamento com uma pessoa sentada na cadeira por uns 15 minutos para obter um padrão de variação para comparação futura, e não ví nada no relatório que levasse a imaginar que isto foi feito, tipo assim "observou-se uma variação de 4 graus, compatível com o padrão obtido...", ou "a deflexão observada é condizente com a variação obtida nos testes anteriores...", entendeu agora?
E este relatório não é muito "digerivel", explique porque o Crookes escreveu:
"A experiência mostrou que as melhores condições para a produção dos fenômenos mais notáveis em mediunidade da Sra. Fay são que ela devia ser isolada das outras pessoas presentes e na escuridão."
Para mim isto é muito suspeito, então um medium não consegue produzir fenomenos com alguem olhando?
E isto aqui:
"Nós começamos os testes às 8.55 da noite; a deflecção pelo galvanômetro era 211°, e a resistência do corpo da Sra. Fay, 6.600 unidades da British Association. Às 8.56 a deflecção era de 214°, e neste momento um sino de mão começou a tocar na biblioteca."
Quanto tempo leva para um médium para entrar em transe e produzir uma "materialização"? Não é suspeito que a Fay tenha produzido os fenomenos tão rapidamente?
E um cientista que se preze escrever coisas como:
"Este método tem a vantagem de certeza absoluta, uma vez que..."
Tambem é suspeito, o Crookes sabia muito bem que a tal "certeza absoluta" não existe, escreveu isto isto só para impressionar...